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Resumo
Moçambique é um país situado no sul do continente Africano. Foi uma colónia portuguesa
durante 500 anos e se tornou independente em 1975 depois de 10 anos de luta de
libertaçao nacional encabeçada pela Frente de Libertaçao de Moçambique. A história de
educação moçambicana subdivide-se em três principais períodos: educação tradicional,
educação colonial e educação pós independência. Salienta-se que embora a educação
tradicional se considere como um período, pelas suas carateristicas ela atravessa em todos
os periodos na medida em que é uma manifestação da cultura autotene. Com uma
população estimada em mais de 24 milhões de habitantes, moçambique passou desde a
independência por diferentes cenários que obrigou a adaptar constantemente o seu sistema
de educação. O presente trabalho faz uma análise descritiva do processo de reforma
curricular no ensino básico em Moçambique que teve lugar em 2004. Com a reforma do
ensino básico pretendeu-se que o ensino fosse relevante-um ensino que formasse cidadãos
capazes de saber, saber ser, estar e conviver com os outros e saber fazer. Essa forma de
pensar o ensino, fez com que houvesse a introdução de novas disciplinas e a
reestruturação do ensino básico. Uma das disciplinas que foi introduzida e que vai constituir
o foco de análise deste trabalho é a disciplina de oficios. Com a introdução desta disciplina,
foi evidente a importância que o sistema educativo deu às atividades manuais – o saber
fazer. A produçao deste artigo teve como base a leitura bibliográfica assim como a minha
experiência como formador de professores primários (2003-2010) que me dispertou o
interesse em fazer análises do curriculo do ensino básico.
Introdução
O presente trabalho faz uma análise descritiva do processo de reforma curricular no ensino
básico em Moçambique. Esta reflexão, parte do pressuposto de que as diferentes
metamorfoses do processo de construção e desconstruçao do estado moçambicano desde
a independência nacional (1975) contribuiram de forma decisiva para a reforma curricular do
ensino básico de 2004. Com a reforma do ensino básico pretendeu-se que o ensino fosse
relevante, um ensino que formasse cidadaos capazes de saber, saber ser, estar e conviver
com os outros e saber fazer. Com esta forma de pensar o ensino, foram introduzidas novas
disciplinas, foi restruturado o ensino básico em ciclos de aprendizagem, assim como foi
introduzido um novo paradigma de avaliação dos alunos baseado na progressão por ciclos
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Poster para ser apresentado no 11º encontro de pesquisa em educação da região sudeste 2014, no eixo temático
Pesquisa e Práticas Educacionais.
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Licenciado em Pedagogia e Psicologia, Mestrado em Educação/Formação de Formadores pela Universidade
Pedagógica- Moçambique; Doutorando do Programa de Pós Graduação em Educação na UFF, Campo de
confluência de Estudos de Cotidiano e Educação Popular; Bolsista do Programa CNPq/MCT-Mz.
adiassane@yahoo.com.br
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de aprendizagem. Uma das disciplinas que foi introduzida e que vai constituir o foco de
análise deste trabalho é a disciplina de oficios. Com a introdução desta disciplina, foi
evidente a importância que o sistema educativo deu às atividades manuais – o saber fazer.
A produçao deste artigo teve como base a leitura bibliografica assim como a minha
experiência como formador de professores primários (2003-2010) que me dispertou o
interesse em fazer análises do curriculo do ensino básico.
1. Contextualização
1. Provincia do Niassa
2. Prov. Cabo Delgado
3. Prov. de Nampula
4. Prov. Da Zambezia
5. Prov. de Tete
6. Prov de Manica
7. Prov de Sofala
8. Prov de Inhambane
9. Prov de Gaza
10. Prov de Maputo
11. Cidade de Maputo
(Capital do país)
denota uma remoção das práticas que anteriormente eram vigentes e que esse processo
cria no público-alvo um conjunto de expectativas.
Estas reformas são necessárias para o desenvolvimento económico, político e social
de um determinado país, razão pela qual o Banco Mundial e o FMI entram nesses
processos, não apenas como financiadores mais também como delineadores de políticas
educativas em nome da qualidade de educação.
Desta forma, o MEC reconhecia que o anterior currículo não se adequava com as
exigências sociais na vertente da formação integral do indivíduo.
