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Máquinas
Térmicas
Alunos Matrícula
Diogo França da Silva 20638062
José Ernesto V. Fassarela 10638014
Laís Felinto Pereira 20738068
Niterói
2º Semestre de 2010
TRABALHO DE MÁQUINAS TÉRMICAS
SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 4
4 - TURBINAS A GÁS------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 30
4.1 - PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO ----------------------------------------------------------------------------------------- 30
4.1.1 - Aplicações Principais -------------------------------------------------------------------------------------------------- 31
4.2 - COMPONENTES PRINCIPAIS DE UMA TURBINA A GÁS ---------------------------------------------------------------- 32
4. 3 - CICLO IDEAL DE BRAYTON -------------------------------------------------------------------------------------------------- 34
4.3.1 - Rendimento do Ciclo Brayton Ideal--------------------------------------------------------------------------------- 35
4.3.2 - Funcionamento em Ciclo Aberto de uma Turbina a Gás ------------------------------------------------------- 36
4.3.3 - Funcionamento em Ciclo Fechado de uma Turbina a Gás ----------------------------------------------------- 37
4.4 - CICLO BRAYTON COM REGENERAÇÃO ----------------------------------------------------------------------------------- 38
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4.5 - O CICLO IDEAL DA TURBINA A GÁS, USANDO COMPRESSÃO EM VÁRIOS ESTÁGIOS COM RESFRIAMENTO,
EXPANSÃO EM VÁRIOS ESTÁGIOS COM REAQUECIMENTO E REGENERADOR. ---------------------------------------- 40
5 - CONCLUSÕES ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 41
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1 - INTRODUÇÃO
Como ela opera em ciclo, a substância de trabalho deve passar por uma série
fechada de processos termodinâmicos, retornando ao seu ponto de partida ao final
de cada ciclo.
ܹ௧ = ܹு − ܹ ,
onde:
Wt é trabalho líquido ou total da máquina térmica;
WH é o trabalho da fonte quente;
WL é o trabalho da fonte fria.
O trabalho também pode ser definido a partir das trocas de calor:
ܹ௧ = ܳு − ܳ ,
onde:
QH e QL são respectivamente o calor cedido da fonte quente e o calor recebido pela
fonte fria.
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Um dos principais objetivos de quem constrói uma máquina térmica, é que esta
tenha o maior rendimento possível. O rendimento, que normalmente se denota por
η, define-se como a razão entre o trabalho que a máquina fornece W e a energia sob
a forma de calor que sai da fonte quente QH e sem o qual ela não poderia funcionar.
ܹ ܳு − ܳ ܳ
ߟ= → ߟ= → ߟ = 1−
ܳு ܳு ܳு
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Assim o restante de energia que não é aproveitado pela máquina é expulso para o
meio ambiente na forma de energia inútil, "perdida".
(a) (b)
FIGURA 1.3.1 - DESENHOS ESQUEMÁTICOS DOS ENUNCIADOS DE KELVIN-PLANK (a) E CLAUSIUS (b)
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(a) (b)
FIGURA 1.4.1 - (a) ESQUEMA P x V DO CICLO DE CARNOT; (b) ESQUEMA T x S DO CICLO DE CARNOT
Assim,
QH = TH ∆SAB e QL = TL∆SCD
∆S = 0, assim ∆S AB + ∆S CD = 0
ܳ ܶ ∆ܵ ܶ
ߟ = 1− =1− = 1−
ܳு ܶு ∆ܵ ܶு
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2 - INSTALAÇÕES A VAPOR
gases de combustão C
A turbina D
gerador
água quente
combustível
ar
condensador
B
gerador de vapor
bomba de bomba água fria
alimentação
FIGURA 2.1.1 - SISTEMA DE POTÊNCIA A VAPOR
O subsistema B fornece a energia requerida para vaporizar a água que passa pelo
gerador de vapor, através da queima de algum combustível. O vapor produzido
passará pela turbina onde se expandirá até uma pressão mais baixa. O eixo da
turbina está conectado a um gerador elétrico (subsistema D). O vapor que deixa a
turbina passa através do condensador, onde condensará fora dos tubos por onde
circula a água de arrefecimento. O circuito da água de arrefecimento compreende o
subsistema C.
