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LIVRO

TEXTO

APRENDIZAGEM
E
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
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FICHA CATALOGRÁFICA
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APRENDIZAGEM E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

TEMA 01

PARTE 01
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CONCEITOS DA 4a. REVOLUÇÃO DIGITAL

Segundo o site StartSe.com pelo repórter (Ortega, 2014), A quarta


revolução industrial, ou Indústria 4.0, é um conceito desenvolvido pelo alemão
Klaus Schwab, diretor e fundador do Fórum Econômico Mundial. Hoje, é uma
realidade defendida por diversos teóricos da área. Segundo ele, a
industrialização atingiu uma quarta fase, que novamente “transformará
fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos”.
É, portanto, uma mudança de paradigma, não apenas mais uma etapa do
desenvolvimento tecnológico.

BREVE HISTÓRICO
A revolução industrial normalmente norteia os rumos da humanidade,
onde a forma e as condições de trabalho são completamente reinventadas,
forçando a sociedade a adaptar-se a novos modelos.

Figura - História da Revolução Industrial


A figura mostra como os elementos de manufatura sofreram alterações,
como na 1.0 ou 1a. revolução industrial, o processo de tecelagem de roupas era
feito de forma completamente manual e foi substituído pelo tear mecânico e
trançavam fios de lãs, algodão e afins, aumentando a produção.
Na indústria 2.0 ou 2a. revolução, a energia elétrica foi utilizada para
controlar a produção, diminuindo o custo, aumentando ainda mais a produção.
Na indústria 3.0 a automação, processos manuais e eletrônicos foram
completamente informatizados, computadores operam boa parte das
máquinas de produção.
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A 4a. revolução industrial se dá pela revolução da automação onde as


maquinas estão conectados entre si através da internet, daí a criação do
conceito IoT, internet das coisas. A 4a revolução também conhecida como
indústria 4.0, traz uma escalada de produção de dados, muita necessidade de
armazenamento de dados, novos modelos matemáticos de utilização e
otimização de dados para atender a uma cadeia produtiva completamente
nova.
A Industrialização é um processo antigo na humanidade. Ainda durante
a Idade Média, novas técnicas marcaram o avanço dos meios de produção e de
produtividade. Mas isso não quer dizer que houvesse indústrias como
conhecemos atualmente ou características do capitalismo. O progresso passou
por várias fases tecnológicas. Técnicas mais aprimoradas de agricultura,
artesanato e manufatura deram suas contribuições para o desenvolvimento
pleno da indústria
O conceito de 4a. revolução industrial ou indústria 4.0 se dá pela
informatização em todas as áreas de produção tais como as áreas fabris,
medicina, comercio, educação, agricultura, dentre outras.

TAYLORISMO E FORDISMO
No início do século XX duas formas de organização de produção
industrial provocaram mudanças significativas no ambiente fabril: o taylorismo
e o fordismo. Esses dois sistemas visavam à racionalização extrema da
produção e, consequentemente, à maximização da produção e do lucro.
Frederick Winslow Taylor (1856 – 1915), engenheiro mecânico,
desenvolveu um conjunto de métodos para a produção industrial que ficou
conhecido como taylorismo. De acordo com Taylor, o funcionário deveria
apenas exercer sua função/tarefa em um menor tempo possível durante o
processo produtivo, não havendo necessidade de conhecimento da forma
como se chegava ao resultado final.
Sendo assim, o taylorismo aperfeiçoou o processo de divisão técnica do
trabalho, sendo que o conhecimento do processo produtivo era de
responsabilidade única do gerente, que também fiscalizava o tempo destinado
a cada etapa da produção. Outra característica foi a padronização e a realização
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de atividades simples e repetitivas. Taylor


apresentava grande rejeição aos sindicatos,
fato que desencadeou diversos movimentos
grevistas.

