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Unidade 02
Inovação
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06/10/2022 20:02 IESB
CENÁRIO PRÁTICO
Os benefícios que as novas tecnologias geram são inúmeros e se estendem a cada um dos
setores sociais, desde a área empresarial até a da saúde. Para ilustrar melhor, pense nas
competições paraolímpicas em que atletas com diferentes deficiências conseguem ter uma vida
normal, praticar esportes e participar de grandes competições, conquistando, inclusive,
resultados comparados aos de um atleta sem necessidades especiais.
Este é o caso do alemão Markus Rehm, cuja perna foi amputada na adolescência após um
acidente de barco. Em 2015, ele conseguiu a marca de 8,40 m no salto à distância utilizando uma
prótese de fibra de carbono. A boa notícia é que essa tecnologia não fica restrita apenas aos
esportistas, pois existem tipos de próteses adaptados ao estilo de vida de cada pessoa. Assim,
ela pode andar, pular e correr normalmente, realizando movimentos cada vez mais precisos e, o
mais importante, participar novamente das atividades sociais.
Com base no texto acima, reflita sobre o impacto das inovações em sua vida. Para facilitar,
considere um aplicativo simples, como o WhatsApp. De que forma ele alterou sua vida? Como
você utiliza essa ferramenta em seus relacionamentos pessoais e profissionais? Você consegue
lembrar, como era o seu relacionamento com esses grupos antes do aplicativo? São questões
interessantes! Vale a reflexão!
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Unidade 02
Aula 01
Um Passado de Inovações
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Vamos voltar ao séc. XVIII e entender como o mundo funcionava nesta época. A agricultura era a
principal atividade econômica em todos os países. As mercadorias eram feitas artesanalmente,
produzidas uma a uma e nenhum produto era exatamente igual ao outro. As fábricas não existiam.
As corporações de ofício, associações que surgiram a partir do século XII, regulamentavam as
profissões e o processo do sistema doméstico de produção. Esse sistema não separava a vida
familiar das tarefas do trabalho e as unidades de produção artesanal eram marcadas pela
hierarquia (mestres, oficiais e aprendizes) e pelo controle da técnica de produção das mercadorias
pelo produtor. O aumento da produção dependia de um aumento proporcional dos fatores de
produção utilizados. Assim, para dobrar a produção, dobrava-se o número de trabalhadores, a
quantidade de insumos e a área das oficinas, replicando as práticas de produções existentes.
O século XVIII ficou conhecido como o “Século das Luzes”, pois as ideias iluministas promovidas na
Europa,por filósofos, se espalharam pelo mundo e inspiraram inúmeras revoluções. Diversas
transformações políticas e econômicas ocorreram e muitas já haviam se estabilizado em uma nova
posição de equilíbrio, entretanto o mesmo não ocorreu com a Revolução Industrial, que continuava
seu processo de transformações na Inglaterra (LANDES, 2005). Diversos fatores de ordem técnica,
institucional, social e econômico explicam seu surgimento naquele país. Essa revolução
transformou o mundo por meio, inicialmente, de uma lenta difusão de inovações que se
concentraram na indústria têxtil e em menor medida na fabricação de ferro.
Quando Adam Smith escreveu o livro “A Riqueza das Nações”, em 1776, a revolução industrial já
estava efetivamente em marcha, promovendo o aumento da produtividade e o crescimento
econômico da Inglaterra. Uma sucessão de inovações tecnológicas, iniciadas nas etapas de fiação e
em seguida na tecelagem, permitiu que o custo de produção dos tecidos baixasse rapidamente,
estimulando a expansão do mercado.
Essas inovações eram de natureza essencialmente prática, desenvolvidas por mecânicos, ferreiros e
carpinteiros praticamente sem formação científica. Conforme Tigre (2006, p. 19), a ciência ainda
não constituía uma resposta ao objetivo de aumentar a produção de bens, de forma a atender às
necessidades humanas.
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À medida que as inovações eram implementadas em uma etapa da cadeia, elas contribuíam para
agravar o desequilíbrio nas demais etapas do processo produtivo, pois ao aumentar a produtividade
de uma tarefa criavam-se gargalos nas demais. Como consequência, as inovações na indústria têxtil
surgiram em uma sequência de desafios e respostas às situações de desequilíbrio que foram
surgindo ao longo da cadeia produtiva (TIGRE, 2006).
Essa mesma lógica de desenvolvimento foi observada no grande ícone da revolução industrial, a
máquina a vapor. Em 1698, Thomas Savery inventou a primeira máquina a vapor, ela foi batizada
com o nome de “máquina de aquecer”. O invento de Sarvey não possuía nenhuma aplicação prática
viável. Entretanto, pouco mais de uma década depois, em 1712, Thomas Newcomen criou um
motor a vapor, chamado de Máquina Atmosférica Newcomen. Esse foi o primeiro dispositivo
prático a aproveitar o vapor para produzirtrabalho mecânico. Seu desempenho, porém, era de
apenas 1%, ou seja, para cada 100 unidades de energia, apenas uma era transformada em unidade
de força. Muito pouco, não é? Mas, o que você não sabe! É que esse pouco foi de uma importância
fundamental para a produção de carvão mineral. O bombeamento de água nas minas de carvão, na
Inglaterra, foi sua única aplicação economicamente viável. Seu uso permitiu que a produção de
carvão mineral dobrasse até o ano de 1750.
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Moreno (1999 apud TIGRE, 2006, p. 21) destaca que a oferta de carvão vegetal, aquele que é
produzido pela queima das árvores, estava diminuindo. As florestas naturais na Inglaterra estavam
acabando! Olha só o problemão. A principal fonte para a geração de energia a vapor estava
acabando! E a produção de carvão mineral não era suficiente para compensar a escassez do que era
produzido pela queima das árvores. Esse problema em relação à principal fonte de energia das
máquinas a vapor, possibilitou novas invenções. E, não vamos nem pensar, por enquanto, nos
problemas ambientais que isso estava causando.
Muito tempo depois, em 1769, outro passo fundamental foi dado por James Watt, que melhorou a
máquina a vapor de Newcomen. Sua invenção permitiu um melhor aproveitamento da energia que
era desperdiçada a cada golpe do pistão. Sua inovação é considerada decisiva para a viabilização do
vapor, não apenas em razão da economia de combustível, mas também por abrir caminho para
aumentos contínuos de eficiência que permitiram que a máquina a vapor fosse utilizada em todos
os ramos da economia. Mais uma vez observa-se que as inovações surgem em uma sequência de
desafios e respostas a situações de desequilíbrio ao longo de uma cadeia produtiva.
E, como uma inovação leva a outra, o uso do carvão mineral na metalurgia permitiu melhoramentos
na qualidade do ferro, tornando-o mais resistente, isso possibilitou, por sua vez, aprimoramentos
nas máquinas a vapor, que ao utilizá-lo em sua fabricação, tornaram-nas mais leves, mais potentes e
se difundiram por diversas indústrias. Os transportes se beneficiaram especialmente dessas
inovações. A máquina a vapor foi fundamental no nascente transporte ferroviário e na navegação.
Antes da revolução industrial, a Inglaterra baseava-se em uma economia quase totalmente rural
com produção agrícola apenas para a subsistência de sua população e, além disso, possuía uma
produção artesanal, realizada no sistema familiar, que não almejava comércio e destinava apenas a
atender às necessidades das pequenas comunidades locais.
No entanto, a partir do século XV, a era das grandes navegações, a integração com outros países
aumenta e a economia deixa de ser local. Os comerciantes começam a fornecer a matéria-prima aos
trabalhadores fora da jurisdição das corporações de ofício e a controlar a comercialização dos
produtos finais. Implementa-se na Inglaterra, um sistema conhecido como putting-out, no qual
destaca-se a figura do comerciante capitalista, isto é, do intermediário entre a produção e a
comercialização (OLIVEIRA, 2017).
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Nesse período, o sistema familiar perde espaço e se consolida o sistema doméstico de produção,
aquele que no século XVIII vai dar lugar ao sistema de produção fabril. No sistema doméstico de
produção, os trabalhadores, além de produzir em suas casas, possuíam as ferramentas necessárias
para a realização das atividades. Eles detinham o controle das técnicas e do processo de trabalho
que empregavam, essa característica vai ser replicada no sistema doméstico de produção, com a
sutil diferença que as ferramentas passam a ser dos mestres artesãos.
Antes de continuarmos, precisamos entender o que é esse tal sistema putting-out. Ele representa
uma forma de trabalho terceirizado. Os primeiros sistemas desse tipo surgiram no século XIII pela
Europa e Ásia e possibilitaram uma forma de divisão de trabalho. Por exemplo, na produção têxtil, a
fiação, a tecelagem, o acabamento e o tingimento dos tecidos foram estabelecidos em diferentes
localidades, diferentes vilas. Esta divisão de trabalho gerou uma série de problemas de
coordenação entre as vilas. Em decorrência deste problema, surgiu a figura do coordenador central
que, na maioria das vezes, era representada pelo artesão que se situava no fim ou no início do
processo de produção, e que conectava sua estrutura de produção aos mercados (HUBERMAN,
1986).
Agora que você já sabe o que é o sistema putting-out, vamos ver como foi que a revolução industrial
acrescentou a ele dois novos aspectos fundamentais para a consolidação do capitalismo: (1) o
primeiro foi concentrar artesãos independentes em um mesmo teto, facilitando a logística de
transportes e ainda mais a divisão de trabalho; (2) segundo foi a introdução de automação, através
do uso de máquinas e equipamentos que aumentavam a produtividade e reduziam a dependência
do trabalho artesanal.
Além disso, o capital físico (imóveis e ferramentas), que antes pertencia aos artesãos, passou a ser
de propriedade do dono da fábrica, que passou a ser chamado de capitalista por possuir a
quantidade de capital necessária para comprar as máquinas que estavam revolucionando a
produção. Simultaneamente, o capital intelectual dos mestres artesãos, dos oficiais e dos
aprendizes, ou seja, seus conhecimentos técnicos estavam sendo apropriados pelas fábricas por
meio da incorporação desses conhecimentos no desenvolvimento dos processos organizacionais
que possibilitavam a divisão do trabalho em parte menores.
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A primeira revolução industrial serviu de base para diversos estudos econômicos, pois as
transformações técnicas estavam proporcionando não só o crescimento da nascente indústria
como também o desenvolvimento econômico da Inglaterra.
Adam Smith foi o primeiro a reconhecer a relação entre mudança tecnológica e crescimento
econômico. Ele identifica duas inovações que favoreciam o crescimento da produtividade: a divisão
social do trabalho e a adoção de máquinas. Utilizando o famoso exemplo da fábrica de alfinetes,
Smith constata que, subdividindo as tarefas necessárias para a produção em diferentes etapas, em
que cada trabalhador seria responsável por uma função específica, a produtividade aumenta de
forma significativa em relação ao processo artesanal.
A divisão do trabalho, na medida em que pode ser introduzida, gera, em cada ofício, um
aumento proporcional das forças produtivas do trabalho. A diferenciação das ocupações e
empregos parece haver-se efetuado em decorrência dessa vantagem. Essa diferenciação,
aliás, geralmente atinge o máximo nos países que se caracterizam pelo mais alto grau da
evolução, no tocante ao trabalho e aprimoramento; o que, em uma sociedade em estágio
primitivo, é o trabalho de uma única pessoa, é o de várias em uma sociedade mais evoluída.
Em relação à utilização de máquinas adequadas a cada função, Smith (1982) afirma que as mesmas
proporcionam uma maior facilidade de execução e abreviação do trabalho. A força motriz substitui
a força humana, permitindo o aumento do ritmo de trabalho e a incorporação de trabalhadores
menos habilitados técnica e fisicamente. E, afirma que nem todos os aperfeiçoamentos
introduzidos em máquinas representam invenções por parte daqueles que utilizavam essas
máquinas. Muitos deles foram efetuados fabricantes das máquinas e outros pelos filósofos, pessoas
cuja atividade é não fazer nada, além de observar tudo, e ser capaz de combinar os poderes de
objetos distantes e diferentes, como explicou Adam Smith em sua obra (SMITH, 1982).
O termo cientista somente apareceu no século XIX, conforme Tigre (2006, p. 27).
David Ricardo, por sua vez, dedicou-se, principalmente, à análise dos impactos dessas inovações
sobre o emprego e a renda.
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Ele segue o postulado de Smith de que o aumento do capital constitui a principal fonte de
crescimento. Entretanto, constata que a introdução de uma nova máquina substitui o
trabalho humano, provocando o aparecimento do desemprego. Na medida em que o capital
aumenta, há um crescimento proporcionalmente maior do uso de máquinas. Com o
crescimento da produção, a demanda por trabalho também segue aumentando, mas em
menores proporções e de forma decrescente. Ricardo faz a primeira análise econômica da
questão da substituição do trabalho por capital na indústria, abordando a questão da
perda de empregos e salários dos trabalhadores.