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Gerador de vapor - O gerador de vapor ou caldeira é definido como um recipiente
fechado em que a água ou outro líquido é aquecido ou vapor é gerado, o vapor é
superaquecido, ou qualquer combinação dos mesmos, sob pressão ou de vácuo,
para uso externo a si mesmo, através da aplicação direta de energia provenientes
da queima de combustíveis, de eletricidade ou de energia nuclear.
O ciclo Rankine descreve a operação de uma planta de força que opera com vapor.
Este é produzido em uma caldeira à alta pressão para logo ser levado a uma turbina
onde produz energia cinética, onde perderá pressão. Seu caminho continua ao
seguir para um condensador onde o que fica de vapor passa ao estado líquido para
poder entrar em uma bomba que lhe subirá a pressão para novamente poder o
ingressar à caldeira.
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4 - 1: O vapor então entra num condensador, onde ele é resfriado até a condição
de líquido saturado. Este líquido então retorna à bomba e o ciclo se repete. Pelo fato
do condensador ser meramentente um trocador de calor, este processo se dá de
forma adiabática
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aumentará o rendimento do ciclo de Rankine, assim surgem três possibilidades
básicas para se obter um maior rendimento:
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2.4.2 - O ciclo de Rankine com aumento da pressão no fornecimento de calor
no gerador de vapor
Nesta análise, a temperatura máxima do vapor, bem como a pressão de saída são
mantidas constantes. O calor rejeitado diminui o correspondente a área b’-4’-4-b-b’.
O trabalho líquido aumenta o correspondente à área hachurada simples e diminui o
correspondente a área do duplo hachurado. Portanto o trabalho líquido tende
permanecer o mesmo, mas o calor rejeitado diminui e, portanto, o rendimento do
ciclo de Rankine aumenta com o aumento da pressão máxima. Note que, neste
caso, a temperatura média na qual o calor é fornecido também aumenta com um
aumento da pressão. Já o título do vapor que deixa a turbina diminuir quando a
pressão máxima aumenta.
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2.5.1 - Reaquecimento
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2.5.2 - Regeneração
O aspecto singular do ciclo ideal regenerativo é que, após deixar a bomba, o líquido
circula ao redor da carcaça da turbina, em sentido contrário ao vapo da turbina. Com
isto tranfere-se o calor do vapor que escoa através da turbina ao líquido que circula
ao redor da turbina. Na hipótese desta troca ser reversível, ou seja, em cada ponto a
temperatura do vapor é apenas infinitesimalmente superior à temperatura do líquido,
a linha 4-5 no diagrama T x S da figura 2.5.2.2 que representa os estados do vapor
escoando atráves da turbina, é exatamente paralela a linha 1-2-3 que representa o
processo de bombeamento e os estados líquido que escoa ao redor da turbina.
Assim, as áres 2-3-b-a-2 e 5-4-d-c-5 são iguais e congruentes, e representam o calor
transferido ao líquido, e do vapor, respectivamente. Nota-se, também, que o calor
transferido ao fluido de trabalho no processo 3-4 e a área 3-4-d-b-3 representa esta
troca de calor. O calor é transferido do fluido de trabalho no processo 5-1 e a área
1-5-c-a-a representa esta troca de calor. Nota-se que esta área é exatamente igual a
área 1’-3-4-5’-1’. Assim, o ciclo regenerativo ideal tem um rendimento exatamente
igual ao rendimento do ciclo de Carnot, com as mesmas temperaturas de
forncecimento e rejeição de calor.