Um dos aspectos que podemos tirar ilação desta reforma curricular no Ensino
Básico é facto de ter sido desenhado de forma centralizada e vertical em que os conteúdos
são apresentados de forma homogénea e central para todo o país, embora ao longo do
plano curricular se privilegie a consideração dos aspectos locais. Ora, esta forma de
conceber os curricula pode limitar a iniciativa do professor na operacionalização dos
programas, uma vez que ele (professor) pode estar a pensar que a sua margem de
“manobra” apenas se situa naqueles limites estabelecidos pelos programas ou pelo projecto
curricular.
Segundo PEREIRA (2011), a inovação curricular tem de ser entendida como sendo
“introdução de mudanças de forma planificada visando produzir uma melhoria da ação
educacional”. A inovação curricular parte de uma intenção deliberada de modificação de
uma dada situação com a crença de que esta ação pode ser ousada de outra forma. A
inovação curricular pode envolver a uma parte do processo de ensino-aprendizagem.
Assim, por inovação curricular, pode ser percebida como sendo a criação de respostas
novas aos desafios oferecidos por um dado contexto educacional, a partir da análise e
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Segundo MOREIRA (2003, p.40), “a educação não pode ser reduzida à formação de
consumidores competentes. Ela supõe a formação de sujeitos históricos, activos, criativos e
críticos, capazes de não apenas se adaptar à sociedade em que vivem, mas de transformá-
la e de reinventa-la”. Na óptica deste autor, a educação tem que responsabilizar em formar
cidadãos capazes de com os seus conhecimentos serem autosustentáveis, assim como
capazes de resolver problemas que podem apoquentar a sua família e a comunidade que
lhe rodeia. Esta visão de educação, só é possível se optar numa formação virada para o
desenvolvimento de competências.
Uma das questões que se pode discutir nos meandros científicos é a necessidade
da introdução da disciplina de Ofícios neste currículo. A respeito dessa questão, convém
explicarmos aqui alguns aspectos que justificam o surgimento de uma disciplina. Um dos
aspectos que justifica o surgimento de uma disciplina num currículo é “a ideia do
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conhecimento escolar para vida quotidiana dos alunos”, MOREIRA (2003). Isto quer alertar
que ao se introduzir uma disciplina num currículo, ela deve visar a resolução de um
problema imediato relacionada com a vida diária dos alunos. Dessa forma, a maior parte
das disciplinas estabelece-se no currículo não por constituir áreas científicas importantes na
sociedade, mas por se mostrar capaz de lidar com os problemas quotidianos da sociedade.
Esta visão de criação ou surgimento das disciplinas, MOREIRA (2003) habilitou de critério
de utilidade.
educação parte do pressuposto de que há uma necessidade dos alunos apreenderem por si
mesmos novos conhecimentos e não a obtenção de conhecimentos prontos e acabados
que fazem parte da nossa cultura, ciência e sociedade. Esta visão de conceber a aquisição
do conhecimento, na óptica de SOARES e PINTO (s/d) é para que os alunos se tornem
pessoas capazes de enfrentarem situações diferentes em condições diversificadas, que
façam com que eles busquem novos conhecimentos e habilidades. Na perspectiva de
POZO e ECHEVERRIA (1998) citado por SOARES e PINTO (s/d:1),
Vê-se claramente que a disciplina de Ofícios segundo os seus objetivos se alinha nesta
perspectiva de preparar indivíduos capazes de resolver os seus problemas e da
comunidade promovendo autosuficiência. Nessa óptica, segundo MEC/INDE (2004, p.514)
pretende-se com a disciplina de Ofícios que os alunos estejam em condições de:
Conclusão
Referência bibliográfica
Assane, A.I. Análise do Novo Currículo do Ensino Básico: perspectivas da sua
implementação caso do EPC de Muecate, Monografia Científica para obtenção do grau
académico de licenciatura em Pedagogia e Psicologia. Departamento de Ciências
Pedagógicas. Nampula, Universidade Pedagógica, 2005. 68p.
GOLIAS, Manuel. Educação Básica: temáticas e conceitos. Maputo, DINAME, 1999
INDE/MINED. Plano Curricular do Ensino Básico: Objectivos, politica, estrutura, planos de
estudo e estratégias de implementação. Maputo, INDE/MINED, 2008.
INDE/MEC. Plano Curricular de Formação de Professores para o Ensino Primário.
Maputo, INDE/MEC, Dezembro de 2006.
INDE/MINED. Plano Curricular do Ensino Básico: Objectivos, politica, estrutura,
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