A preocupação de Marx com a questão tecnológica não estava restrita a seu papel no
desenvolvimento econômico, mas contemplou principalmente a análise de seus impactos sociais. A
tecnologia permitia às empresas aumentar a exploração da força de trabalho, utilizando os
mecanismos econômicos. Ao substituir a mão de obra por máquinas reduzia os salários, aumentava
o desemprego e criava um exército de desempregados, disposto a aceitar salários menores e piores
condições de trabalho.
Karl Marx fez sua análise do capitalismo em meados do século XIX, ele utilizou o termo proletário
para identificar a classe dos trabalhadores sempropriedadede meios de vida docapitalismo
industrial. E, por extensão, o termoproletarização significa a separação dos homens dos seus meios
de produção.
Você deve estar se perguntando, por que estudar sobre a primeira revolução industrial? Isso
aconteceu há muito tempo! Já é história!!! Pois, é! Mas a história se repete.
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Você sabia que o processo de proletarização está acontecendo de novo? E aqui no Brasil? E com
uma profissão tida como uma das mais importantes?
SAIBA MAIS
Brasil tem mais cursos de Direito do que todos os outros países do mundo juntos.
O Brasil possui 1.240 cursos superiores deDireito. Com esse número, o país se consagra como a
nação com mais cursos de Direito do mundo todo. A soma total de faculdades de direito no
mundo chega a 1.100 cursos. As informações foram divulgadas hoje, no blog Leis e Negócios do
Portal IG.
O número de advogados também é bastante alto, chegando a 800 mil. Mas, segundo o blog,
poderiam existir muito mais. Conforme afirma a reportagem, se todos os bacharéis em Direito
passassem no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – pré-requisito para poder
advogar no Brasil -, o país computaria mais de três milhões de advogados.(GUIA DO
ESTUDANTE, 2010,s.p)
No mundo todo, existem menos de 1200 faculdades de Direito. É isso mesmo o que você
pensou: se somarmos todas as faculdades de Direito do mundo, não chegamos ao número de
faculdades existentes só no Brasil.
Somos o país com o maior número de advogados do mundo, 1 milhão e 100 mil profissionais. E,
mantendo-se o ritmo de crescimento dos últimos anos, chegaremos ao inacreditável número de
2 milhões de advogados no ano de 2032. A título de comparação, existem cerca de 450 mil
médicos.
O ritmo de novos profissionais de Direito que se formam é frenético, chegando a uma média de
quase 200 novos profissionais por dia. (BONELI, 2019, s.p)
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06/10/2022 20:02 IESB
Agora que já sabemos que nosso país possui mais cursos de Direito do que todos os países
desenvolvidos juntos, vamos ver as repercussões disso na prática, no mercado de trabalho, pela
perspectiva de um profissional da área. O autor do artigo a seguir é professor de Direito
Constitucional em uma Universidade Federal e Procurador do Ministério Público do Trabalho no
Rio de Janeiro.
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06/10/2022 20:02 IESB
NA-PRATICA
A proletarização do advogado no Brasil
Quem circula pelos fóruns do Rio de Janeiro já deve ter percebido a nova estratificação social da
classe dos advogados. Além dos tradicionais “profissionais liberais”, donos ou sócios de seus
escritórios, os corredores da Justiça estão apinhados de “advogados cotinhas”, “advogados
audiencistas” e “advogadosprêt-a-porter“.
Estes advogados, em geral, trabalham em longas jornadas de dez horas, sob controle direto; seu
trabalho muitas vezes é repetitivo, quase mecânico (como se sabe, algumas das petições já são
feitas por robôs, isto é, programas de computador aptos a produzir petições padronizadas).
Ao final do mês, recebem um valor fixo pelo trabalho despendido, sem qualquer acesso à
contabilidade da sociedade e nenhuma participação efetiva nos seus resultados. Para esses
profissionais, raramente há benefícios sociais como auxílio alimentação ou vale-transporte. Não
há proteção contra doenças ou acidentes. As advogadas “associadas” que engravidam não têm
qualquer garantia e muitas são despedidas em razão desta condição ou voltam a trabalhar
poucos dias após o parto.
Esta figura jurídica (“advogado associado”) não consta da Lei 8906/94, tendo sido criada por
autorização desta (art. 54, inc. V) no Regulamento Geral da OAB que, em seu art. 39,
estabeleceu a possibilidade de associação para participação em resultados, “sem vínculo de
emprego”.
Obviamente que este dispositivo não tem eficácia para afastar, por si só, a possibilidade de
reconhecimento de existência de trabalho subordinado, até porque não pode um “regulamento”
de uma entidade paraestatal legislar sobre Direito do Trabalho, sob pena de usurpar a
competência do poder legislativo federal na matéria.
Observe-se que, nitidamente, o propósito do Regulamento da OAB foi permitir que advogados
se unam para atender determinado cliente ou atuar conjuntamente em certas causas,
preservando, para cada qual, o caráter liberal do exercício da profissão. Porém, o que se vê na
prática é que grandes escritórios usam este dispositivo para mascarar uma evidente relação de
emprego. Em uma palavra bastante simples: fraude.
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06/10/2022 20:02 IESB
Se esses problemas sociais serão resolvidos algum dia não sabemos; eles estão por certo além da
capacidade dos atores sociais no momento. O que cabe aos operadores do Direito que ainda
guardam um razoável senso de justiça é reprimir os seus nefastos efeitos e vícios.
O Ministério Público do Trabalho, provocado por dezenas de denúncias, tem atuado de forma
sistemática para coibir estas fraudes, que não só violam os direitos sociais dos advogados
empregados, como acarretam grave sonegação fiscal e previdenciária.
É desanimador perceber que uma entidade como a OAB, que frequentemente se arvora em
defensora dos direitos humanos e da democracia, tenha decidido claramente o seu lado: atuar
como uma guilda patronal na defesa dos grandes escritórios que, inegavelmente, se
transformaram em poderosas organizações empresariais.
Exemplo disto foi a impetração de mandados de segurança na Justiça Federal pela seção
fluminense da OAB contra investigações da Procuradoria Regional da Primeira Região sobre a
condição de empregados de advogados em alguns conceituados escritórios.
Não é possível que a OAB compactue com o argumento do patronato da advocacia, que
frequentemente alega que estes advogados “conhecem perfeitamente a lei” e por isso “não
desejam trabalhar como empregados”....
(CASAGRANDE, 2018, s.p).
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06/10/2022 20:02 IESB
Esses robôs, robots ou simplesmente bots, em inglês, são capazes de produção de linguagem natural,
o que significa que eles são capazes de produzir textos inteligentes, escritos da mesma forma que
um ser humano faria a partir de dados computados; reconhecer e transcrever a fala humana em
textos utilizáveis, isso é tão comum que você provavelmente usa essa função em seu smartphone;
estabelecer diálogos em processos remotos de atendimento ao consumidor: vão desde chatbots
mais simples até sistemas avançados de interação telefônica com o consumidor; na automação de
processos, usando scripts e outros métodos para automatizar a ação humana; ler e processar a
linguagem natural usado em análise de textos, facilitando a compreensão de estruturas e dando
sentido às sentenças, aos sentimentos e intenções através de métodos estatísticos e de
aprendizagem de máquina.
Parece coisa de filme de ficção científica, mas não é! No Brasil, segundo a Associação Brasileira de
Lawtechs e Legaltechs (AB2L) já existem mais de 100 lawtechs e legaltechs atuando no país, esses
termos têm o mesmo significado e representam startups voltadas para soluções de rotina jurídica.
Essas empresas são atualmente classificadas em sete categorias distintas:
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06/10/2022 20:02 IESB
Todas essas categorias de startups têm como objetivo a otimização do tempo e o aumento da
produtividade.
Assim, podemos afirmar que ao modificar seu processo artesanal de trabalho, por um processo que
inclui a incorporação de novas tecnologias existe a necessidade de readequar as pessoas a uma
nova forma de trabalho, a fim de aumentar a produtividade do escritório ou departamento jurídico.
Gente!!! Adam Smith escreveu isso em 1776, ao analisar a primeira revolução industrial, enquanto
ela ainda estava acontecendo! Agora, relembremos o que David Ricardo escreveu em 1817. “[...] a
introdução de uma nova máquina substitui o trabalho humano, provocando o aparecimento do
desemprego” (RICARDO apud TIGRE, 2006, p.27). Por fim, vejamos, mais uma vez, o que o Prof.
Casagrande registrou sobre a atual realidade laboral dos advogados no Brasil:
[...] Estes advogados, em geral, trabalham em longas jornadas de dez horas, sob controle
direto; seu trabalho muitas vezes é repetitivo, quase mecânico (como se sabe, algumas das
petições já são feitas por robôs, isto é, programas de computador aptos a produzir petições
padronizadas)[...].
Entender os grandes ciclos de incorporação de inovação nos ajuda a entender como as inovações
estão contribuindo para as mudanças exponenciais da sociedade atual.
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ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
Com base no texto dessa aula, assinale a alternativa correta em relação aos impactos no
desenvolvimento das atividades produtivas em decorrência da primeira revolução industrial.
Essa revolução transformou o mundo por meio, inicialmente, de uma lenta difusão
de inovações que se concentram na indústria têxtil e em menor medida na
fabricação de ferro na Inglaterra. Além disso, a produção de carvão vegetal estava
em declínio e as florestas naturais estavam acabando na Inglaterra.
A máquina a vapor, inventada por Sarvey foi fundamental para o aumento da produção
de carvão vegetal na Inglaterra.
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ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
Com base no texto dessa aula, assinale a alternativa correta em relação aos aspectos
sócioeconômicos relativos à primeira revolução industrial.
Karl Marx não se preocupou somente com a questão tecnológica que estava
restrita a seu papel no desenvolvimento econômico, mas contemplou
principalmente a análise de seus impactos sociais. A tecnologia permitia às
empresas aumentar a exploração da força de trabalho, utilizando os mecanismos
econômicos. Ao substituir a mão de obra por máquinas, reduzia os salários,
aumentava o desemprego e criava um exército de desempregados, disposto a
aceitar salários menores e piores condições de trabalho.
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Para Karl Marx, o sistema econômico não poderia ser moldado apenas pela
tecnologia, visto que dependia de uma série de outros fatores, mas ele entendia que
a invenção da máquina a vapor foi um fator essencial para o avanço do capitalismo.
Em sua visão, o desenvolvimento tecnológico, a partir da revolução industrial
passou a servir ao processo de acumulação de capital e apresentar um viés de
substituição de trabalho por máquinas.
Karl Marx criou o sistema conhecido como putting-out para explicar suas análises
sobre os impactos sociais da revolução industrial.
Fechamento
Nesta primeira aula da unidade 2, vimos os principais elementos da primeira Revolução Industrial e
traçamos um paralelo entre o contexto da Inglaterra do século XVIII com a realidade do mercado
jurídico no Brasil. Entender o impacto da adoção de inovações em termos de produtividade das
empresas e suas consequências no contexto social são extremamente relevantes. Lembre-se, você
está construindo uma base conceitual para poder compreender melhor o mundo que o cerca.
Espero que você tenha aprendido muito com essa aula. Parabéns!!! E até a próxima!
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Unidade 02
Aula 02
Olá! Bem-vindos, mais uma vez! Na aula de hoje, veremos outra revolução industrial, a Segunda Revolução
Industrial. Agora, a revolução se espalhou pelo mundo e as mudanças são mais impactantes. Energia
elétrica, telecomunicações, transportes, modelos de gestão, coisas que são mais próximas do nosso dia a
dia começaram a surgir. Tenho certeza de que essa aula vai ser no mínimo interessante! Aproveite e bons
estudos!
Chandler, considerado o pioneiro no estudo histórico das grandes corporações, realizou um estudo
de história comparada sobre a evolução da moderna empresa industrial nos EUA, Inglaterra e
Alemanha. Com base na análise das duzentas maiores empresas industriais desses países,
identificou-se a origem e o crescimento da grande empresa moderna em uma cadeia de sistemas de
inovações interligadas (BELLINGIERI, 2012).
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O primeiro conjunto de inovações que favoreceu essa nova revolução, provocou uma revolução no
campo dos transportes e das comunicações. Esse conjunto é representado pela ferrovia, derivada
da máquina a vapor e do telégrafo, derivado do eletromagnetismo. Essas invenções facilitaram um
aumento substancial tanto no volume quanto na velocidade da produção. A gradativa unificação
dos mercados, tanto pela comunicação quanto pelos transportes, promoveu, ao mesmo tempo, a
internacionalização e a concentração do capital. Além das inovações nas áreas de transportes e das
comunicações, três outros sistemas de inovações contribuíram para alterar a estrutura da indústria,
gerando novos modelos de empresas e mercados: a eletricidade, o motor a combustão e as
inovações organizacionais promovidas por Taylor e Ford.
