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06/10/2022 20:02 IESB

Unidade 02

Inovação

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CENÁRIO PRÁTICO
Os benefícios que as novas tecnologias geram são inúmeros e se estendem a cada um dos
setores sociais, desde a área empresarial até a da saúde. Para ilustrar melhor, pense nas
competições paraolímpicas em que atletas com diferentes deficiências conseguem ter uma vida
normal, praticar esportes e participar de grandes competições, conquistando, inclusive,
resultados comparados aos de um atleta sem necessidades especiais.

Este é o caso do alemão Markus Rehm, cuja perna foi amputada na adolescência após um
acidente de barco. Em 2015, ele conseguiu a marca de 8,40 m no salto à distância utilizando uma
prótese de fibra de carbono. A boa notícia é que essa tecnologia não fica restrita apenas aos
esportistas, pois existem tipos de próteses adaptados ao estilo de vida de cada pessoa. Assim,
ela pode andar, pular e correr normalmente, realizando movimentos cada vez mais precisos e, o
mais importante, participar novamente das atividades sociais.

Em relação à educação, podemos retomar a importância da internet para o acesso ao


conhecimento. Quando se pensa nas salas de aulas, ela pode ser uma boa aliada. Deste modo,
educadores estão cada vez mais desenvolvendo estratégias de ensino com aplicativos ou
softwares para atividades extracurriculares, tornando a aprendizagem mais dinâmica e
divertida. Tablets e smartphones são aparelhos que também facilitaram o ensino a distância por
meio do e-Learning, quebrando as antigas barreiras geográficas para o acesso à educação.
(INOVAPARQ, 2016)

Com base no texto acima, reflita sobre o impacto das inovações em sua vida. Para facilitar,
considere um aplicativo simples, como o WhatsApp. De que forma ele alterou sua vida? Como
você utiliza essa ferramenta em seus relacionamentos pessoais e profissionais? Você consegue
lembrar, como era o seu relacionamento com esses grupos antes do aplicativo? São questões
interessantes! Vale a reflexão!

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Unidade 02
Aula 01

Um Passado de Inovações

A inovação tecnológica é essencial para aumentar a produtividade e a competitividade das organizações,


da mesma forma que é essencial para impulsionar o desenvolvimento econômico das regiões e países.
Entender como as inovações moldaram o mundo em que vivemos, nos possibilita entender o fato de que o
desenvolvimento não decorre de um mero crescimento das atividades econômicas existentes, mas sim de
um processo qualitativo de transformações na estrutura produtiva, no sentido de incorporar novos
produtos e processos que agregam valor à produção por meio da intensificação do uso do conhecimento.

A primeira Revolução Industrial


No final da última aula, vimos os impactos da terceira e da quarta revoluções industriais. Mas como
foi que chegamos a esse nível de desenvolvimento tecnológico? O que foi que mudou para que isso
pudesse ocorrer? É isso que iremos ver a partir de agora! Vamos visitar o passado e procurar
enxergar além das inovações e buscar entender o que aconteceu e o que proporcionou para que
todas essas mudanças transformassem o nosso mundo.

A primeira revolução industrial constitui um divisor na história econômica do ocidente, em função


de seus impactos no desenvolvimento das atividades produtivas. Desde meados dos anos 1.700 é
possível observar sucessivas ondas de inovações obtidas por meio da introdução de máquinas e
equipamentos, de novas formas de organização da produção e do desenvolvimento de novas fontes
de materiais e de energia.

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Vamos voltar ao séc. XVIII e entender como o mundo funcionava nesta época. A agricultura era a
principal atividade econômica em todos os países. As mercadorias eram feitas artesanalmente,
produzidas uma a uma e nenhum produto era exatamente igual ao outro. As fábricas não existiam.
As corporações de ofício, associações que surgiram a partir do século XII, regulamentavam as
profissões e o processo do sistema doméstico de produção. Esse sistema não separava a vida
familiar das tarefas do trabalho e as unidades de produção artesanal eram marcadas pela
hierarquia (mestres, oficiais e aprendizes) e pelo controle da técnica de produção das mercadorias
pelo produtor. O aumento da produção dependia de um aumento proporcional dos fatores de
produção utilizados. Assim, para dobrar a produção, dobrava-se o número de trabalhadores, a
quantidade de insumos e a área das oficinas, replicando as práticas de produções existentes.

O século XVIII ficou conhecido como o “Século das Luzes”, pois as ideias iluministas promovidas na
Europa,por filósofos, se espalharam pelo mundo e inspiraram inúmeras revoluções. Diversas
transformações políticas e econômicas ocorreram e muitas já haviam se estabilizado em uma nova
posição de equilíbrio, entretanto o mesmo não ocorreu com a Revolução Industrial, que continuava
seu processo de transformações na Inglaterra (LANDES, 2005). Diversos fatores de ordem técnica,
institucional, social e econômico explicam seu surgimento naquele país. Essa revolução
transformou o mundo por meio, inicialmente, de uma lenta difusão de inovações que se
concentraram na indústria têxtil e em menor medida na fabricação de ferro.

Quando Adam Smith escreveu o livro “A Riqueza das Nações”, em 1776, a revolução industrial já
estava efetivamente em marcha, promovendo o aumento da produtividade e o crescimento
econômico da Inglaterra. Uma sucessão de inovações tecnológicas, iniciadas nas etapas de fiação e
em seguida na tecelagem, permitiu que o custo de produção dos tecidos baixasse rapidamente,
estimulando a expansão do mercado.

Essas inovações eram de natureza essencialmente prática, desenvolvidas por mecânicos, ferreiros e
carpinteiros praticamente sem formação científica. Conforme Tigre (2006, p. 19), a ciência ainda
não constituía uma resposta ao objetivo de aumentar a produção de bens, de forma a atender às
necessidades humanas.

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As inovações ocorridas na Revolução Industrial podem ser agrupadas em três princípios: a


substituição da habilidade e do esforço humano pelas máquinas – rápidas, constantes e
incansáveis; a substituição de fontes animadas de energia por fontes inanimadas, em
especial a introdução de máquinas para converter o calor em trabalho; e o uso de matérias-
primas novas e muito mais abundantes, sobretudo a substituição de substâncias vegetais
ou animais por minerais. A aplicação desses princípios permitiu um progressivo aumento
autossustentado na produtividade e na renda, motivando um fluxo ininterrupto de
investimentos e inovações tecnológicas. O efeito combinado das invenções acabou por ter
um impacto radical nos processos produtivos.

(TIGRE, 2006, p. 19-20)

A concepção de fábrica possibilitou a introdução de máquinas que automatizam a força humana.


Primeiro, movidas por rodas d’água e depois por máquinas a vapor, e isso propiciou mudanças na
organização da produção. Os “novos” processos de organização visavam coordenar o uso das
máquinas com as atividades dos trabalhadores. Neste contexto, percebeu-se a necessidade de
especializar os trabalhadores e aprofundar sua capacitação. As melhorias sobre a organização da
produção foram derivadas de observações práticas sobre diferentes formas de organizar tanto as
máquinas quanto os trabalhadores. O objetivo final do processo de organização era eliminar
gargalos e acelerar o ritmo de produção.

À medida que as inovações eram implementadas em uma etapa da cadeia, elas contribuíam para
agravar o desequilíbrio nas demais etapas do processo produtivo, pois ao aumentar a produtividade
de uma tarefa criavam-se gargalos nas demais. Como consequência, as inovações na indústria têxtil
surgiram em uma sequência de desafios e respostas às situações de desequilíbrio que foram
surgindo ao longo da cadeia produtiva (TIGRE, 2006).

Essa mesma lógica de desenvolvimento foi observada no grande ícone da revolução industrial, a
máquina a vapor. Em 1698, Thomas Savery inventou a primeira máquina a vapor, ela foi batizada
com o nome de “máquina de aquecer”. O invento de Sarvey não possuía nenhuma aplicação prática
viável. Entretanto, pouco mais de uma década depois, em 1712, Thomas Newcomen criou um
motor a vapor, chamado de Máquina Atmosférica Newcomen. Esse foi o primeiro dispositivo
prático a aproveitar o vapor para produzirtrabalho mecânico. Seu desempenho, porém, era de
apenas 1%, ou seja, para cada 100 unidades de energia, apenas uma era transformada em unidade
de força. Muito pouco, não é? Mas, o que você não sabe! É que esse pouco foi de uma importância
fundamental para a produção de carvão mineral. O bombeamento de água nas minas de carvão, na
Inglaterra, foi sua única aplicação economicamente viável. Seu uso permitiu que a produção de
carvão mineral dobrasse até o ano de 1750.

E isso foi importante? Sim, foi e muito!

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Moreno (1999 apud TIGRE, 2006, p. 21) destaca que a oferta de carvão vegetal, aquele que é
produzido pela queima das árvores, estava diminuindo. As florestas naturais na Inglaterra estavam
acabando! Olha só o problemão. A principal fonte para a geração de energia a vapor estava
acabando! E a produção de carvão mineral não era suficiente para compensar a escassez do que era
produzido pela queima das árvores. Esse problema em relação à principal fonte de energia das
máquinas a vapor, possibilitou novas invenções. E, não vamos nem pensar, por enquanto, nos
problemas ambientais que isso estava causando.

Muito tempo depois, em 1769, outro passo fundamental foi dado por James Watt, que melhorou a
máquina a vapor de Newcomen. Sua invenção permitiu um melhor aproveitamento da energia que
era desperdiçada a cada golpe do pistão. Sua inovação é considerada decisiva para a viabilização do
vapor, não apenas em razão da economia de combustível, mas também por abrir caminho para
aumentos contínuos de eficiência que permitiram que a máquina a vapor fosse utilizada em todos
os ramos da economia. Mais uma vez observa-se que as inovações surgem em uma sequência de
desafios e respostas a situações de desequilíbrio ao longo de uma cadeia produtiva.

E, como uma inovação leva a outra, o uso do carvão mineral na metalurgia permitiu melhoramentos
na qualidade do ferro, tornando-o mais resistente, isso possibilitou, por sua vez, aprimoramentos
nas máquinas a vapor, que ao utilizá-lo em sua fabricação, tornaram-nas mais leves, mais potentes e
se difundiram por diversas indústrias. Os transportes se beneficiaram especialmente dessas
inovações. A máquina a vapor foi fundamental no nascente transporte ferroviário e na navegação.

Mudanças nos papéis da produção


Todo esse processo de apropriação de invenções pelas empresas durante a revolução industrial
trouxe as mais diversas repercussões para aquela sociedade, que passou a enfrentar uma série de
transformações em suas instituições sociais. Lembra que já falamos disso na unidade passada? Você
não lembra o que são as instituições sociais?! Volte lá e refresque sua memória. Pois, isso é
importante! As mudanças nas instituições sociais foram muitas e transformaram à sociedade
inglesa.

Antes da revolução industrial, a Inglaterra baseava-se em uma economia quase totalmente rural
com produção agrícola apenas para a subsistência de sua população e, além disso, possuía uma
produção artesanal, realizada no sistema familiar, que não almejava comércio e destinava apenas a
atender às necessidades das pequenas comunidades locais.

No entanto, a partir do século XV, a era das grandes navegações, a integração com outros países
aumenta e a economia deixa de ser local. Os comerciantes começam a fornecer a matéria-prima aos
trabalhadores fora da jurisdição das corporações de ofício e a controlar a comercialização dos
produtos finais. Implementa-se na Inglaterra, um sistema conhecido como putting-out, no qual
destaca-se a figura do comerciante capitalista, isto é, do intermediário entre a produção e a
comercialização (OLIVEIRA, 2017).

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Nesse período, o sistema familiar perde espaço e se consolida o sistema doméstico de produção,
aquele que no século XVIII vai dar lugar ao sistema de produção fabril. No sistema doméstico de
produção, os trabalhadores, além de produzir em suas casas, possuíam as ferramentas necessárias
para a realização das atividades. Eles detinham o controle das técnicas e do processo de trabalho
que empregavam, essa característica vai ser replicada no sistema doméstico de produção, com a
sutil diferença que as ferramentas passam a ser dos mestres artesãos.

Antes de continuarmos, precisamos entender o que é esse tal sistema putting-out. Ele representa
uma forma de trabalho terceirizado. Os primeiros sistemas desse tipo surgiram no século XIII pela
Europa e Ásia e possibilitaram uma forma de divisão de trabalho. Por exemplo, na produção têxtil, a
fiação, a tecelagem, o acabamento e o tingimento dos tecidos foram estabelecidos em diferentes
localidades, diferentes vilas. Esta divisão de trabalho gerou uma série de problemas de
coordenação entre as vilas. Em decorrência deste problema, surgiu a figura do coordenador central
que, na maioria das vezes, era representada pelo artesão que se situava no fim ou no início do
processo de produção, e que conectava sua estrutura de produção aos mercados (HUBERMAN,
1986).

Agora que você já sabe o que é o sistema putting-out, vamos ver como foi que a revolução industrial
acrescentou a ele dois novos aspectos fundamentais para a consolidação do capitalismo: (1) o
primeiro foi concentrar artesãos independentes em um mesmo teto, facilitando a logística de
transportes e ainda mais a divisão de trabalho; (2) segundo foi a introdução de automação, através
do uso de máquinas e equipamentos que aumentavam a produtividade e reduziam a dependência
do trabalho artesanal.

Além disso, o capital físico (imóveis e ferramentas), que antes pertencia aos artesãos, passou a ser
de propriedade do dono da fábrica, que passou a ser chamado de capitalista por possuir a
quantidade de capital necessária para comprar as máquinas que estavam revolucionando a
produção. Simultaneamente, o capital intelectual dos mestres artesãos, dos oficiais e dos
aprendizes, ou seja, seus conhecimentos técnicos estavam sendo apropriados pelas fábricas por
meio da incorporação desses conhecimentos no desenvolvimento dos processos organizacionais
que possibilitavam a divisão do trabalho em parte menores.

Os economistas e a revolução industrial

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A primeira revolução industrial serviu de base para diversos estudos econômicos, pois as
transformações técnicas estavam proporcionando não só o crescimento da nascente indústria
como também o desenvolvimento econômico da Inglaterra.

Os economistas clássicos tinham consciência do papel das transformações técnicas no crescimento


econômico. Adam Smith e David Ricardo colocaram o processo de acumulação de capital no centro
de suas análises sobre o processo de crescimento econômico (TIGRE, 2006).

Adam Smith foi o primeiro a reconhecer a relação entre mudança tecnológica e crescimento
econômico. Ele identifica duas inovações que favoreciam o crescimento da produtividade: a divisão
social do trabalho e a adoção de máquinas. Utilizando o famoso exemplo da fábrica de alfinetes,
Smith constata que, subdividindo as tarefas necessárias para a produção em diferentes etapas, em
que cada trabalhador seria responsável por uma função específica, a produtividade aumenta de
forma significativa em relação ao processo artesanal.

A divisão do trabalho, na medida em que pode ser introduzida, gera, em cada ofício, um
aumento proporcional das forças produtivas do trabalho. A diferenciação das ocupações e
empregos parece haver-se efetuado em decorrência dessa vantagem. Essa diferenciação,
aliás, geralmente atinge o máximo nos países que se caracterizam pelo mais alto grau da
evolução, no tocante ao trabalho e aprimoramento; o que, em uma sociedade em estágio
primitivo, é o trabalho de uma única pessoa, é o de várias em uma sociedade mais evoluída.

(SMITH, 1982, p. 66)

Em relação à utilização de máquinas adequadas a cada função, Smith (1982) afirma que as mesmas
proporcionam uma maior facilidade de execução e abreviação do trabalho. A força motriz substitui
a força humana, permitindo o aumento do ritmo de trabalho e a incorporação de trabalhadores
menos habilitados técnica e fisicamente. E, afirma que nem todos os aperfeiçoamentos
introduzidos em máquinas representam invenções por parte daqueles que utilizavam essas
máquinas. Muitos deles foram efetuados fabricantes das máquinas e outros pelos filósofos, pessoas
cuja atividade é não fazer nada, além de observar tudo, e ser capaz de combinar os poderes de
objetos distantes e diferentes, como explicou Adam Smith em sua obra (SMITH, 1982).

O termo cientista somente apareceu no século XIX, conforme Tigre (2006, p. 27).

David Ricardo, por sua vez, dedicou-se, principalmente, à análise dos impactos dessas inovações
sobre o emprego e a renda.

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Ele segue o postulado de Smith de que o aumento do capital constitui a principal fonte de
crescimento. Entretanto, constata que a introdução de uma nova máquina substitui o
trabalho humano, provocando o aparecimento do desemprego. Na medida em que o capital
aumenta, há um crescimento proporcionalmente maior do uso de máquinas. Com o
crescimento da produção, a demanda por trabalho também segue aumentando, mas em
menores proporções e de forma decrescente. Ricardo faz a primeira análise econômica da
questão da substituição do trabalho por capital na indústria, abordando a questão da
perda de empregos e salários dos trabalhadores.

(TIGRE, 2006, p. 27)

O trabalho de Ricardo serviu de base para duas correntes antagônicas, os neoclássicos e os


marxistas. Para Karl Marx, o sistema econômico não poderia ser moldado apenas pela tecnologia,
visto que dependia de uma série de outros fatores, mas entendia que a invenção da máquina a
vapor foi um fator essencial para o avanço do capitalismo. Em sua visão, o desenvolvimento
tecnológico, a partir da revolução industrial, passou a servir ao processo de acumulação de capital e
apresentar um viés de substituição de trabalho por máquinas.

As inovações em bens de capital e o aprofundamento da divisão social do trabalho


constituem, segundo Marx, a base técnica necessária para o processo de acumulação de
capital. As empresas capitalistas procuram a todo custo aumentar o tempo de trabalho
excedente, ou seja, a mais-valia, por meio do aprimoramento do processo de produção e
pela introdução de máquinas que substituem o “trabalho vivo” pelo “trabalho morto”.

(TIGRE, 2006, p. 37)

A preocupação de Marx com a questão tecnológica não estava restrita a seu papel no
desenvolvimento econômico, mas contemplou principalmente a análise de seus impactos sociais. A
tecnologia permitia às empresas aumentar a exploração da força de trabalho, utilizando os
mecanismos econômicos. Ao substituir a mão de obra por máquinas reduzia os salários, aumentava
o desemprego e criava um exército de desempregados, disposto a aceitar salários menores e piores
condições de trabalho.

Karl Marx fez sua análise do capitalismo em meados do século XIX, ele utilizou o termo proletário
para identificar a classe dos trabalhadores sempropriedadede meios de vida docapitalismo
industrial. E, por extensão, o termoproletarização significa a separação dos homens dos seus meios
de produção.

Você deve estar se perguntando, por que estudar sobre a primeira revolução industrial? Isso
aconteceu há muito tempo! Já é história!!! Pois, é! Mas a história se repete.

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Você sabia que o processo de proletarização está acontecendo de novo? E aqui no Brasil? E com
uma profissão tida como uma das mais importantes?

SAIBA MAIS
Brasil tem mais cursos de Direito do que todos os outros países do mundo juntos.

Por Redação, publicado em 13 out 2010.

O Brasil possui 1.240 cursos superiores deDireito. Com esse número, o país se consagra como a
nação com mais cursos de Direito do mundo todo. A soma total de faculdades de direito no
mundo chega a 1.100 cursos. As informações foram divulgadas hoje, no blog Leis e Negócios do
Portal IG.

O número de advogados também é bastante alto, chegando a 800 mil. Mas, segundo o blog,
poderiam existir muito mais. Conforme afirma a reportagem, se todos os bacharéis em Direito
passassem no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – pré-requisito para poder
advogar no Brasil -, o país computaria mais de três milhões de advogados.(GUIA DO
ESTUDANTE, 2010,s.p)

1406. Esse é o número de faculdades de Direito no Brasil

PorJúnior Borneli, publicado em 25 de março de 2019.

No mundo todo, existem menos de 1200 faculdades de Direito. É isso mesmo o que você
pensou: se somarmos todas as faculdades de Direito do mundo, não chegamos ao número de
faculdades existentes só no Brasil.

Somos o país com o maior número de advogados do mundo, 1 milhão e 100 mil profissionais. E,
mantendo-se o ritmo de crescimento dos últimos anos, chegaremos ao inacreditável número de
2 milhões de advogados no ano de 2032. A título de comparação, existem cerca de 450 mil
médicos.

O ritmo de novos profissionais de Direito que se formam é frenético, chegando a uma média de
quase 200 novos profissionais por dia. (BONELI, 2019, s.p)

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Agora que já sabemos que nosso país possui mais cursos de Direito do que todos os países
desenvolvidos juntos, vamos ver as repercussões disso na prática, no mercado de trabalho, pela
perspectiva de um profissional da área. O autor do artigo a seguir é professor de Direito
Constitucional em uma Universidade Federal e Procurador do Ministério Público do Trabalho no
Rio de Janeiro.

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NA-PRATICA
A proletarização do advogado no Brasil

Quem circula pelos fóruns do Rio de Janeiro já deve ter percebido a nova estratificação social da
classe dos advogados. Além dos tradicionais “profissionais liberais”, donos ou sócios de seus
escritórios, os corredores da Justiça estão apinhados de “advogados cotinhas”, “advogados
audiencistas” e “advogadosprêt-a-porter“.

Os advogados-cotinha são aqueles contratados por grandes escritórios como “advogados


associados”, cuja participação no capital da sociedade em geral se dá em cotas ínfimas –
frequentemente inferiores a meio por cento (daí o “cotinha”).

