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Universidade Católica de Moçambique


Instituto de Educação à Distância

Trabalho da cadeira Didáctica de Geografia I


Atija Silale Mussa e Código do Estudante 708213354

Reforma da Educação em Moçambique e seu Impacto

Curso de Ensino de
Geografia:
Didáctica de Geografia I
2º Ano

Pemba, Setembro, 2022


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Índice
Introdução.................................................................................................................. 3

Objectivo Geral ......................................................................................................... 3

Objectivos específicos ............................................................................................... 3

Metodologias ............................................................................................................. 3

Reforma da Educação em Moçambique e seu Impacto ............................................ 4

Perspectivas educacionais em Moçambique após independência ............................. 4

A Educação antes da Independência ......................................................................... 5

A Educação no período colonial (1845 – 1974)........................................................ 5

A educação no Governo de Transição (1974-1975).................................................. 6

A educação pós - Independência ............................................................................... 6

O surgimento da lei 4/83 (1983 – 1991) ................................................................... 7

O surgimento da Lei nº 6/92 (1992 - 2018) .............................................................. 7

O surgimento da Lei nº 18/2018 ............................................................................... 7

Impacto da reforma da educação em Moçambique ............................................. 8

Conclusão ................................................................................................................ 10

Bibliografia.............................................................................................................. 11
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Introdução

O presente trabalho da cadeira de Didáctica de Geografia I, apresenta como tema


desenvolvido Reforma da Educação em Moçambique e seu Impacto.

Para desenvolver a postura crítica da turma e dar aulas consistentes, é fundamental que
o professor entenda esse processo, analise os seus instrumentos de trabalho (currículos,
programas, planos, etc.).

Com a reforma do ensino básico pretendeu-se que o ensino fosse relevante, um ensino
que formasse cidadãos capazes de saber, saber ser, estar e conviver com os outros e
saber fazer. Com esta forma de pensar o ensino, foram introduzidas novas disciplinas,
foi estruturado o ensino básico em ciclos de aprendizagem, assim como foi introduzido
um novo paradigma de avaliação dos alunos baseado na progressão por ciclos de
aprendizagem.

Objectivo Geral

✓ Conhecer as razões da Reforma da Educação em Moçambique.

Objectivos específicos

✓ Identificar as razões da Reforma da Educação em Moçambique;


✓ Descrever os impactos da Reforma da Educação em Moçambique.

Metodologias

A metodologia usada na elaboração e desenvolvimento deste trabalho, foi a consulta


bibliográfica que consistiu na recolha de informações do conteúdo proposto em obras.
Estando o trabalho estruturado de acordo com as normas vigentes, a saber: introdução,
desenvolvimento, Conclusão, referências bibliográficas e de outras regras pertinentes no
trabalho científico
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Reforma da Educação em Moçambique e seu Impacto

Reforma

Segundo Elcidio (2003), Reforma é a acção e o efeito de reformar ou de se reformar.


Este verbo, por sua vez, significa voltar a formar, refazer, modificar algo, emendar ou
corrigir a conduta de uma pessoa.

Educação

Laura (2010),

˝Educação é o ato de educar, de instruir, é


polidez, disciplinamento.˝

Reforma da Educação

Para Sousa (2016), Sempre que nos meios de informação e políticos se ouve falar
em “reforma da educação”, pensa-se naturalmente que se trata de melhorar a educação
dos nossos filhos, de actualizar as metodologias educacionais e melhorar a eficácia
pedagógica, os procedimentos educativos na sala-de-aula.
Segundo PACHECO (2006), entende-se por reforma educativa a “uma transformação da
política educativa de um país a nível de estratégias, objectivos e estratégias, objectivos e
prioridades”.

Perspectivas educacionais em Moçambique após independência

Segundo Uaciquete (2010), com a obtenção da independência do país em 1975, Moçambique se


deparou com uma estrutura patrimonial do sistema colonial, tanto material como humana, assim
como, também, com uma educação que foi implementada nas zonas libertadas.

Na área da educação o país deparava com insuficiência das instituições escolares e com a falta
de professores e técnicos para actuarem nesta referida área. O autor citado afirma que durante
muitos anos, vários moçambicanos não frequentaram a escola por razoes decorrentes do sistema
colonial, baseado na descriminação, por este motivo depois da independência, houve a expansão
das escolas que cedeu através das iniciativas das populações e através das campanhas de
alfabetização feitas no pais.
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A Educação antes da Independência

De acordo com, MOREIRA (1999) A história da educação em Moçambique antes da


Independência pode ser dividida em duas etapas relevantes: a educação no período
colonial e a educação no governo de transição.

A Educação no período colonial (1845 – 1974)

A educação neste período foi caracterizada pela dominação, alienação e cristianização.


Foi o período em que surgiu a primeira regulamentação do ensino nas colónias, período
da Monarquia em Portugal, a 2 de Abril de 1845. A 14 de Agosto do mesmo ano, foi
estabelecido um decreto que diferenciava o ensino nas colónias e na Metrópole e criava
as escolas públicas nas colónias.