Essas inovações contribuíram para a mudança do centro dinâmico do capitalismo da Inglaterra para
os Estados Unidos e, em menor escala, para a Alemanha e a França.
No campo da eletricidade, a empresas que surgiram nessa época se tornaram paradigmas no século
seguinte. A eletricidade demorou várias décadas para produzir impactos econômicos. Tigre (2006,
p. 49) cita uma lista de empresário-inventores que praticamente monopolizaram o setor, desde a
produção de equipamentos de geração, de transmissão e a aplicação de energia. Nomes de
inventores como Werner Siemens, Alexander Graham Bell, Thomas Edison, Elihu Thompson e
George Westinghouse se confundem com as grandes empresas que dominaram o século XX e ainda
se destacam no século XXI.
A Siemens, criada por Werner Siemens em 1847, sediada na Alemanha, é atualmente o maior
conglomerado industrial da Europa e um dos maiores do mundo, possui um total de 15 divisões e
atua principalmente em três frentes: automação, digitalização e eletrificação. No início, fabricava
equipamentos telégrafo se foi diversificando sua atuação ao longo dos anos. Atualmente, a empresa
está também nas áreas de material elétrico, sistemas de vigilância,softwares, infraestrutura do setor
energético, com destaque para energias limpas e renováveis, transportes públicos com a
construção de trense metrôs, equipamentos hospitalares,automação industrial, serviços
financeiros, eletrodomésticos, autopeças, entre outras.
A General Eletric (GE) surge em 1892, com a fusão das empresas Edison Electric Light Company,
fundada em 1878 por Thomas Edison com a Thomson-Houston Electric Company, fundada por Elihu
Thompson em 1882). Atualmente, a GE é um conglomerado industrial, o terceiro maior em
faturamento dos Estados Unidos e atua em 16 segmentos:aviação,software, conexões de energia,
pesquisa global, assistência médica, iluminação,petróleo e gás,energia renovável, transportes e
capital, serviços financeiros, dispositivos médicos, ciências da vida, produtos
farmacêuticos,indústria automotiva e indústrias de engenharia.
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SAIBA MAIS
A Guerra das Correntes(ou Batalha das Correntes) foi uma disputa entre Nikola TeslaeThomas
Edisonque ocorreu nas duas últimas décadas do século XIX. Os dois tornaram-se adversários
devido à campanha publicitária de Edison pela utilização da corrente contínua para distribuição
de eletricidade, em contraposição à corrente alternada, defendida por Westinghouse e Nikola
Tesla.
A Westinghouse é atualmente uma das maiores e mais diversificadas empresas dos Estados Unidos
que atua nos segmentos de eletroeletrônicos, iluminação, energia, energia nuclear, aeroespacial,
naval e defesa. A titulo de curiosidade as câmeras que registraram o primeiro passo do homem na
Lua foram produzidas pela empresa, assim como o reator do Nautilus, o primeiro submarino
nuclear dos Estados Unidos.
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Deseconomias de escala? O que é isso? Bem, vamos entender dois conceitos econômicos bastante
utilizados, principalmente nessa época. Vamos começar pelas economias de escala. As economias
de escala são aquelas em que o aumento na produção resulta em uma queda do custo médio do
produto. Para aumentar sua produção, é comum que a empresa tenha de aumentar também os
fatores produtivos utilizados no processo, como sua quantidade de máquinas e seu número de
trabalhadores. A economia de escala acontece quando o custo desse investimento cresce menos do
que a produção resultante dele. O conceito de economia de escala é, portanto, uma relação não
proporcional entre os custos médios dos produtos e o volume de produção.
A deseconomia de escala, por sua vez, é o processo inverso ao da economia de escala. Ela acontece
quando o custo com os fatores de produção cresce mais do que a produção resultante desse
investimento, resultando em um aumento no custo médio por unidade produzida. Em seu processo
de crescimento, as grandes empresas enfrentavam problemas sérios relacionados com a junção
entre os investimentos realizados e o crescimento da produção.
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Como vimos em nossa última aula, o trabalho de David Ricardo serviu de base para duas linhas
teóricas distintas, os neoclássicos e o marxismo. Um dos pontos que essas correntes teóricas
divergiam, era sobre aforma pela qual as empresas se apropriavam dos desenvolvimentos
tecnológicos.Os neoclássicos consideravam que a tecnologia era um elemento exógeno às
empresas, isto é, que ele estava presente no mercado e, consequentemente,acessível livremente a
todas as empresas. De forma diferente, Marx acreditava que a tecnologia era um elemento
endógeno, que era desenvolvida internamente eque representava um fator de competitividade,
pois as inovações nos bens de capital e o aprofundamento da divisão social do trabalho constituíam
a base do processo de acumulação de capital.
[…] à medida que a grande indústria se desenvolve, a criação da riqueza efetiva passa a
depender menos do tempo de trabalho e do quantum de trabalho empregado que do poder
dos agentes postos em movimento durante o tempo de trabalho, poder que – sua poderosa
efetividade –por sua vez, não tem nenhuma relação com o tempo de trabalho imediato que
custa sua produção, mas que depende, ao contrário, do nível geral da ciência e do progresso
da tecnologia, ou da aplicação dessa ciência à produção.
A inovação era uma forma de obter um monopólio temporário sobre uma técnica superior ou
produto diferenciado. O período de monopólio temporário permitia que a empresa inovadora
usufruísse de margens de lucro acima da média e acumulasse capital em escala muito superior a
seus concorrentes, retornando, assim, à ideia inicial deste tópico: o desenvolvimento do capitalismo
entende que o processo competitivo é uma busca incessante pela eliminação de concorrentes,
visando ampliar mercados e aumentar lucros, por isso os investimentos crescentes em P&D de
diversas empresas.
[...] as inovações aceleravam a obsolescência dos meios de produção e dos próprios bens de
consumo ainda em funcionamento, na medida em que eles se tornam caducos e pouco
competitivos. Os novos produtos competem com os velhos, com a vantagem de serem mais
eficientes. Mais cedo ou mais tarde, a maior competitividade dos novos empreendimentos
provocará a morte de determinadas tecnologias e das empresas mais tradicionais que não
souberam absorvê-las.
Na concepção de Marx e Engels, a economia capitalista não é estacionária, mas também não se
expande de forma constante, ela está sempre sendo revolucionada por novos empreendimentos,
pela introdução de novas mercadorias, novos métodos de produção ou novas oportunidades
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Por que o trabalho de Marx é tão relevante nessa disciplina? Essa é fácil! Porque seu entendimento
sobre o capitalismo tem um caráter visionário. Ao se concentrar na dinâmica e não no equilíbrio do
mercado, como fizeram os neoclássicos, ele projetou uma tendência que só iria efetivamente se
configurar algumas décadas após a sua morte. Com a consolidação dos grandes oligopólios do
século XX. Lembra? Simens, GE.... todas essas cresceram e dominaram seus ambientes competitivos
por meio de inovações, tanto em seus produtos e serviços quanto em seus processos produtivos,
comerciais e gerenciais.
Além disso, estamos novamente vivendo um momento em que “tudo o que era sólido e estável se
desmancha no ar” (ENGELS; MARX, 1998, p. 43), a terceira e quartas revoluções industrial que
estão acontecendo estão transformando de forma abrupta e de muitas formas as relações sociais
cristalizadas em nosso contexto social.
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NA-PRATICA
Você já ouviu falar na Netflix? É, essa é uma daquelas perguntas retóricas, não precisa
responder. A Netflixé uma provedora global de filmes e séries de televisão via streaming sediada
nos Estados Unidos e que atualmente possui mais de 167 milhões de assinantes no mundo, e que
está presente em dezenas de países. No Brasil são quase 15 milhões de assinantes. Os números
em nosso país são impressionantes. Esse número faz com que ela possua quase o dobro do
número de assinantes que seu maior concorrente, a Claro/NET.
Quando a Netflix iniciou suas atividades no Brasil, em setembro de 2011, havia 11,9 milhões de
assinantes de TV fechada. Entre setembro de 2010 e 2011, a Agência Nacional de
Telecomunicações(Anatel)registrou um crescimento de 21,7% no número de assinantes de TV
fechada, o que representou um total de 2,1 milhões de novos assinantes no período de um ano.
Mas essa realidade mudou e mudou muito. O ponto alto da TV paga foi em 2014, quando as
operadoras de TV fechada atingiram a marca de 20 milhões de assinantes. De lá para cá, foram
cinco anos de perdas consecutivas. 2019 fechou o ano com 15,8 milhões de assinantes. E,
conforme dados da Anatel, em fevereiro de 2020, o número total de assinantes de TV fechada
reduziu para 15,5 milhões de assinantes.
Por outro lado, de 2011 para cá, a Netflix colecionou pouco menos de 15 milhões de assinantes
no território nacional. Isso mesmo, a Netflix sozinha tem quase o mesmo número de assinantes
que todas as operadoras de TV a cabo do país somadas. As expectativas da Netflix são de que, ao
final de 2020, a empresa tenha mais clientes do que todas as operadoras de TV a cabo juntas.
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Esse processo de substituição está ligado a algumas características da vida em sociedade no século
XXI, mais dinâmica, mais acelerada. De acordo com Toffler e Toffler (2012), este é o reflexo da troca
do tempo da era industrial pelo tempo do século 21.
E nessa pressa toda, na ausência do lar, nos compromissos do final de semana,a comodidade, a
facilidade de acessar o serviço em qualquer lugar, as constantes atualizações de conteúdo, o custo
mais baixo, as facilidades para o cancelamento do serviço de streaming, com contratos sem
cláusulas de fidelidade se encaixaram no perfil de comportamento social de grande parcela da
população, em especial das gerações Y e Z. Os millenials,ou geração Y, são aqueles que têm idade
entre 25 e 40 anos e a geração Z, os que possuem, são os mais jovens, com idade entre 10 e 25 anos.
Lembrando as palavras de Marx e Engels, “tudo o que era sólido e estável se desmancha no ar”.
(MARX; ENGELS, 2001, p. 42-43)
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ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
A difusão das aplicações da máquina a vapor, após várias décadas de aprimoramento
tecnológico, deu origem a uma expansão sem precedentes na indústria manufatureira e nos
transportes ferroviário e marítimo, que foi denominado pelos historiadores como a “Segunda
Revolução Industrial”. Sobre esse tema e com base no texto da aula, assinale a alternativa
correta.
Além das inovações nas áreas de transportes e comunicações, três outros sistemas
de inovações contribuíram para alterar a estrutura da indústria, gerando novos
modelos de empresas e mercados: a eletricidade, o motor a combustão e as
inovações organizacionais promovidas por Taylor e Ford.
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ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
Marx em suas análises sobre o desenvolvimento do capitalismo, entende que o processo
competitivo é uma busca incessante pela eliminação de concorrentes. Para ampliar mercados e
aumentar lucros, as empresas precisavam eliminar seus competidores. Em seus trabalhos, ele
percebeu que a concorrência não se sustentava diante dos efeitos da mudança tecnológica
sobre a competição e que o surgimento dos oligopólios seria um passo normal do capitalismo.
Considerando esse tema e o conteúdo do texto da aula, assinale a alternativa correta.
A inovação era uma forma de se obter um monopólio temporário sobre uma técnica
superior ou produto diferenciado e o período de monopólio temporário permitia que a
empresa inovadora usufruísse de margens de lucro acima da média e acumulasse
capital em escala muito superior a seus concorrentes, permitindo, consequentemente,
o surgimento dos oligopólios.
A inovação era uma forma de se obter um monopólio temporário sobre uma técnica
superior ou produto diferenciado e o período de monopólio temporário permitia
que a empresa inovadora usufruísse de margens de lucro acima da média e
acumulasse capital em escala muito superior a seus concorrentes, permitindo,
consequentemente, o surgimento dos oligopólios.
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Pelo contrário. Para Marx, a inovação era uma forma de obter um monopólio
temporário sobre uma técnica superior ou produto diferenciado. O período de
monopólio temporário permitia que a empresa inovadora usufruísse de margens de
lucro acima da média e acumulasse capital em escala muito superior a seus
concorrentes, retornando, assim, à ideia inicial deste tópico: o desenvolvimento do
capitalismo entende que o processo competitivo é uma busca incessante pela
eliminação de concorrentes, visando ampliar mercados e aumentar lucros, por isso
os investimentos crescentes das empresas em pesquisa e desenvolvimento (P&D).
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06/10/2022 20:02 IESB
Fechamento
Nesta aula vimos mais uma vez a importância das inovações e do desenvolvimento tecnológico. O
mundo de hoje é um reflexo do que aconteceu no passado, muito do que temos hoje de facilidades
em transportes, comunicação ediversas outras decorrem das inovações da segunda revolução
industrial, mas o que é essa tal inovação? Bem! Veremos isso na nossa próxima aula. Prepare-se!
Até lá!!