Estes advogados, em geral, trabalham em longas jornadas de dez horas, sob controle direto; seu
trabalho muitas vezes é repetitivo, quase mecânico (como se sabe, algumas das petições já são
feitas por robôs, isto é, programas de computador aptos a produzir petições padronizadas).

Ao final do mês, recebem um valor fixo pelo trabalho despendido, sem qualquer acesso à
contabilidade da sociedade e nenhuma participação efetiva nos seus resultados. Para esses
profissionais, raramente há benefícios sociais como auxílio alimentação ou vale-transporte. Não
há proteção contra doenças ou acidentes. As advogadas “associadas” que engravidam não têm
qualquer garantia e muitas são despedidas em razão desta condição ou voltam a trabalhar
poucos dias após o parto.

Esta figura jurídica (“advogado associado”) não consta da Lei 8906/94, tendo sido criada por
autorização desta (art. 54, inc. V) no Regulamento Geral da OAB que, em seu art. 39,
estabeleceu a possibilidade de associação para participação em resultados, “sem vínculo de
emprego”.

Obviamente que este dispositivo não tem eficácia para afastar, por si só, a possibilidade de
reconhecimento de existência de trabalho subordinado, até porque não pode um “regulamento”
de uma entidade paraestatal legislar sobre Direito do Trabalho, sob pena de usurpar a
competência do poder legislativo federal na matéria.

Observe-se que, nitidamente, o propósito do Regulamento da OAB foi permitir que advogados
se unam para atender determinado cliente ou atuar conjuntamente em certas causas,
preservando, para cada qual, o caráter liberal do exercício da profissão. Porém, o que se vê na
prática é que grandes escritórios usam este dispositivo para mascarar uma evidente relação de
emprego. Em uma palavra bastante simples: fraude.

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Os “advogados audiencistas” sequer têm qualquer previsão normativa. Em geral, são


contratados para audiências nos Juizados Especiais e na Justiça do Trabalho, sem qualquer
formalização, recebendo “por produção”. Muitas vezes trabalham diariamente para os mesmos
escritórios, cumprindo expediente nos corredores da justiça.

Os “advogadosprêt-a-porter“, a última novidade na advocacia “just in time” são “fornecidos” por


empresas “especializadas” em serviços de advocacia; eles integram um cadastro e são
convocados pela empresa prestadora de serviços para atender os clientes em audiências. Isto é,
embora sejam fornecidos por uma mesma empresa, trabalham para vários escritórios ao mesmo
tempo.

As causas da proletarização do advogado (fenômeno antevisto por Marx e Engels no Manifesto


Comunista) no Brasil são conhecidas: excesso de litigância de massa; mão de obra barata
decorrente da superoferta de advogados no mercado de trabalho; dificuldade de fiscalização
nos escritórios e transformação das grandes firmas de advocacia em organizações empresariais,
porém com aparência legal e respectivos privilégios e isenções de “profissionais liberais”.

Se esses problemas sociais serão resolvidos algum dia não sabemos; eles estão por certo além da
capacidade dos atores sociais no momento. O que cabe aos operadores do Direito que ainda
guardam um razoável senso de justiça é reprimir os seus nefastos efeitos e vícios.

O Ministério Público do Trabalho, provocado por dezenas de denúncias, tem atuado de forma
sistemática para coibir estas fraudes, que não só violam os direitos sociais dos advogados
empregados, como acarretam grave sonegação fiscal e previdenciária.

A OAB deveria também zelar pelo inquestionável aviltamento e rebaixamento da profissão,


atuando firmemente para evitar as fraudes escancaradas e o “comércio” de advogados. Porém,
parece que esta não é uma das suas prioridades.

É desanimador perceber que uma entidade como a OAB, que frequentemente se arvora em
defensora dos direitos humanos e da democracia, tenha decidido claramente o seu lado: atuar
como uma guilda patronal na defesa dos grandes escritórios que, inegavelmente, se
transformaram em poderosas organizações empresariais.

Exemplo disto foi a impetração de mandados de segurança na Justiça Federal pela seção
fluminense da OAB contra investigações da Procuradoria Regional da Primeira Região sobre a
condição de empregados de advogados em alguns conceituados escritórios.

Não é possível que a OAB compactue com o argumento do patronato da advocacia, que
frequentemente alega que estes advogados “conhecem perfeitamente a lei” e por isso “não
desejam trabalhar como empregados”....
(CASAGRANDE, 2018, s.p).

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Os serviços jurídicos prestados pelas pequenas firmas de advocacia se assemelham ao modelo


artesanal de produção. Os advogados atuam em todas as etapas do processo de prestação jurídica,
desde a captação do cliente, definição de estratégias, elaboração de peças processuais,
acompanhamento, participação em audiências e na realização de todas as outras atividades que se
fizerem necessárias. Essa forma de atuar demanda tempo e impede que haja escala, ou seja,
dificulta a possibilidade de um mesmo advogado atuar em muitos processos simultaneamente.

A associação de novas tecnologias, novas formas de organização do processo produtivo, com


ênfase na divisão do trabalho e o excesso de mão de obra, criam um contexto para os profissionais
do direito, similar ao que existiu na Inglaterra no final do século XVIII. As máquinas não são mais
movidas a vapor, são softwares de inteligência artificial.

Esses robôs, robots ou simplesmente bots, em inglês, são capazes de produção de linguagem natural,
o que significa que eles são capazes de produzir textos inteligentes, escritos da mesma forma que
um ser humano faria a partir de dados computados; reconhecer e transcrever a fala humana em
textos utilizáveis, isso é tão comum que você provavelmente usa essa função em seu smartphone;
estabelecer diálogos em processos remotos de atendimento ao consumidor: vão desde chatbots
mais simples até sistemas avançados de interação telefônica com o consumidor; na automação de
processos, usando scripts e outros métodos para automatizar a ação humana; ler e processar a
linguagem natural usado em análise de textos, facilitando a compreensão de estruturas e dando
sentido às sentenças, aos sentimentos e intenções através de métodos estatísticos e de
aprendizagem de máquina.

Parece coisa de filme de ficção científica, mas não é! No Brasil, segundo a Associação Brasileira de
Lawtechs e Legaltechs (AB2L) já existem mais de 100 lawtechs e legaltechs atuando no país, esses
termos têm o mesmo significado e representam startups voltadas para soluções de rotina jurídica.
Essas empresas são atualmente classificadas em sete categorias distintas:

Gestão de escritórios e departamentos jurídicos;


Automação e gestão de documentos;
Resolução de conflitos on-line;
Analytics e jurimetria;
Conteúdo jurídico e consultoria;
Redes profissionais; e
Extração e monitoramento de dados públicos.

A única categoria que necessita de um detalhamento em relação ao seu significado é a de analytics e


jurimetria. As startups desta categoria reduzem o tempo de busca de informações sobre processos
e ajudam a compreender como os casos são julgados. Algumas plataformas medem a porcentagem

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de êxito de um processo que é baseado em jurisprudência.

Todas essas categorias de startups têm como objetivo a otimização do tempo e o aumento da
produtividade.

Assim, podemos afirmar que ao modificar seu processo artesanal de trabalho, por um processo que
inclui a incorporação de novas tecnologias existe a necessidade de readequar as pessoas a uma
nova forma de trabalho, a fim de aumentar a produtividade do escritório ou departamento jurídico.

Agora diante disso, veja a posição de um renomado teórico sobre o assunto:

Em terceiro — e último lugar — precisamos todos tomar consciência de quanto o trabalho é


facilitado e abreviado pela utilização de máquinas adequadas. É desnecessário citar
exemplos. Limitar-me-ei, portanto, a observar que a invenção de todas essas máquinas que
tanto facilitam e abreviam o trabalho parece ter sua origem na divisão do trabalho.

(SMITH, 1982, p. 69)

Gente!!! Adam Smith escreveu isso em 1776, ao analisar a primeira revolução industrial, enquanto
ela ainda estava acontecendo! Agora, relembremos o que David Ricardo escreveu em 1817. “[...] a
introdução de uma nova máquina substitui o trabalho humano, provocando o aparecimento do
desemprego” (RICARDO apud TIGRE, 2006, p.27). Por fim, vejamos, mais uma vez, o que o Prof.
Casagrande registrou sobre a atual realidade laboral dos advogados no Brasil:

[...] Estes advogados, em geral, trabalham em longas jornadas de dez horas, sob controle
direto; seu trabalho muitas vezes é repetitivo, quase mecânico (como se sabe, algumas das
petições já são feitas por robôs, isto é, programas de computador aptos a produzir petições
padronizadas)[...].

(CASAGRANDE, 2018. s.p)

Entender o contexto social e suas instituições é fundamental para entender os processos de


desenvolvimento econômico de uma determinada sociedade. A incorporação de inovações
tecnológicas nas mais diversas indústrias ou segmentos da economia obedecem a um padrão. E
esse padrão nos é ensinado pela história.

Entender os grandes ciclos de incorporação de inovação nos ajuda a entender como as inovações
estão contribuindo para as mudanças exponenciais da sociedade atual.

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06/10/2022 20:02 IESB

ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
Com base no texto dessa aula, assinale a alternativa correta em relação aos impactos no
desenvolvimento das atividades produtivas em decorrência da primeira revolução industrial.

A concepção das fábricas, na primeira revolução industrial, propiciou mudanças na


organização da produção e esses “novos” processos de organização visavam
coordenar o uso das máquinas com as atividades dos trabalhadores.

A alternativa está correta.

A concepção de fábrica possibilitou a introdução de máquinas que automatizam a


força humana. Primeiro, movidas por rodas d’água e depois por máquinas a vapor, e
isso propiciou mudanças na organização da produção. Os “novos” processos de
organização visavam coordenar o uso das máquinas com as atividades dos
trabalhadores. A conjunção desses fatores levou a crescentes aumentos de
produtividade.

A primeira revolução industrial transformou rapidamente a Inglaterra no maior


produtor e exportador de carvão vegetal, principal fonte de energia para a fabricação
de ferro na Alemanha.

A alternativa está incorreta.

Essa revolução transformou o mundo por meio, inicialmente, de uma lenta difusão
de inovações que se concentram na indústria têxtil e em menor medida na
fabricação de ferro na Inglaterra. Além disso, a produção de carvão vegetal estava
em declínio e as florestas naturais estavam acabando na Inglaterra.

A máquina a vapor, inventada por Sarvey foi fundamental para o aumento da produção
de carvão vegetal na Inglaterra.

A alternativa está incorreta.

O invento de Sarvey não possuía nenhuma aplicação prática viável. Thomas


Newcomen foi quem criou o primeiro dispositivo capaz de aproveitar o vapor para
produzir trabalho mecânico. Seu desempenho, porém, era de apenas 1%, e seu

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equipamento foi de fundamental importância para a produção de carvão mineral e


para o bombeamento de água nas minas de carvão, na Inglaterra. Essa, foi sua única
aplicação economicamente viável.

Uma vez implantadas, as inovações resolviam todos os problemas do processo


produtivo.

A alternativa está incorreta.

À medida que as inovações eram implementadas em uma etapa da cadeia, elas


contribuíam para agravar o desequilíbrio nas demais etapas do processo produtivo,
pois ao aumentar da produtividade de uma tarefa, criavam-se gargalos nas demais.

A implantação de novos processos de organização tinha como objetivo inventar novas


máquinas ou formas de uso das máquinas.

A alternativa está incorreta.

Os “novos” processos de organização visavam coordenar o uso das máquinas com


as atividades dos trabalhadores. As melhorias sobre a organização da produção
foram derivadas de observações práticas sobre diferentes formas de organizar
tanto as máquinas quanto os trabalhadores. O objetivo final do processo de
organização era eliminar gargalos e acelerar o ritmo de produção.

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ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
Com base no texto dessa aula, assinale a alternativa correta em relação aos aspectos
sócioeconômicos relativos à primeira revolução industrial.

Os economistas clássicos tinham consciência do papel das transformações técnicas no


crescimento econômico.

A alternativa está correta.

Adam Smith e David Ricardo colocaram o processo de acumulação de capital no


centro de suas análises sobre o processo de crescimento econômico.

Adam Smith se dedicou, principalmente, à análise dos impactos dessas inovações


sobre o emprego e a renda.

A alternativa está incorreta.

David Ricardo se dedicou, principalmente, à análise dos impactos dessas inovações


sobre o emprego e a renda. Adam Smith foi o primeiro a reconhecer a relação entre
mudança tecnológica e o crescimento econômico. Ele identifica duas inovações que
favoreciam o crescimento da produtividade: a divisão social do trabalho e a adoção
de máquinas.

Karl Marx preocupou-se somente com a questão tecnológica e seu papel no


desenvolvimento econômico;

A alternativa está incorreta.

Karl Marx não se preocupou somente com a questão tecnológica que estava
restrita a seu papel no desenvolvimento econômico, mas contemplou
principalmente a análise de seus impactos sociais. A tecnologia permitia às
empresas aumentar a exploração da força de trabalho, utilizando os mecanismos
econômicos. Ao substituir a mão de obra por máquinas, reduzia os salários,
aumentava o desemprego e criava um exército de desempregados, disposto a
aceitar salários menores e piores condições de trabalho.

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Karl Marx preocupou-sesomente com a análise dos impactos sociais da Revolução


Industrial.

A alternativa está incorreta.

Para Karl Marx, o sistema econômico não poderia ser moldado apenas pela
tecnologia, visto que dependia de uma série de outros fatores, mas ele entendia que
a invenção da máquina a vapor foi um fator essencial para o avanço do capitalismo.
Em sua visão, o desenvolvimento tecnológico, a partir da revolução industrial
passou a servir ao processo de acumulação de capital e apresentar um viés de
substituição de trabalho por máquinas.

Karl Marx criou o sistema conhecido como putting-out para explicar suas análises
sobre os impactos sociais da revolução industrial.

A alternativa está incorreta.

O sistema putting-out representa uma forma de trabalho terceirizado. Os primeiros


sistemas desse tipo surgiram no século XIII pela Europa e Ásia e possibilitaram uma
forma de divisão de trabalho.

Fechamento
Nesta primeira aula da unidade 2, vimos os principais elementos da primeira Revolução Industrial e
traçamos um paralelo entre o contexto da Inglaterra do século XVIII com a realidade do mercado
jurídico no Brasil. Entender o impacto da adoção de inovações em termos de produtividade das
empresas e suas consequências no contexto social são extremamente relevantes. Lembre-se, você
está construindo uma base conceitual para poder compreender melhor o mundo que o cerca.
Espero que você tenha aprendido muito com essa aula. Parabéns!!! E até a próxima!

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Unidade 02
Aula 02

Outra Revolução Industrial

Olá! Bem-vindos, mais uma vez! Na aula de hoje, veremos outra revolução industrial, a Segunda Revolução
Industrial. Agora, a revolução se espalhou pelo mundo e as mudanças são mais impactantes. Energia
elétrica, telecomunicações, transportes, modelos de gestão, coisas que são mais próximas do nosso dia a
dia começaram a surgir. Tenho certeza de que essa aula vai ser no mínimo interessante! Aproveite e bons
estudos!

A Segunda Revolução Industrial


A segunda metade do século XIX presenciou o que foi denominado pelos historiadores de a
“Segunda Revolução Industrial”. A difusão das aplicações da máquina a vapor, após várias décadas
de aprimoramento tecnológico, deu origem a uma expansão sem precedentes na indústria
manufatureira e nos transportes ferroviário e marítimo.

Chandler, considerado o pioneiro no estudo histórico das grandes corporações, realizou um estudo
de história comparada sobre a evolução da moderna empresa industrial nos EUA, Inglaterra e
Alemanha. Com base na análise das duzentas maiores empresas industriais desses países,
identificou-se a origem e o crescimento da grande empresa moderna em uma cadeia de sistemas de
inovações interligadas (BELLINGIERI, 2012).

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O primeiro conjunto de inovações que favoreceu essa nova revolução, provocou uma revolução no
campo dos transportes e das comunicações. Esse conjunto é representado pela ferrovia, derivada
da máquina a vapor e do telégrafo, derivado do eletromagnetismo. Essas invenções facilitaram um
aumento substancial tanto no volume quanto na velocidade da produção. A gradativa unificação
dos mercados, tanto pela comunicação quanto pelos transportes, promoveu, ao mesmo tempo, a
internacionalização e a concentração do capital. Além das inovações nas áreas de transportes e das
comunicações, três outros sistemas de inovações contribuíram para alterar a estrutura da indústria,
gerando novos modelos de empresas e mercados: a eletricidade, o motor a combustão e as
inovações organizacionais promovidas por Taylor e Ford.

Essas inovações contribuíram para a mudança do centro dinâmico do capitalismo da Inglaterra para
os Estados Unidos e, em menor escala, para a Alemanha e a França.

Segundo Chandler (1999, apud BELLINGIERI, 2012), o moderno empreendimento industrial,


baseados na administração científica de Taylor e Ford, teve um papel central em criar a maioria dos
avanços tecnológicos, ditando o ritmo do setor industrial destes países e abastecendo a dinâmica
do desenvolvimento do moderno capitalismo industrial.

No campo da eletricidade, a empresas que surgiram nessa época se tornaram paradigmas no século
seguinte. A eletricidade demorou várias décadas para produzir impactos econômicos. Tigre (2006,
p. 49) cita uma lista de empresário-inventores que praticamente monopolizaram o setor, desde a
produção de equipamentos de geração, de transmissão e a aplicação de energia. Nomes de
inventores como Werner Siemens, Alexander Graham Bell, Thomas Edison, Elihu Thompson e
George Westinghouse se confundem com as grandes empresas que dominaram o século XX e ainda
se destacam no século XXI.

A Siemens, criada por Werner Siemens em 1847, sediada na Alemanha, é atualmente o maior
conglomerado industrial da Europa e um dos maiores do mundo, possui um total de 15 divisões e
atua principalmente em três frentes: automação, digitalização e eletrificação. No início, fabricava
equipamentos telégrafo se foi diversificando sua atuação ao longo dos anos. Atualmente, a empresa
está também nas áreas de material elétrico, sistemas de vigilância,softwares, infraestrutura do setor
energético, com destaque para energias limpas e renováveis, transportes públicos com a
construção de trense metrôs, equipamentos hospitalares,automação industrial, serviços
financeiros, eletrodomésticos, autopeças, entre outras.

A General Eletric (GE) surge em 1892, com a fusão das empresas Edison Electric Light Company,
fundada em 1878 por Thomas Edison com a Thomson-Houston Electric Company, fundada por Elihu
Thompson em 1882). Atualmente, a GE é um conglomerado industrial, o terceiro maior em
faturamento dos Estados Unidos e atua em 16 segmentos:aviação,software, conexões de energia,
pesquisa global, assistência médica, iluminação,petróleo e gás,energia renovável, transportes e
capital, serviços financeiros, dispositivos médicos, ciências da vida, produtos
farmacêuticos,indústria automotiva e indústrias de engenharia.

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George Westinghouse, um inventor e empreendedor, que fez fama e fortuna na indústria


ferroviária com seu motor a vapor rotativo e com o desenvolvimento de sistemas de freios a ar,
aumentando a segurança no transporte ferroviário. Interessou-se pelos avanços obtidos por Nikola
Teslana melhoria da eficiência dos dínamos da Companhia Continental Edison. Fundou em 1886 a
Westinghouse Electric & Manufacturing Company. Em 1893, a Westinghouse Electric protagonizou a
Guerra das Correntes com a empresa de Thomas Edison.

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06/10/2022 20:02 IESB

SAIBA MAIS
A Guerra das Correntes(ou Batalha das Correntes) foi uma disputa entre Nikola TeslaeThomas
Edisonque ocorreu nas duas últimas décadas do século XIX. Os dois tornaram-se adversários
devido à campanha publicitária de Edison pela utilização da corrente contínua para distribuição
de eletricidade, em contraposição à corrente alternada, defendida por Westinghouse e Nikola
Tesla.

Durante os primeiros anos de fornecimento de eletricidade, a corrente contínua foi


determinada como padrão nos Estados Unidos e Edison não estava disposto a perder os
rendimentos de sua patente. A corrente contínua funciona bem com lâmpadas incandescentes,
responsáveis pela maior parte do consumo diário de energia e com motores. Tal corrente podia
ser diretamente utilizada embaterias de armazenamento, promovendo valiosos níveis de
carregamento e reservas energéticas durante possíveis interrupções do funcionamento dos
geradores. Os geradores de corrente contínua podiam ser facilmente associados em paralelo,
permitindo a economia de energia através do uso de dispositivos menores durante períodos de
alto consumo elétrico, além de melhorar a confiabilidade. O sistema de Edison inviabilizava
qualquer motor a corrente alternada. Edison havia inventado um medidor para permitir que a
energia fosse cobrada proporcionalmente ao consumo, mas o medidor funcionava apenas com
corrente contínua. Até 1882, estas eram as únicas vantagens técnicas significantes do sistema
de corrente contínua.

A partir de um trabalho com campos magnéticos rotacionais, Tesla desenvolveu um sistema de


geração, transmissão e uso da energia elétrica proveniente de corrente alternada. Tesla fez uma
parceria com George Westinghouse para comercializar esse sistema. Westinghouse comprou
com antecedência os direitos das patentes do sistema polifásico de Tesla, além de outras
patentes de transformadores de corrente alternada, de Lucien Gaularde John Dixon Gibbs,
dessa forma driblando o monopólio de patentes reivindicado por Thomas Edison.