Obviamente o ciclo regenerativo ideal não é prático, pois não é possível efetuar a
troca de calor necessária do vapor que deixa a turbina à água líquida de
alimentação. Além disso, o teor de umidade do vapor que deixa a turbina aumenta
consideravelmente em consequencia da troca de calor e a desvantagem disto já foi
observada anteriormente. O ciclo regenerativo prático envolve a extração de uma
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parte do vapor após ser expandido parcialmente ne turbina e o uso de aquecedores
de água de alimentação.
Num ciclo Rankine real, a compressão pela bomba e a expansão na turbina não são
isoentrópicos. Em outras palavras, estes processos não são reversíveis, e
a entropia aumenta durante os processos. Isto faz com que a energia requerida pela
bomba seja maior, e que o trabalho produzido pela turbina seja menor do que o
produzido num estado de idealidade.
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3 - MOTORES A COMBUSTÃO INTERNA
3.1 - INTRODUÇÃO
Vantagens
arranque rápido;
trabalho em rotações relativamente baixas;
pequeno tamanho;
fácil manutenção.
Desvantagens
limitação de potência;
não utilização de combustíveis sólidos;
peso elevado para a potência;
elevado número de peças;
baixa eficiência.
Motores a combustão interna são máquinas térmicas motoras nas quais a energia
química dos combustíveis se transforma em trabalho mecânico (o fluido de trabalho
consiste nos produtos da combustão). Podem ser classificadas como:
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modelos com características apropriadas, conforme o uso. (Laser, trabalho comercial
leve, pesado, médio-contínuo e contínuo).
(a) (b)
FIGURA 3.2.1.1 - (a) DIAGRAMA P x v DO CICLO DE OTTO IDEAL; (b) DIAGRAMA T x s DO CICLO DE OTTO IDEAL
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Os processos que compreendem o ciclo de Otto ideal, conforme figura 3.2.1.1, são
os seguintes:
ܳு − ܳ ܳ ݉ܥ௩ ሺܶସ − ܶଵ ሻ
η௧ = 1 − =1− =1−
ܳு ܳு ݉ܥ௩ ሺܶଷ − ܶଶሻ
ܶ
ܶଵ ሺ ସൗܶ − 1ሻ
ଵ
η௧ = 1 −
ܶ
ܶଶ ሺ ଷൗܶ − 1ሻ
ଶ
ܶଶ ܸଵ ିଵ ܸସ ିଵ ܶଷ
=൬ ൰ =൬ ൰ =
ܶଵ ܸଶ ܸଷ ܶସ
Portanto:
ܶଷ ܶସ
=
ܶଶ ܶଵ
e,
ܶଵ 1
η௧ = 1 − = 1 − ሺݎ௩ ሻଵି = 1 − ିଵ
ܶଶ ݎ௩
ܸଵ ܸସ
ݎ௩ = =
ܸଶ ܸଷ
Uma coisa importante a ser observada é que o rendimento do ciclo de Otto ideal é
uma função apenas da razão de compreensão, e que o rendimento aumenta com o
aumento desta razão. A figura 3.2.2.1 apresenta o gráfico do rendimento térmico do
ciclo de Otto ideal.
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Considerando o uso de apenas duas válvulas que são comandadas pelos ressaltos
de árvore de cames, uma designada por válvula de admissão que permite a
introdução de uma mistura gasosa composta por ar e combustível no cilindro e outra
designada como válvula de escape, que permite a expulsão para a atmosfera dos
gases queimados, o ciclo de funcionamento de um motor de combustão a 4 tempos
é o seguinte:
Após a expulsão dos gases o motor fica nas condições iniciais permitindo que o ciclo
se repita.
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3.2.4 - Motor de Dois Tempos
Os motores deste tipo combinam em dois cursos do êmbolo as funções dos motores
de quatro tempos, sendo assim, há um curso motor para cada volta do virabrequim.
Normalmente estes motores não têm válvulas, eliminando-se o uso de tuchos,
hastes, etc. O cárter, que possui dimensões reduzidas, recebe a mistura ar-
combustível e o óleo de lubrificação. Deve ser cuidadosamente fechado, pois nele
se dá a pré-compressão da mistura.