Unidade 02
Aula 03
Olá! Bem-vindo! Nesta aula, conheceremos um dos economistas que mais contribuiu para o estudo das
inovações, definiremos o que são as tais inovações e de que maneira esse assunto tornou-se importante
para a maioria dos países. Prepare-se, pois essa aula vai ser muito interessante! Bons estudos!
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06/10/2022 20:02 IESB
Schumpeter considera o capitalismo um “método de mudança econômica” que nunca poderia ser
considerado estacionário. Entretanto, diferentemente de Marx, ele não enxergava o capitalista
como uma figura ruim, mas o diferenciava dos empreendedores. A partir de seu ponto de vista, o
empreendedor não era, necessariamente, quem detinha o capital ou quem possuía uma nova
tecnologia, era aquele que buscava o lucro monopolista, era o inovador, era quem dinamizava a
economia por meio da inovação e do crescimento.
A explicação do desenvolvimento deve ser procurada fora do grupo de fatos que são descritos pela
teoria econômica. Mais precisamente, deriva do emprego de recursos diferentes (ou inovações)
para produzir resultados distintos que são descontínuos em relação aos anteriores.
Observe o trecho a seguir, onde Schumpeter diferencia e explica o conceito de produção em sua
obra e diferencia o crescimento e o desenvolvimento econômico:
Produzir significa combinar materiais e forças que estão ao nosso alcance. Produzir outras
coisas, ou as mesmas coisas com método diferente, significa combinar diferentemente esses
materiais e forças. Na medida em que as “novas combinações” podem, com o tempo,
originar-se das antigas por ajuste contínuo mediante pequenas etapas, há certamente
mudança, possivelmente há crescimento, mas não é um fenômeno novo e nem é
desenvolvimento em nosso sentido. Na medida em que as novas combinações aparecerem
descontinuamente, então surge o fenômeno que caracteriza o desenvolvimento.
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06/10/2022 20:02 IESB
Ao explicar seu conceito de desenvolvimento, Shumpeter (1982, p. 76) ,indica que ele ocorre em
cinco situações:
1. Introdução de um novo bem — ou seja, um bem com que os consumidores ainda não
estiverem familiarizados — ou de uma nova qualidade de um bem.
2. Introdução de um novo método de produção, ou seja, um método que ainda não tenha
sido testado pela experiência no ramo próprio da indústria de transformação, que de
modo algum precisa ser baseada numa descoberta cientificamente nova, e pode
consistir também em nova maneira de manejar comercialmente uma mercadoria.
3. Abertura de um novo mercado, ou seja, de um mercado em que o ramo particular da
indústria de transformação do país em questão não tenha ainda entrado, quer esse
mercado tenha existido antes, quer não.
4. Conquista de uma nova fonte de oferta de matérias-primas ou de bens
semimanufaturados, mais uma vez independentemente do fato de que essa fonte já
existia ou teve que ser criada.
5. Estabelecimento de uma nova organização de qualquer indústria, como a criação de
uma posição de monopólio (por exemplo, pela trustificação) ou a fragmentação de uma
posição de monopólio.
Ele afirma que duas coisas são essenciais para a realização dessas novas combinações: em primeiro
lugar, não é essencial, embora possa acontecer que as combinações novas sejam realizadas pelas
mesmas pessoas que controlam o processo produtivo ou comercial a ser deslocado pelo novo.
Entretanto, destaca que as novas combinações, via de regra, saõ realizadas por empreendimentos
novos que geralmente não se confundem com as empresas que já atuavam naquele mercado.
A ideia central da DESTRUIÇÃO CRIADORA é assim explicada por Schumpeter: “[...] empresas
novas que geralmente não surgem das antigas, mas começam a produzir a seu lado[...] em geral não
é o dono de diligências que constrói estradas de ferro”.
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Invenção a inovação
Apesar de terem origens parecidas, os termos inovação e invenção são conceitos distintos com
propostas distintas.
Invenção diz respeito a toda e qualquer coisa inventada ou à ação e ao efeito de inventar, achar ou
descobrir algo novo ou desconhecido. A pessoa que dedica o seu tempo a estas descobertas é o
inventor. As invenções podem ter por base ideias prévias ou objetos já existentes. Contudo, o
processo de invenção deve incluir modificações que resultam em algo inédito. É isso mesmo! A
invenção se refere à criação de um processo, técnica ou produto inédito.
A divulgação das invenções é feita através de artigos técnicos e científicos ou por seu registro em
forma de patente que pode conter desenhos, esquemas que permitem sua visualização e ou, até
mesmo, ser simulada através de protótipos sem, contudo, ter uma aplicação comercial efetiva. Você
se lembra desse trecho, da primeira aula desta unidade, quando estudamos sobre o ícone da
primeira revolução industrial, a máquina a vapor: “Em 1698, Thomas Savery inventou a primeira
máquina a vapor, ela foi batizada com o nome de ‘máquina de aquecer’. O invento de Sarvey não possuía
nenhuma aplicação prática viável”. Observe que a palavra que utilizamos o verbo inventar é o
substantivo invento, pois a máquina de aquecer não possuía nenhuma aplicação comercial
aplicável.
Agora que já sabemos o que é uma invenção, vamos entender o que é essa tal inovação? A inovação
ocorre com a efetiva aplicação prática de uma invenção.
Não há inovação sem invenção. Rogers e Shoemaker (apud ROGERS, 2003, p. 12) definem inovação
como “uma ideia, uma prática ou um objeto percebido como novo pelo indivíduo”. Rogers (ROGERS,
2003)
esclarece ainda que uma inovação pode ter sido inventada a muito tempo, mas se as pessoas a
percebem como novidade, então ela será uma inovação para essas mesmas pessoas.
A conceituação feita por Rogers e Shoemaker é coerente com a concepção de inovação proposta
por Schumpeter, pois não associa necessariamente a inovação ao conhecimento científico.
Tampouco precisa ser nova para os competidores ou para o país. Na prática, muitas inovações são
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Como vimos, anteriormente nessa aula, Schumpeter (1982, p. 76) adota uma concepção
abrangente de inovação, associando-a a tudo que diferencia e cria valor a um negócio. Isso inclui,
além do desenvolvimento de novos produtos e processos, as atividades de criação de um novo
mercado antes inexistente, a exploração de uma nova fonte de suprimentos e a reestruturação dos
métodos de organização. Seu conceito de inovação é extremamente útil para tratar da gestão
tecnológica e organizacional, pois está focado na melhoria da competitividade de uma empresa no
mercado.
Assim de acordo com o Manual, uma inovação é a “implementação de um produto (bem ou serviço)
novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou um
novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas
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A partir dessa definição percebemos que a OCDE divide a inovação em quatro áreas: produto,
processo, marketing e organização, sendo o requisito mínimo para se definir uma inovação, é que o
produto, o processo, o método de marketing ou organizacional “sejam novos (ou significativamente
melhorados) para a empresa” (OCDE, 2005, p. 56). Isso inclui produtos, processos e métodos que as
empresas são as pioneiras a desenvolver e aqueles que foram copiados ou adaptados de outras
empresas ou organizações.
As atividades de inovação, também são especificadas no Manual como sendo as etapas científicas,
tecnológicas, organizacionais, financeiras e comerciais que conduzem, ou visam conduzir, à
implementação de inovações (OCDE, 2005). É interessante observar que algumas dessas
atividades de inovação são em si inovadoras, como por exemplo, as científicas e tecnológicas e
outras, apesar de não tipicamente inovadoras ou novas, mas são necessárias para a implementação
de inovações. Lembrando que a implementação é o processo de por em prática ou implantar a
inovação. O que nos leva a um outro ponto importante no Manual: para que uma inovação seja
considerada inovação, ela tem que ter sido obrigatoriamente implementada.
Agora vamos ver como o Manual de Oslo conceitua e caracteriza cada um dos quatro tipos de
Inovação.
Inovação de produto
Observando os tipos de inovação, temos que uma inovação de produto “é a introdução de um bem
ou serviço novo ou significativamente melhorado no que concerne a suas características ou usos
previstos” (OCDE, 2005, p. 57). Incluem-se nessa conceituação os melhoramentos significativos em
especificações técnicas, componentes e materiais, softwares incorporados, facilidade de uso ou
outras características funcionais.
O termo “produto” abrange tanto bens como serviços, as inovações de produto podem utilizar
novos conhecimentos ou tecnologias, ou podem basear-se em novos usos ou combinações para
conhecimentos ou tecnologias existentes.
Agora vamos entender o que é a introdução de um bem ou serviço novo. Novos produtos diferem
significativamente em suas características ou usos previstos dos produtos previamente produzidos
pela empresa.
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O desenvolvimento de um novo uso para um produto existente com apenas algumas pequenas
modificações para suas especificações técnicas é considerado, também, uma inovação de produto.
Por exemplo, o Veja é o nome de uma linha de produtos de limpeza da Reckitt Benckiser voltado à
limpeza doméstica e líder de vendas no mundo. Em sua versão original, o produto era utilizado para
limpeza geral de ambientes como cozinha e banheiro. Entretanto, uma alteração em sua
composição química possibilitou o lançamento do Veja Multiuso, que permitiu que o produto fosse
utilizado até mesmo para a limpeza de componentes de computadores.
Os melhoramentos significativos para produtos existentes podem ocorrer por meio de mudanças
em materiais, componentes e outras características que aprimoram seu desempenho. Por exemplo:
a introdução dos freios ABS, dos sistemas de navegação GPS (Global Positioning System), ou outras
melhorias em subsistemas de automóveis são exemplos de inovações de produto baseadas em
mudanças parciais ou na adição de um subsistema em vários subsistemas técnicos integrados.
Assim, como o uso de tecidos respiráveis em vestuário é um exemplo de uma inovação de produto
que utiliza novos materiais, capazes de melhorar o desempenho do produto (OCDE, 2005).
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NA-PRATICA
Na última semana, o Banco Bradesco disponibilizou para todos os seus clientes, a BIA (acrônimo
de Bradesco Inteligência Artificial). Com o mote “Ela ainda não sabe tudo. Mas, a cada pergunta,
ela aprende com você”, uma campanha massiva apresentou aos correntistas as novas
possibilidades com a assistente virtual nativa do aplicativo.
A ideia é que a BIA consiga solucionar dúvidas e problemas comuns dos clientes da forma mais
natural possível, facilitando a experiência de uso, 24 horas por dia, 7 dias por semana. A
assistente virtual do aplicativo Bradesco funciona por meio da computação cognitiva, de forma
muito simples e intuitiva. Assim, como as assistentes do Android, iOS e Microsoft. Para que a
BIA interaja com o usuário, basta que o usuário faça perguntas e forneça informações sobre sua
vida financeira, e porque não, pessoal também.
Para tornar as relações mais fáceis e digitais, o ecossistema de relacionamento com o cliente do
Bradesco conta atualmente com aplicativo, autoatendimento, redes sociais,
contact center
, entre outros. Tudo isso, possibilita que grande parte das operações bancárias dos clientes
sejam feitas por meio da internet. Além disso, o Banco possibilita uma integração da BIA ao
WhatsApp, aplicativo de comunicação mais usado pelos brasileiros, aumentando a oferta de
canais de interações do banco.(SILVA, 2018)
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Inovação de processo
Uma inovação de processo é a implementação de um método de produção ou distribuição novo ou
significativamente melhorado. Incluem-se mudanças significativa sem técnicas, equipamentos e/ou
softwares (OCDE, 2005, p. 58).
Inovação de marketing
Uma inovação de marketing é a implementação de um novo método de marketing com mudanças
significativas na concepção do produto ou em sua embalagem, no posicionamento do produto, em
sua promoção ou na fixação de preços (OCDE, 2005, p. 59).
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O novo método de marketing pode ser desenvolvido pela própria empresa ou ser baseados em
métodos aplicados por outras empresas ou organizações. E esses novos métodos de marketing
podem ser implementados tanto para produtos novos quanto para os já existentes (OCDE, 2005).
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Entretanto, novos métodos de fixação de preços cujo propósito único é diferenciar preços em
função dos segmentos de consumo não são considerados inovações.
Destaca-se, ainda que mudanças sazonais, regulares ou rotineiras nos instrumentos de marketing
não são inovações de marketing. A não ser que tais mudanças configurem inovações de marketing,
elas devem envolver métodos de marketing não utilizados previamente pela empresa.
Inovação organizacional
Uma inovação organizacional é a implementação de um novo método organizacional nas práticas
de negócios da empresa, na organização do seu local de trabalho ou em suas relações externas
(OCDE, 2005, p. 61).
Vamos fazer uma pequena interrupção aqui e entender o que é esse tal conhecimento externo não
codificado. Externo, tudo bem...esse é fácil, ele não é interno à organização, está fora, no mercado.
Mas e o não codificado? Esse é um pouquinho diferente, mas não é difícil de entender,
Polanyi (1966, apud CARVALHO, 2012) e Nonaka e Takeuchi (1997), explicam que o conhecimento
é formado por uma estrutura paradoxal, na qual são identificados dois componentes distintos e
aparentemente opostos: o conhecimento explícito ou codificado e o conhecimento tácito ou não
codificado. (CARVALHO, 2012).