A Westinghouse é atualmente uma das maiores e mais diversificadas empresas dos Estados Unidos
que atua nos segmentos de eletroeletrônicos, iluminação, energia, energia nuclear, aeroespacial,
naval e defesa. A titulo de curiosidade as câmeras que registraram o primeiro passo do homem na
Lua foram produzidas pela empresa, assim como o reator do Nautilus, o primeiro submarino
nuclear dos Estados Unidos.

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06/10/2022 20:02 IESB

E graças aos trabalhos de Frederick Taylor e Henry Ford, o desenvolvimento da Ciência da


Administração impulsionou a dinâmica do moderno capitalismo industrial. Chandler (1999, apud
BELLINGIERI, 2012) chamou de capacidades organizacionais: a maneira como são organizadas as
instalações físicas coletivas (fábricas, escritórios, laboratórios) e as habilidades humanas para
produção (em larga escala), comercialização e gerenciamento (hierárquico). Dentre essas
capacidades, Chandler (1977 apud TIGRE, 2006, p.52) destacou, ainda, os processos de integração
vertical de atividades encadeadas em unidades distintas, a exemplo do que ocorria na indústria do
petróleo e na organização multidivisional, em que as diferentes áreas de atividades da empresa
eram separadas em unidades de negócios distintas. Em sua visão, essas duas inovações
contribuíram para viabilizar a administração eficiente da grande corporação, eliminando assim as
deseconomias internas de escala.

Deseconomias de escala? O que é isso? Bem, vamos entender dois conceitos econômicos bastante
utilizados, principalmente nessa época. Vamos começar pelas economias de escala. As economias
de escala são aquelas em que o aumento na produção resulta em uma queda do custo médio do
produto. Para aumentar sua produção, é comum que a empresa tenha de aumentar também os
fatores produtivos utilizados no processo, como sua quantidade de máquinas e seu número de
trabalhadores. A economia de escala acontece quando o custo desse investimento cresce menos do
que a produção resultante dele. O conceito de economia de escala é, portanto, uma relação não
proporcional entre os custos médios dos produtos e o volume de produção.

A deseconomia de escala, por sua vez, é o processo inverso ao da economia de escala. Ela acontece
quando o custo com os fatores de produção cresce mais do que a produção resultante desse
investimento, resultando em um aumento no custo médio por unidade produzida. Em seu processo
de crescimento, as grandes empresas enfrentavam problemas sérios relacionados com a junção
entre os investimentos realizados e o crescimento da produção.

Um outro aspecto relevante do processo de industrialização da Segunda Revolução Industrial e do


surgimento das grandes empresas oligopolistas, no início do século XX,foi a formalização e a
intensificação das atividades de pesquisa e desenvolvimento. O aparecimento dos laboratórios de
pesquisa industrial patrocinados pelas empresas se deu simultaneamente nos Estados Unidos,
Inglaterra, França e Alemanha e isso nos obriga a falarmos novamente de Karl Marx.

Mais uma vez Karl Marx


Marx em suas análises sobre o desenvolvimento do capitalismo, entende-se que o processo
competitivo é uma busca incessante pela eliminação de concorrentes. Para ampliar mercados e
aumentar lucros, as empresas precisavam eliminar seus competidores. Em seus trabalhos, ele
percebeu que a concorrência não se sustentava diante dos efeitos da mudança tecnológica sobre a
competição (ALBUQUERQUE, 2010). Isso ampliou enormemente o surgimento dos laboratórios de
Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) patrocinados por empresas.

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06/10/2022 20:02 IESB

Como vimos em nossa última aula, o trabalho de David Ricardo serviu de base para duas linhas
teóricas distintas, os neoclássicos e o marxismo. Um dos pontos que essas correntes teóricas
divergiam, era sobre aforma pela qual as empresas se apropriavam dos desenvolvimentos
tecnológicos.Os neoclássicos consideravam que a tecnologia era um elemento exógeno às
empresas, isto é, que ele estava presente no mercado e, consequentemente,acessível livremente a
todas as empresas. De forma diferente, Marx acreditava que a tecnologia era um elemento
endógeno, que era desenvolvida internamente eque representava um fator de competitividade,
pois as inovações nos bens de capital e o aprofundamento da divisão social do trabalho constituíam
a base do processo de acumulação de capital.

[…] à medida que a grande indústria se desenvolve, a criação da riqueza efetiva passa a
depender menos do tempo de trabalho e do quantum de trabalho empregado que do poder
dos agentes postos em movimento durante o tempo de trabalho, poder que – sua poderosa
efetividade –por sua vez, não tem nenhuma relação com o tempo de trabalho imediato que
custa sua produção, mas que depende, ao contrário, do nível geral da ciência e do progresso
da tecnologia, ou da aplicação dessa ciência à produção.

(MARX, 2011, p. 105)

A inovação era uma forma de obter um monopólio temporário sobre uma técnica superior ou
produto diferenciado. O período de monopólio temporário permitia que a empresa inovadora
usufruísse de margens de lucro acima da média e acumulasse capital em escala muito superior a
seus concorrentes, retornando, assim, à ideia inicial deste tópico: o desenvolvimento do capitalismo
entende que o processo competitivo é uma busca incessante pela eliminação de concorrentes,
visando ampliar mercados e aumentar lucros, por isso os investimentos crescentes em P&D de
diversas empresas.

[...] as inovações aceleravam a obsolescência dos meios de produção e dos próprios bens de
consumo ainda em funcionamento, na medida em que eles se tornam caducos e pouco
competitivos. Os novos produtos competem com os velhos, com a vantagem de serem mais
eficientes. Mais cedo ou mais tarde, a maior competitividade dos novos empreendimentos
provocará a morte de determinadas tecnologias e das empresas mais tradicionais que não
souberam absorvê-las.

(TIGRE, 2006, p. 44)

Na concepção de Marx e Engels, a economia capitalista não é estacionária, mas também não se
expande de forma constante, ela está sempre sendo revolucionada por novos empreendimentos,
pela introdução de novas mercadorias, novos métodos de produção ou novas oportunidades

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06/10/2022 20:02 IESB

comerciais na estrutura industrial existente em qualquer momento. Todas as estruturas e todas as


condições de fazer negócios da economia capitalista estão sempre em processo de transformação.

A burguesia não pode existir sem revolucionar incessantemente os instrumentos de


produção, por conseguinte, as relações de produção e, com isso, todas as relações sociais. A
conservação inalterada do antigo modo de produção era, pelo contrário, a primeira
condição de existência de todas as classes industriais anteriores. Essa subversão contínua
da produção, esse abalo constante de todo o sistema social, essa agitação permanente e
essa falta de segurança distinguem a época burguesa de todas as precedentes. Dissolvem-
se todas as relações sociais antigas e cristalizadas, com seu cortejo de concepções e de
ideias secularmente veneradas; as relações que as substituem tornam-se antiquadas antes
de se consolidarem. Tudo o que era sólido e estável se desmancha no ar, tudo o que era
sagrado é profanado e os homens são obrigados finalmente a encarar sem ilusões a sua
posição social e as suas relações com os outros homens.

(ENGELS; MARX, 1998, p. 43)

Por que o trabalho de Marx é tão relevante nessa disciplina? Essa é fácil! Porque seu entendimento
sobre o capitalismo tem um caráter visionário. Ao se concentrar na dinâmica e não no equilíbrio do
mercado, como fizeram os neoclássicos, ele projetou uma tendência que só iria efetivamente se
configurar algumas décadas após a sua morte. Com a consolidação dos grandes oligopólios do
século XX. Lembra? Simens, GE.... todas essas cresceram e dominaram seus ambientes competitivos
por meio de inovações, tanto em seus produtos e serviços quanto em seus processos produtivos,
comerciais e gerenciais.

Além disso, estamos novamente vivendo um momento em que “tudo o que era sólido e estável se
desmancha no ar” (ENGELS; MARX, 1998, p. 43), a terceira e quartas revoluções industrial que
estão acontecendo estão transformando de forma abrupta e de muitas formas as relações sociais
cristalizadas em nosso contexto social.

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06/10/2022 20:02 IESB

NA-PRATICA
Você já ouviu falar na Netflix? É, essa é uma daquelas perguntas retóricas, não precisa
responder. A Netflixé uma provedora global de filmes e séries de televisão via streaming sediada
nos Estados Unidos e que atualmente possui mais de 167 milhões de assinantes no mundo, e que
está presente em dezenas de países. No Brasil são quase 15 milhões de assinantes. Os números
em nosso país são impressionantes. Esse número faz com que ela possua quase o dobro do
número de assinantes que seu maior concorrente, a Claro/NET.

Quando a Netflix iniciou suas atividades no Brasil, em setembro de 2011, havia 11,9 milhões de
assinantes de TV fechada. Entre setembro de 2010 e 2011, a Agência Nacional de
Telecomunicações(Anatel)registrou um crescimento de 21,7% no número de assinantes de TV
fechada, o que representou um total de 2,1 milhões de novos assinantes no período de um ano.

Mas essa realidade mudou e mudou muito. O ponto alto da TV paga foi em 2014, quando as
operadoras de TV fechada atingiram a marca de 20 milhões de assinantes. De lá para cá, foram
cinco anos de perdas consecutivas. 2019 fechou o ano com 15,8 milhões de assinantes. E,
conforme dados da Anatel, em fevereiro de 2020, o número total de assinantes de TV fechada
reduziu para 15,5 milhões de assinantes.

Por outro lado, de 2011 para cá, a Netflix colecionou pouco menos de 15 milhões de assinantes
no território nacional. Isso mesmo, a Netflix sozinha tem quase o mesmo número de assinantes
que todas as operadoras de TV a cabo do país somadas. As expectativas da Netflix são de que, ao
final de 2020, a empresa tenha mais clientes do que todas as operadoras de TV a cabo juntas.

Quando se discute assuntos relacionados à diversão e ao entretenimento, umas das primeiras


coisas que se passa pela cabeça das pessoas são os filmes, as séries e o futebol. A popularização
da Netflix e do streaming no Brasil, fez com que muitas pessoas começaram a se questionar se
vale a pena ou não manter uma TV por assinatura.

O streaming também se tornou a grande concorrência das operadoras de TV a cabo. Afinal,


muitos de seus clientes adotaram modelos de Smart TV se optaram pela contratação de
conteúdo sob demanda oferecido por serviços como a Netflix e disponibilizados por valores
inferiores aos R$ 50 mensais.

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Esse processo de substituição está ligado a algumas características da vida em sociedade no século
XXI, mais dinâmica, mais acelerada. De acordo com Toffler e Toffler (2012), este é o reflexo da troca
do tempo da era industrial pelo tempo do século 21.

A pressa espelha a característica mais marcante do tempo na sociedade contemporânea, ela


denuncia o automatismo de nossas vidas, a característica sui generis de cada segundo vivido e o
quão pouco aproveitamos momentos que jamais serão experimentados em outras circunstâncias,
destacando a importância de cada momento, e com a trágica conclusão de que não temos mais
tempo para nada . (SILVA; NOGARO, 2013)

E nessa pressa toda, na ausência do lar, nos compromissos do final de semana,a comodidade, a
facilidade de acessar o serviço em qualquer lugar, as constantes atualizações de conteúdo, o custo
mais baixo, as facilidades para o cancelamento do serviço de streaming, com contratos sem
cláusulas de fidelidade se encaixaram no perfil de comportamento social de grande parcela da
população, em especial das gerações Y e Z. Os millenials,ou geração Y, são aqueles que têm idade
entre 25 e 40 anos e a geração Z, os que possuem, são os mais jovens, com idade entre 10 e 25 anos.

As dificuldades enfrentadas pela indústria da TV fechada ou TV paga em se apropriar das


inovações, ao se apropriar do streaming como forma de distribuir seu produto, equiparam-se as
dificuldades daquelas empresas que no século XVIII tiveram dificuldade em incorporar as inovações
da época em seus processos produtivos. Aqueles que não entenderam o processo de transformação
da economia capitalista, perderam sua capacidade de competir. As operadoras não perceberam que
a inovação do streaming associada à mobilidade dos smartphones e à internet de alta velocidade
forneceram à Netflix um monopólio temporário sobre uma técnica superior ou produto
diferenciado, e quando tentaram reagir, já era tarde.

Lembrando as palavras de Marx e Engels, “tudo o que era sólido e estável se desmancha no ar”.
(MARX; ENGELS, 2001, p. 42-43)

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ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
A difusão das aplicações da máquina a vapor, após várias décadas de aprimoramento
tecnológico, deu origem a uma expansão sem precedentes na indústria manufatureira e nos
transportes ferroviário e marítimo, que foi denominado pelos historiadores como a “Segunda
Revolução Industrial”. Sobre esse tema e com base no texto da aula, assinale a alternativa
correta.

As inovações decorrentes da segunda revolução industrial contribuíram para a


mudança do centro dinâmico do capitalismo da Inglaterra para os Estados Unidos.

A alternativa está correta.

Essas inovações decorrentes da segunda revolução industrial, nas áreas de


transportes, comunicação, energia elétrica, o motor a combustão e as inovações
organizacionais da Administração Científica contribuíram para a mudança do
centro dinâmico do capitalismo da Inglaterra para os Estados Unidos e, em menor
escala, para a Alemanha e a França.

As inovações que favoreceram essa nova revolução se concentraram no campo dos


transportes e das comunicações.

A alternativa está incorreta.

Além das inovações nas áreas de transportes e comunicações, três outros sistemas
de inovações contribuíram para alterar a estrutura da indústria, gerando novos
modelos de empresas e mercados: a eletricidade, o motor a combustão e as
inovações organizacionais promovidas por Taylor e Ford.

A segunda revolução. gerou novos modelos de empresas e mercados e difundiu-se


para vários países, com destaque para Alemanha, França e Estados Unidos, entretanto
o centro dinâmico do capitalismo continuou na Inglaterra.

A alternativa está incorreta.

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Essas inovações contribuíram para a mudança do centro dinâmico do capitalismo


da Inglaterra para os Estados Unidos e, em menor escala, para a Alemanha e a
França.

Os modelos de gestão decorrentes da administração científica de Taylor e Ford, não


tiveram um papel relevante no contexto da segunda revolução industrial.

A alternativa está incorreta.

A administração científica de Taylor e Ford, teve um papel central em criar a maioria


dos avanços tecnológicos. Graças a seus trabalhos, Taylor e Ford, contribuíram para
o desenvolvimento da Ciência da Administração impulsionando a dinâmica do
capitalismo industrial.

A ferrovia, derivada da máquina a vapor e telégrafo, derivado do eletromagnetismo,


possibilitaram um aumento substancial tanto no volume quanto na velocidade da
produção. Entretanto, tais inovações não contribuíram para aunificação dos mercados
e nem para a internacionalização do modelo de produção capitalista.

A alternativa está incorreta.

Chandler, considerado o pioneiro no estudo histórico das grandes corporações,


realizou um estudo de história comparada sobre a evolução da moderna empresa
industrial nos EUA, Inglaterra e Alemanha. Com base na análise das duzentas
maiores empresas industriais desses países, identificou-se a origem e o crescimento
da grande empresa moderna em uma cadeia de sistemas de inovações interligadas,
destacando em primeiro lugar as invenções da locomotiva e do telégrafo,
transportes e comunicação.

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06/10/2022 20:02 IESB

ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
Marx em suas análises sobre o desenvolvimento do capitalismo, entende que o processo
competitivo é uma busca incessante pela eliminação de concorrentes. Para ampliar mercados e
aumentar lucros, as empresas precisavam eliminar seus competidores. Em seus trabalhos, ele
percebeu que a concorrência não se sustentava diante dos efeitos da mudança tecnológica
sobre a competição e que o surgimento dos oligopólios seria um passo normal do capitalismo.
Considerando esse tema e o conteúdo do texto da aula, assinale a alternativa correta.

A inovação era uma forma de se obter um monopólio temporário sobre uma técnica
superior ou produto diferenciado e o período de monopólio temporário permitia que a
empresa inovadora usufruísse de margens de lucro acima da média e acumulasse
capital em escala muito superior a seus concorrentes, permitindo, consequentemente,
o surgimento dos oligopólios.

A alternativa esta correta.

A inovação era uma forma de se obter um monopólio temporário sobre uma técnica
superior ou produto diferenciado e o período de monopólio temporário permitia
que a empresa inovadora usufruísse de margens de lucro acima da média e
acumulasse capital em escala muito superior a seus concorrentes, permitindo,
consequentemente, o surgimento dos oligopólios.

O único segmento que se encaixa na análise de Karl Marx sobre o processo de


surgimento dos grandes oligopólios é o da eletricidade, em que alguns empresário-
inventores praticamente monopolizaram o setor, desde a produção de equipamentos
de geração, de transmissão, até o da aplicação de energia.

A alternativa esta incorreta!

Todos os principais setores da segunda revolução industrial apresentaram no


processo de oligololização preconizado por Karl Marx, transportes, ferroviário e
automobilístico, telecomunicações, elétrico e outros como o de máquinas de
costurar, por exemplo. Diversos autores afirmam que as análises de Marx sobre
capitalismo possuem um caráter visionário. Ao se concentrar na dinâmica e não no

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equilíbrio do mercado, como fizeram os neoclássicos, ele projetou uma tendência


que somente se efetivou e se configurou algumas décadas após a sua morte. Com a
consolidação dos grandes oligopólios do século XX.

Na concepção de Marx e Engels, a economia capitalista é estacionária e se expande de


forma constante. Foram esses aspectos do capitalismo que levaram Marx a prever o
surgimento dos oligopólios.

A alternativa esta incorreta!

Pelo contrário, em sua concepção, Marx e Engels consideram que a economia


capitalista não é estacionária e que ela também não se expande de forma
constante, dando fundamental importância ao processo de desenvolvimento
tecnológico como fator de diferenciação entre as empresa competidoras ao
considerá-la um fator endógeno.

Karl Marx não considera a inovação e o desenvolvimento tecnológico em suas análises


sobre o capitalismo, concentrando-se apenas nas relações sociais entre os capitalistas
e o proletariado.

A alternativa esta incorreta!

Pelo contrário. Para Marx, a inovação era uma forma de obter um monopólio
temporário sobre uma técnica superior ou produto diferenciado. O período de
monopólio temporário permitia que a empresa inovadora usufruísse de margens de
lucro acima da média e acumulasse capital em escala muito superior a seus
concorrentes, retornando, assim, à ideia inicial deste tópico: o desenvolvimento do
capitalismo entende que o processo competitivo é uma busca incessante pela
eliminação de concorrentes, visando ampliar mercados e aumentar lucros, por isso
os investimentos crescentes das empresas em pesquisa e desenvolvimento (P&D).

Da mesma forma que os neoclássicos, Marx considerava que a tecnologia era um


elemento exógeno às empresas, isto é, que ele estava presente no mercado e,
consequentemente, acessível livremente a todas as empresas.

A alternativa esta incorreta!

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06/10/2022 20:02 IESB

De forma diferente, Marx acreditava que a tecnologia era um elemento endógeno,


que era desenvolvida internamente e que representava um fator de
competitividade, pois as inovações nos bens de capital e o aprofundamento da
divisão social do trabalho constituíam a base do processo de acumulação de capital.

Fechamento
Nesta aula vimos mais uma vez a importância das inovações e do desenvolvimento tecnológico. O
mundo de hoje é um reflexo do que aconteceu no passado, muito do que temos hoje de facilidades
em transportes, comunicação ediversas outras decorrem das inovações da segunda revolução
industrial, mas o que é essa tal inovação? Bem! Veremos isso na nossa próxima aula. Prepare-se!
Até lá!!

Unidade 02
Aula 03

De Shumpeter ao Manual de Oslo

Olá! Bem-vindo! Nesta aula, conheceremos um dos economistas que mais contribuiu para o estudo das
inovações, definiremos o que são as tais inovações e de que maneira esse assunto tornou-se importante
para a maioria dos países. Prepare-se, pois essa aula vai ser muito interessante! Bons estudos!

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06/10/2022 20:02 IESB

Schumpeter e a Destruição Criadora


Joseph Schumpeter foi provavelmente o economista que mais desenvolveu as propostas de Marx a
respeito do papel da tecnologia no funcionamento da economia capitalista. O que mais o encantava
na obra de Marx era a crença no capitalismo como um processo evolucionário e a ideia sobre o
dinamismo do sistema capitalista.

Schumpeter considera o capitalismo um “método de mudança econômica” que nunca poderia ser
considerado estacionário. Entretanto, diferentemente de Marx, ele não enxergava o capitalista
como uma figura ruim, mas o diferenciava dos empreendedores. A partir de seu ponto de vista, o
empreendedor não era, necessariamente, quem detinha o capital ou quem possuía uma nova
tecnologia, era aquele que buscava o lucro monopolista, era o inovador, era quem dinamizava a
economia por meio da inovação e do crescimento.

É o empreendedor inovador que coloca e mantém o motor capitalista em movimento,


desenvolvendo novos bens de consumo, novos métodos de produção e transportes, novos
mercados e novas formas de organização industrial.

De acordo com (TIGRE, 2006), para Schumpeter, o processo de desenvolvimento econômico é


entendido como um fenômeno qualitativamente novo, e não como o mero crescimento derivado do
aumento da população e da riqueza. Tidd e Bessant (2015) acrescentam que para ele, Schumpeter,
as inovações visam, principalmente, a criar novas necessidades de consumo. Daí surge a noção de
DESTRUIÇÃO CRIADORA.

A explicação do desenvolvimento deve ser procurada fora do grupo de fatos que são descritos pela
teoria econômica. Mais precisamente, deriva do emprego de recursos diferentes (ou inovações)
para produzir resultados distintos que são descontínuos em relação aos anteriores.