É o curso de trabalho. No PMS, dado início à combustão por meio de uma centelha,
o êmbolo é forçado até o PMI. Durante o curso, o êmbolo passa na janela de
descarga dando vazão aos gases da combustão. Ao mesmo tempo o êmbolo abre a
janela de carga permitindo que uma nova mistura ar-combustível entre no cilindro
preparando-o para o novo ciclo e forçando os gases provenientes da combustão
para fora (lavagem). O virabrequim, neste primeiro tempo, dá meia volta, 180 graus.
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3.3 - O CICLO DIESEL
O motor a diesel ou motor de ignição por compressão é um motor de combustão
interna inventado pelo engenheiro alemão Rudolf Diesel (1858-1913), em que a
combustão do combustível se faz pelo aumento da temperatura provocado pela
compressão da mistura inflamável. As principais diferenças entre o motor a gasolina
e o motor diesel são as seguintes: enquanto o motor a gasolina funciona com a taxa
de compressão que varia de 8:1 a 12:1, no motor diesel esta varia de 14:1 a 25:1.
Dai a robustez de um em relação ao outro.
Quando o tempo está frio, o ar ao ser comprimido poderá não atingir a temperatura
suficiente para a primeira ignição, mas esses obstáculos têm vindo a desaparecer
em virtude das injeções eletrônicas diretas e a maior rotação do motor de partida.
Nos modelos antigos ou lugares muito frios costuma-se usar velas de
incandescência no tubo de admissão para minimizar esse efeito sendo que alguns
motores estacionários ainda usam buchas de fogo e a partida é feita com manivelas.
Para melhorar o desempenho, o ar entra pela admissão já pressurizado. Usa-se
uma pequena turbina que utiliza os gases de escape para girá-la. Acoplado ao
mesmo eixo encontra-se uma outra turbina que pressuriza o ar para dentro da
câmara de combustão. Tal processo é chamado de co-geração, pois aproveita a
energia que seria desperdiçada.
O ciclo Diesel ideal é mostrado na figura 3.3.1.1. Este é o ciclo ideal para o
funcionamento do motor com o mesmo nome.
(a) (b)
FIGURA 3.3.1.1 -(a) DIAGRAMA P x v EM UM CICLO DIESEL IDEAL; (b) DIAGRAMA P x s EM UM CICLO DIESEL IDEAL
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Neste ciclo, o calor é transferido ai fluido de trabalho a pressão constante. Este
processo corresponde à injeção e a queima do combustível no motor real. Como o
gás se expande durante a adição de calor no ciclo ideal, a troca de calor deve ser
apenas o suficiente para manter a pressão constante. Quando se atinge o estado 3,
a adição de calor cessa e o gás sofre uma expansão isoentrópica, processo 3-4, até
que o pistão atinja o PMI.
Como no ciclo Otto padrão, uma rejeição de calor a volume constante no PMI
substitui os processos de descarga e de admissão do motor real.
ܶ
ܳ ܥ௩ ሺܶସ − ܶଵ ሻ ܶଵ ሺ ସ − 1ሻ
ܶଵ
݊௧ = 1 − =1− =1−
ܳு ܥሺܶଷ − ܶଶሻ ܶ
ܶܭଶ ሺ ଷ − 1ሻ
ܶଶ
Pouco antes do PMS o combustível começa a ser pulverizado pelo injetor em finas
gotículas, misturando-se com o ar quente até que se dá a combustão. A combustão
é controlada pela taxa de injeção de combustível, ou seja, pela quantidade de
combustível que é injetado. O combustível começa a ser injetado um pouco antes do
PMS devido ao fato de atingir a quantidade suficiente para uma perfeita mistura (ar +
combustível) e conseqüentemente uma boa combustão.
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O ciclo termina com a fase de escape, onde o embolo retorna ao PMS, o que faz
com que os gases de combustão sejam expulsos do cilindro, reiniciando, assim, o
ciclo.