O conhecimento não codificado, ou tácito, por sua vez, não é um conhecimento palpável, não está
em livros, manuais etc., e nem é explicável. Por esse motivo, ele é muito mais difícil de ser
compartilhado, pois é aquele conhecimento que acumulamos dentro de nós mesmos, ele é fruto do
aprendizado, da educação, da cultura e da experiência de vida de cada um.
Nonaka e Takeuchi (1997) explicam que esse tipo de conhecimento é altamente pessoal e difícil de
formalizar e de transmitir, uma vez que se apresentam muitas vezes como intuições e palpites
baseados na experiência e nas ideias que o indivíduo incorpora.
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Voltando ao nosso assunto, quando o Manual de Oslo estabelece que as inovações organizacionais,
dentre outras coisas visam a melhoria do desempenho de uma empresa pelo acesso a ativos não
transacionáveis e cita conhecimento externo não codificado, ou seja, significa que a contratação de
profissionais reconhecidos no mercado por sua experiência e conhecimento para integrar seus
quadros ou a contratação de consultores ou empresas de consultoria externa reconhecidos por sua
expertise. Contratar executivos experientes ou serviços de consultoria podem ser considerados
como inovação organizacional.
Observe que mudanças nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas
relações externas baseadas em métodos organizacionais já em uso na empresa não são inovações.
Assim como, a formulação de estratégias de gerenciamento em si, também não é considerada
inovação, mas as mudanças organizacionais que são implementadas em resposta a uma nova
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Por fim, fusões ou aquisições de outras firmas não são consideradas inovações organizacionais,
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ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
Com base no texto desta aula, julgue as alternativas e assinale a correta.
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ele era o inovador, era quem dinamizava a economia por meio da inovação e do
crescimento.
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ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
Considerando o texto e os conceitos relativos à inovação, assinale a alternativa correta.
Os termos inovação e invenção são conceitos distintos com propostas distintas que
têm origens parecidas, mas que podem e costumam ser usados como sinônimos.
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Fechamento
Uau!!! Nessa aula vimos tanta coisa interessante, aprendemos o conceito de inovação, sua
importância para o crescimento das empresas e para o desenvolvimento da economia. Tivemos
contato com as ideias de Schumpeter e sua definição de destruição criadora. E o Manual de Oslo,
então! Aposto que você não sabia que havia tanta normatização no processo de caracterização da
inovação. Espero que você tenha aproveitado bastante essa aula. Nos vemos na próxima. Até lá!
Unidade 02
Aula 04
Olá! Na aula de hoje,vamos entrar em um assunto muito, mas muito interessante. Vamos invadir o
mundodos psicólogos e entender um pouquinho sobre a forma com que nossas mentesfuncionam.
Raciocínio, lógica, pensamento, criatividade... Aproveite!
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Inovação e Criatividade
“A inovação não tem nada a ver com quantos dólares têm investido em Pesquisa e Desenvolvimento
(P&D). Quando a Apple apareceu com o Mac, a IBM gastava ao menos 100 vezes mais em P&D. Não
tem a ver com dinheiro. Tem a ver com as pessoas que você tem, como você as gerencia e quanto
você obtém delas.” Steve Jobs disse isso em uma entrevista à resista Fortune em 1981. Após essa
entrevista, a expressão “as pessoas são nosso maior ativo.” tornou-se um dos maiores clichês da
Administração pelo mundo afora.
Inovação e criatividade são palavras que costumam caminhar juntas nas organizações. Inovação,
nós já sabemos o que é, vimos na aula passada. A criatividade, por sua vez, é um substantivo
feminino que significa a capacidade de criar, de inventar e representa a qualidade de quem tem
ideias originais, de quem é criativo(CRIATIVIDADE, 2020). É importante destacar que isso não
significa necessariamente criar algo do zero, muitas vezes significa melhorar alguma coisa que já
existe, pela combinação de outras coisas que já existem ou por sua aplicação de algo de uma forma
diferente da usual.
A criatividade vem sendo objeto de estudo de muitos autores ao longo do tempo. (ROBINSON,
2019; DE BONO, 2000; GUILFORD, 1967). O termo criatividade é difícil de ser definido, pois o seu
significado passa por conceitos bastante subjetivos. Fisher e Williams (2004, p. 7) exemplificam
essa dificuldade ao afirmarem que “nós sabemos o que é criatividade quando vemos, mas os
processos mentais envolvidos são difíceis de descrever”.
O que se entende atualmente é que a criatividade existe em todas as pessoas, pois é uma virtude
inerente ao ser humano. Nós nascemos criativos. Entretanto, um estudo realizado por Land e
Jarman (1992 apud STUBER, 2012, p. 19) mostra que apesar de nascermos criativos, nosso modelo
de ensino reduz drasticamente a criatividade das pessoas.
Land e Jarman, na década de 1960, foram contratados pela NASA, Administração Nacional da
Aeronáutica e Espaço. A agência espacial norte-americana, para desenvolver e aplicar um teste que
lhes desse meios para medir efetivamente o potencial criativo, no processo de seleção de seus
cientistas e engenheiros de foguetes. O trabalho foi bem-sucedido e a partir desse material, os
pesquisadores resolveram realizar um estudo longitudinal, entre 1968 e 1985. Um estudo
longitudinal é um método de pesquisa que visa analisar as variações nas características dos
mesmos elementos amostrais ao longo de um período de tempo.
Diante dos resultados obtidos, os pesquisadores resolveram ampliar o estudo e aplicaram os testes
a 280.000 adultos. A figura abaixo representa o resultado de sua pesquisa.
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Das 1.600 crianças, com idade entre 3 e 5 anos, que fizeram o teste, 98% delas apresentaram um
nível altíssimo de criatividade. Cinco anos depois, quando aplicaram, ao mesmo grupo de crianças, o
mesmo teste, suas descobertas foram chocantes, as mesmas crianças, agora no ensino
fundamental, apenas 32% apresentaram um nível altíssimo de criatividade. Passados mais cinco
anos depois, o mesmo teste foi aplicado, novamente ao mesmo grupo de crianças, agora elas já
estavam no ensino médio. O resultado foi de apenas 10% das mesmas crianças com altos índices de
criatividade. Foi aí que, eles resolveram ampliar o estudo e aplicaram os testes, também, a 280.000
pessoas com idade superior a 25 anos, e o resultado identificou que apenas 2% dessas pessoas, na
fase adulta, apresentavam altos índices de criatividade.
Primeiro, a criatividade pode ser aplicada em qualquer área da vida. Ser criativo é pensar fora da
caixa, ou seja, pensar de forma diferente. É ser original, não seguindo as normas pré-estabelecidas.
E, segundo, quando o assunto é inovação, essa é uma questão de extrema importância.
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Mas como fazer isso, tendo em vista que as escolas “matam” a criatividade?
Por isso, antes de prosseguirmos nossos estudos sobre inovação, vamos ampliar um pouco nossos
conhecimentos sobre criatividade, os diversos tipos de pensamentos e técnicas de
desenvolvimento de ideias criativas.
“No período de 1950 a 1960, vários estudos foram conduzidos com o objetivo de identificar
habilidades de pensamento criativo e traços de personalidade associados à criatividade” (FLEITH,
2012).
Outro pesquisador e autor que merece destaque é Edward de Bono, contemporâneo de Guilford,
desenvolveu e popularizou o conceito de pensamento lateral ou alternativo, ao publicar o livro The
Use of Lateral Thinking, (Uso do pensamento lateral), também em 1967. O pensamento lateral
consiste na resolução de problemas através de uma abordagem criativa e indireta, na qual se utiliza
o raciocínio através dos passos da lógica (DE BONO, 2000).
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As teorias de Guilford e Bono são similares, mas não são exatamente iguais. Mas antes de entendê-
las, vamos ver a que tipo de pensamento elas se contrapunham. É isso mesmo! Essas teorias
surgiram em oposição a uma teoria sobre o pensamento que já estava consolidada. Elas surgem em
oposição ao pensamento linear.
O pensamento linear
O pensamento linear é fundamentado em um padrão linear-cartesiano, de raciocínio binário, em
que se observa a lógica da polarização, do ou... ou, do uma coisa ou outra, do certo e do errado, do
real e do imaginário ou do bem ou mal (DE BONO, 2000) (GUILFORD, 1967).
Linear-cartesiano? Isso! Sim, você já ouviu isso, na verdade você já estudou sobre isso. Lembra do
René Descartes, um filósofo, físico e matemático francês. Que viveu no século XVII, e que ficou
conhecido por seus trabalhos revolucionários na filosofia, na ciência e na matemática. Foi ele quem
criou a geometria analítica, a partir da fusão da álgebra com a geometria. Se você não lembra dele,
lembra da tal geometria analítica, ela te acompanhou do ensino fundamental ao médio, pelo menos!
Ele foi também uma das figuras-chave na Revolução Científica que posteriormente, no século XVIII,
culminou com a Primeira Revolução Industrial.
Outro personagem histórico, que você provavelmente não gosta, por causa do ensino médio, foi
Isaac Newton. Newton consolidou o método racional e dedutivo de Descartes, e assim surgiu o
Paradigma Newtoniano-Cartesiano, que influenciou e influencia até hoje praticamente todos os
campos do conhecimento científico. Esse paradigma simplificadamente parte do pressuposto de
que, para se conhecer o todo, é preciso fragmentá-lo em seus componentes e estudar cada um deles
separadamente. O todo seria o resultado da união e entrelaçamento dessas partes menores. Essa
disciplina, por exemplo, é uma parte de um todo, o curso que você está fazendo. Interessante, não é!
Descartes e Newton viveram em um período da história, chamado por uns de Renascença, por
outros de Renascimento, em que os estudiosos da época redescobriram os antigos pensadores
gregos e romanos, que valorizavam o ser humano e sua capacidade de usar a razão, motivo pelo
qual pensamento linear-cartesiano é um modo de pensar simplificado, que observa princípios
lógicos, oriundo dos gregos, em especial da lógica aristotélica.
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Para Aristóteles, a lógica não é ciência e sim um instrumento para o pensar de forma correta. O
objeto da lógica é o silogismo. E o silogismo é um argumento constituído de proposições lógicas das
quais se extrai, uma conclusão. (PEREIRA, 2001).
Parece difícil, mas não é. Vejamos, observe as seguintes proposições: Proposição 1: Todos os
homens são mortais. Proposição 2: Aristóteles é um homem. A partir dessas proposições conclui-se
que: Aristóteles é mortal.
O Princípio de identidade;
O Princípio de não contradição; e
O Princípio do terceiro excluído.
O princípio da identidade, o qual afirma que todas as coisas são idênticas a si próprias. "O que é, é",
assim como “todas as organizações são organizações”.
O princípio da não contradição estabelece que uma coisa não pode ser e não ser ao mesmo tempo,
ou seja, o mesmo objeto não pode ter propriedades opostas ao mesmo tempo e em relação ao
mesmo aspecto. Por exemplo: “o que é bonito, não pode ser feio” ou “o que é doce, não pode ser
amargo”
E o princípio do terceiro excluído, o qual afirma que entre duas proposições contrárias só uma pode
ser considerada verdadeira. Não há uma terceira alternativa. Trata-se de um raciocínio binário,
polarizado, do uma coisa ou outra, do certo e do errado, do real e do imaginário, do bem ou mal, do
ou está conosco ou contra nós. Por exemplo: Aristóteles é mortal, pelo princípio do terceiro
excluído ou Aristóteles é mortal ou ele não é mortal, jamais poderíamos concluir que ele é bonito,
ou legal, ou alto ou baixo.
É essa lógica que permeia o pensamento linear influenciou todos os campos do conhecimento
científico? Influenciou! Observe a forma pela qual Canto e Leite (2019) explicam o conceito de
espécie para a classificação dos seres vivos:
Conceito de espécie. Um pé de alface não dá alface como fruto. Nem o tomateiro produz
laranjas. Uma cadela não dá luz a gatos. Tampouco uma gata tem sapos como filhotes. De
observações simples como essas surgiu a ideia de espécie de ser vivo: grupo de seres vivos
que podem cruzar em condições naturais e originar descendentes férteis. Indivíduos de
uma certa espécie geram descendentes que pertencem a essa mesma espécie. Um indivíduo
de determinada espécie não pode nascer de um indivíduo de outra espécie. Uma espécie se
distingue de outra pelas características comuns compartilhadas por seus indivíduos.
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06/10/2022 20:02 IESB
Este trecho foi extraído de um livro didático que é utilizado por alunos do sétimo ano do ensino
fundamental. Depois que entendemos os princípios da lógica que dá suporte ao pensamento linear,
conseguimos perceber com mais facilidade a forma pela qual o conhecimento foi concebido,
estruturado e é repassado aos alunos. A repetição exaustiva dessa metodologia por toda a vida
escolar condiciona as crianças a pensarem em conformidade com um modelo de pensamento
linear-cartesiano, em que se observa a lógica da polarização, do uma coisa ou outra, do certo e do
errado.