Em 1846 foi publicada a primeira providência legal para a organização da instrução


primária no ultramar português; depois de 1854 foram criadas, por decreto, as primeiras
escolas primárias na Ilha de Moçambique, no Ibo, Quelimane, Sena, Tete, Inhambane e
Lourenço Marques.

A 30 de Novembro de 1869, foi reformado o Ensino Ultramar, onde se decretava o


ensino primário obrigatório, dividido em dois graus, com duas classes cada, em que as
escolas estavam sob tutela das missões católicas.

Em 1912 foi criada, em Lourenço Marques, a primeira escola secundária em


Moçambique.

Dois subsistemas de ensino do sistema de educação colonial

Um dos maiores marcos da educação colonial em Moçambique é a vigência de dois


subsistemas de ensino, nomeadamente:

 Ensino Oficial – para os filhos dos colonos ou assimilados;


 Ensino rudimentar – para os chamados “indígenas”- os nativos.

Neste sentido, o sistema de ensino em Moçambique era de dois tipos, correspondendo a


duas concepções de educação - para indígenas e educação da elite, para o colonizador e
assimilado.
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O ensino oficial destinava-se à transmissão de valores e padrões aristocráticos. O ensino


para indígenas era para o povo colonizado que praticamente estava reduzido apenas a
aprender a ler, escrever e a domesticação.

A educação no Governo de Transição (1974-1975)

Na visão de Golias (1999), Este período é consequência dos acontecimentos destacados


nos anos anteriores. Por exemplo, a fundação da FRELIMO (Frente de Libertação de
Moçambique), em 1962, permitiu o desencadeamento da luta armada para a libertação
nacional, na sequência da qual, com os Acordos de Luzaka em 1974, condicionou o
surgimento do Governo de Transição. Assim, uma das razões que leva à consideração
deste período prende-se com o facto de que grande parte das transformações no campo
educacional aplicadas a nível nacional teve como origem as experiências levadas a cabo
pela FRELIMO e resultam da visão deste movimento sobre o modelo de sociedade
pretendido e os princípios defendidos durante a Luta Armada.

A FRELIMO implementou um tipo de escola ligada ao povo, às suas causas e


interesses. A educação realizada nestas escolas era essencialmente política e ideológica,
uma vez que estava condicionada pelos factores que têm a ver com a natureza
revolucionária da luta conduzida pela FRELIMO.

A educação pós - Independência

Ao longo deste período, o sistema educativo sofreu várias reformas que tinham em vista
adequar a formação dos moçambicanos aos contextos sócio-políticos, económicos e
culturais, marcado pelo alcance da Independência, em 1975. Neste período, destacam-se
como principais marcos: o surgimento da lei 4/83; da lei 6/92; e da Lei 18/2028.

Antes do Sistema Nacional de Educação (1975 – 1982)


Neste período registaram-se os seguintes factos:
 A nacionalização da educação a 24 de Julho de 1975, e a consequente suspensão
de todas as formas do sistema do ensino colonial português;
 A proclamação do direito à educação para todos os moçambicanos, pela
Constituição da República Popular de Moçambique (20 de Junho de 1975) e a
consequente massificação do acesso à educação em todos os níveis de ensino;
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 A introdução de um currículo educacional transitório do sistema colonial


português para o nacional (1975);
 A criação dos centros de formação de professores primários e a consequente
abolição das instituições portuguesas vocacionadas à formação de professores
(1975). (idem)

O surgimento da lei 4/83 (1983 – 1991)

Em 1983 foi introduzido no Moçambique independente o Sistema Nacional de Educação (SNE)


com a Lei 4/83 de 23 de Março. Depois de introduzido o SNE em 1983, a República de
Moçambique foi experimentando vários cenários, de entre eles há que destacar:

Declínio do crescimento económico devido a destruição de infra-estruturas


educacionais e sociais motivadas pela guerra de desestabilização (1977-1992);

A entrada de Moçambique na economia de mercado (1986);

As sucessivas secas que agravavam a miséria a penúria.

Estes e outros factores fizeram com que houvesse a revogação da Lei 4/83, de modo a adequar
o sistema educativo moçambicano à nova realidade social, política e económica.

Em 1990, é introduzida a Constituição da República, que possibilita a reabertura do


ensino particular em 1991 e o reajustamento da Lei do SNE.

O surgimento da Lei nº 6/92 (1992 - 2018)

A lei nº 6/92 surgiu para reajustar a lei 4/83. Em 2004 é introduzido o Plano Curricular
do Ensino Básico, ora em vigor, em consequência da reforma do currículo escolar
anterior (vide REGEB 2008).

Neste período, nota-se uma educação democrática, baseada na aplicação de métodos de


aprendizagem centrados no aluno, em função da evolução das ciências da educação e do
contexto em que a aprendizagem ocorre.