No caso dos motores a dois tempos, o ciclo é completado a cada volta, a admissão
não é feita por válvulas mas sim por janelas.
1 J/s = 1 W;
1000 J/s = 1 kW;
1000 J/s = 1,36 C.V. nas antigas unidades ou 1 C.V. = 736 J/s.
Um motor que consome 340 g de gasolina por kWh recebe por segundo uma
energia de 340 x 11000 x 4,185/3600 = 4348 J/s.
1 kWh = 3600000 J
1KW =1000 J/s
Este motor recebe sob forma de carburante uma energia calorífica capaz de fornecer
4348 J/s; e rende 1000 J/s.
O seu rendimento térmico é de 1000 x 100/4348 = 23%
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sempre, antigamente, o consumo em g por H.P./hora, era lógico calcular o
rendimento a partir deste valor e em relação ao H.P./hora.
Com as novas unidades MKSA convém calcular o rendimento na base do consumo
por segundo. A unidade de trabalho (J) é dez vezes menor que o (kgm) e a unidade
de calor (cal) é mil vezes menor que a (kcal), pelo que, calculando por hora, terão
valores extremamente elevados e pouco comuns na prática. Aliás, sendo a nova
unidade de potência dos motores, o kW, correspondente a 100 J/s, é mais simples
calcular o rendimento sobre esta base de tempo.
32% sob forma de calor gasto pelo sistema de arrefecimento dos cilindros;
35% sob forma de calor retirado pelos gases de escape;
8% sob forma de energia mecânica absorvida pelos atritos internos do motor;
25% sob forma de energia mecânica disponível na extremidade do virabrequim.
Para comparar os motores entre si, relaciona-se muitas vezes a sua potência efetiva
à unidade de cilindrada expressa em litros, ou seja:
Este valor era baseado na potência nominal utilizada ainda hoje em vários países.
Os motores modernos desenvolvem entre 30 kW (40 C.V.) e 37 kW (50 C.V.) por
litro, e mais de 80 kW (100 C.V.) para os motores de alto rendimento.
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3.5.3 - Rendimento Térmico
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4 - TURBINAS A GÁS
O arranjo básico de uma turbina a gás de ciclo simples é mostrado na figura 4.1.1.1
O compressor tem como função conduzir o fluído de trabalho até o aquecimento. O
fluído é aquecido por combustão interna num ciclo aberto, ou por troca de calor com
uma fonte externa em um ciclo fechado. A turbina é acionada pela expansão do
fluído de trabalho comprimido e aquecido e tem como função, além de acionar o
compressor, produzir um saldo positivo de potência no eixo, que pode ser usado
para acionar uma carga qualquer.
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4.1.1 - Aplicações Principais
Turbo-jatos;
Turbo-fans;
APU – Unidade Auxiliar de Potência;
Turbo-hélices;
Helicópteros.
Geração local;
Geração distribuída;
Planta de biogás;
Transmissão de gás natural;
Bombeamento de líquido e óleo;
Armazenagem e extração de gás;
Transporte (propulsão marítima, terrestre)
Compressão de CO2 (processos industriais, etc).
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4.2 - COMPONENTES PRINCIPAIS DE UMA TURBINA A GÁS
Podemos distinguir três componentes principais em uma turbina a gás, sendo eles:
O compressor;
A câmara de combustão (CC);
A turbina propriamente dita.
As turbinas podem ser do tipo radial (baixas potências) e do tipo axial (mais comum
em altas potências). Aproximadamente 2/3 da energia térmica disponível nos
produtos da combustão são para o acionamento do compressor de ar e sistemas
auxiliares. O rotor é a parte móvel da turbina e consiste de rodas dinamicamente
balanceadas com palhetas móveis fabricadas em superligas e são fixadas ao disco
rotativo. Normalmente as palhetas são unidas por uma cinta no seu topo
(“shrouded”) formando uma banda no perímetro externo das palhetas que serve para
reduzir a vibração das mesmas.