O pensamento linear nos conduz a esquemas mentais já aceitos, a modelos e padrões consolidados
que fazem com que tenhamos dificuldades em buscar respostas ou alternativas diferentes para um
problema ou situação. Principalmente naquelas em que já temos uma resposta ou solução
satisfatória.
O pensamento abstrato
Antes de continuarmos em direção aos modelos de pensamento criativo, temos que passar
rapidamente por um outro tipo de pensamento, o pensamento abstrato, e para entendê-lo, vamos
começar pelo termo abstrato. Abstrato vem do verbo abstrair, que significa tirar algo de alguma
coisa ou então separar algo de algum elemento. Isto implica que ao abstrair, nossa mente coloca um
pensamento de lado. Desta maneira, a partir de vários objetos azuis abstraímos ou tiramos a ideia
de azul, assim como de vários elementos circulares, abstraímos o conceito de círculo e do bom
comportamento obtemos a ideia da bondade. Assim, o pensamento abstrato está baseado em nossa
capacidade de captar a essência de algo. E essa capacidade de abstração é fundamental para
criatividade.
Pensamento Criativo
O pensamento criativo se caracteriza pela originalidade da ideia, mas como existem várias
definições para criatividade e o mesmo ocorre com as definições de pensamento criativo. De
acordo com Kilian (2005, p. 127), as diversas formas de pensamento criativo se confrontam, se
somam, se sobrepõem, se contradizem, se reforçam, se copiam e se repetem. Elas também são
sinérgicas. Algumas funcionam mais para uns, que para outros. Algumas impactam mais que outras.
As mais conhecidas são o “Raciocínio Divergente”, de Guilford, que faz uma combinação dos
pensamentos divergente e convergente e o do “Pensamento Lateral”, que de De Bono.
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(ALENCAR, 1996)
Pensamento divergente
O pensamento criativo consiste em produzir ideias originais enquanto o divergente se baseia em
gerar ideias através de abordagens não convencionais. Neste sentido, divergente equivale a
criativo. Entretanto, o pensamento criativo e o divergente não são exatamente iguais. Enquanto, o
criativo busca uma única resposta original, o pensamento divergente busca enxergar várias
respostas, mesmo que não originais, mas possíveis Guilford (1983 apud PITA, 2015).
Ele representa uma forma de pensar de maneira incomum ou fora do comum. Imagine que uma
pessoa precisa encontrar uma agulha num palheiro. De acordo com pensamento linear,
convencional, essa pessoa procuraria incansavelmente até encontrar a agulha, sendo, até mesmo,
muito provável que jamais consiga encontrar a tal agulha. Por outro lado, uma pessoa que pense de
forma não convencional, poderia decidir queimar o palheiro. Ao transformá-lo em cinzas, teria mais
facilidade em encontrar a tal agulha.
Desta forma o pensamento divergente é uma fórmula intelectual que altera a linearidade do
pensamento e cria caminhos alternativos. O que nos leva a um outro tipo de pensamento, o
convergente (GUILFORD, 1967).
O pensamento divergente caracteriza-se (1) por sua abundância de ideias diferentes sobre um
mesmo assunto ou respostas a uma questão; (2) por sua capacidade de alterar o curso do
pensamento linear e conceber diferentes categorias de resposta, o que representa sua capacidade
de mudar o significado ou a interpretação de algo; (3) pela produção de ideias originais, diferentes e
ou incomuns; (4) pela quantidade de detalhes presentes nas ideias ou respostas, o que possibilita
uma maior facilidade para sua análise, adequação e eventual aplicabilidade; e, por fim (5) pela
habilidade de questionar o óbvio, de reconhecer deficiências e defeitos, tanto em suas próprias
ideias como em aspectos do ambiente, objeto ou situação observados.
Enquanto o pensamento divergente diz respeito à capacidade de gerar múltiplas soluções para um
problema, o pensamento convergente é a capacidade analítica de, a partir do conjunto de opções
geradas pelo pensamento divergente, as ideias são testadas sob os diversos critérios relativos ao
“problema” analisado para que se escolha a solução que melhor se adequa. É justamente o processo
mental utilizado nesse processo de escolha que caracteriza o pensamento convergente
(GUILFORD, 1967).
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Pensamento Lateral
Outra, das teorias mais divulgadas sobre o pensamento criativo é a Teoria do Pensamento Lateral
de Edward de Bono. O pensamento criativo lateral procura novas visões e possibilidades, e se move
continuamente, dando por vezes saltos, criando assim, uma nova direção: ele define o pensamento
como um processo de possibilidades, voltado a obtenção de novos conceitos e ideais
O Pensamento Lateral segundo o próprio De Bono (1997) está baseado na ruptura de percepções
que o modelo auto-organizável do cérebro desenvolve. Esse sistema auto-organizável estabelece
uma sequência de atividades com as primeiras informações que chegam e com o tempo essa
sequência passa a ser uma espécie de caminho preferido. O autor refere-se aqui ao processo linear.
Ainda, conforme o autor, o Pensamento Lateral é o processo de provocar o cérebro para novas
percepções. As ideias podem fluir também por caminhos laterais, nunca usados anteriormente.
“O pensamento lateral não se preocupa apenas com a solução de problemas: tem tudo a ver com
novos modos de encarar as coisas e as ideias novas, de todos os tipos.” (DE BONO, 2002, p. 9).
A quantidade de alternativas diferentes no modo de encarar as coisas pode ser restringida, tanto
pela inflexibilidade das informações disponíveis, quanto pela quantidade de relações existentes.
Nossa mente, naturalmente, procura buscar a solução mais provável a ser seguida, para que haja
uma alternativa totalmente inovadora temos de fazer um esforço mental maior do que
normalmente fazemos e, por isso, muitas vezes nos conformamos com o que vem mais facilmente
(DE BONO, 2002).
O último princípio refere-se ao uso do acaso na criação de novas ideias. Mas o autor adverte que
não é apenas o acaso que pode levar a se ter ideais novas, as cadeias de circunstâncias também, ou
seja, eventos sequenciais que levam as pessoas a terem boas ideias. Um método indicado pelo autor
é o método de brainstorm, como meio do estímulo mútuo para o surgimento de ideais.
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Existem diversas técnicas e métodos para a aplicação do pensamento lateral, bem como diversos
livros do próprio De Bono e de outros autores, uma vez que essa técnica de pensamento criativo é
amplamente utilizada no Design Thinking.
SAIBA MAIS
O Design Thinking é uma abordagem que busca a solução de problemas de forma coletiva e
colaborativa, em uma perspectiva de empatia máxima com seus interessados. As pessoas são
colocadas no centro de desenvolvimento do produto – não somente o consumidor final, mas
todos os envolvidos na ideia. É comum a participação de equipes multidisciplinares.
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ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
Inovação e criatividade são palavras que costumam caminhar juntas nas organizações. Com base
nessa afirmação e no conteúdo da aula, assinale a alternativa correta.
O estudo longitudinal, entre 1968 e 1985, Por Land e Jarmam concluiu que nem todas
as pessoas são criativas, e que as escolas têm um papel fundamental no ensino da
criatividade.
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Pelo contrário, o estudo realizado por Land e Jarman (1992 apud STUBER, 2012, p.
19) mostra que apesar de nascermos criativos, modelo de ensino adotado pela
maioria das instituições, reduz drasticamente a criatividade das pessoas.
O estudo longitudinal, entre 1968 e 1985, por Land e Jarmam concluiu que a
criatividade pode ser aplicada em qualquer área da vida.
O estudo realizado por Land e Jarman (1992 apud STUBER, 2012, p. 19) mostra
que apesar de nascermos criativos, modelo de ensino adotado pela maioria das
instituições, reduz drasticamente a criatividade das pessoas.
O termo criatividade até hoje não pôde ser definido, pois o seu significado passa por
conceitos bastante subjetivos. Fisher e Williams (2004, p. 7) exemplificam essa
dificuldade ao afirmarem que “nós sabemos o que é criatividade quando vemos, mas os
processos mentais envolvidos são difíceis de descrever”.
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ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
A criatividade é a capacidade de criar, de inventar e representa a qualidade de quem tem ideias
originais, de quem é criativo. Com base nessa afirmação e no conteúdo da aula, assinale a
alternativa correta.
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Fechamento
Nossa! Quanta informação nessa aula. Aposto que muita coisa aqui é novidade para você. Entender
que existem diferentes formas ou caminhos para se encontrar uma solução de um problema é
fundamental para encontrarmos formas diferentes de resolver um problema. Para a inovação, a
exploração de caminhos divergentes ou laterais é fundamental para que grandes mudanças
aconteçam. Vou finalizar, lembrando um dos pontos centrais abordados por Schumpeter, a
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Unidade 02
Aula 05
Olá! Bem-vindos! Nas aulas anteriores...é brincadeira! Não vou fazer um resumo do que já vimos, mas é
preciso que você lembre-se do conceito de inovação e dos tipos de inovação. É aqueles do Manual de Oslo
que vimos na terceira aula desta unidade. Quer saber por quê? Porque vamos ver uma coisa bem parecida,
e que os menos atentos costumam confundir. Lá, nós vimos os tipos de inovação e na aula de hoje vamos
ver os níveis de inovação. Então! Tenha atenção!!! E, em seguida vamos abordar nesta última aula, a forma
pela qual a inovação se difunde. Vamos lá! Vamos começar...
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A inovação tem a ver com aprendizagem e mudança, mas isso, normalmente, é caro e envolve
riscos. Você lembra que quando começamos essa disciplina falamos sobre as organizações? Que seu
elemento mais importante reside nas pessoas que a compõem e nos relacionamentos recíprocos
que eles estabelecem entre si e com o ambiente que as circunda? E, que elas representam modelos
e padrões que ajudam os seres humanos a satisfazerem suas necessidades?
Então! É por isso mesmo, por serem formadas pelas mais diferentes pessoas, que as organizações
desenvolvem diferentes formas cognitivas, comportamentais e estruturais. E, também, é por isso,
que elas trabalham para manter seu status quo, ou seja, que trabalham para manter a empresa como
ela é perante as mudanças que ocorrem no ambiente. Nós já vimos isso também. Lembra? Esse
processo chama-se resiliência.
Inovar exige energia para superar o status quo e mudar crenças, comportamentos e processos.
Muitas vezes as organizações não reconhecem o potencial de uma nova ideia ou então decidem que
ela não combina com sua forma ou padrão atual de negócio. Outro tanto de vezes, a necessidade da
mudança é percebida, mas sua relevância ou o risco de não se adaptar à nova realidade é
subestimada, como foi o caso das operadoras de TV a cabo em relação aos serviços de streaming.
Pinchot (1999 apudTIDD; BESSANT, 2015, p. 104) afirma que as empresas acostumaram-se a ver
em suas competências centrais sua principal fonte de força, mas essa mentalidade de que a
empresa é altamente competente a impede de mudar e de aceitar ideias que desafiem seu status
quo, sua realidade atual.
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SAIBA MAIS
A Intel foi fundada em 1968, seu primeiro produto foi o circuito integrado de memória RAM, e a
mesma logo se tornou líder neste mercado nos anos 1970. Paralelamente, alguns engenheiros
da Intel inventaram o primeiro microprocessador. Originalmente desenvolvido para as máquinas
de calcular da Busicom, uma empresa japonesa. O processador da Intel foi introduzido no
mercado para produção em massa em novembro 1971.
O então presidente Andy Grove resolveu redirecionar o foco da empresa para a produção de
microprocessadores, deixando de lado seu principal produto, os circuitos integrados de
memória.
Um elemento chave de seu plano foi a intenção, considerada então radical, de firmar uma
parceria estratégica com a IBM para que seus microprocessadores equipassem seus primeiros
PC´s.
(WIKIPÉDIA, 2020)
Você deve lembrar-sede que o Manual de Oslo (OCDE, 2005) divide a inovação em quatro áreas
distintas: de produto, de processo, de marketing e de organização. Pois bem, vamos considerar,
então, a criatividade para classificar as inovações.
Vamos diferenciar as inovações e as mudanças tecnológicas, agora, por seu grau de inovação ou
pela extensão das mudanças em relação ao que havia antes. Não, essa não é uma ideia minha,
Freeman e Soete (2009) observaram as mais diversas formas de inovações implantadas pelas
empresas e classificaram-nas segundo seus impactos.