Henry Ford (1863 – 1947), por sua vez,


desenvolveu o sistema de organização do trabalho industrial denominado
fordismo. A principal característica do fordismo foi a introdução das linhas de
montagem, na qual cada operário ficava em um determinado local realizando
uma tarefa específica, enquanto o automóvel (produto fabricado) se deslocava
pelo interior da fábrica em uma espécie de esteira. Com isso, as máquinas
ditavam o ritmo do trabalho.
Entender todo esse processo nos faz discernir sobre toda essa nova
conjuntura de fatores que está sendo montada. Portanto, Em linhas bem
pontuais, podemos entender a indústria 4.0 como um novo paradigma de
produção desenvolvido nas empresas, resultado da quarta revolução
industrial, a qual trouxe como marca um significativo avanço na relação entre
homem e máquina.
A indústria 4.0 é, hoje, o que impulsiona uma série de avanços no
processo produtivo, trazendo um aspecto mais elaborado em relação ao uso da
tecnologia, elevando o ideal de automatização para um patamar bem acima do
que a indústria está habituada.
Em razão da sua íntima relação com atributos como
conectividade, inteligência artificial, data science, big data, IoT, machine
learning e tantos outros, a indústria 4.0 efetiva um fenômeno bastante amplo
dentro das organizações, transformando a maneira como máquinas se
comunicam e utilizam as informações para otimizar o processo de produção,
tornando-o mais econômico, ágil e autônomo.
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APRENDIZAGEM E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

TEMA 01

PARTE 02
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As mudanças são extremamente abrangentes e englobam todas as


áreas produtivas da sociedade. A força de trabalho passa-se a ser apenas
metáforas em algumas cadeias de trabalho como nas fábricas, robôs carregam,
transportam e armazenam caixas, ou simplesmente carros que eram arrastados
por pessoas, agora robores fazem tais serviços.
Figura - Robô de cargas inteligente

Funcionário da Mercedes-Benz "passa o pé" para mostrar que não há nada puxando o robô que
passeia pela fábrica transportando equipamentos autonomamente
Imagem: Murilo Góes/UOL.
Apesar do potencial impacto positivo da tecnologia no crescimento
econômico, é essencial, contudo, abordar o seu possível impacto negativo, pelo
menos a curto prazo, no mercado de trabalho. Os temores dos impactos da
tecnologia sobre os empregos não são novos. Em 1931, o economista John
Maynard Keynes alertou sobre a difusão do desemprego, “pois nossa
descoberta dos meios de economizar o uso de trabalho ultrapassa o ritmo no
qual podemos encontrar novos usos para o trabalho”. Provou-se que isso
estava errado, mas e se isso mostrar-se verdadeiro dessa vez? Durante os
últimos anos, reacendeu-se o debate, pois os computadores estavam
substituindo vários empregos, a saber, guarda-livros, caixas e operadores de
telefone.
As razões por que a nova revolução tecnológica provocará mais
agitações do que as revoluções industriais anteriores são aquelas mencionadas
na introdução: velocidade (tudo está acontecendo em um ritmo muito mais
rápido do que antes), amplitude e profundidade (há muitas mudanças radicais
ocorrendo simultaneamente), e a transformação completa de sistemas inteiros.

Desemprego aumenta devido a informatização do processo produtivo, a


mesma máquina que concede uma qualidade de vida é a mesma que ocupa os
locais de pessoas que executam tarefas de repetitivas.
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Figura - Totem do Itaú para realizar operações bancárias