Observe o trecho a seguir, onde Schumpeter diferencia e explica o conceito de produção em sua
obra e diferencia o crescimento e o desenvolvimento econômico:

Produzir significa combinar materiais e forças que estão ao nosso alcance. Produzir outras
coisas, ou as mesmas coisas com método diferente, significa combinar diferentemente esses
materiais e forças. Na medida em que as “novas combinações” podem, com o tempo,
originar-se das antigas por ajuste contínuo mediante pequenas etapas, há certamente
mudança, possivelmente há crescimento, mas não é um fenômeno novo e nem é
desenvolvimento em nosso sentido. Na medida em que as novas combinações aparecerem
descontinuamente, então surge o fenômeno que caracteriza o desenvolvimento.

(SCHUMPETER, 1982, p.76)

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Ao explicar seu conceito de desenvolvimento, Shumpeter (1982, p. 76) ,indica que ele ocorre em
cinco situações:

1. Introdução de um novo bem — ou seja, um bem com que os consumidores ainda não
estiverem familiarizados — ou de uma nova qualidade de um bem.
2. Introdução de um novo método de produção, ou seja, um método que ainda não tenha
sido testado pela experiência no ramo próprio da indústria de transformação, que de
modo algum precisa ser baseada numa descoberta cientificamente nova, e pode
consistir também em nova maneira de manejar comercialmente uma mercadoria.
3. Abertura de um novo mercado, ou seja, de um mercado em que o ramo particular da
indústria de transformação do país em questão não tenha ainda entrado, quer esse
mercado tenha existido antes, quer não.
4. Conquista de uma nova fonte de oferta de matérias-primas ou de bens
semimanufaturados, mais uma vez independentemente do fato de que essa fonte já
existia ou teve que ser criada.
5. Estabelecimento de uma nova organização de qualquer indústria, como a criação de
uma posição de monopólio (por exemplo, pela trustificação) ou a fragmentação de uma
posição de monopólio.

Ele afirma que duas coisas são essenciais para a realização dessas novas combinações: em primeiro
lugar, não é essencial, embora possa acontecer que as combinações novas sejam realizadas pelas
mesmas pessoas que controlam o processo produtivo ou comercial a ser deslocado pelo novo.
Entretanto, destaca que as novas combinações, via de regra, saõ realizadas por empreendimentos
novos que geralmente não se confundem com as empresas que já atuavam naquele mercado.

A ideia central da DESTRUIÇÃO CRIADORA é assim explicada por Schumpeter: “[...] empresas
novas que geralmente não surgem das antigas, mas começam a produzir a seu lado[...] em geral não
é o dono de diligências que constrói estradas de ferro”.

(SCHUMPETER, 1982, p. 77)

Esse exemplo detaca a questão da descontinuidade que caracteriza seu conceito de


desenvolvimento econômico, que difere das teorias econômicas até então vigentes, e explica uma
importante característica da economia concorrencial, em que a introdução de novas combinações
produtivas implicam na eliminação das antigas combinações, pela concorrência.

Em segundo lugar, a realização de novas combinações implicam no emprego diferente de meios


produtivos existentes no sistema econômico. O desenvolvimento consiste primariamente em
empregar recursos diferentes de uma maneira diferente. Observando o exemplo das diligências e

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da ferrovia, temos tanto os meios produtivos quanto os recursos necessários ao desenvolvimento


das ferrovias já existentes, eles somente foram empregados de forma diferente, e foi essa nova
forma de aplicação que mudou o mercado no qual as diligências atuavam.

Invenção a inovação
Apesar de terem origens parecidas, os termos inovação e invenção são conceitos distintos com
propostas distintas.

Invenção diz respeito a toda e qualquer coisa inventada ou à ação e ao efeito de inventar, achar ou
descobrir algo novo ou desconhecido. A pessoa que dedica o seu tempo a estas descobertas é o
inventor. As invenções podem ter por base ideias prévias ou objetos já existentes. Contudo, o
processo de invenção deve incluir modificações que resultam em algo inédito. É isso mesmo! A
invenção se refere à criação de um processo, técnica ou produto inédito.

A divulgação das invenções é feita através de artigos técnicos e científicos ou por seu registro em
forma de patente que pode conter desenhos, esquemas que permitem sua visualização e ou, até
mesmo, ser simulada através de protótipos sem, contudo, ter uma aplicação comercial efetiva. Você
se lembra desse trecho, da primeira aula desta unidade, quando estudamos sobre o ícone da
primeira revolução industrial, a máquina a vapor: “Em 1698, Thomas Savery inventou a primeira
máquina a vapor, ela foi batizada com o nome de ‘máquina de aquecer’. O invento de Sarvey não possuía
nenhuma aplicação prática viável”. Observe que a palavra que utilizamos o verbo inventar é o
substantivo invento, pois a máquina de aquecer não possuía nenhuma aplicação comercial
aplicável.

Agora que já sabemos o que é uma invenção, vamos entender o que é essa tal inovação? A inovação
ocorre com a efetiva aplicação prática de uma invenção.

Não há inovação sem invenção. Rogers e Shoemaker (apud ROGERS, 2003, p. 12) definem inovação
como “uma ideia, uma prática ou um objeto percebido como novo pelo indivíduo”. Rogers (ROGERS,
2003)
esclarece ainda que uma inovação pode ter sido inventada a muito tempo, mas se as pessoas a
percebem como novidade, então ela será uma inovação para essas mesmas pessoas.

A conceituação feita por Rogers e Shoemaker é coerente com a concepção de inovação proposta
por Schumpeter, pois não associa necessariamente a inovação ao conhecimento científico.
Tampouco precisa ser nova para os competidores ou para o país. Na prática, muitas inovações são

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frutos da experimentação prática ou da simples combinação de tecnologias existentes.

Como vimos, anteriormente nessa aula, Schumpeter (1982, p. 76) adota uma concepção
abrangente de inovação, associando-a a tudo que diferencia e cria valor a um negócio. Isso inclui,
além do desenvolvimento de novos produtos e processos, as atividades de criação de um novo
mercado antes inexistente, a exploração de uma nova fonte de suprimentos e a reestruturação dos
métodos de organização. Seu conceito de inovação é extremamente útil para tratar da gestão
tecnológica e organizacional, pois está focado na melhoria da competitividade de uma empresa no
mercado.

Você já ouviu falar da OCDE? Não?!

Não tem problema, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é


uma organização internacional com sede em Paris. Ela é OCDE sucessora da Organização Europeia
de Cooperação Econômica (OECE), que foi criada em 1948 para administrar os recursos
disponibilizados pelo Plano Marshall , para a reconstrução da Europa no pós-guerra, promover a
cooperação entre os países europeus e promover seu desenvolvimento econômico. Em 1961, a
OCDE surge e passa a aceitar países, como Estados Unidos e Canadá, interessados nos sucesso
econômico alcançado pela organização da reconstrução da Europa. Seu objetivo atual é promover o
desenvolvimento e a estabilidade econômica de seus países membros.

E como geração, a exploração e a difusão do conhecimento são fundamentais para o crescimento


econômico, o desenvolvimento e o bem-estar das nações. A OCDE entende como fundamental
dispor de melhores medidas de inovação, pois, ao longo do tempo, a natureza e o panorama da
inovação mudaram e surgiu a necessidade de se normatizar indicadores que apreendem tais
mudanças. Foi com esse objetivo que o Manual de Oslo surge, em 1992, em substituição ao Manual
Frascati, também da OCDE, e que consolidava conceitos e definições sobre as atividades de
pesquisa e desenvolvimento (P&D) e que possibilitou a criação de sistemas de indicadores de
esforço e desempenho tecnológico.

O Manual de Oslo (OCDE, 2005) enfatiza a importância de se considerar a inovação de uma


perspectiva ampla. Uma visão “baseada em conhecimento” concentra-se nos processos interativos
por meio dos quais o conhecimento é criado e trocado dentro das empresas e entre as empresas e
outras organizações, baseada na concepção de inovação proposta por Schumpeter (SCHUMPETER,
1982).

Considerando a complexidade do processo de inovação e as variações com que a inovação ocorre


nas empresas, o Manual de Oslo fornece definições operacionais que devem ser consideradas em
pesquisas padronizadas sobre empresas e inovação.

Assim de acordo com o Manual, uma inovação é a “implementação de um produto (bem ou serviço)
novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou um
novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas

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relações externas” (OCDE, 2005, p. 55).

A partir dessa definição percebemos que a OCDE divide a inovação em quatro áreas: produto,
processo, marketing e organização, sendo o requisito mínimo para se definir uma inovação, é que o
produto, o processo, o método de marketing ou organizacional “sejam novos (ou significativamente
melhorados) para a empresa” (OCDE, 2005, p. 56). Isso inclui produtos, processos e métodos que as
empresas são as pioneiras a desenvolver e aqueles que foram copiados ou adaptados de outras
empresas ou organizações.

As atividades de inovação, também são especificadas no Manual como sendo as etapas científicas,
tecnológicas, organizacionais, financeiras e comerciais que conduzem, ou visam conduzir, à
implementação de inovações (OCDE, 2005). É interessante observar que algumas dessas
atividades de inovação são em si inovadoras, como por exemplo, as científicas e tecnológicas e
outras, apesar de não tipicamente inovadoras ou novas, mas são necessárias para a implementação
de inovações. Lembrando que a implementação é o processo de por em prática ou implantar a
inovação. O que nos leva a um outro ponto importante no Manual: para que uma inovação seja
considerada inovação, ela tem que ter sido obrigatoriamente implementada.

Agora vamos ver como o Manual de Oslo conceitua e caracteriza cada um dos quatro tipos de
Inovação.

Inovação de produto
Observando os tipos de inovação, temos que uma inovação de produto “é a introdução de um bem
ou serviço novo ou significativamente melhorado no que concerne a suas características ou usos
previstos” (OCDE, 2005, p. 57). Incluem-se nessa conceituação os melhoramentos significativos em
especificações técnicas, componentes e materiais, softwares incorporados, facilidade de uso ou
outras características funcionais.

O termo “produto” abrange tanto bens como serviços, as inovações de produto podem utilizar
novos conhecimentos ou tecnologias, ou podem basear-se em novos usos ou combinações para
conhecimentos ou tecnologias existentes.

Agora vamos entender o que é a introdução de um bem ou serviço novo. Novos produtos diferem
significativamente em suas características ou usos previstos dos produtos previamente produzidos
pela empresa.

Por exemplo, os primeiros microprocessadores e câmeras digitais foram exemplos de novos


produtos, usando novas tecnologias. Enquanto o primeiro tocador de MP3 portátil, combinou
padrões de softwares existentes com a tecnologia de disco rígido miniaturizado, usando uma nova
combinação de tecnologias existentes.

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O desenvolvimento de um novo uso para um produto existente com apenas algumas pequenas
modificações para suas especificações técnicas é considerado, também, uma inovação de produto.
Por exemplo, o Veja é o nome de uma linha de produtos de limpeza da Reckitt Benckiser voltado à
limpeza doméstica e líder de vendas no mundo. Em sua versão original, o produto era utilizado para
limpeza geral de ambientes como cozinha e banheiro. Entretanto, uma alteração em sua
composição química possibilitou o lançamento do Veja Multiuso, que permitiu que o produto fosse
utilizado até mesmo para a limpeza de componentes de computadores.

Os melhoramentos significativos para produtos existentes podem ocorrer por meio de mudanças
em materiais, componentes e outras características que aprimoram seu desempenho. Por exemplo:
a introdução dos freios ABS, dos sistemas de navegação GPS (Global Positioning System), ou outras
melhorias em subsistemas de automóveis são exemplos de inovações de produto baseadas em
mudanças parciais ou na adição de um subsistema em vários subsistemas técnicos integrados.
Assim, como o uso de tecidos respiráveis em vestuário é um exemplo de uma inovação de produto
que utiliza novos materiais, capazes de melhorar o desempenho do produto (OCDE, 2005).

As inovações de produtos no setor de serviços podem incluir melhoramentos importantes no que


diz respeito como elas são oferecidas (por exemplo, em termos de eficiência ou de velocidade), a
adição de novas funções ou características em serviços existentes, ou a introdução de serviços
inteiramente novos (OCDE, 2005, p. 58). Podemos citar como exemplo, o Internet Banking e os
aplicativos dos bancos que possibilitam a realização de transações financeiras remotas e mais
recentemente a incorporação de softwares inteligência artificial nesses aplicativos, como é o caso
do Banco Bradesco com sua assistente digital a BIA (Bradesco Inteligência Artificial).

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NA-PRATICA
Na última semana, o Banco Bradesco disponibilizou para todos os seus clientes, a BIA (acrônimo
de Bradesco Inteligência Artificial). Com o mote “Ela ainda não sabe tudo. Mas, a cada pergunta,
ela aprende com você”, uma campanha massiva apresentou aos correntistas as novas
possibilidades com a assistente virtual nativa do aplicativo.

A BIA é a inteligência artificial do banco Bradesco. Um chatbot desenvolvido para oferecer


atendimento imediato as respostas dos clientes. Criada a partir da plataforma de computação
cognitiva Watson em parceria com a IBM, a inteligência artificial utilizada na BIA funciona com
base no comportamento do usuário.

A ideia é que a BIA consiga solucionar dúvidas e problemas comuns dos clientes da forma mais
natural possível, facilitando a experiência de uso, 24 horas por dia, 7 dias por semana. A
assistente virtual do aplicativo Bradesco funciona por meio da computação cognitiva, de forma
muito simples e intuitiva. Assim, como as assistentes do Android, iOS e Microsoft. Para que a
BIA interaja com o usuário, basta que o usuário faça perguntas e forneça informações sobre sua
vida financeira, e porque não, pessoal também.

Depois de acessar o aplicativo do Bradesco, um campo de busca aparecerá solicitando ao cliente


que ele digite ou fale com a BIA. Em seguida, basta clicar no espaço para habilitar o contato e
pronto, já será possível utilizar a inteligência artificial. Por meio da computação cognitiva, o
usuário interage com a BIA para que ela consiga aprender quais são suas necessidades e consiga
até mesmo antecipá-las. O processo de aprendizado e interação acontece em tempo real e de
forma mútua. Quanto mais informações o cliente passar para a BIA, mais ela saberá sobre ele e
conseguirá antecipar seus desejos.

Para tornar as relações mais fáceis e digitais, o ecossistema de relacionamento com o cliente do
Bradesco conta atualmente com aplicativo, autoatendimento, redes sociais,

contact center

, entre outros. Tudo isso, possibilita que grande parte das operações bancárias dos clientes
sejam feitas por meio da internet. Além disso, o Banco possibilita uma integração da BIA ao
WhatsApp, aplicativo de comunicação mais usado pelos brasileiros, aumentando a oferta de
canais de interações do banco.(SILVA, 2018)

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Inovação de processo
Uma inovação de processo é a implementação de um método de produção ou distribuição novo ou
significativamente melhorado. Incluem-se mudanças significativa sem técnicas, equipamentos e/ou
softwares (OCDE, 2005, p. 58).

As inovações de processo visam reduzir custos de produção ou de distribuição, ou melhorar a


qualidade, ou ainda produzir ou distribuir produtos novos ou significativamente melhorados.

Os métodos de produção envolvem as técnicas,equipamentos e softwares utilizados para produzir


bens e serviços. São exemplos de novos métodos de produção, a introdução de novos equipamentos
de automação em uma linha de produção e a implementação de design auxiliado por computador
para o desenvolvimento de produto (OCDE, 2005, p. 59).

Os métodos de distribuição dizem respeito à logística da empresa e seus equipamentos, softwares


e técnicas para fornecer insumos, alocar suprimentos, ou entregar produtos finais. Um exemplo de
um novo método de distribuição é a introdução de um sistema de rastreamento de bens por código
de barras ou de identificação ativa por frequência de rádio (OCDE, 2005, p. 59).

As inovações de processo incluem métodos novos ou significativamente melhorados para a criação


e a provisão de serviços, ou seja, no próprio processo produtivo ou também em atividades
auxiliares de suporte ao processo produtivo, o que contempla inovações nas atividades de compras,
contabilidade e manutenção. A implementação de tecnologias da informação e da comunicação
(TIC) novas ou significativamente melhoradas é considerada uma inovação de processo se ela visa
melhorar a eficiência e/ou a qualidade de uma atividade auxiliar de suporte (OCDE, 2005).

Inovação de marketing
Uma inovação de marketing é a implementação de um novo método de marketing com mudanças
significativas na concepção do produto ou em sua embalagem, no posicionamento do produto, em
sua promoção ou na fixação de preços (OCDE, 2005, p. 59).

Inovações de marketing têm o objetivo de aumentar as vendas por meio de melhorias no


atendimento das necessidades dos clientes e/ou com a abertura de novos mercados e/ou com o
reposicionamento de produto de uma empresa em seu mercado atual,

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A característica distintiva de uma inovação de marketing comparada com outras


mudanças nos instrumentos de marketing de uma empresa é a implementação de um
método de marketing que não tenha sido utilizado previamente pela empresa. Isso deve
fazer parte de um novo conceito ou estratégia de marketing que representa um
distanciamento substancial dos métodos de marketing existentes na empresa.

(OCDE, 2005, p. 60)

O novo método de marketing pode ser desenvolvido pela própria empresa ou ser baseados em
métodos aplicados por outras empresas ou organizações. E esses novos métodos de marketing
podem ser implementados tanto para produtos novos quanto para os já existentes (OCDE, 2005).

As mudanças substanciais no design do produto ou em sua embalagem para aqueles produtos em


que a embalagem é o principal determinante de sua aparência são consideradas inovações de
marketing, mesmo que elas não alterem as características funcionais ou de uso do produto.

Inovações em design de produtos podem também incluir a introdução de mudanças significativas


na forma, na aparência ou no sabor de alimentos ou bebidas, como a introdução de novos
aromatizantes em produtos de alimentação com o objetivo de atingir um novo segmento de
consumidores (OCDE, 2005, p. 60).

Novos métodos de marketing em posicionamento de produtos envolvem a introdução de novos


canais de vendas (OCDE, 2005, p. 60). Os canais de vendas referem-se aos métodos usados para
vender bens e serviços para os consumidores, e não aos métodos de logística.

Os novos métodos de marketing em promoção de produtos envolvem o uso de novos conceitos


para promover produtos ou serviços de uma empresa (OCDE, 2005, p. 61). O primeiro uso de um
meio de comunicação, como por exemplo, uma ação de marketing digital no Instagram ou de uma
técnica substancialmente diferente, como a realização de lives pelo aplicativo ou sorteios, ao invés
de postagens, são consideradas inovação de marketing.

As inovações em fixação de preços compreendem o uso de novas estratégias de fixação de preços


para comercializar os bens ou serviços de uma empresa.

São exemplos o primeiro uso de um novo método de variação de preços de um bem ou


serviço conforme a demanda (por exemplo, quando a demanda está baixa, o preço é baixo)
ou a introdução de um novo método que permite aos consumidores escolher as
especificações desejadas de um produto no web site de uma empresa e então ver o preço
para o produto especificado.

(OCDE, 2005, p. 61)

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Entretanto, novos métodos de fixação de preços cujo propósito único é diferenciar preços em
função dos segmentos de consumo não são considerados inovações.

Destaca-se, ainda que mudanças sazonais, regulares ou rotineiras nos instrumentos de marketing
não são inovações de marketing. A não ser que tais mudanças configurem inovações de marketing,
elas devem envolver métodos de marketing não utilizados previamente pela empresa.

Inovação organizacional
Uma inovação organizacional é a implementação de um novo método organizacional nas práticas
de negócios da empresa, na organização do seu local de trabalho ou em suas relações externas
(OCDE, 2005, p. 61).

As inovações organizacionais visam a melhoria do desempenho de uma empresa por meio: da


redução de custos administrativos ou de custos de transação; pelo estímulo à satisfação no local de
trabalho, e consequentemente sua produtividade; pelo acesso a ativos não transacionáveis, como
por exemplo aquisição de conhecimento externo não codificado; ou reduzindo os custos de
suprimentos (OCDE, 2005).

Vamos fazer uma pequena interrupção aqui e entender o que é esse tal conhecimento externo não
codificado. Externo, tudo bem...esse é fácil, ele não é interno à organização, está fora, no mercado.
Mas e o não codificado? Esse é um pouquinho diferente, mas não é difícil de entender,

Polanyi (1966, apud CARVALHO, 2012) e Nonaka e Takeuchi (1997), explicam que o conhecimento
é formado por uma estrutura paradoxal, na qual são identificados dois componentes distintos e
aparentemente opostos: o conhecimento explícito ou codificado e o conhecimento tácito ou não
codificado. (CARVALHO, 2012).

O conhecimento explícito é visível e tangível. É possível entendê-lo como o conhecimento


codificado em linguagem que apresenta uma estrutura formal e sistêmica que facilita sua
transmissão. Isso confere a esse tipo de conhecimento um caráter mais impessoal. Esse
conhecimento pode ser transmitido por palavras, números, fórmulas, ministrados em aulas e
palestras, além de poder ser armazenado e transportado em artigos, manuais, livros, planilhas,
banco de dados.

O conhecimento não codificado, ou tácito, por sua vez, não é um conhecimento palpável, não está
em livros, manuais etc., e nem é explicável. Por esse motivo, ele é muito mais difícil de ser
compartilhado, pois é aquele conhecimento que acumulamos dentro de nós mesmos, ele é fruto do
aprendizado, da educação, da cultura e da experiência de vida de cada um.