O nível mais simples e gradual de mudanças tecnológicas é representado, segundo eles pelas
inovações incrementais. Estas são aquelas que abrangem melhorias feitas no design ou na
qualidade dos produtos, aperfeiçoamentos em layout e processos, novos arranjos logísticos e
organizacionais e novas práticas de suprimentos e vendas. As inovações incrementais ocorrem de
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06/10/2022 20:02 IESB
O quarto e mais alto nível de mudança tecnológica é o de paradigma técnico-econômico, por sua
vez, esse tipo de mudança envolve inovações não apenas na tecnologia como também no tecido
social e econômico no qual elas estão inseridas. Uma mudança de paradigma abrange quase todos
os ramos da economia. Podemos citar como exemplos a máquina a vapor (1ª Revolução Industrial),
a eletricidade (2ª Revolução Industrial), os microprocessadores (3ª Revolução Industrial). Na 4ª
Revolução, ainda em curso, existem muitos exemplos potenciais que podem se tornar novos
paradigmas técnico-econômicos, que somente serão confirmados com o passar do tempo: a
inteligência artificial, a internet das coisas, a nanotecnologia, a biologia sintética são alguns dos
exemplos possíveis.
Custos baixos com tendências declinantes: somente grandes reduções de custos podem
motivar mudanças de comportamento nos agentes econômicos;
Oferta aparentemente ilimitada: os fatores-chave não podem ser escassos, pois precisam estar
disponíveis de forma abundante e sustentável em longo prazo;
Potencial de difusão em muitos setores e processos: um fator-chave não pode ser de uso
restrito a poucos setores específicos, mas deve ser potencialmente aplicável em termos
universais.
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Difusão tecnológica
Lembra do Schumpeter? Pois é, lá no começo do século XX, ele já havia identificado a relação que se
estabelece entre invenção, inovação, difusão. Esses três conceitos são fundamentais para se
compreender a dinâmica das mudanças tecnológicas. Invenção e inovação nós já vimos nas aulas
anteriores. Já a difusão tecnológica, veremos a partir de agora.
De acordo com Schumpeter (1982), uma inovação somente causa impacto econômico quando há
uma transação comercial. Assim, é somente com a etapa de difusão que a inovação cumprirá seu
papel impulsionador do desenvolvimento econômico e do progresso tecnológico.
Nesse sentido, a difusão tecnológica é entendida como a trajetória de adoção de uma tecnologia
pelo mercado, com foco nas características da tecnologia e nos demais elementos que condicionam
seu ritmo e direção.
O processo de difusão tecnológica é usualmente analisado a partir de quatro dimensões básicas: (1)
direção ou trajetória tecnológica; (2) ritmo ou velocidade de difusão; (3) fatores condicionantes,
tanto positivos quanto negativos; e (4) impactos econômicos e sociais.
Para quem não lembra o que é demanda, ela significa a quantidade de um bem ou serviço que os
consumidores desejam adquirir por um preço definido em determinado mercado.
Assim, a adoção de inovações e a viabilização das mudanças tecnológicas estão ligadas a questões
concorrenciais. De quem consegue vender produtos melhores ou mais baratos que seus
concorrentes. Vamos resgatar mais um teórico citado em aulas passadas. Karl Marx. Ele, em seus
trabalhos, afirmava que a busca por maiores lucros, a concorrência e a mudança tecnológica eram
os fatores que induziam os capitalistas a investirem em “máquinas poupadoras de trabalho”, e que a
inovação era uma forma de obter um monopólio temporário sobre uma técnica superior ou produto
diferenciado. E, que era neste período de monopólio temporário, permitia que a empresa se
beneficiava com margens de lucros acima da média e obtinha resultados superiores a seus
concorrentes.
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Além disso, que ele explicou que esses resultados superiores ocorriam em virtude das mudanças
tecnológicas que aceleravam a obsolescência dos meios de produção e dos próprios bens de
consumo. Os novos produtos competem com os velhos, com a vantagem de serem mais eficientes.
Mais cedo ou mais tarde, a maior competitividade daqueles que adotavam novas tecnologias
provocaria a morte das empresas que não souberam absorvê-las. E foi exatamente isso que
aconteceu.
O padrão pode ser, também, estabelecido em comum acordo por governos, associações de
empresas ou organismos multilaterais e definido como “padrão oficial”. A disputa por padrões não é
apenas técnica, dadas suas grandes implicações políticas e econômicas para empresas e países. Isto
foi o que aconteceu na “Guerra das Correntes”. Lembra? Vimos isso na segunda aula desta unidade.
Em nosso país, também, temos exemplos padrões oficiais, como por exemplo a tomada de três pinos
e a TV Digital.
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NA-PRATICA
Decreto encerra a disputa sobre padrão de TV Digital
TV DIGITAL
BRASÍLIA. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou ontem o decreto criando o Sistema
Brasileiro de Televisão Digital Terrestre (SBTVD-T), que usa como base o padrão japonês de
transmissão (ISDB), mas incorpora inovações tecnológicas desenvolvidas por centros brasileiros
de pesquisa. Em sete anos, a TV digital aberta atingirá todos os lares do Brasil. Esta nova
televisão vai permitir ao consumidor ter imagem e som de cinema (alta definição), sem ruídos ou
fantasmas, na poltrona de casa, no carro ou no ônibus (mobilidade), no celular (portabilidade), e
com a possibilidade de interagir com as emissoras, escolhendo programas, serviços,
respondendo a pesquisas ou fazendo compras (interatividade).
Também será possível, de acordo com a escolha da emissora, que um canal transmita, com
definição padrão (mas superior à atual), até quatro programas ao mesmo tempo
(multiprogramação). A tecnologia começa a ser implantada em 18 meses nas capitais e no
Distrito Federal e terá que estar funcionando em todo o país em sete anos. Em dez anos o
sistema analógico será desligado. Nesse período, o telespectador – para usufruir os benefícios –
comprará um conversor de sinal ou um aparelho de TV já preparado para a tecnologia.
(MAGALHÃES, 2006,s.p)
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de diferentes fatores condicionantes. O ritmo de difusão tecnológica pode ser previsto a partir de
modelos analíticos que descrevem o padrão evolutivo das tecnologias existentes e sua substituição
por novas, tanto em produtos quanto em processos.
O pioneirismo na aplicação de modelos deste tipo pode ser creditado a Griliches (1957 apud
FERREIRA; RUFFONI; CARVALHO, 2018), com seu modelo que descreve a adoção/difusão do
milho híbrido entre os produtores dos Estados Unidos. Posteriormente, Mansfield (1961 apud
FERREIRA, RUFFONI; CARVALHO, 2018), complementou o modelo de Griliches, acrescentando
dois elementos: risco e assimetrias de informações (nem todos tem acesso a informações sobre a
inovação ao mesmo tempo) e estabeleceu que a evolução temporal da adoção de uma tecnologia
pode ser representada por uma função logística de crescimento, conhecida como “Lei de Pearl”.
Essa função é simétrica e tem a forma de um gradiente S positivo, a exemplo das funções de
crescimento frequentemente utilizadas na biologia e nas ciências sociais.
Um exemplo prático desse modelo é apresentado por Tidd e Bessant (2015, p. 350) em relação à
adoção de televisores a cores no Reino Unido entre 1967 e 1980. Observe a figura abaixo.
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Ao final dos anos 60, começam a surgir modelos de influência mista, destacando-se o de Bass, de
1969 e o de Metcalfe, de 1981, que tiveram como foco em sua investigação a adoção não mais por
parte das empresas (decisão por ofertar), mas sim por parte do consumidor final (decisão por
consumir). (FERREIRA; RUFFONI; CARVALHO, 2018)
Bsss e Metcalfe demonstraram que a velocidade da difusão decorre em dois momentos de decisão:
escolha das empresas por ofertar o novo produto e escolha dos consumidores finais em adotá-la,
sendo que a segunda etapa que finaliza o processo.
Em seu modelo, Bassassume que os consumidores potenciais de uma inovação são influenciados
por uma tendência autônoma em adotar ou não um novo produto, ou seja, adotam sem a influência
do meio e são chamados de inovadores e pela comunicação de massa e/ou relações interpessoais,
chamados de imitadores, sendo que é o efeito da ação dos imitadores que massifica a difusão da
inovação, afetando a velocidade da difusão da inovação (FIGUEREDO, 2014).
Metcalfe (1981), a partir do modelo de Bass, definiu de forma mais objetiva a função da firma nos
modelos de influência mista, ao considerar que a difusão possui comportamentos distintos para o
setor produtivo (oferta) e para o consumo final (demanda). Para o lado da demanda, ele corrobora
com Bass, ao apontar como determinantes para a adoção a influência do meio (ex.: comunicação
“boca a boca” e interpessoal). Para o lado da oferta, o autor considera a lucratividade o principal
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1. a inovação em si;
2. a comunicação;
3. o período de tempo; e
4. o sistema social.
No que se refere à inovação em si, cinco características percebidas pelos agentes sociais são
determinantes para a adoção:
O método aplicado refere-se à estimação de curvas de difusão para cada produto de uso final e sua
adoção transcorre entre os grupos de adotantes, listados a seguir:
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curva de adoção de Rogers categoriza o perfil dos adotantes em cinco grupos distintos em função
do tempo em que eles demoram para adotar a inovação, mas isso não quer dizer que ele seguiu um
caminho contrário ao de Mansfield (1961) ou que seu modelo não observe a Lei de Pearl, a da curva
em S.
Observe a figura a seguir, temos os gráficos em forma de sino, categorizando os agentes sociais em
função do tempo e a curva em S, indicando a adoção acumulada da inovação.
Fatores Condicionantes
A difusão de novas tecnologias depende de fatores condicionantes que atuam tanto de forma
positiva, no sentido de estimular a adoção, quanto negativa, restringindo seu uso. Esses fatores
podem ser técnicos, econômicos ou institucionais.
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Do ponto de vista técnico, a difusão é condicionada pelo grau em que uma inovação é percebida
como difícil de ser entendida e usada. Quanto mais complexa a tecnologia, maior será a necessidade
de suporte técnico para a solução de problemas. Lembra que falamos disso agora a pouco, quanto
maior a complexidade da inovação, quanto mais difícil de entender ou mais difícil de usar, menor
será sua taxa de adoção (ROGERS, 2003).
A complexidade também pode ser identificada quando nos deparamos com muitas alternativas
tecnológicas para uma mesma finalidade, a comparação entre elas se torna difícil e seu processo de
adoção é impactado de forma negativa. Nesse caso, a incerteza quanto a sua direção do padrão
tecnológico aumenta os riscos inerentes ao pioneirismo no uso de determinadas alternativas
tecnológicas. Aqui temos de volta a questão abordada por Freeman e Soete (2009) sobre os
padrões tecnológicos. Lembra? A adoção tecnológica, nesses casos, aumenta quando uma ou
poucas opções tecnológicas se consolidam.
Do ponto de vista econômico, o ritmo de difusão das inovações nas empresas depende dos custos
de aquisição e implantação da nova tecnologia, das expectativas de retorno do investimento, dos
custos de manutenção, da possibilidade de aproveitamento de investimentos já realizados em
equipamentos e em sistemas legados são fatores que entram nessa avaliação.
Sistemas legados? São sistemas compostos por hardware e software antigos que permanecem em
operação em algumas Empresas. Normalmente esses softwares que foram desenvolvidos há muito
tempo, mas ainda fornecem serviços essenciais para a empresa. E isso obriga que os responsáveis
pela empresa coloquem na balança não só o custo financeiro da adoção de uma nova tecnologia,
mas também os riscos de continuar ou não mantendo esse sistema antigo. A análise aqui não é só
econômica envolve questões organizacionais das mais diversas, dentre as quais se destacam as
estruturais e culturais.
Há, também, a questão mercadológica, vinculada ao tipo de mercado visado. Em muitos casos,
empresas voltadas para o mercado externo se defrontam com maiores exigências tecnológicas e,
portanto, tendem a adotar mais rapidamente novas tecnologias. Em outros casos, determinados
mercados ainda não possuem estrutura para absorver determinados tipos de tecnologia, fazendo
que sua adoção seja mais lenta.
Por fim, do ponto de vista institucional, os fatores que condicionam o processo de difusão
tecnológica são: (1) disponibilidade de financiamentos e incentivos fiscais à inovação; (2) clima
favorável ao investimento no país; (3) acordos internacionais de comércio e investimento; (4)
sistema de propriedade intelectual; e (5) existência de capital humano e instituições de apoio.
De uma forma mais simples, os fatores condicionantes decorrem, de vontade política dos
governantes (1), do cenário econômico do país (2 e 3), de aspectos jurídicos relacionados ao
respeito e proteção de marcas e patentes (4), e por fim, da existência e da capacidade de formação
de mão de obra qualificada, por meio de instituições de ensino.
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Do ponto de vista econômico, a difusão de novas tecnologias pode afetar a estrutura industrial,
destruindo e criando novas empresas e setores, afetando o ritmo de crescimento econômico e a
competitividade de empresas e paísese ou de regiões dentro de um mesmo país, como no caso do
Brasil.
De forma mais atual e local, os aplicativos de mobilidade urbana como o Uber encaixam-se no
mesmo padrão de alteração de demanda. O Uber não representa uma simples adição de mais
quantidade de um mesmo serviço, mas sim a introdução de um novo processo e de um novo serviço.