O onipresente iPhone foi lançado em 2007. Mas, no final de 2015, já


existiam cerca de 2 bilhões de smartphones. Em 2010, o Google anunciou seu
primeiro carro totalmente autônomo. Esses veículos podem rapidamente se
tornar uma realidade comum nas ruas. (Schwab, 2016).
Os celulares mudaram o cotidiano das pessoas de forma irreversível, os
sistemas se tornaram muito intuitivos, o que antes necessitava de diversos
passos para realizar uma tarefa simples deve ligar estabilizador de energia,
monitor, gabinete, internet e abrir um aplicativo, o celular com um botão já se
faz tudo, e com o custo muito abaixo do que tínhamos antes desde a aquisição
do equipamento até a o curso para manipulá-lo.
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MEGATENDÊNCIAS
As novas tecnologias trazem novas oportunidades de trabalho. A
“uberização” é uma tendência em diversos seguimentos como em bancos,
entregas por aplicativos, atendimentos em geral por aplicativo.
O próprio Uber, aplicativo de transporte particular, maior empresa do
mundo sem possuir uma frota de veículo, ou melhor, sem ser dona de 1 carro
de serviços. Criou um conceito que foram replicados para vários setores.
Setores de entregas, cooperativas medicas, profissionais liberais todos estão
buscando conectar-se a clientes por meio de aplicativos.
Todas as áreas certamente sofrerão atualizações dentre elas
classificadas de categorias físicas incluem veículos, fabricação de produtos as
biologias para todas áreas da saúde, a categoria digital como a robótica.
Na biologia o sequenciamento genético possibilitou descobrir causas de
doenças, causas paternas, descoberta de novos diagnósticos, novos
tratamentos, o que antes custou bilhões em pesquisa e anos para conclusão,
hoje é feito em poucos minutos de forma financeira bem acessível.
Na robótica a miniatuarização do hardware possibilitou embarcar
(acoplar) componentes inteligentes nos mais diversos aparelhos e maquinas,
relógios estão inteligentes, casas completamente controladas via internet,
linhas de produção completamente informatizadas, peças robóticas estão cada
vez mais baratas e fáceis de controlar
Especialistas preveem que casas ou abrigos serão construídos com o
auxilio das impressoras 3D, hoje esses equipamentos estão sendo utilizada
acopladas a fios de plásticos que podem moldar perfeitamente peças
projetadas no computador. Futuramente junto com novos materiais, órgãos
poderão ser construídos em impressoras 3D.
Por fim, veículos autônomos estão sendo produzidos em larga escala
por quase todas as grandes montadoras de veículos do mundo. Como diz na
reportagem do jornal O Globo “Honda investirá US$ 2,75 bi para criar carros
autônomos com a GM”. Estima-se que pessoas nascidas a partir de 2016 não
precisará de habilitação para dirigir, pois os carros serão todos autônomos.
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PONTOS DE INFLEXÃO

(Schwab, 2016) cita que, “Um relatório do Fórum Econômico Mundial


publicado em setembro de 2015 identificou 21 pontos de inflexão —
momentos em que certas mudanças tecnológicas específicas chegam à
sociedade — que irão moldar um futuro hiperconectado e digital”.
O ponto de inflexão pode ser resumido quando todos as estimativas e
tendências podem se tornar realidade. Suposições tornam-se cada vez mais
realísticas devido a todos os dados coletados em relação à vendas, curtidas,
interesses.
Segundo a empresa TOTVs O cenário da indústria 4.0 no Brasil hoje,
como mencionado, esse movimento de modernização da indústria ainda está
em um estágio inicial no Brasil. As empresas, em grande parte, permanecem
associadas aos tradicionais modelos de produção, pouco sofisticados e
dependentes de processos manuais e intervenções humanas.
Contudo, uma pesquisa da Fiesp indica que o grau de conhecimento das
empresas com foco industrial sobre o conceito de indústria 4.0 está em um
crescente. Muitos gestores já enxergam esse movimento como uma
oportunidade, e não como risco.
Ou seja, a tendência é que a indústria 4.0 se inclua de maneira gradual
nas empresas, conforme elas sentem a necessidade de inovar e,
principalmente, sentem que estão preparadas para investir nesse campo.
Segundo especialistas da Agência Brasileira de Desenvolvimento
Industrial (ABDI), a aderência à indústria 4.0 deverá acontecer de maneira
gradual: em 10 anos, estima-se que 15% das empresas do setor de
manufatura já tenham esse conceito inserido em suas atividades.
HÁ 10 ANOS, NASCIA O IPHONE: CONHEÇA A HISTÓRIA DO
CELULAR QUE MUDOU O MUNDO
Lucas Carvalho, editado por Leonardo Pereira 09/01/2017, publicaram
que, no dia 9 de janeiro de 2007, há exatamente 10 anos, o mundo viu pela
primeira vez o iPhone. Nas mãos de Steve Jobs, o fundador e então presidente
da Apple, a empresa revelou o produto que, segundo ele, mudaria a forma
como as pessoas se comunicariam no futuro. E, nesse caso, não foi só
marketing.
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Depois do iPhone, a indústria passou a ver a categoria de smartphones


com outros olhos. Mas a história de como esse celular revolucionou o mercado
começa muito antes de 9 de janeiro de 2007. Na verdade, o projeto surgiu na
Apple em meados de 2005.