Nonaka e Takeuchi (1997) explicam que esse tipo de conhecimento é altamente pessoal e difícil de
formalizar e de transmitir, uma vez que se apresentam muitas vezes como intuições e palpites
baseados na experiência e nas ideias que o indivíduo incorpora.

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06/10/2022 20:02 IESB

Voltando ao nosso assunto, quando o Manual de Oslo estabelece que as inovações organizacionais,
dentre outras coisas visam a melhoria do desempenho de uma empresa pelo acesso a ativos não
transacionáveis e cita conhecimento externo não codificado, ou seja, significa que a contratação de
profissionais reconhecidos no mercado por sua experiência e conhecimento para integrar seus
quadros ou a contratação de consultores ou empresas de consultoria externa reconhecidos por sua
expertise. Contratar executivos experientes ou serviços de consultoria podem ser considerados
como inovação organizacional.

Os aspectos distintivos da inovação organizacional, comparada com outras mudanças institucionais


em uma empresa, é a implementação de um ou mais métodos organizacionais, em práticas de
negócios, na organização do local de trabalho ou em suas relações externas, que não tenham sido
usados anteriormente na empresa e que sejam o resultado de decisões estratégicas tomadas pelos
dirigentes ou gestores da empresa. Preste bem a atenção nesta última frase, pois ela determina a
intencionalidade dos gestores ao implantar a inovação organizacional. São exemplos: a utilização de
Big Data e de softwares de Business Intelligence (BI) para subsidiar os processos decisórios da
empresa.

As inovações organizacionais em práticas de negócios compreendem a implementação de novos


métodos para a organização de rotinas e procedimentos para a condução do trabalho (OCDE, 2005,
p. 62).

As inovações na organização do local de trabalho envolvem a implementação de novos métodos


para distribuir responsabilidades e poder de decisão entre os empregados na divisão de trabalho
existente no interior das atividades da empresa (e unidades organizacionais) e entre essas
atividades. Participam também novos conceitos para a estruturação de atividades, tais como a
integração de diferentes atividades de negócio (OCDE, 2005, p. 62).

Novos métodos organizacionais nas relações externas de uma empresa compreendem a


implementação de novos meios para organizar as relações com outras firmas ou
instituições públicas, tais como o estabelecimento de novos tipos de colaborações com
organizações de pesquisa ou consumidores, novos métodos de integração com
fornecedores e o uso de outsourcing ou a introdução da subcontratação das atividades de
negócios na produção, no aprovisionamento, na distribuição, no recrutamento e em
serviços auxiliares.

(OCDE, 2005, p. 62-63)

Observe que mudanças nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas
relações externas baseadas em métodos organizacionais já em uso na empresa não são inovações.
Assim como, a formulação de estratégias de gerenciamento em si, também não é considerada
inovação, mas as mudanças organizacionais que são implementadas em resposta a uma nova

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06/10/2022 20:02 IESB

estratégia gerencial são consideradas uma inovação, se elas representarem a primeira


implementação de um novo método organizacional em práticas de negócios, organização do local
de trabalho ou relações externas.

Por fim, fusões ou aquisições de outras firmas não são consideradas inovações organizacionais,

exceto se a empresa desenvolver ou adotar novos métodos organizacionais no curso da fusão ou


da aquisição (OCDE, 2005).

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06/10/2022 20:02 IESB

ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
Com base no texto desta aula, julgue as alternativas e assinale a correta.

Para Schumpeter é o empreendedor inovador que coloca e mantém o motor capitalista


em movimento, desenvolvendo novos bens de consumo, novos métodos de produção e
transportes, novos mercados e novas formas de organização industrial.

A alternativa está correta!

Schumpeter diferencia os capitalistas dos empreendedores. A partir de seu ponto


de vista, o empreendedor não era, necessariamente, quem detinha o capital ou
quem possuía uma nova tecnologia, era aquele que buscava o lucro monopolista,
era o inovador, era quem dinamizava a economia por meio da inovação e do
crescimento.

Schumpeter, diferentemente de Marx, considerava o capitalismo um “método de


mudança econômica” que nunca poderia ser considerado estacionário, mas
concordava com Marx que os capitalistas representavam uma figura ruim para a
sociedade.

A alternativa está incorreta!

Tanto Marx quanto Schumpeter consideram o capitalismo um “método de mudança


econômica” que nunca poderia ser considerado estacionário. Entretanto,
diferentemente de Marx, ele não enxergava o capitalista como uma figura ruim,
mas o diferenciava dos empreendedores.

Para Schumpeter é o capitalista que coloca e mantém o motor capitalista em


movimento, desenvolvendo novos bens de consumo, novos métodos de produção e
transportes, novos mercados e novas formas de organização industrial.

A alternativa está incorreta.

Schumpeter diferencia os capitalistas dos empreendedores. A partir de seu ponto


de vista, o empreendedor não era, necessariamente, quem detinha o capital ou
quem possuía uma nova tecnologia, era aquele que buscava o lucro monopolista,

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06/10/2022 20:02 IESB

ele era o inovador, era quem dinamizava a economia por meio da inovação e do
crescimento.

Para Schumpeter, o processo de desenvolvimento econômico é entendido como o


crescimento derivado do aumento da população e da riqueza, em suas visões as
inovações não eram de grande relevância.

A alternativa está incorreta!

Pelo contrário, Schumpeter acredita que o processo de desenvolvimento


econômico é um fenômeno qualitativamente novo, cujo elemento principal está na
implementação de inovações que visam, principalmente, criar novas necessidades
de consumo.

De acordo com Schumpeter, é a continuidade que caracteriza seu conceito de


desenvolvimento econômico.

A alternativa está incorreta!

Para Schumpeter, as inovações visam, principalmente, a criação denovas


necessidades de consumo. Daí surge a noção de DESTRUIÇÃO CRIADORA. Para
ele, é a descontinuidade que caracteriza seu conceito de desenvolvimento
econômico, e esse conceito difere das teorias econômicas até então vigentes, e
explica uma importante característica da economia concorrencial, em que a
introdução de novas combinações produtivas implicam na eliminação das antigas
combinações, pela concorrência. Ou como ele mesmo afirmou: “[...] empresas novas
que geralmente não surgem das antigas, mas começam a produzir a seu lado[...] em
geral não é o dono de diligências que constrói estradas de ferro”

(SCHUMPETER, 1982, p. 77)

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06/10/2022 20:02 IESB

ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
Considerando o texto e os conceitos relativos à inovação, assinale a alternativa correta.

O Manual de Oslo divide a inovação em quatro áreas: produto, processo, marketing e


organização, sendo o requisito mínimo para se definir uma inovação é que o produto, o
processo, o método de marketing ou organizacional sejam novos ou significativamente
melhorados para a empresa.

A alternativa está correta!

O Manual de Oslo, elaborado pela OCDE divide a inovação em quatro áreas:


produto, processo, marketing e organização, sendo o requisito mínimo para se
definir uma inovação é que o produto, o processo, o método de marketing ou
organizacional “sejam novos (ou significativamente melhorados) para a empresa”.

Os termos inovação e invenção são conceitos distintos com propostas distintas que
têm origens parecidas, mas que podem e costumam ser usados como sinônimos.

A alternativa está incorreta.

Ambos os conceitos têm origens parecidas. Os termos inovação e invenção são


conceitos distintos com propostas distintas e que não podem ou devem ser usados
como sinônimos. A invenção diz respeito a toda e qualquer coisa inventada ou à
ação e ao efeito de inventar, achar ou descobrir algo novo ou desconhecido. A
inovação ocorre com a efetiva aplicação prática de uma invenção.

De acordo com o Manual, uma inovação é a implementação de um produto (bem ou


serviço) novo ou significativamente melhorado. Observa-se que no contexto de tal
manual, os processos ou novos métodos de marketing ou, ainda, novos métodos
organizacionais nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas
relações externas, não são considerados inovação.

A alternativa está incorreta.

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06/10/2022 20:02 IESB

De acordo com o Manual de Oslo, uma inovação é a “implementação de um produto


(bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um
novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de
negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas” (OCDE,
2005, p. 55).

Para Schumpeter, a ideia de inovação refere-se, apenas, a introdução de um novo


método de produção, ou a abertura de um novo mercado, ou a conquista de uma nova
fonte de oferta de matérias-primas ou de bens semimanufaturados.

A alternativa está incorreta.

Para Schumpeter, a ideia de inovação refere-se, além dos itens listados na


alternativa, à introdução de um novo bem — ou seja, um bem com que os
consumidores ainda não estiverem familiarizados — ou de uma nova qualidade de
um bem; e ao estabelecimento de uma nova organização de qualquer indústria,
como a criação de uma posição de monopólio (por exemplo, pela trustificação) ou a
fragmentação de uma posição de monopólio.

O Manual de Oslo considera como inovação os produtos, processos e métodos que as


empresas foram pioneiras em desenvolver, não importando se os mesmos foram
efetivamente aplicados ou não. Além disso, os produtos, processos e métodos que
foram copiados ou adaptados de outras empresas ou organizações não podem ser
considerados como inovação.

A alternativa está incorreta!

O Manual de Oslo(OCDE, 2005) enfatiza a importância de se considerar a inovação


de uma perspectiva ampla. Uma visão “baseada em conhecimento” concentra-se
nos processos interativos através dos quais o conhecimento é criado e trocado
dentro das empresas e entre empresas e outras organizações, baseada na
concepção de inovação proposta por Schumpeter. Isso inclui tanto os produtos,
processos e métodos que as empresas são as pioneiras a desenvolver quanto
aqueles que foram copiados ou adaptados de outras empresas ou organizações. E,
por fim, para ser considerado como inovação, os produtos, processos e métodos
têm que ser, necessariamente, implementados.

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06/10/2022 20:02 IESB

Fechamento
Uau!!! Nessa aula vimos tanta coisa interessante, aprendemos o conceito de inovação, sua
importância para o crescimento das empresas e para o desenvolvimento da economia. Tivemos
contato com as ideias de Schumpeter e sua definição de destruição criadora. E o Manual de Oslo,
então! Aposto que você não sabia que havia tanta normatização no processo de caracterização da
inovação. Espero que você tenha aproveitado bastante essa aula. Nos vemos na próxima. Até lá!

Unidade 02
Aula 04

Criatividade e Processos Criastivos

Olá! Na aula de hoje,vamos entrar em um assunto muito, mas muito interessante. Vamos invadir o
mundodos psicólogos e entender um pouquinho sobre a forma com que nossas mentesfuncionam.
Raciocínio, lógica, pensamento, criatividade... Aproveite!

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06/10/2022 20:02 IESB

Inovação e Criatividade
“A inovação não tem nada a ver com quantos dólares têm investido em Pesquisa e Desenvolvimento
(P&D). Quando a Apple apareceu com o Mac, a IBM gastava ao menos 100 vezes mais em P&D. Não
tem a ver com dinheiro. Tem a ver com as pessoas que você tem, como você as gerencia e quanto
você obtém delas.” Steve Jobs disse isso em uma entrevista à resista Fortune em 1981. Após essa
entrevista, a expressão “as pessoas são nosso maior ativo.” tornou-se um dos maiores clichês da
Administração pelo mundo afora.

Inovação e criatividade são palavras que costumam caminhar juntas nas organizações. Inovação,
nós já sabemos o que é, vimos na aula passada. A criatividade, por sua vez, é um substantivo
feminino que significa a capacidade de criar, de inventar e representa a qualidade de quem tem
ideias originais, de quem é criativo(CRIATIVIDADE, 2020). É importante destacar que isso não
significa necessariamente criar algo do zero, muitas vezes significa melhorar alguma coisa que já
existe, pela combinação de outras coisas que já existem ou por sua aplicação de algo de uma forma
diferente da usual.

A criatividade vem sendo objeto de estudo de muitos autores ao longo do tempo. (ROBINSON,
2019; DE BONO, 2000; GUILFORD, 1967). O termo criatividade é difícil de ser definido, pois o seu
significado passa por conceitos bastante subjetivos. Fisher e Williams (2004, p. 7) exemplificam
essa dificuldade ao afirmarem que “nós sabemos o que é criatividade quando vemos, mas os
processos mentais envolvidos são difíceis de descrever”.

O que se entende atualmente é que a criatividade existe em todas as pessoas, pois é uma virtude
inerente ao ser humano. Nós nascemos criativos. Entretanto, um estudo realizado por Land e
Jarman (1992 apud STUBER, 2012, p. 19) mostra que apesar de nascermos criativos, nosso modelo
de ensino reduz drasticamente a criatividade das pessoas.

Land e Jarman, na década de 1960, foram contratados pela NASA, Administração Nacional da
Aeronáutica e Espaço. A agência espacial norte-americana, para desenvolver e aplicar um teste que
lhes desse meios para medir efetivamente o potencial criativo, no processo de seleção de seus
cientistas e engenheiros de foguetes. O trabalho foi bem-sucedido e a partir desse material, os
pesquisadores resolveram realizar um estudo longitudinal, entre 1968 e 1985. Um estudo
longitudinal é um método de pesquisa que visa analisar as variações nas características dos
mesmos elementos amostrais ao longo de um período de tempo.

Os pesquisadores acompanharam um grupo de 1.600 crianças durante 15 anos, aplicando testes de


criatividade para medir a capacidade de pensamento divergente e de gerar ideias criativas ao
explorar muitas soluções possíveis. O primeiro teste foi aplicado em crianças com idade entre 3 e 5.
E a cada cinco anos, o mesmo teste foi aplicado ao mesmo grupo de crianças.

Diante dos resultados obtidos, os pesquisadores resolveram ampliar o estudo e aplicaram os testes
a 280.000 adultos. A figura abaixo representa o resultado de sua pesquisa.

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06/10/2022 20:02 IESB

Figura 1 – Índice de criatividade


Fonte: Land e Jarman (1992 apud STUBER, 2012, p. 19)

Das 1.600 crianças, com idade entre 3 e 5 anos, que fizeram o teste, 98% delas apresentaram um
nível altíssimo de criatividade. Cinco anos depois, quando aplicaram, ao mesmo grupo de crianças, o
mesmo teste, suas descobertas foram chocantes, as mesmas crianças, agora no ensino
fundamental, apenas 32% apresentaram um nível altíssimo de criatividade. Passados mais cinco
anos depois, o mesmo teste foi aplicado, novamente ao mesmo grupo de crianças, agora elas já
estavam no ensino médio. O resultado foi de apenas 10% das mesmas crianças com altos índices de
criatividade. Foi aí que, eles resolveram ampliar o estudo e aplicaram os testes, também, a 280.000
pessoas com idade superior a 25 anos, e o resultado identificou que apenas 2% dessas pessoas, na
fase adulta, apresentavam altos índices de criatividade.

Interessante, não é? Mas qual a importância prática disso?

Primeiro, a criatividade pode ser aplicada em qualquer área da vida. Ser criativo é pensar fora da
caixa, ou seja, pensar de forma diferente. É ser original, não seguindo as normas pré-estabelecidas.
E, segundo, quando o assunto é inovação, essa é uma questão de extrema importância.

Individualmente, a inovação tem sempre envolvido personagens excepcionais que combinam


energia, entusiasmo e insight criativo para inventar e levar adiante novos conceitos. Vimos várias
destas pessoas nas aulas anteriores, Taylor, Ford, Edison, Watt, Tesla e assim por diante. Eles e
muitos outros transformaram nosso mundo.Tidd e Bessant (2015, p. 102), porém, destacam que
cada vez mais, a inovação tem a ver com trabalho de equipe e com a combinação criativa de
diferentes disciplinas e perspectivas. Seja ao projetar um novo carro na metade do tempo usual, ao
trazer um novo jogo de computador para o mercado ou ao criar novas formas de prestar serviços
antigos como os dos bancos, seguros ou serviços de viagem.

Assim, em uma economia baseada em conhecimento, na qual a criatividade é um fator importante,


as pessoas, realmente, passam a ser o ativo mais importante das empresas. O desafio da gestão é
como iniciar a construção de organizações em que o pensamento criativo e o comportamento

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06/10/2022 20:02 IESB

inovador possam florescer.

Mas como fazer isso, tendo em vista que as escolas “matam” a criatividade?

Por isso, antes de prosseguirmos nossos estudos sobre inovação, vamos ampliar um pouco nossos
conhecimentos sobre criatividade, os diversos tipos de pensamentos e técnicas de
desenvolvimento de ideias criativas.

Criatividade e os diversos tipos de


pensamentos
Criatividade é diferente de inteligência tradicional. Aliás, foi a demonstração da separação entre
estes dois termos que conferiu identidade e respeito aos estudos da criatividade (RUNCO, 2014).
Apesar de independentes, criatividade e inteligência estão associadas.

A capacidade de raciocinar é comumente conhecida pelo termo pensamento. A ideia de


pensamento pode ser entendida com uma série de rótulos. Assim, há um pensamento linear,
abstrato ou criativo.

“No período de 1950 a 1960, vários estudos foram conduzidos com o objetivo de identificar
habilidades de pensamento criativo e traços de personalidade associados à criatividade” (FLEITH,
2012).

A década de 1960 foi prodigiosa em termos de estudos sobre a criatividade e formas de


pensamento. Guilford (1967) definiu criatividade como a capacidade de, diante de um problema,
encontrar respostas incomuns, e mesmo de associação longínqua. Joy Paul Guilford foi um dos
principais pesquisadores, que desenvolveu estudos psicométricos da inteligência humana e
incluindo a distinção entre produção convergente e divergente. Esses termos, pensamento
convergente e divergente, substituíram inteligência (como medida pelos testes de Quociente
Intelectual).

Outro pesquisador e autor que merece destaque é Edward de Bono, contemporâneo de Guilford,
desenvolveu e popularizou o conceito de pensamento lateral ou alternativo, ao publicar o livro The
Use of Lateral Thinking, (Uso do pensamento lateral), também em 1967. O pensamento lateral
consiste na resolução de problemas através de uma abordagem criativa e indireta, na qual se utiliza
o raciocínio através dos passos da lógica (DE BONO, 2000).

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06/10/2022 20:02 IESB

As teorias de Guilford e Bono são similares, mas não são exatamente iguais. Mas antes de entendê-
las, vamos ver a que tipo de pensamento elas se contrapunham. É isso mesmo! Essas teorias
surgiram em oposição a uma teoria sobre o pensamento que já estava consolidada. Elas surgem em
oposição ao pensamento linear.

O pensamento linear
O pensamento linear é fundamentado em um padrão linear-cartesiano, de raciocínio binário, em
que se observa a lógica da polarização, do ou... ou, do uma coisa ou outra, do certo e do errado, do
real e do imaginário ou do bem ou mal (DE BONO, 2000) (GUILFORD, 1967).

Linear-cartesiano? Isso! Sim, você já ouviu isso, na verdade você já estudou sobre isso. Lembra do
René Descartes, um filósofo, físico e matemático francês. Que viveu no século XVII, e que ficou
conhecido por seus trabalhos revolucionários na filosofia, na ciência e na matemática. Foi ele quem
criou a geometria analítica, a partir da fusão da álgebra com a geometria. Se você não lembra dele,
lembra da tal geometria analítica, ela te acompanhou do ensino fundamental ao médio, pelo menos!
Ele foi também uma das figuras-chave na Revolução Científica que posteriormente, no século XVIII,
culminou com a Primeira Revolução Industrial.

Descartes desenvolveu o método científico racional dedutivo e defendeu o dualismo da natureza –


matéria e pensamento, favoreceu assim o dualismo do ser humano – corpo e alma. Ele distinguiu,
também duas fontes de conhecimento: a intuição e a dedução. Entretanto, para ele todo
conhecimento humano dependia apenas da razão ou do pensamento e nunca da sensação ou da
imaginação. Em seus trabalhos, considerou que todos os corpos materiais, incluindo o homem, são
como máquinas, cujo funcionamento obedece a princípios mecânicos, influenciando fortemente o
surgimento da Administração Científica e seus principais expoentes Taylor e Ford, já no século XX.

Outro personagem histórico, que você provavelmente não gosta, por causa do ensino médio, foi
Isaac Newton. Newton consolidou o método racional e dedutivo de Descartes, e assim surgiu o
Paradigma Newtoniano-Cartesiano, que influenciou e influencia até hoje praticamente todos os
campos do conhecimento científico. Esse paradigma simplificadamente parte do pressuposto de
que, para se conhecer o todo, é preciso fragmentá-lo em seus componentes e estudar cada um deles
separadamente. O todo seria o resultado da união e entrelaçamento dessas partes menores. Essa
disciplina, por exemplo, é uma parte de um todo, o curso que você está fazendo. Interessante, não é!

Descartes e Newton viveram em um período da história, chamado por uns de Renascença, por
outros de Renascimento, em que os estudiosos da época redescobriram os antigos pensadores
gregos e romanos, que valorizavam o ser humano e sua capacidade de usar a razão, motivo pelo
qual pensamento linear-cartesiano é um modo de pensar simplificado, que observa princípios
lógicos, oriundo dos gregos, em especial da lógica aristotélica.

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Para Aristóteles, a lógica não é ciência e sim um instrumento para o pensar de forma correta. O
objeto da lógica é o silogismo. E o silogismo é um argumento constituído de proposições lógicas das
quais se extrai, uma conclusão. (PEREIRA, 2001).

Parece difícil, mas não é. Vejamos, observe as seguintes proposições: Proposição 1: Todos os
homens são mortais. Proposição 2: Aristóteles é um homem. A partir dessas proposições conclui-se
que: Aristóteles é mortal.