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4. 3 - CICLO IDEAL DE BRAYTON
O Ciclo Brayton é um ciclo ideal, uma aproximação dos processos térmicos que
ocorrem nas turbinas a gás, descrevendo variações
de estado (pressão e temperatura) dos gases. O conceito é utilizado como
base didática e para análise dos ciclos reais, que se desviam do modelo ideal,
devido a limitações tecnológicas e fenômenos de irreversibilidade, como o atrito.
O ciclo se constitui de quatro etapas. Primeiramente, o ar em condição ambiente
passa pelo compressor, onde ocorre compressão adiabática e isentrópica, com
aumento de temperatura e conseqüente aumento de entalpia. Comprimido, o ar é
direcionado às câmaras, onde se mistura com o combustível,
possibilitando queima e aquecimento, à pressão constante. Ao sair da câmara de
combustão, os gases, à alta pressão e temperatura, se expandem conforme passam
pela turbina, idealmente sem variação de entropia. Na medida em que o fluido
exerce trabalho sobre as palhetas, reduzem-se a pressão e temperatura dos gases,
gerando-se potência mecânica. A potência extraída através do eixo da turbina é
usada para acionar o compressor e eventualmente para acionar um outra máquina.
A quarta etapa não ocorre fisicamente, se tratando de um ciclo
termodinâmico aberto. Conceitualmente, esta etapa representa a transferência de
calor do fluido para o ambiente.
Desta forma, mesmo se tratando de um ciclo aberto, parte da energia proveniente
da combustão é rejeitada sob a forma de calor, contido nos gases quentes de
escape. A rejeição de calor é um limite físico, intrínseco ao funcionamento de ciclos
termodinâmicos, mesmo nos casos ideais, como define a segunda lei da
termodinâmica.
O esquema do Ciclo de Brayton ideal é mostrado na figura 4.3.1 e os diagramas
T x s e P x v na figura 4.3.2 (a) e (b), respectivamente.
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(a) (b)
FIGURA 4.3.2 – (a) DIAGRAMA T x s EM UM CICLO BRAYTON (b) ) DIAGRAMA P x v EM UM CICLO BRAYTON
ܶ
ܶଵ ൭ ସൗሺܶ − 1ሻ൱
ଵ
ߟ௧é = 1 −
ܶ
ܶଶ ൭ ଷൗሺܶ − 1ሻ൱
ଶ
ൗ ൗ
ଶ ܶଵ ሺିଵሻ ଷ ܶଷ ሺିଵሻ
=൬ ൰ = =൬ ൰
ଵ ܶଶ ସ ܶସ
ܶଷ ܶଶ ܶଷ ܶସ ܶଷ ܶସ
= ∴ = ݁ −1= −1
ܶସ ܶଵ ܶଶ ܶଵ ܶଶ ܶଵ
ܶଵ 1
ߟ௧é = 1 − =1−
ܶଶ ሺିଵሻൗ
൭ܲଶൗܲ ൱
ଵ
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Se uma turbina estiver operando isoladamente (ciclo simples), como nas aeronaves,
sua eficiência térmica é baixa, da ordem de 36%, ou seja, cerca de 64% do calor
gerado pela queima do combustível é perdido nos gases de exaustão. Poder-se-ia
elevar esta eficiência térmica através da elevação de temperaturas e pressões de
entrada, porém isto elevaria demasiadamente o custo de construção e manutenção
dos equipamentos do processo, inviabilizando o projeto.
A figura 4.3.2.1 abaixo apresenta um arranjo típico de uma turbina a gás em ciclo
aberto, apresentando a distribuição de energia de entrada e saída:
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4.3.3 - Funcionamento em Ciclo Fechado de uma Turbina a Gás
Resumidamento, o ciclo de Brayton fechado utiliza o calor perdido para gerar mais
trabalho. Para se construir o ciclo Brayton fechado é necessário que a câmara de
combustão seja removida e que o caminho do fluído de trabalho seja quase que
integralmente refeito. Um trocador de calor deve ser acrescentado ao sistema. A
finalidade deste equipamento é preservar uma parte do calor gerado dentro do
circuito, visando manter as temperaturas de operação do ciclo em valores altos de
maneira a tirar vantagens da boa eficiência de conversão do ciclo Brayton operando
em altas temperaturas. O esquema do ciclo Brayton fechado com trocador de calor é
exposto na figura 4.3.3.2.