E este exemplo nos leva ao ponto de vista dos impactos sociais das inovações. O aspecto mais
discutido na literatura é o impacto das novas tecnologias sobre o emprego e as qualificações
requeridas dos trabalhadores. Em geral, as novas tecnologias exigem qualificações profissionais
diferentes. O volume de emprego gerado ou eliminado depende tanto da natureza do processo
quanto das mudanças organizacionais necessárias para sua implantação.
Tigre (2006) e Tidd e Bessant (2015) destacam aspectos ambientais que também influenciam a
difusão de novas tecnologias. Tem-se observado, por exemplo, nos últimos anos, ondas de
inovações destinadas a reduzir os impactos ambientais, desenvolver fontes alternativas de energia
limpa e renovável.
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ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
Com base no conteúdo da aula, assinale a alternativa correta.
A Internet pode ser considerada como um exemplo de inovação radical, pois não só
alterou as formas de comunicação da empresa, como criou novas áreas ou
departamentos como o marketing e o departamento de tecnologia da informação.
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ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
De acordo com Schumpeter, uma inovação somente causa impacto econômico quando há uma
transação comercial. Assim, é somente com a etapa de difusão que a inovação cumprirá seu
papel impulsionador do desenvolvimento econômico e do progresso tecnológico. Com base
nessa afirmação e no conteúdo da aula, assinale a alternativa correta.
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Fechamento
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Viu só que legal! É tanta coisa interessante e importante! O mais legal é que as coisas vão se
somando! Acho que você já está percebendo isso. Nessa unidade trabalhamos os principais
conceitos relacionados à inovação. Espero que você esteja gostando!!! Te espero na próxima
unidade, mas não deixe de ver as dicas, a seguir, para ampliar seus conhecimentos. Até breve!
https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG982/impressao/2 81/91
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O Método dos “Seis Chapéus do Pensamento” é uma ferramenta de análise de ideias que se
consagrou em todo o mundo por usar ao máximo a experiência e a inteligência dos participantes
de uma discussão. Simples e eficiente, ele permite empregar um estilo de interação construtiva,
que simplifica o pensamento, enfocando o tema sob perspectivas específicas, com clareza e sem
confrontos. Seis chapéus simbólicos são usados - em sessões alternadas e por todos os
presentes ao mesmo tempo - para definir o tipo de pensamento que será exercitado em dado
momento. Há a sessão de identificação de riscos (chapéu preto), a de gerar ideias (chapéu verde),
a de apurar informações (chapéu branco), a de expor emoções (chapéu vermelho), a de buscar
uma visão positiva (chapéu amarelo) e a de ordenar a própria reunião (chapéu azul). O principal
mérito dessa técnica é neutralizar a maior adversária do pensamento: a confusão. Emoções,
informações, lógica, esperança e criatividade costumam se embaralhar em nossa mente, nos
impedindo de encontrar a melhor solução para as questões e também nos estimulando a entrar
em conflito com a parte oposta. Quando o pensamento é claro e estruturado, ele se torna mais
eficiente. Com esse método, conseguimos executar uma coisa de cada vez: passamos a separar a
emoção da lógica, a criatividade da informação, e assim por diante. Além disso, ele acaba com o
problema do ego, tão comum em um debate, pois permite que o indivíduo satisfaça os impulsos
do seu ego esforçando-se por exibir um bom desempenho como "pensador" cada vez que utiliza
um dos chapéus, e não para demolir as ideias do outro. Criada pelo Dr. De Bono na década de
1980, essa técnica vem sendo utilizada com sucesso tanto por corporações quanto por
indivíduos, como empresários, gerentes, técnicos, profissionais liberais, e até no ensino escolar
de crianças.
INDICAÇÃO DE VÍDEOS
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Nesta unidade vou recomendar três vídeos que estão disponíveis no YouTube. O primeiro é
sobre a revolução industrial. Ele vai ajudar você a entender melhor a importância das mudanças
que aconteceram no período da 1ª Revolução Industrial. Segue o link: clique aqui.
O terceiro vídeo é uma palestra do TEDx, O nome TED significa Tecnologia, Entretenimento e
Design. Esses foram os assuntos centrais da primeira conferência, que aconteceu nos Estados
Unidos em 1984, e que carrega o nome até hoje. Uma variante desta conferência é a TEDx,
refere-se ao programa que auxilia voluntários a organizarem o seu próprio evento local e
independente, que tenha o intuito de compartilhar ideias e inspirar pessoas de forma regional no
modelo de conferência. O vídeo em questão traz um dos principais palestrantes do Brasil sobre
o tema criatividade. Segue o link: clique aqui.
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06/10/2022 20:02 IESB
ESTUDO DE CASO
O QUE É TV?
Por Omarson Costa
A pergunta soa estranha, admito. Afinal, nos acostumamos à ideia de que a televisão sempre foi
(e continuaria sendo) apenas esse grande aparelho eletrodoméstico geralmente postado em
local nobre da casa. Apesar de evoluir da forma de caixote para a de “quadro” para pendurar na
parede, é verdade que, essencialmente, ela permaneceu a mesma por muito tempo.
E se agora eu lhe dissesse que esse conceito mudou e a minha resposta à pergunta inicial fosse:
TV é software?!
A ideia pode parecer contra intuitiva, mas essa é uma das maiores transformações que veremos
nas próximas décadas e eu convido você a acompanhar meu raciocínio.
Vamos lá?
A primeira transmissão no Brasil foi realizada em São Paulo, em 18 de setembro de 1950. Assis
Chateaubriand, proprietário da então TV Tupi, espalhou alguns aparelhos pela cidade porque a
maioria das pessoas nem sequer entendia direito o que era “essa tal de TV”.
As emissoras transmitiam por radiofrequência, primeiro nos canais de VHF e, mais tarde, nos
UHF. Dito de maneira mais simples, VHF/UHF seria algo como AM/FM. Ou seja, ondas
eletromagnéticas. O sinal era amplificado por torres, várias das quais se tornaram marcos das
cidades. A primeira, no Rio, foi instalada no Morro da Urca. Em São Paulo, ganhou fama a Torre
da Paulista e, em Brasília, o projeto de Lúcio Costa virou atração turística.
O modelo de negócio parecia imbatível: acesso livre ao conteúdo, gerando uma audiência
massificada; quanto mais gente vendo, maior a remuneração dos anunciantes às emissoras por
espaços nos intervalos da programação.
No Brasil, a legislação considerava (e ainda considera) as faixas de frequência dos canais como
concessões do governo às empresas, proibindo donos internacionais e mantendo regulação do
conteúdo, o que foi especialmente rigoroso no período da ditadura militar, quando havia censura
prévia.
Em meados dos anos 1970, o Brasil adotou o sistema PAL-M e as emissoras passaram a
transmitir programas em cores. Cerca de 20 anos depois, chegou ao Brasil outra tendência: a de
empacotar conteúdos e vender o acesso a eles. Nascia a TV “a cabo” nacional. Ainda que a
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primeira operadora, a TVA, adotasse a tecnologia MMDS (sigla em inglês para “serviço de
distribuição multiponto multicanal”), que utiliza micro-ondas para difusão.
O MMDS era útil principalmente em áreas afastadas dos principais centros urbanos, onde a
instalação do cabeamento era inviável financeiramente. A NET se firmou nos grandes centros
urbanos com a estrutura física. Mais tarde, surgiu a transmissão por satélite, o sistema DTH, cujo
principal representante é a Sky. Não importa a tecnologia, o cabo demorou a pegar, sobretudo
pela demora da infraestrutura e o alto preço.
Em 1997, o governo brasileiro abriu o mercado de telecomunicações e fez uma grande licitação
para implantar a telefonia móvel no Brasil. Nessa época, com a entrada em vigor daLei Geral de
Comunicações, nasceu também a Anatel, agência encarregada de regulamentar e fiscalizar o
setor.
A essa altura, a Internet comercial dava seus primeiros passos no País. As conexões ainda eram
discadas (para quem não se lembra ou ainda não tinha nascido, o internauta ocupava a linha de
telefone fixo para acessar a web) e navegar era um exercício de paciência quase budista a uma
velocidade que, na melhor das hipóteses, chegava a 512Kb/s.
Aquela geringonça interessante chamada Internet não parecia ter condição nenhuma de ameaçar a
grande estrela do entretenimento popular – a TV aberta.
Com a entrada de players estrangeiros no mercado, as empresas “de cabo” passaram a oferecer a
possibilidade de conexões de banda larga, juntando-se aos provedores pioneiros, como o UOL. A
velocidade de conexão subiu a partir do ano 2000 e o acesso à Internet também.
O que viria a fazer toda diferença nessa história seria a Internet móvel. Até a chamada
tecnologia 3G (oferecida no Brasil a partir de 2004), o celular servia basicamente para mandar
torpedos e fotos com baixa definição. Três anos depois, a Apple apresentou o iPhone (a RIM já
tinha lançado o BlackBerrye a Palm o Treo), que popularizou rapidamente a ideia de que o
celular poderia ser um minicomputador. Como celulares também operam por radiofrequência,
competiam com serviços como o MMDS e mesmo com a TV convencional.
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conteúdo). Em 2004, eu dizia que o padrão de distribuição de conteúdo seria através das
operadoras e, por consequência, o padrão de tecnologia celular baseado em IP, apesar de alguns
discordarem.
Com o advento da Internet banda larga, da transmissão de dados móveis por pacotes (a partir do
3G) e do smartphone, criou-se um ecossistema tecnológico propício para o streaming. Tudo
virou streaming. Música? Spotify para baixar e ouvir o quanto quiser. Jogos? Diversos games on-
line para todos os gostos. Vídeo? Ali nasceu uma disrupção ainda maior.
O sucesso do YouTube, lançado em 2005, começou a enterrar o velho hábito de ter hora marcada para
consumir conteúdo.
Nascia o conceito de ‘on demand’, no qual quem decide o que assistir, quando, onde e como é o
consumidor. Começava o início da ‘streaming era’.
O principal benefício que a Internet mais rápida trouxe foi facilitar o consumo de vídeos pela
Internet. Mas como baixar um vídeo inteiro para ver (como se fazia nos tempos doTorrent) era
uma experiência ruim, surgiu a solução do conteúdo em streaming, que dispensa o download,
pois o arquivo está na nuvem e o navegador não precisa ter uma cópia do arquivo para executá-
lo, algo conveniente para proteger, inclusive, os direitos autorais de quem produz.
A principal representante dessa tendência nasceu em 1999 nos Estados Unidos, mas o modelo
de negócio mudou em 2007 quando a Netflix, que até então estava no ramo de locação de DVDs,
lançou seu serviço de assinatura. Realizando um pagamento mensal, o espectador tem acesso a
um menu de opções que pode ser consumido do jeito que quiser e a qualquer hora. Eliminava-se
assim, do ponto de vista do público, os dois inconvenientes da TV aberta e do cabo. A audiência
tem uma experiência personalizada (como as locadoras de filmes foram no passado) sem ficar
limitada a um único dispositivo ou a um pacote padronizado.
Em 2010, a Netflix inicia pelo Canadá sua expansão internacional em velocidade revolucionária.
E bastou apenas uma década para colocar em xeque o bem estabelecido mercado de TV a cabo,
que tem cerca de 50 anos nos Estados Unidos e, desde 2011 (Lei 12.485), é chamado pela
legislação brasileira de Serviço de Acesso Condicionado, ou Se AC.
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E aí cabe uma pergunta: se, no final do dia, a Netflix não é emissora de TV, nem operadora de
cabo, nem de celular, nem provedora de acesso à Internet, então qual a lei que regularia serviços
de OTT no Brasil?
A Netflix lidera com folga o mercado de OTTs com 158 milhões de assinaturas no mundo (12,5
milhões no Brasil), mas há outros players de peso se movimentando. A consultoria Allied Market
Research prevê que em 2025 essa indústria chegue aos US$ 332,5 bilhões. Diante de
perspectivas tão poderosas, há gente chamando esse momento de A Guerra do Streaming.
Além da líder, há gigantes investindo cada vez mais nesse modelo, como a Amazon, a Apple, o
grupo Disney (o lançamento de seu serviço ocorreu em novembro e já tem 10 milhões de
assinantes), e a AT&T, operadora de telefonia que comprou a Warner Media e tem em seu
portfólio joias como o já anunciado HBO Max.
No Brasil, os canais abertos e os distribuídos no cabo estão lançando versão streaming, incluindo
a TV Globo, maior produtora de conteúdo do país, em sua plataforma Globo play, que já conta
com mais de 22 milhões de consumidores, com a oferta não apenas de produtos nacionais
criados pela emissora, como também produtos exclusivos em streaming (que não estão na sua
grade de TV aberta) e títulos internacionais.(COSTA, 2019, s.p)
Questões
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Unidade 02
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https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG982/impressao/2 88/91
06/10/2022 20:02 IESB
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