Na lógica aristotélica, as proposições devem seguir apenas três regras fundamentais:

O Princípio de identidade;
O Princípio de não contradição; e
O Princípio do terceiro excluído.

O princípio da identidade, o qual afirma que todas as coisas são idênticas a si próprias. "O que é, é",
assim como “todas as organizações são organizações”.

O princípio da não contradição estabelece que uma coisa não pode ser e não ser ao mesmo tempo,
ou seja, o mesmo objeto não pode ter propriedades opostas ao mesmo tempo e em relação ao
mesmo aspecto. Por exemplo: “o que é bonito, não pode ser feio” ou “o que é doce, não pode ser
amargo”

E o princípio do terceiro excluído, o qual afirma que entre duas proposições contrárias só uma pode
ser considerada verdadeira. Não há uma terceira alternativa. Trata-se de um raciocínio binário,
polarizado, do uma coisa ou outra, do certo e do errado, do real e do imaginário, do bem ou mal, do
ou está conosco ou contra nós. Por exemplo: Aristóteles é mortal, pelo princípio do terceiro
excluído ou Aristóteles é mortal ou ele não é mortal, jamais poderíamos concluir que ele é bonito,
ou legal, ou alto ou baixo.

É essa lógica que permeia o pensamento linear influenciou todos os campos do conhecimento
científico? Influenciou! Observe a forma pela qual Canto e Leite (2019) explicam o conceito de
espécie para a classificação dos seres vivos:

Conceito de espécie. Um pé de alface não dá alface como fruto. Nem o tomateiro produz
laranjas. Uma cadela não dá luz a gatos. Tampouco uma gata tem sapos como filhotes. De
observações simples como essas surgiu a ideia de espécie de ser vivo: grupo de seres vivos
que podem cruzar em condições naturais e originar descendentes férteis. Indivíduos de
uma certa espécie geram descendentes que pertencem a essa mesma espécie. Um indivíduo
de determinada espécie não pode nascer de um indivíduo de outra espécie. Uma espécie se
distingue de outra pelas características comuns compartilhadas por seus indivíduos.

(CANTO; LEITE, 2019, p.17)

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06/10/2022 20:02 IESB

Este trecho foi extraído de um livro didático que é utilizado por alunos do sétimo ano do ensino
fundamental. Depois que entendemos os princípios da lógica que dá suporte ao pensamento linear,
conseguimos perceber com mais facilidade a forma pela qual o conhecimento foi concebido,
estruturado e é repassado aos alunos. A repetição exaustiva dessa metodologia por toda a vida
escolar condiciona as crianças a pensarem em conformidade com um modelo de pensamento
linear-cartesiano, em que se observa a lógica da polarização, do uma coisa ou outra, do certo e do
errado.

O pensamento linear nos conduz a esquemas mentais já aceitos, a modelos e padrões consolidados
que fazem com que tenhamos dificuldades em buscar respostas ou alternativas diferentes para um
problema ou situação. Principalmente naquelas em que já temos uma resposta ou solução
satisfatória.

O pensamento abstrato
Antes de continuarmos em direção aos modelos de pensamento criativo, temos que passar
rapidamente por um outro tipo de pensamento, o pensamento abstrato, e para entendê-lo, vamos
começar pelo termo abstrato. Abstrato vem do verbo abstrair, que significa tirar algo de alguma
coisa ou então separar algo de algum elemento. Isto implica que ao abstrair, nossa mente coloca um
pensamento de lado. Desta maneira, a partir de vários objetos azuis abstraímos ou tiramos a ideia
de azul, assim como de vários elementos circulares, abstraímos o conceito de círculo e do bom
comportamento obtemos a ideia da bondade. Assim, o pensamento abstrato está baseado em nossa
capacidade de captar a essência de algo. E essa capacidade de abstração é fundamental para
criatividade.

Pensamento Criativo
O pensamento criativo se caracteriza pela originalidade da ideia, mas como existem várias
definições para criatividade e o mesmo ocorre com as definições de pensamento criativo. De
acordo com Kilian (2005, p. 127), as diversas formas de pensamento criativo se confrontam, se
somam, se sobrepõem, se contradizem, se reforçam, se copiam e se repetem. Elas também são
sinérgicas. Algumas funcionam mais para uns, que para outros. Algumas impactam mais que outras.
As mais conhecidas são o “Raciocínio Divergente”, de Guilford, que faz uma combinação dos
pensamentos divergente e convergente e o do “Pensamento Lateral”, que de De Bono.

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Pensamento criativo, pensamento divergente, pensamento lateral ou ampliativo são alguns


dos termos usualmente utilizados para se referir a uma modalidade de pensamento que se
caracteriza pela presença e produção de muitas ideias, especialmente de ideias novas e
originais, não lembradas anteriormente pela pessoa ou pelo seu grupo.

(ALENCAR, 1996)

Pensamento divergente
O pensamento criativo consiste em produzir ideias originais enquanto o divergente se baseia em
gerar ideias através de abordagens não convencionais. Neste sentido, divergente equivale a
criativo. Entretanto, o pensamento criativo e o divergente não são exatamente iguais. Enquanto, o
criativo busca uma única resposta original, o pensamento divergente busca enxergar várias
respostas, mesmo que não originais, mas possíveis Guilford (1983 apud PITA, 2015).

Ele representa uma forma de pensar de maneira incomum ou fora do comum. Imagine que uma
pessoa precisa encontrar uma agulha num palheiro. De acordo com pensamento linear,
convencional, essa pessoa procuraria incansavelmente até encontrar a agulha, sendo, até mesmo,
muito provável que jamais consiga encontrar a tal agulha. Por outro lado, uma pessoa que pense de
forma não convencional, poderia decidir queimar o palheiro. Ao transformá-lo em cinzas, teria mais
facilidade em encontrar a tal agulha.

Desta forma o pensamento divergente é uma fórmula intelectual que altera a linearidade do
pensamento e cria caminhos alternativos. O que nos leva a um outro tipo de pensamento, o
convergente (GUILFORD, 1967).

O pensamento divergente caracteriza-se (1) por sua abundância de ideias diferentes sobre um
mesmo assunto ou respostas a uma questão; (2) por sua capacidade de alterar o curso do
pensamento linear e conceber diferentes categorias de resposta, o que representa sua capacidade
de mudar o significado ou a interpretação de algo; (3) pela produção de ideias originais, diferentes e
ou incomuns; (4) pela quantidade de detalhes presentes nas ideias ou respostas, o que possibilita
uma maior facilidade para sua análise, adequação e eventual aplicabilidade; e, por fim (5) pela
habilidade de questionar o óbvio, de reconhecer deficiências e defeitos, tanto em suas próprias
ideias como em aspectos do ambiente, objeto ou situação observados.

Enquanto o pensamento divergente diz respeito à capacidade de gerar múltiplas soluções para um
problema, o pensamento convergente é a capacidade analítica de, a partir do conjunto de opções
geradas pelo pensamento divergente, as ideias são testadas sob os diversos critérios relativos ao
“problema” analisado para que se escolha a solução que melhor se adequa. É justamente o processo
mental utilizado nesse processo de escolha que caracteriza o pensamento convergente
(GUILFORD, 1967).

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Pensamento Lateral
Outra, das teorias mais divulgadas sobre o pensamento criativo é a Teoria do Pensamento Lateral
de Edward de Bono. O pensamento criativo lateral procura novas visões e possibilidades, e se move
continuamente, dando por vezes saltos, criando assim, uma nova direção: ele define o pensamento
como um processo de possibilidades, voltado a obtenção de novos conceitos e ideais

O Pensamento Lateral segundo o próprio De Bono (1997) está baseado na ruptura de percepções
que o modelo auto-organizável do cérebro desenvolve. Esse sistema auto-organizável estabelece
uma sequência de atividades com as primeiras informações que chegam e com o tempo essa
sequência passa a ser uma espécie de caminho preferido. O autor refere-se aqui ao processo linear.
Ainda, conforme o autor, o Pensamento Lateral é o processo de provocar o cérebro para novas
percepções. As ideias podem fluir também por caminhos laterais, nunca usados anteriormente.

“O pensamento lateral não se preocupa apenas com a solução de problemas: tem tudo a ver com
novos modos de encarar as coisas e as ideias novas, de todos os tipos.” (DE BONO, 2002, p. 9).

O pensamento lateral, segundo De Bono (2002), é constituído de quatro princípios básicos. O


primeiro refere-se ao reconhecimento de ideias polarizastes dominantes. Refere-se a prevalência
do pensamento linear. Refere-se ao fato de as pessoas aceitarem a ideia velha como um trampolim
para a geração de melhorias. Em sua visão, a ideia dominante pode se tornar um obstáculo na
geração de novas ideias e não uma conveniência.

O segundo, refere-se a busca de modos diferentes de encarar as coisas.Quando existe um problema


a ser resolvido, o modo como se encara este problema pode fazer muita diferença na hora de
solucioná-lo. Segundo o próprio De Bono (2002, p. 65), “uma mudança muito simples no modo
como alguma coisa é encarada pode ter efeitos profundos.”

A quantidade de alternativas diferentes no modo de encarar as coisas pode ser restringida, tanto
pela inflexibilidade das informações disponíveis, quanto pela quantidade de relações existentes.
Nossa mente, naturalmente, procura buscar a solução mais provável a ser seguida, para que haja
uma alternativa totalmente inovadora temos de fazer um esforço mental maior do que
normalmente fazemos e, por isso, muitas vezes nos conformamos com o que vem mais facilmente
(DE BONO, 2002).

O terceiro princípio refere-se ao relaxamento do controle do pensamento vertical. “É a percepção


de que o pensamento vertical é, por natureza, não apenas ineficaz, como também positivamente
inibidor na criação de novas ideias” (DE BONO, 2002, p. 76).

O último princípio refere-se ao uso do acaso na criação de novas ideias. Mas o autor adverte que
não é apenas o acaso que pode levar a se ter ideais novas, as cadeias de circunstâncias também, ou
seja, eventos sequenciais que levam as pessoas a terem boas ideias. Um método indicado pelo autor
é o método de brainstorm, como meio do estímulo mútuo para o surgimento de ideais.

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Existem diversas técnicas e métodos para a aplicação do pensamento lateral, bem como diversos
livros do próprio De Bono e de outros autores, uma vez que essa técnica de pensamento criativo é
amplamente utilizada no Design Thinking.

SAIBA MAIS
O Design Thinking é uma abordagem que busca a solução de problemas de forma coletiva e
colaborativa, em uma perspectiva de empatia máxima com seus interessados. As pessoas são
colocadas no centro de desenvolvimento do produto – não somente o consumidor final, mas
todos os envolvidos na ideia. É comum a participação de equipes multidisciplinares.

O processo consiste em tentar mapear e mesclar a experiência cultural, a visão de mundo e os


processos inseridos na vida dos indivíduos, no intuito de obter uma visão mais completa na
solução de problemas e, dessa forma, melhor identificar as barreiras e gerar alternativas viáveis
para transpô-las. Não parte de premissas matemáticas, parte do levantamento das reais
necessidades de seu consumidor; trata-se de uma abordagem preponderantemente “humana” e
que pode ser usada em qualquer área de negócio.

(ENDEAVOR, 2020, s.p)

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ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
Inovação e criatividade são palavras que costumam caminhar juntas nas organizações. Com base
nessa afirmação e no conteúdo da aula, assinale a alternativa correta.

A capacidade de raciocinar é comumente conhecida pelo termo pensamento. A ideia


de pensamento pode ser entendida com uma série de rótulos. Assim, existem vários
tipos de pensamento, dentre os quais destacam se os pensamento linear, abstrato e o
criativo.

A alternativa está correta!

É isso mesmo,a capacidade de raciocinar é comumente conhecida pelo termo


pensamento. A ideia de pensamento pode ser entendida com uma série de rótulos.
Assim, existem vários tipos de pensamento, dentre os quais destacam se os
pensamento linear, abstrato e o criativo.

A criatividade se tornou objeto de estudo, somente a partir de 2005, com o


lançamento do iPhone pela empresa Apple. E são poucos os autores que se interessam
pelo tema.

A alternativa está incorreta!

No período de 1950 a 1960, vários estudos foram conduzidos com o objetivo de


identificar habilidades de pensamento criativo e traços de personalidade
associados à criatividade (FLEITH, 2012). Criatividade é diferente de inteligência
tradicional. Aliás, foi a demonstração da separação entre estes dois termos que
conferiu identidade e respeito aos estudos da criatividade (RUNCO, 2014). Apesar
de independentes, criatividade e inteligência estão associadas.

O estudo longitudinal, entre 1968 e 1985, Por Land e Jarmam concluiu que nem todas
as pessoas são criativas, e que as escolas têm um papel fundamental no ensino da
criatividade.

A alternativa está incorreta!

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Pelo contrário, o estudo realizado por Land e Jarman (1992 apud STUBER, 2012, p.
19) mostra que apesar de nascermos criativos, modelo de ensino adotado pela
maioria das instituições, reduz drasticamente a criatividade das pessoas.

O estudo longitudinal, entre 1968 e 1985, por Land e Jarmam concluiu que a
criatividade pode ser aplicada em qualquer área da vida.

A alternativa está incorreta!

O estudo realizado por Land e Jarman (1992 apud STUBER, 2012, p. 19) mostra
que apesar de nascermos criativos, modelo de ensino adotado pela maioria das
instituições, reduz drasticamente a criatividade das pessoas.

O termo criatividade até hoje não pôde ser definido, pois o seu significado passa por
conceitos bastante subjetivos. Fisher e Williams (2004, p. 7) exemplificam essa
dificuldade ao afirmarem que “nós sabemos o que é criatividade quando vemos, mas os
processos mentais envolvidos são difíceis de descrever”.

A alternativa está incorreta.

Observe a definição extraída de um dicionário: criatividade “é um substantivo


feminino que significa a capacidade de criar, de inventar e representa a qualidade
de quem tem ideias originais, de quem é criativo” (CRIATIVIDADE, 2020). Observe,
agora, a definição elaborada por Paul Joy Guilford,um dos principais pesquisadores
sobre o tema, que definiu criatividade como a capacidade de, diante de um
problema, encontrar respostas incomuns, e mesmo de associação longínqua.

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ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
A criatividade é a capacidade de criar, de inventar e representa a qualidade de quem tem ideias
originais, de quem é criativo. Com base nessa afirmação e no conteúdo da aula, assinale a
alternativa correta.

A década de 1960 produziu inúmeros estudos sobre a criatividade e formas de


pensamento. As formas de pensamento criativo surgiram para contrapor o modelo
linear, tradicional de pensamento.

A alternativa está correta!

É isso mesmo. As formas de pensamento criativo procuram alterar a linearidade do


pensamento cartesiano para criar caminhos alternativos.

Atualmente, só existe uma forma de pensamento criativo aceita pela literatura.

A alternativa está incorreta!

De acordo com Kilian (2005, p.127), as diversas formas de pensamento criativo se


confrontam, se somam, se sobrepõem, se contradizem, se reforçam, se copiam e se
repetem. Elas também são sinérgicas. Algumas funcionam mais para uns, que para
outros. Algumas impactam mais que outras. As mais conhecidas são o “Raciocínio
Divergente”, de Guilford, que faz uma combinação dos pensamentos divergente e
convergente e o do “Pensamento Lateral”, que de De Bono.

Os modelos de pensamento divergente (Guilford) e Lateral (de Bono) não admitem em


nenhuma etapa de seus processos aspectos típicos do pensamento línear.

A alternativa está incorreta!

As etapas de convergências no modelo de Guilford e o processo de avaliação das


diversas ideias decorrentes do pensamento lateral, bem como a estruturação de
ambos os métodos representam o uso de aspectos típicos do pensamento linear.

No modelo de pensamento criativo proposto por Guilford a etapa de pensamento

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convergente precede a de pensamento divergente.

A alternativa está incorreta!

O modelo de Guilford está estruturado em duas etapas sequenciais: o pensamento


divergente e o convergente. Enquanto na primeira etapa, a do pensamento
divergente, observa-se e busca-se a geração de múltiplas soluções para um
problema; na segunda, do pensamento convergente a ênfase está na capacidade
analítica de, a partir do conjunto de opções geradas pelo pensamento divergente, as
ideias são testadas sob os diversos critérios relativos ao “problema” analisado para
que se escolha a solução que melhor se adequa.

O pensamento lateral consiste na resolução de problemas através de uma abordagem


criativa e indireta, na qual se utiliza o raciocínio através dos passos da lógicos
observados no pensamento linear.

A alternativa está incorreta!

O pensamento linear-cartesiano é um modo de pensar simplificador, que observa


princípios lógicos, oriundo dos gregos, em especial da lógica aristotélica. O
pensamento lateral, segundo De Bono (2002), é constituído de quatro princípios
básicos. O primeiro refere-se, justamente, ao reconhecimento de ideias
polarizastes dominantes do pensamento linear e ao fato de as pessoas aceitarem a
ideia velha como um trampolim para a geração de melhorias. Em sua visão, a ideia
dominante pode se tornar um obstáculo na geração de novas ideias e não uma
conveniência.

Fechamento
Nossa! Quanta informação nessa aula. Aposto que muita coisa aqui é novidade para você. Entender
que existem diferentes formas ou caminhos para se encontrar uma solução de um problema é
fundamental para encontrarmos formas diferentes de resolver um problema. Para a inovação, a
exploração de caminhos divergentes ou laterais é fundamental para que grandes mudanças
aconteçam. Vou finalizar, lembrando um dos pontos centrais abordados por Schumpeter, a

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implementação de inovações levam ao desenvolvimento econômico, e é a ideia de descontinuidade


que caracteriza seu conceito de desenvolvimento econômico. Assim, pensar diferente é
importante. Espero que tenham prendido muito nesta aula! Até a próxima!!!

Unidade 02
Aula 05

Níveis de Inovação e Difusão


Tecnológica

Olá! Bem-vindos! Nas aulas anteriores...é brincadeira! Não vou fazer um resumo do que já vimos, mas é
preciso que você lembre-se do conceito de inovação e dos tipos de inovação. É aqueles do Manual de Oslo
que vimos na terceira aula desta unidade. Quer saber por quê? Porque vamos ver uma coisa bem parecida,
e que os menos atentos costumam confundir. Lá, nós vimos os tipos de inovação e na aula de hoje vamos
ver os níveis de inovação. Então! Tenha atenção!!! E, em seguida vamos abordar nesta última aula, a forma
pela qual a inovação se difunde. Vamos lá! Vamos começar...

Inovações incrementais, radicais e a quebra


de paradigmas

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A inovação tem a ver com aprendizagem e mudança, mas isso, normalmente, é caro e envolve
riscos. Você lembra que quando começamos essa disciplina falamos sobre as organizações? Que seu
elemento mais importante reside nas pessoas que a compõem e nos relacionamentos recíprocos
que eles estabelecem entre si e com o ambiente que as circunda? E, que elas representam modelos
e padrões que ajudam os seres humanos a satisfazerem suas necessidades?

Então! É por isso mesmo, por serem formadas pelas mais diferentes pessoas, que as organizações
desenvolvem diferentes formas cognitivas, comportamentais e estruturais. E, também, é por isso,
que elas trabalham para manter seu status quo, ou seja, que trabalham para manter a empresa como
ela é perante as mudanças que ocorrem no ambiente. Nós já vimos isso também. Lembra? Esse
processo chama-se resiliência.

Inovar exige energia para superar o status quo e mudar crenças, comportamentos e processos.
Muitas vezes as organizações não reconhecem o potencial de uma nova ideia ou então decidem que
ela não combina com sua forma ou padrão atual de negócio. Outro tanto de vezes, a necessidade da
mudança é percebida, mas sua relevância ou o risco de não se adaptar à nova realidade é
subestimada, como foi o caso das operadoras de TV a cabo em relação aos serviços de streaming.

Pinchot (1999 apudTIDD; BESSANT, 2015, p. 104) afirma que as empresas acostumaram-se a ver
em suas competências centrais sua principal fonte de força, mas essa mentalidade de que a
empresa é altamente competente a impede de mudar e de aceitar ideias que desafiem seu status
quo, sua realidade atual.

Em função disso, a mudança de mentalidade e a refocalização das energias organizacionais que


exigem a articulação de uma nova visão estão associadas a organizações iniciantes ou em processo
de recuperação. Como exemplos, podemos citar a Microsoft de Bill Gates, Microsoft; a Pixar e a
Apple, de Jobs; e Intel de Andy Groves. (TIDD; BESSANT, 2015)

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SAIBA MAIS
A Intel foi fundada em 1968, seu primeiro produto foi o circuito integrado de memória RAM, e a
mesma logo se tornou líder neste mercado nos anos 1970. Paralelamente, alguns engenheiros
da Intel inventaram o primeiro microprocessador. Originalmente desenvolvido para as máquinas
de calcular da Busicom, uma empresa japonesa. O processador da Intel foi introduzido no
mercado para produção em massa em novembro 1971.

Em 1983, quando começam a surgir os primeiros computadores pessoais, os lucros de Intel


começam a cair em decorrência da pressão dos fabricantes japoneses de circuitos integrados de
memória.

O então presidente Andy Grove resolveu redirecionar o foco da empresa para a produção de
microprocessadores, deixando de lado seu principal produto, os circuitos integrados de
memória.

Um elemento chave de seu plano foi a intenção, considerada então radical, de firmar uma
parceria estratégica com a IBM para que seus microprocessadores equipassem seus primeiros
PC´s.