O surgimento da Lei nº 18/2018

Esta lei traz as seguintes alterações ao SNE:


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o Introdução da educação pré-escolar;


o O ensino primário em seis classes;
o O ensino bilingue como modalidade do ensino primário;
o O ensino básico obrigatório gratuito de nove classes;
o O ensino secundário de seis classes;
o O ensino à distância como modalidade do ensino secundário e superior;
o O perfil de ingresso para formação de professores;
o A Educação Inclusiva em todos os níveis de ensino;
o A educação vocacional.

Impacto da reforma da educação em Moçambique

 Carvalho, (2009, p. 28), Assinala que eles encontraram dificuldades em


determinadas disciplinas, principalmente as novas, pois elas exigem uma formação
específica, como é o caso de Ciências Sociais e no sistema integrado para qual
foram submetidos sem uma formação específica.
 Sobre a importância da capacitação, expõem que os processos de capacitação
precisam estar alinhados com o foco das organizações, pois, ao mesmo tempo em
que tenta resolver problemas do dia-a-dia, a capacitação também deve olhar para o
futuro.
 As organizações e as pessoas precisam estar dispostas a aprender continuamente, a
fim de diminuir a burocracia própria da dinâmica organizacional, entre as
competências que existem actualmente e aquelas que precisam ser desenvolvidas.
 Devido à escassez de oferta de graduados do ESG, o MINED foi obrigado a formar
professores nos Centros de Formação de Professores Primários em programas de
formação de 7ª classe mais dois anos de formação. Em paralelo, o sector ia
recrutando professores sem formação para cobrirem as necessidades e conter o
crescimento do rácio alunos professor.
 Segundo MEC (2010, p. 8), em 2008 foi apresentada a nova reforma curricular para
o Ensino Secundário Geral (ESG) com base num diagnóstico realizado pelo sector
com a participação das Instituições do ES e da sociedade civil. O novo currículo do
ESG apresenta alterações em relação ao currículo anterior que visam adaptá-lo às
necessidades dos graduados e às exigências da sociedade e constitui o
prosseguimento da reforma curricular iniciada no Ensino Primário.
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 Segundo Cavalcanti (2011, p. 31), apesar dos esforços de formação de professores


realizado pelo sector contínua o desafio de recrutar professores para ministarem as
disciplinas profissionalizantes do currículo como sejam, Agro-pecuária, Noções de
Empreendorismo ou Tecnologias de Informação e Comunicação o que tem
dificultado a introdução do Ensino Secundário Profissionalizante em várias escolas
do ESG.
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Conclusão

Depois de uma profunda leitura e a realização do trabalho, concluísse a reforma


curricular trouxe inovações no que concerne ao melhoramento do PEA em
Moçambique. Embora haja dificuldades para uma efectiva educação de qualidade, um
sonho que é difícil para realização do país, devido aos vários factores de entre os quais o
factor financeiro albergar os outros. Também é de salientar que a guerra civil contribuiu
para o aumento de falta de infra-estruturas no país.

Em Moçambique, a educação é um direito de todo o cidadão, independentemente do seu


estado social, raça, naturalidade, religião, etc. [vide Constituição da República, artigo
88].
A reforma do ensino básico em Moçambique foi justificada por factores sócio
económicos e políticos emergentes na altura. O currículo introduzido em 2004,traz
consigo inovações que possibilitam garantir uma formação de um cidadão capaz de
enfrentar as adversidades da sociedade. A organização do ensino por ciclos de
aprendizagem, o novo paradigma de avaliação, a distribuição dos professores no 3º
ciclo, assim como, a introdução das línguas nacionais no ensino (como auxiliares de
aprendizagem e como disciplina) fez com que o currículo do ensino básico tivesse
maior relevância para os seus atores.
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Bibliografia

Equipe editorial de Conceito. De. (3 de Maio de 2014). Conceito de reforma.


Conceito.de. https://conceito.de/reforma

Sousa, A l b e r t o B . reforma da educação, 2016

Golias, Manuel. Educação Básica: temáticas e conceitos. Maputo, DINAME, 1999

Moreira, António Flávio Barbosa (org.). Currículo: Políticas e Práticas, 7ed. SP,
Papiros Campinas, 1999.
Pacheco, José Augusto. Estudos Curriculares: para a compreensão crítica da
educação. Porto Editora, 2006.

INDE/MINED. Plano Curricular do Ensino Básico: Objectivos, politica, estrutura,


Planos de estudo e estratégias de implementação. Maputo, INDE/MINED, 2003.
Elcidio, Ernesto, reforma,SP.2003
Mazula, B. (1995). Educação, Cultura e Ideologia em Moçambique: 1975-1985. S/L:
Edições Afrontamento e Fundo Bibliográfico de Lingua Portuguesa.

Laura, Edvania da. Conceito de educação. 2010

http://ead.mined.gov.mz/manuais/Psicopedagogia/aula1-4.html

MEC & INDE. Plano Curricular do Ensino Secundário Geral (PCESG) — Documento
Orientador, Objectivos, Política, Estrutura, Plano de Estudos e Estratégias de
Implementação. Maputo, 2007
Cavalcanti, José P. A Longa Marcha duma Educação para Todos em Moçambique.
Maputo: Imprensa Universitária, 2011

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