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O regenerador, por sua vez, reduz os requisitos de entrada de calor (e, portanto,
combustível) para a saída de um mesmo trabalho líquido. A utilização de um
regenerador é recomendada somente quando a temperatura da turbina de escape é
superior à temperatura de saída do compressor. Caso contrário, o fluxo de calor no
sentido inverso (para os gases de escape) reduzir a eficiência. Esta relação é
encontrada em motores de turbina a gás operando com taxas de alta pressão.
É claro que um regenerador com uma maior eficiência vai economizar uma grande
quantidade de combustível desde que o ar seja pré-aquecido a uma temperatura
mais elevada antes da combustão. No entanto, alcançar uma maior eficiência requer
o uso de um regenerador maior, o que implica um preço mais alto provoca e uma
queda maior da pressão. Assim, a utilização de um recuperador de eficiência muito
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eficiente não pode ser economicamente justificada, a menos que a poupança de
combustível exceder os custos adicionais envolvidos. A maioria dos regeneradores é
usada na prática a eficiência inferior a 0,85. Portanto a eficiência térmica de um ciclo
de Brayton com regeneração depende da relação entre as temperaturas mínima e
máxima e da relação entre as pressões mínima e máxima. A figura 4.4.2 demonstra
os diagramas do ciclo regenerativo ideal:
Num regenerador real que deve operar com uma diferença de temperatura, ܶ௫ , a
temperatura real do gás que deixa o regenerador é menor do que ܶ௫ ´ . A eficiência do
regenerador é definida por:
ℎ௫ − ℎଶ
ߟ =
ℎ௫ ´ − ℎଶ
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4.5 - O CICLO IDEAL DA TURBINA A GÁS, USANDO COMPRESSÃO EM
VÁRIOS ESTÁGIOS COM RESFRIAMENTO, EXPANSÃO EM VÁRIOS ESTÁGIOS
COM REAQUECIMENTO E REGENERADOR.
FIGURA 4.5.1 – CICLO IDEAL DA TURBINA A GÁS, UTILIZANDO RESFRIAMENTO INTERMEDIÁRIO, REAQUECIMENTO E
UM REGENERADOR.
FIGURA 4.5.2 – DIAGRAMA T x s DO CICLO IDEAL DA TURBINA A GÁS, UTILIZANDO RESFRIAMENTO INTERMEDIÁRIO,
REAQUECIMENTO E UM REGENERADOR.
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5 - CONCLUSÕES
Com este trabalho foi possível entender os principais ciclos de potência de máquinas
térmicas. Tal estudo é de grande importância para a engenharia elétrica, pois a
maior parte da energia elétrica gerada no mundo é proveniente de centrais
termoelétricas.
Foi possível também analisar as características de cada tipo de máquina aqui estuda
e suas aplicações. Foi visto que as máquinas que tem o funcionamento baseado nos
ciclos de Otto e a Diesel são utilizadas para geração de baixas potências, indo deste
a alimentação de automóveis até o atendimento de pequenas localidades com baixa
demanda, como um hospital ou uma.
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Apêndice A - Definições Básicas
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BIBLIOGRAFIA
Giancarlo Cerutti Panosso Métodos de Simulação para Ciclos de Rankine, Dissertação para
obtenção do Título de Mestre em Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
2003.
Diogo Quental - Fátima Guzmán - Leonardo Santana - Marcus Lins - Mário Márcio de Faria
Zacarias Filho Máquinas Térmicas, Trabalho de Conclusão de Curso, UFRJ.
Links
www.mspc.eng.br/termo/termod0530.shtml
www.pantanalenergia.com.br
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