(WIKIPÉDIA, 2020)

Você deve lembrar-sede que o Manual de Oslo (OCDE, 2005) divide a inovação em quatro áreas
distintas: de produto, de processo, de marketing e de organização. Pois bem, vamos considerar,
então, a criatividade para classificar as inovações.

Vamos diferenciar as inovações e as mudanças tecnológicas, agora, por seu grau de inovação ou
pela extensão das mudanças em relação ao que havia antes. Não, essa não é uma ideia minha,
Freeman e Soete (2009) observaram as mais diversas formas de inovações implantadas pelas
empresas e classificaram-nas segundo seus impactos.

O nível mais simples e gradual de mudanças tecnológicas é representado, segundo eles pelas
inovações incrementais. Estas são aquelas que abrangem melhorias feitas no design ou na
qualidade dos produtos, aperfeiçoamentos em layout e processos, novos arranjos logísticos e
organizacionais e novas práticas de suprimentos e vendas. As inovações incrementais ocorrem de

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forma contínua. Elas não derivam necessariamente de atividades de pesquisa e desenvolvimento


(P&D), elas são decorrentes do processo de aprendizado interno e da capacitação acumulada. Elas
se baseiam, normalmente, em padrões ligados ao pensamento linear.

O segundo nível de mudança tecnológica é aquele em que a mudança tecnológica é considerada


radical, ou seja, quando ela rompe as trajetórias existentes, inaugurando uma nova rota tecnológica.
A inovação radical geralmente é fruto de atividades de P&D e tem um caráter descontínuo no
tempo e em seu setor de atuação. No tempo, refere-se ao que a própria empresa fazia
anteriormente e em seu setor, refere-se as práticas de seus concorrentes.

A inovação radical rompe os limites da inovação incremental, trazendo um salto de produtividade e


iniciando uma nova trajetória tecnológica, esse tipo de inovação é constantemente associado a
modelos de pensamento criativo.

O terceiro nível contempla as mudanças no sistema tecnológico, no qual um setor ou grupo de


setores é transformado pela emergência de um novo campo tecnológico. Tais inovações são
acompanhadas de mudanças organizacionais que impactam não só a empresa como todos seus
concorrentes. A Internet pode ser citada como exemplo de uma mudança no sistema tecnológico,
pois não só alterou as formas de comunicação, como criou novas áreas de atividade econômica.

O quarto e mais alto nível de mudança tecnológica é o de paradigma técnico-econômico, por sua
vez, esse tipo de mudança envolve inovações não apenas na tecnologia como também no tecido
social e econômico no qual elas estão inseridas. Uma mudança de paradigma abrange quase todos
os ramos da economia. Podemos citar como exemplos a máquina a vapor (1ª Revolução Industrial),
a eletricidade (2ª Revolução Industrial), os microprocessadores (3ª Revolução Industrial). Na 4ª
Revolução, ainda em curso, existem muitos exemplos potenciais que podem se tornar novos
paradigmas técnico-econômicos, que somente serão confirmados com o passar do tempo: a
inteligência artificial, a internet das coisas, a nanotecnologia, a biologia sintética são alguns dos
exemplos possíveis.

Tigre (2006) lista os fatores-chave que os novos paradigmas técnico-econômicos devem


apresentar:

Custos baixos com tendências declinantes: somente grandes reduções de custos podem
motivar mudanças de comportamento nos agentes econômicos;
Oferta aparentemente ilimitada: os fatores-chave não podem ser escassos, pois precisam estar
disponíveis de forma abundante e sustentável em longo prazo;
Potencial de difusão em muitos setores e processos: um fator-chave não pode ser de uso
restrito a poucos setores específicos, mas deve ser potencialmente aplicável em termos
universais.

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Difusão tecnológica
Lembra do Schumpeter? Pois é, lá no começo do século XX, ele já havia identificado a relação que se
estabelece entre invenção, inovação, difusão. Esses três conceitos são fundamentais para se
compreender a dinâmica das mudanças tecnológicas. Invenção e inovação nós já vimos nas aulas
anteriores. Já a difusão tecnológica, veremos a partir de agora.

De acordo com Schumpeter (1982), uma inovação somente causa impacto econômico quando há
uma transação comercial. Assim, é somente com a etapa de difusão que a inovação cumprirá seu
papel impulsionador do desenvolvimento econômico e do progresso tecnológico.

Nesse sentido, a difusão tecnológica é entendida como a trajetória de adoção de uma tecnologia
pelo mercado, com foco nas características da tecnologia e nos demais elementos que condicionam
seu ritmo e direção.

O processo de difusão tecnológica é usualmente analisado a partir de quatro dimensões básicas: (1)
direção ou trajetória tecnológica; (2) ritmo ou velocidade de difusão; (3) fatores condicionantes,
tanto positivos quanto negativos; e (4) impactos econômicos e sociais.

Direção ou trajetória tecnológica


A direção assumida por uma determinada tecnologia se refere às opções técnicas adotadas ao
longo de uma trajetória evolutiva. Isso inclui, por exemplo, decisões sobre a adoção de novos
materiais, novos processos de produção e ou gestão, a adoção de novas técnicas ou tecnologias em
áreas de suporte ou apoio, para viabilizar a nova tecnologia, e adaptando-a às necessidades da
demanda.

Para quem não lembra o que é demanda, ela significa a quantidade de um bem ou serviço que os
consumidores desejam adquirir por um preço definido em determinado mercado.

Assim, a adoção de inovações e a viabilização das mudanças tecnológicas estão ligadas a questões
concorrenciais. De quem consegue vender produtos melhores ou mais baratos que seus
concorrentes. Vamos resgatar mais um teórico citado em aulas passadas. Karl Marx. Ele, em seus
trabalhos, afirmava que a busca por maiores lucros, a concorrência e a mudança tecnológica eram
os fatores que induziam os capitalistas a investirem em “máquinas poupadoras de trabalho”, e que a
inovação era uma forma de obter um monopólio temporário sobre uma técnica superior ou produto
diferenciado. E, que era neste período de monopólio temporário, permitia que a empresa se
beneficiava com margens de lucros acima da média e obtinha resultados superiores a seus
concorrentes.

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Além disso, que ele explicou que esses resultados superiores ocorriam em virtude das mudanças
tecnológicas que aceleravam a obsolescência dos meios de produção e dos próprios bens de
consumo. Os novos produtos competem com os velhos, com a vantagem de serem mais eficientes.
Mais cedo ou mais tarde, a maior competitividade daqueles que adotavam novas tecnologias
provocaria a morte das empresas que não souberam absorvê-las. E foi exatamente isso que
aconteceu.

Essas mudanças no ambiente competitivo das empresas ocorrem em função de inovações


incrementais e ou radicais, aquelas dos dois primeiros níveis. Entretanto, quando surgem mudanças
no sistema tecnológico, o terceiro nível da classificação de Freeman e Soete (2009), sua viabilidade
técnica e econômica não está ainda efetivamente testada no mercado. Nesta fase, costumam
ocorrer “guerras de padrões” até que uma ou poucas rotas tecnológicas se consolidem na indústria.

O padrão pode ser resultado do sucesso comercial de um determinado protocolo ou conjunto de


regras de inter-relação técnica, denominados “padrões de fato”, um exemplo disso é o caso do
Windows, o sistema operacional da Microsoft.

O padrão pode ser, também, estabelecido em comum acordo por governos, associações de
empresas ou organismos multilaterais e definido como “padrão oficial”. A disputa por padrões não é
apenas técnica, dadas suas grandes implicações políticas e econômicas para empresas e países. Isto
foi o que aconteceu na “Guerra das Correntes”. Lembra? Vimos isso na segunda aula desta unidade.
Em nosso país, também, temos exemplos padrões oficiais, como por exemplo a tomada de três pinos
e a TV Digital.

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NA-PRATICA
Decreto encerra a disputa sobre padrão de TV Digital

Sexta-feira, 30 de junho de 2006

TV DIGITAL

Lula assina decreto que cria a TV digital no país

BRASÍLIA. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou ontem o decreto criando o Sistema
Brasileiro de Televisão Digital Terrestre (SBTVD-T), que usa como base o padrão japonês de
transmissão (ISDB), mas incorpora inovações tecnológicas desenvolvidas por centros brasileiros
de pesquisa. Em sete anos, a TV digital aberta atingirá todos os lares do Brasil. Esta nova
televisão vai permitir ao consumidor ter imagem e som de cinema (alta definição), sem ruídos ou
fantasmas, na poltrona de casa, no carro ou no ônibus (mobilidade), no celular (portabilidade), e
com a possibilidade de interagir com as emissoras, escolhendo programas, serviços,
respondendo a pesquisas ou fazendo compras (interatividade).

Também será possível, de acordo com a escolha da emissora, que um canal transmita, com
definição padrão (mas superior à atual), até quatro programas ao mesmo tempo
(multiprogramação). A tecnologia começa a ser implantada em 18 meses nas capitais e no
Distrito Federal e terá que estar funcionando em todo o país em sete anos. Em dez anos o
sistema analógico será desligado. Nesse período, o telespectador – para usufruir os benefícios –
comprará um conversor de sinal ou um aparelho de TV já preparado para a tecnologia.

(MAGALHÃES, 2006,s.p)

Ritmo ou velocidade de difusão


O ritmo de difusão de uma tecnologia se refere à velocidade de sua adoção pela sociedade, medida
pela evolução do número de adotantes ao longo do tempo dentro do universo potencial de
usuários. Conforme Tigre (2006), a difusão não se dá de modo uniforme e constante no tempo e no
espaço, pois agentes econômicos, países e regiões buscam e selecionam tecnologias sob a influência

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de diferentes fatores condicionantes. O ritmo de difusão tecnológica pode ser previsto a partir de
modelos analíticos que descrevem o padrão evolutivo das tecnologias existentes e sua substituição
por novas, tanto em produtos quanto em processos.

O pioneirismo na aplicação de modelos deste tipo pode ser creditado a Griliches (1957 apud
FERREIRA; RUFFONI; CARVALHO, 2018), com seu modelo que descreve a adoção/difusão do
milho híbrido entre os produtores dos Estados Unidos. Posteriormente, Mansfield (1961 apud
FERREIRA, RUFFONI; CARVALHO, 2018), complementou o modelo de Griliches, acrescentando
dois elementos: risco e assimetrias de informações (nem todos tem acesso a informações sobre a
inovação ao mesmo tempo) e estabeleceu que a evolução temporal da adoção de uma tecnologia
pode ser representada por uma função logística de crescimento, conhecida como “Lei de Pearl”.
Essa função é simétrica e tem a forma de um gradiente S positivo, a exemplo das funções de
crescimento frequentemente utilizadas na biologia e nas ciências sociais.

Figura 2 – Modelo dedifusão tecnológica


Fonte:TIGRE, 2006, p. 97

Aforma genérica como uma tecnologia evolui e se difunde no mercado é,frequentemente,


associada ao conceito de ciclo de vida. Mansfield explica que,quando o número de adotantes ainda
é pequeno, pois as informações sobre ainovação são poucas e os riscos associados à adoção são
elevados, fazendo comque a difusão ocorra de maneira lenta. À medida que cresce o número
deadotantes e se acumulam experiências, bem como informações acerca da novidade,as
assimetrias e os riscos se reduzem e a difusão tende a aumentar (FURTADO,2006).

Um exemplo prático desse modelo é apresentado por Tidd e Bessant (2015, p. 350) em relação à
adoção de televisores a cores no Reino Unido entre 1967 e 1980. Observe a figura abaixo.

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Figura3 – Curva de difusão típica de um novo produto


Fonte:TIDD; BESSANT, 2015, p. 350

No exemplo conseguimos perceber claramente a curva logística, em forma de S, da Lei de Pearl. E,


ainda, a linha contínua que representa a projeção de adoção dessa “nova tecnologia” realizada a
partir do modelo de Mansfield e a linha tracejada que representa a difusão real dessa nova
tecnologia. Note ainda, que essa curva, em forma de S, apresenta um padrão similar à
representação gráfica do conceito de ciclo de vida.

Ao final dos anos 60, começam a surgir modelos de influência mista, destacando-se o de Bass, de
1969 e o de Metcalfe, de 1981, que tiveram como foco em sua investigação a adoção não mais por
parte das empresas (decisão por ofertar), mas sim por parte do consumidor final (decisão por
consumir). (FERREIRA; RUFFONI; CARVALHO, 2018)

Bsss e Metcalfe demonstraram que a velocidade da difusão decorre em dois momentos de decisão:
escolha das empresas por ofertar o novo produto e escolha dos consumidores finais em adotá-la,
sendo que a segunda etapa que finaliza o processo.

Em seu modelo, Bassassume que os consumidores potenciais de uma inovação são influenciados
por uma tendência autônoma em adotar ou não um novo produto, ou seja, adotam sem a influência
do meio e são chamados de inovadores e pela comunicação de massa e/ou relações interpessoais,
chamados de imitadores, sendo que é o efeito da ação dos imitadores que massifica a difusão da
inovação, afetando a velocidade da difusão da inovação (FIGUEREDO, 2014).

Metcalfe (1981), a partir do modelo de Bass, definiu de forma mais objetiva a função da firma nos
modelos de influência mista, ao considerar que a difusão possui comportamentos distintos para o
setor produtivo (oferta) e para o consumo final (demanda). Para o lado da demanda, ele corrobora
com Bass, ao apontar como determinantes para a adoção a influência do meio (ex.: comunicação
“boca a boca” e interpessoal). Para o lado da oferta, o autor considera a lucratividade o principal

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condicionante. Metcalfe (1981) faz a introdução de três componentes condicionantes à


lucratividade da inovação percebida pelas empresas: preço final, custos dos insumos e tecnologias
necessárias à produção.(FERREIRA; RUFFONI; CARVALHO, 2018)

Entretanto, o autor que mais se destaca na modelagem da dinâmica de difusão de inovações


considerando o comportamento de consumidores finais é Rogers. Em 1962, ele estabeleceu que a
dinâmica da difusão depende de quatro determinantes:

1. a inovação em si;
2. a comunicação;
3. o período de tempo; e
4. o sistema social.

No que se refere à inovação em si, cinco características percebidas pelos agentes sociais são
determinantes para a adoção:

1. vantagens comparativas da inovação em relação aos produtos já existentes;


2. compatibilidade com valores, normas e necessidades particulares;
3. grau de complexidade da inovação, representando as dificuldades de entendimento e uso do
novo produto;
4. a possibilidade de a novidade poder ser testada pelos potenciais adotantes;
5. a facilidade de avaliar a inovação após seu uso.

A exceção da complexidade, item 3 das características percebidas, que é inversamente relacionada


à taxa de adoção, as demais variáveis possuem relação positiva. Ou seja, quanto mais complexo for
o uso da inovação menor sua taxa de adoção. E quanto mais vantagens, mais compatível às
necessidades pessoais dos compradores, quanto mais os compradores potenciais puderem testar e
quanto mais eles puderem se manifestar dizendo se gostaram ou não da inovação do novo produto,
maior é sua taxa de adoção.

O método aplicado refere-se à estimação de curvas de difusão para cada produto de uso final e sua
adoção transcorre entre os grupos de adotantes, listados a seguir:

1. Inovadores: primeiros a adotar (sem influência do meio social);


2. Adotantes iniciais: integram o grupo dos primeiros adotantes (junto aos inovadores);
3. Maioria inicial: a decisão pela adoção é relativamente mais tardia (necessitam de informações);
4. Maioria tardia: adotam por pressão do meio social;
5. Retardatários: adotam muito tempo depois do lançamento (após divulgação de considerável
quantidade de informações acerca da inovação).

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Figura 4 – Curva de adoção de um novo produto


Fonte: ROGERS, 2003, p.294 . Adaptado.

curva de adoção de Rogers categoriza o perfil dos adotantes em cinco grupos distintos em função
do tempo em que eles demoram para adotar a inovação, mas isso não quer dizer que ele seguiu um
caminho contrário ao de Mansfield (1961) ou que seu modelo não observe a Lei de Pearl, a da curva
em S.

Observe a figura a seguir, temos os gráficos em forma de sino, categorizando os agentes sociais em
função do tempo e a curva em S, indicando a adoção acumulada da inovação.

Figura 5 – Curva de difusão da Inovação X perfil dos adotantes


Fonte: Adaptado de ROGERS, 2003, p.

Fatores Condicionantes
A difusão de novas tecnologias depende de fatores condicionantes que atuam tanto de forma
positiva, no sentido de estimular a adoção, quanto negativa, restringindo seu uso. Esses fatores
podem ser técnicos, econômicos ou institucionais.

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Do ponto de vista técnico, a difusão é condicionada pelo grau em que uma inovação é percebida
como difícil de ser entendida e usada. Quanto mais complexa a tecnologia, maior será a necessidade
de suporte técnico para a solução de problemas. Lembra que falamos disso agora a pouco, quanto
maior a complexidade da inovação, quanto mais difícil de entender ou mais difícil de usar, menor
será sua taxa de adoção (ROGERS, 2003).

A complexidade também pode ser identificada quando nos deparamos com muitas alternativas
tecnológicas para uma mesma finalidade, a comparação entre elas se torna difícil e seu processo de
adoção é impactado de forma negativa. Nesse caso, a incerteza quanto a sua direção do padrão
tecnológico aumenta os riscos inerentes ao pioneirismo no uso de determinadas alternativas
tecnológicas. Aqui temos de volta a questão abordada por Freeman e Soete (2009) sobre os
padrões tecnológicos. Lembra? A adoção tecnológica, nesses casos, aumenta quando uma ou
poucas opções tecnológicas se consolidam.

Do ponto de vista econômico, o ritmo de difusão das inovações nas empresas depende dos custos
de aquisição e implantação da nova tecnologia, das expectativas de retorno do investimento, dos
custos de manutenção, da possibilidade de aproveitamento de investimentos já realizados em
equipamentos e em sistemas legados são fatores que entram nessa avaliação.

Sistemas legados? São sistemas compostos por hardware e software antigos que permanecem em
operação em algumas Empresas. Normalmente esses softwares que foram desenvolvidos há muito
tempo, mas ainda fornecem serviços essenciais para a empresa. E isso obriga que os responsáveis
pela empresa coloquem na balança não só o custo financeiro da adoção de uma nova tecnologia,
mas também os riscos de continuar ou não mantendo esse sistema antigo. A análise aqui não é só
econômica envolve questões organizacionais das mais diversas, dentre as quais se destacam as
estruturais e culturais.

Há, também, a questão mercadológica, vinculada ao tipo de mercado visado. Em muitos casos,
empresas voltadas para o mercado externo se defrontam com maiores exigências tecnológicas e,
portanto, tendem a adotar mais rapidamente novas tecnologias. Em outros casos, determinados
mercados ainda não possuem estrutura para absorver determinados tipos de tecnologia, fazendo
que sua adoção seja mais lenta.

Por fim, do ponto de vista institucional, os fatores que condicionam o processo de difusão
tecnológica são: (1) disponibilidade de financiamentos e incentivos fiscais à inovação; (2) clima
favorável ao investimento no país; (3) acordos internacionais de comércio e investimento; (4)
sistema de propriedade intelectual; e (5) existência de capital humano e instituições de apoio.

De uma forma mais simples, os fatores condicionantes decorrem, de vontade política dos
governantes (1), do cenário econômico do país (2 e 3), de aspectos jurídicos relacionados ao
respeito e proteção de marcas e patentes (4), e por fim, da existência e da capacidade de formação
de mão de obra qualificada, por meio de instituições de ensino.

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Impactos econômicos e sociais


A difusão de novas tecnologias traz, também, consequências positivas e negativas para diferentes
setores da economia e da sociedade.

Do ponto de vista econômico, a difusão de novas tecnologias pode afetar a estrutura industrial,
destruindo e criando novas empresas e setores, afetando o ritmo de crescimento econômico e a
competitividade de empresas e paísese ou de regiões dentro de um mesmo país, como no caso do
Brasil.

Quando envolve aumento de escala de produção ou grandes saltos de produtividade, a inovação


tende a ter um caráter concentrador, pois poucos grandes produtores podem atender às
necessidades da demanda. Por outro lado, determinadas inovações em componentes ou fases
críticas do processo produtivo podem desconcentrar uma indústria ao facilitar a entrada de novas
empresas no mercado.

Um outro impacto econômico importante é observado na criação e destruição de mercados. A


difusão de inovações altera a demanda por determinados produtos, afetando a produção e o
comércio internacional. Tigre (2006, p. 102) cita como exemplo, a ampla difusão de fibras óticas no
setor de telecomunicações que reduziu a demanda por cobre, material tradicionalmente
empregado nas transmissões telefônicas. Lembrando a afirmação de Schumpeter (1982 apud
TIGRE, 2006, p.102) que essa substituição não é uma simples adição de mais quantidade do mesmo
produto, mas sim a introdução de novos produtos, processos, materiais e serviços.

De forma mais atual e local, os aplicativos de mobilidade urbana como o Uber encaixam-se no
mesmo padrão de alteração de demanda. O Uber não representa uma simples adição de mais
quantidade de um mesmo serviço, mas sim a introdução de um novo processo e de um novo serviço.
E este exemplo nos leva ao ponto de vista dos impactos sociais das inovações. O aspecto mais
discutido na literatura é o impacto das novas tecnologias sobre o emprego e as qualificações
requeridas dos trabalhadores. Em geral, as novas tecnologias exigem qualificações profissionais
diferentes. O volume de emprego gerado ou eliminado depende tanto da natureza do processo
quanto das mudanças organizacionais necessárias para sua implantação.

Tigre (2006) e Tidd e Bessant (2015) destacam aspectos ambientais que também influenciam a
difusão de novas tecnologias. Tem-se observado, por exemplo, nos últimos anos, ondas de
inovações destinadas a reduzir os impactos ambientais, desenvolver fontes alternativas de energia
limpa e renovável.

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06/10/2022 20:02 IESB

ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
Com base no conteúdo da aula, assinale a alternativa correta.

A Internet pode ser considerada como um exemplo de mudança no sistema


tecnológico, pois não só alterou as formas de comunicação, como criou novas áreas de
atividade econômica.

A alternativa está correta!

As mudança no sistema tecnológico representam inovações são acompanhadas de


mudanças organizacionais que impactam não só a empresa, mas também sobre
todos seus concorrentes. A internet é um bom exemplo disso.

Existem três níveis de inovações: as incrementais, as radicais e a quebra de


paradigmas.

A alternativa está incorreta!

São quatro os níveis de inovações: as incrementais, as radicais, as mudanças no


sistema tecnológico e o paradigma técnico-econômico.

A Internet pode ser considerada como um exemplo de inovação radical, pois não só
alterou as formas de comunicação da empresa, como criou novas áreas ou
departamentos como o marketing e o departamento de tecnologia da informação.

A alternativa está incorreta!

Uma inovação é considerada radical quando ela rompe as trajetórias existentes,


inaugurando uma nova rota tecnológica. A inovação radical geralmente é fruto de
atividades de P&D e tem um caráter descontínuo no tempo e em seu setor de
atuação. No tempo, refere-se ao que a própria empresa fazia anteriormente e em
seu setor, refere-se como ela é diferente das práticas de seus concorrentes. A
internet não é uma inovação do tipo radical, ela é exemplo de uma mudança no
sistema tecnológico.

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A inovação radical é diferente da inovação incremental, trazendo um salto de


produtividade, mas ela não provoca uma nova trajetória tecnológica. Novas trajetórias
tecnológicas somente surgem quando ocorre quarto e mais alto nível de inovação,
quando ocorre o surgimento de um novo paradigma técnico-econômico.

A alternativa está incorreta!

Uma inovação radical ocorre quando se rompe as trajetórias existentes na empresa


e inaugura-se uma nova rota tecnológica. A inovação radical geralmente é fruto de
atividades de P&D e tem um caráter descontínuo no tempo e em seu setor de
atuação. No tempo, refere-se ao que a própria empresa fazia anteriormente e em
seu setor, refere-se às diferenças em relação às práticas de seus concorrentes. O
paradigma técnico-econômico, por sua vez, envolve inovações não apenas na
tecnologia como também no tecido social e econômico no qual elas estão inseridas.
Uma mudança de paradigma abrange quase todos os ramos da economia.

As mudanças no sistema tecnológico, o terceiro nível da classificação dos tipos de


inovação, estão relacionadas com questões de viabilidade técnica e econômica que
ainda não estão efetivamente testadas no mercado. Nesta fase, costumam ocorrer
“guerras de padrões” até que uma ou poucas rotas tecnológicas se consolidem na
indústria. Essa consolidação é definida como padrão. Um padrão só pode ser
estabelecido em comum acordo por governos, associações de empresas ou organismos
multilaterais, a partir de então, ele é definido como “padrão oficial”.

A alternativa está incorreta!

O padrão pode ser, também, resultado do sucesso comercial de um determinado


protocolo ou conjunto de regras de inter-relação técnica, denominados “padrões de
fato”, um exemplo disso é o caso do Windows, o sistema operacional da Microsoft.

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06/10/2022 20:02 IESB

ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
De acordo com Schumpeter, uma inovação somente causa impacto econômico quando há uma
transação comercial. Assim, é somente com a etapa de difusão que a inovação cumprirá seu
papel impulsionador do desenvolvimento econômico e do progresso tecnológico. Com base
nessa afirmação e no conteúdo da aula, assinale a alternativa correta.

O processo de difusão tecnológica é usualmente analisado a partir de quatro


dimensões básicas: direção ou trajetória tecnológica; ritmo ou velocidade de difusão;
fatores condicionantes, tanto positivos quanto negativos; e impactos econômicos e
sociais.

A alternativa está correta!

O processo de difusão tecnológica é usualmente analisado a partir de quatro


dimensões básicas: direção ou trajetória tecnológica; ritmo ou velocidade de
difusão; fatores condicionantes, tanto positivos quanto negativos; e impactos
econômicos e sociais.

O processo de difusão tecnológica é usualmente analisado a partir de duas dimensões


básicas: ritmo ou velocidade de difusão e impactos econômicos e sociais.

A alternativa está incorreta!

O processo de difusão tecnológica é usualmente analisado a partir de quatro


dimensões básicas: direção ou trajetória tecnológica; ritmo ou velocidade de
difusão; fatores condicionantes, tanto positivos quanto negativos; e impactos
econômicos e sociais.

A difusão de novas tecnologias não traz consequências para diferentes setores da


economia e da sociedade. Ela afeta somente a empresa que opta por adotar as
inovações, melhorando seus resultados econômico-financeiros.

A alternativa está incorreta!

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06/10/2022 20:02 IESB

Do ponto de vista econômico, a difusão de novas tecnologias pode afetar a


estrutura industrial, destruindo e criando novas empresas e setores, afetando o
ritmo de crescimento econômico e a competitividade de empresas e países e ou de
regiões dentro de um mesmo país, como no caso do Brasil.

O ritmo de difusão de uma tecnologia se refere à velocidade de sua adoção pela


sociedade, medida pela evolução do número de adotantes ao longo do tempo dentro
do universo potencial de usuários. A difusão não se dá de modo uniforme e constante
no tempo e no espaço, pois agentes econômicos, países e regiões buscam e selecionam
tecnologias sob a influência de diferentes fatores condicionantes. Desta forma, todos
os estudos realizados indicam que o ritmo ou velocidade de difusão tecnológica não
pode ser previsto.

A alternativa está incorreta!

A difusão não se dá de modo uniforme e constante no tempo e no espaço, pois


agentes econômicos, países e regiões buscam e selecionam tecnologias sob a
influência de diferentes fatores condicionantes. O ritmo de difusão tecnológica
pode ser previsto a partir de modelos analíticos que descrevem o padrão evolutivo
das tecnologias existentes e sua substituição por novas, tanto em produtos quanto
em processos.

Não existe nenhum modelo de difusão de inovações que se baseie no comportamento


de consumidores.

A alternativa está incorreta!

Existem diversos modelos que consideram o comportamento dos consumidores.O


autor que mais se destaca na modelagem da dinâmica de difusão de inovações,
considerando o comportamento de consumidores finais é Rogers. Seu modelo foi
desenvolvido em 1962.

Fechamento

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06/10/2022 20:02 IESB

Viu só que legal! É tanta coisa interessante e importante! O mais legal é que as coisas vão se
somando! Acho que você já está percebendo isso. Nessa unidade trabalhamos os principais
conceitos relacionados à inovação. Espero que você esteja gostando!!! Te espero na próxima
unidade, mas não deixe de ver as dicas, a seguir, para ampliar seus conhecimentos. Até breve!

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06/10/2022 20:02 IESB

AMPLIE SEU CONHECIMENTO


INDICAÇÃO DE LIVROS
DE BONO, Edward. Os seis chapéus do pensamento. 1.ed. Rio de Janeiro: GMT, 2008

O Método dos “Seis Chapéus do Pensamento” é uma ferramenta de análise de ideias que se
consagrou em todo o mundo por usar ao máximo a experiência e a inteligência dos participantes
de uma discussão. Simples e eficiente, ele permite empregar um estilo de interação construtiva,
que simplifica o pensamento, enfocando o tema sob perspectivas específicas, com clareza e sem
confrontos. Seis chapéus simbólicos são usados - em sessões alternadas e por todos os
presentes ao mesmo tempo - para definir o tipo de pensamento que será exercitado em dado
momento. Há a sessão de identificação de riscos (chapéu preto), a de gerar ideias (chapéu verde),
a de apurar informações (chapéu branco), a de expor emoções (chapéu vermelho), a de buscar
uma visão positiva (chapéu amarelo) e a de ordenar a própria reunião (chapéu azul). O principal
mérito dessa técnica é neutralizar a maior adversária do pensamento: a confusão. Emoções,
informações, lógica, esperança e criatividade costumam se embaralhar em nossa mente, nos
impedindo de encontrar a melhor solução para as questões e também nos estimulando a entrar
em conflito com a parte oposta. Quando o pensamento é claro e estruturado, ele se torna mais
eficiente. Com esse método, conseguimos executar uma coisa de cada vez: passamos a separar a
emoção da lógica, a criatividade da informação, e assim por diante. Além disso, ele acaba com o
problema do ego, tão comum em um debate, pois permite que o indivíduo satisfaça os impulsos
do seu ego esforçando-se por exibir um bom desempenho como "pensador" cada vez que utiliza
um dos chapéus, e não para demolir as ideias do outro. Criada pelo Dr. De Bono na década de
1980, essa técnica vem sendo utilizada com sucesso tanto por corporações quanto por
indivíduos, como empresários, gerentes, técnicos, profissionais liberais, e até no ensino escolar
de crianças.

O Manual de Oslo: 3. Ed. OCDE/FINEP, 2005.

Download gratuito: clique aqui.

É um documento de referência mundial que consolida conceitos e definições sobre as atividades


de inovação, considerando definições propostas por Joseph Schumpeter que também são
adotadas por agências de fomento e organizações internacionais que financiam e apoiam
programas, ações e oferta de recursos para inovação na grande maioria dos países do mundo.

INDICAÇÃO DE VÍDEOS

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06/10/2022 20:02 IESB

Nesta unidade vou recomendar três vídeos que estão disponíveis no YouTube. O primeiro é
sobre a revolução industrial. Ele vai ajudar você a entender melhor a importância das mudanças
que aconteceram no período da 1ª Revolução Industrial. Segue o link: clique aqui.

O segundo filme, mostra uma das principais consequências da 2ª Revolução Industrial, a


mudança do centro dinâmico do capitalismo para os Estados Unidos. Um aspecto muito legal
deste vídeo é o de que todas as imagens utilizadas são da época retratada no vídeo. Observem
também o “montão” de inovações que surgiram e se disseminaram a partir daquela época.O
nome do filme é “os loucos anos 20”. Segue o link: clique aqui.

O terceiro vídeo é uma palestra do TEDx, O nome TED significa Tecnologia, Entretenimento e
Design. Esses foram os assuntos centrais da primeira conferência, que aconteceu nos Estados
Unidos em 1984, e que carrega o nome até hoje. Uma variante desta conferência é a TEDx,
refere-se ao programa que auxilia voluntários a organizarem o seu próprio evento local e
independente, que tenha o intuito de compartilhar ideias e inspirar pessoas de forma regional no
modelo de conferência. O vídeo em questão traz um dos principais palestrantes do Brasil sobre
o tema criatividade. Segue o link: clique aqui.

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06/10/2022 20:02 IESB

ESTUDO DE CASO
O QUE É TV?
Por Omarson Costa

A pergunta soa estranha, admito. Afinal, nos acostumamos à ideia de que a televisão sempre foi
(e continuaria sendo) apenas esse grande aparelho eletrodoméstico geralmente postado em
local nobre da casa. Apesar de evoluir da forma de caixote para a de “quadro” para pendurar na
parede, é verdade que, essencialmente, ela permaneceu a mesma por muito tempo.

E se agora eu lhe dissesse que esse conceito mudou e a minha resposta à pergunta inicial fosse:
TV é software?!

A ideia pode parecer contra intuitiva, mas essa é uma das maiores transformações que veremos
nas próximas décadas e eu convido você a acompanhar meu raciocínio.

Vamos lá?

A primeira transmissão no Brasil foi realizada em São Paulo, em 18 de setembro de 1950. Assis
Chateaubriand, proprietário da então TV Tupi, espalhou alguns aparelhos pela cidade porque a
maioria das pessoas nem sequer entendia direito o que era “essa tal de TV”.

As emissoras transmitiam por radiofrequência, primeiro nos canais de VHF e, mais tarde, nos
UHF. Dito de maneira mais simples, VHF/UHF seria algo como AM/FM. Ou seja, ondas
eletromagnéticas. O sinal era amplificado por torres, várias das quais se tornaram marcos das
cidades. A primeira, no Rio, foi instalada no Morro da Urca. Em São Paulo, ganhou fama a Torre
da Paulista e, em Brasília, o projeto de Lúcio Costa virou atração turística.

O modelo de negócio parecia imbatível: acesso livre ao conteúdo, gerando uma audiência
massificada; quanto mais gente vendo, maior a remuneração dos anunciantes às emissoras por
espaços nos intervalos da programação.

No Brasil, a legislação considerava (e ainda considera) as faixas de frequência dos canais como
concessões do governo às empresas, proibindo donos internacionais e mantendo regulação do
conteúdo, o que foi especialmente rigoroso no período da ditadura militar, quando havia censura
prévia.

Em meados dos anos 1970, o Brasil adotou o sistema PAL-M e as emissoras passaram a
transmitir programas em cores. Cerca de 20 anos depois, chegou ao Brasil outra tendência: a de
empacotar conteúdos e vender o acesso a eles. Nascia a TV “a cabo” nacional. Ainda que a

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primeira operadora, a TVA, adotasse a tecnologia MMDS (sigla em inglês para “serviço de
distribuição multiponto multicanal”), que utiliza micro-ondas para difusão.

O MMDS era útil principalmente em áreas afastadas dos principais centros urbanos, onde a
instalação do cabeamento era inviável financeiramente. A NET se firmou nos grandes centros
urbanos com a estrutura física. Mais tarde, surgiu a transmissão por satélite, o sistema DTH, cujo
principal representante é a Sky. Não importa a tecnologia, o cabo demorou a pegar, sobretudo
pela demora da infraestrutura e o alto preço.

Em 1997, o governo brasileiro abriu o mercado de telecomunicações e fez uma grande licitação
para implantar a telefonia móvel no Brasil. Nessa época, com a entrada em vigor daLei Geral de
Comunicações, nasceu também a Anatel, agência encarregada de regulamentar e fiscalizar o
setor.

Nasce a ‘Streaming Era’

A essa altura, a Internet comercial dava seus primeiros passos no País. As conexões ainda eram
discadas (para quem não se lembra ou ainda não tinha nascido, o internauta ocupava a linha de
telefone fixo para acessar a web) e navegar era um exercício de paciência quase budista a uma
velocidade que, na melhor das hipóteses, chegava a 512Kb/s.

Aquela geringonça interessante chamada Internet não parecia ter condição nenhuma de ameaçar a
grande estrela do entretenimento popular – a TV aberta.

Com a entrada de players estrangeiros no mercado, as empresas “de cabo” passaram a oferecer a
possibilidade de conexões de banda larga, juntando-se aos provedores pioneiros, como o UOL. A
velocidade de conexão subiu a partir do ano 2000 e o acesso à Internet também.

O que viria a fazer toda diferença nessa história seria a Internet móvel. Até a chamada
tecnologia 3G (oferecida no Brasil a partir de 2004), o celular servia basicamente para mandar
torpedos e fotos com baixa definição. Três anos depois, a Apple apresentou o iPhone (a RIM já
tinha lançado o BlackBerrye a Palm o Treo), que popularizou rapidamente a ideia de que o
celular poderia ser um minicomputador. Como celulares também operam por radiofrequência,
competiam com serviços como o MMDS e mesmo com a TV convencional.

Apesar de lentos em relação ao resto do mundo, o brasileiro se apaixonou de vez pela


mobilidade com a chegada dos smartphones. Em 2011, desembarca no País a TV Digital, que
melhorou a qualidade do sinal e liberou mais banda para os celulares – somente dois anos depois
começaríamos a entrar na era 4G.

Em meados da década passada, as emissoras de TV tentaram emplacar a ideia de um chip que


usava a tecnologia japonesa ISDBT, que tornaria possível aos celulares receberem o sinal da TV
aberta. Tal modelo não funcionou para ninguém (consumidores, operadoras e provedores de

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06/10/2022 20:02 IESB

conteúdo). Em 2004, eu dizia que o padrão de distribuição de conteúdo seria através das
operadoras e, por consequência, o padrão de tecnologia celular baseado em IP, apesar de alguns
discordarem.

Com o advento da Internet banda larga, da transmissão de dados móveis por pacotes (a partir do
3G) e do smartphone, criou-se um ecossistema tecnológico propício para o streaming. Tudo
virou streaming. Música? Spotify para baixar e ouvir o quanto quiser. Jogos? Diversos games on-
line para todos os gostos. Vídeo? Ali nasceu uma disrupção ainda maior.

O sucesso do YouTube, lançado em 2005, começou a enterrar o velho hábito de ter hora marcada para
consumir conteúdo.

Nascia o conceito de ‘on demand’, no qual quem decide o que assistir, quando, onde e como é o
consumidor. Começava o início da ‘streaming era’.

O principal benefício que a Internet mais rápida trouxe foi facilitar o consumo de vídeos pela
Internet. Mas como baixar um vídeo inteiro para ver (como se fazia nos tempos doTorrent) era
uma experiência ruim, surgiu a solução do conteúdo em streaming, que dispensa o download,
pois o arquivo está na nuvem e o navegador não precisa ter uma cópia do arquivo para executá-
lo, algo conveniente para proteger, inclusive, os direitos autorais de quem produz.

A principal representante dessa tendência nasceu em 1999 nos Estados Unidos, mas o modelo
de negócio mudou em 2007 quando a Netflix, que até então estava no ramo de locação de DVDs,
lançou seu serviço de assinatura. Realizando um pagamento mensal, o espectador tem acesso a
um menu de opções que pode ser consumido do jeito que quiser e a qualquer hora. Eliminava-se
assim, do ponto de vista do público, os dois inconvenientes da TV aberta e do cabo. A audiência
tem uma experiência personalizada (como as locadoras de filmes foram no passado) sem ficar
limitada a um único dispositivo ou a um pacote padronizado.

Em 2010, a Netflix inicia pelo Canadá sua expansão internacional em velocidade revolucionária.
E bastou apenas uma década para colocar em xeque o bem estabelecido mercado de TV a cabo,
que tem cerca de 50 anos nos Estados Unidos e, desde 2011 (Lei 12.485), é chamado pela
legislação brasileira de Serviço de Acesso Condicionado, ou Se AC.

Figura 6 – Evolução dos acessos à TV por assinatura no Brasil.


Fonte: COSTA, 2019, s.p.

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A mudança de um modelo de pagamento por produto para o de assinatura caiu no gosto do


consumidor e ganhou um nome: OTT, ou over-the-top, porque é, na essência, um distribuidor de
conteúdo que não depende das controladoras e distribuidoras de conteúdo convencional. Ou
seja, o consumidor escolhe os aplicativos que quer assistir com o conteúdo que quiser, na hora
que quiser e no dispositivo que quiser. Desta forma, o conceito de ‘pacote de canais’ passa a
fazer cada vez menos sentido (econômico e de comportamento) para as pessoas.

E aí cabe uma pergunta: se, no final do dia, a Netflix não é emissora de TV, nem operadora de
cabo, nem de celular, nem provedora de acesso à Internet, então qual a lei que regularia serviços
de OTT no Brasil?

Segundo a The Economist, em 2019 há cerca de 700 milhões de assinantes de streaming no


mundo. De acordo com estudo da McKinsey & Co., este mercado cresceu mais de 100% ao ano
entre 2011 e 2016, elevando o faturamento das empresas que praticam este sistema de vendas
de US$ 57 milhões para US$ 2,6 bilhões nestes 5 anos. Neste ano de 2019, ainda segundo a The
Economist, serão investidos em conteúdo US$ 100 bilhões, valor semelhante aos aportes na
indústria de petróleo nos Estados Unidos.

A Netflix lidera com folga o mercado de OTTs com 158 milhões de assinaturas no mundo (12,5
milhões no Brasil), mas há outros players de peso se movimentando. A consultoria Allied Market
Research prevê que em 2025 essa indústria chegue aos US$ 332,5 bilhões. Diante de
perspectivas tão poderosas, há gente chamando esse momento de A Guerra do Streaming.

Além da líder, há gigantes investindo cada vez mais nesse modelo, como a Amazon, a Apple, o
grupo Disney (o lançamento de seu serviço ocorreu em novembro e já tem 10 milhões de
assinantes), e a AT&T, operadora de telefonia que comprou a Warner Media e tem em seu
portfólio joias como o já anunciado HBO Max.

No Brasil, os canais abertos e os distribuídos no cabo estão lançando versão streaming, incluindo
a TV Globo, maior produtora de conteúdo do país, em sua plataforma Globo play, que já conta
com mais de 22 milhões de consumidores, com a oferta não apenas de produtos nacionais
criados pela emissora, como também produtos exclusivos em streaming (que não estão na sua
grade de TV aberta) e títulos internacionais.(COSTA, 2019, s.p)

Questões

1. Identifique, no texto, um padrão de inovações incrementais.


2. Identifique, no texto, uma ou mais mudanças no sistema tecnológico, que levaram ao
estabelecimento de novos padrões.
3. Observe o gráfico da Evolução dos acessos de TV por assinatura no Brasil, elaborado pela
Anatel e analise-o considerando os conceitos relativos ao ritmo da difusão tecnológica. A
que conclusão você chegou? E, por quê?

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Unidade 02

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