O INÍCIO

A Apple já havia experimentado com algo parecido anos antes, em 1993,


quando lançou a primeira geração do Newton. Visualmente semelhante ao que
viria a ser o iPhone, o Newton era um "assistente pessoal digital", ou um bloco
de notas eletrônico, que vinha acompanhado de uma caneta stylus e
"teoricamente" era capaz de converter texto escrito à mão em caracteres
digitais.
Diz-se "teoricamente" porque o sistema do Newton era extremamente
problemático nessa tarefa. Soma-se a isso o fato de que o aparelho teve um
conturbado processo de desenvolvimento e acabou chegando ao mercado
custando absurdos US$ 900, e o resultado foi o cancelamento da linha assim
que Steve Jobs retornou ao posto de líder de desenvolvimento de produtos da
Apple, em 1998.
Contudo, a ideia de criar um tablet não fora totalmente descartada por
Jobs. Em 2010, durante uma entrevista a Walt Mossberg no palco da D8, uma
conferência anual sobre tecnologia realizada pelo Recode, o então presidente
da Apple contou como seu interesse pelo que seria o iPad levou ao nascimento
do iPhone em primeiro lugar.

"Eu tinha essa ideia de me livrar do teclado e digitar em uma tela


multitouch de vidro. E eu perguntei à nossa equipe: nós podemos criar uma
tela multitouch? Uma em que eu possa escrever sobre, descansar minhas mãos
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sobre ela? Cerca de seis meses depois, eles me chamaram e me mostraram o


protótipo dessa tela", relembrou Jobs.
Tempos depois, observando o processo de desenvolvimento da tela
multitouch, Jobs pensou: "Meu Deus, nós podemos fazer um telefone com
isso", lembra o executivo. "Eu coloquei o projeto de um tablet na prateleira,
porque o telefone era mais importante." E motivos não faltaram para que a
Apple adotasse essa estratégia.
Em "Steve Jobs", a biografia do cofundador da Apple escrita pelo
jornalista Walter Isaacson (publicada no Brasil pela Companhia das Letras), Art
Levinson, que foi membro do conselho de diretores da empresa durante anos,
diz que o interesse no mercado de telefones veio da eterna preocupação de
Jobs com o que poderia tirar da Apple a sua imagem de "inovadora". "Ele
estava sempre obcecado pelo que poderia nos afetar", disse Levinson no livro.
"A conclusão a que ele chegou foi: o aparelho que pode nos detonar é o
celular."
Segundo o ex-conselheiro da Apple, Jobs expôs à empresa o fato de que
câmeras digitais estavam se tornando obsoletas, já que celulares começavam a
chegar ao mercado com suas próprias câmeras. O medo de Jobs era de que o
mesmo aconteceria com o iPod (que vendia como água em 2005), assim que as
fabricantes passassem a colocar tocadores de música dentro dos celulares.
"Todo mundo anda com um celular, o que tornaria o iPod desncessário",
lembra Levinson no livro.
A primeira tentativa da companhia no mercado de telefones para valer
foi o ROKR. Trata-se de um dispositivo criado pela Motorola em 2005 e que
vinha com acesso ao iTunes, a loja de músicas da Apple. Não foi um grande
sucesso, especialmente devido ao design e ao complicado processo de
desenvolvimento, que contou, em parte, com a Apple, a Motorola e a
operadora americana Cingular.
Em seu livro, Isaacson diz que Jobs ficou revoltado com o fracasso do
ROKR e teria dito a Tony Fadell, um dos engenheiros responsáveis pelo iPod:
"Estou farto de lidar com essas empresas idiotas. Vamos nós mesmos fazer". O
interesse por um produto inovador não foi só o que motivou a Apple a criar o
iPhone, porém. Havia, é claro, uma nítida oportunidade de crescimento num
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mercado que vendera mais de 825 milhões de unidades para um público


multifacetado, de homens a mulheres, entre jovens e adultos, em 2005.

O LEGADO

Não demorou para que o iPhone começasse a influenciar o mercado de


smartphones. O Palm Pre, por exemplo, é conhecido como o primeiro grande
rival do iPhone a implementar um sistema baseado na mesma tecnologia de
multitouch da Apple (apesar de ainda vir com um teclado físico, "escondido"
sob a tela). Outras marcas também começaram a copiar o design mais
minimalista, privilegiando a tela em detrimento do teclado, até que este
começou a desaparecer por completo.
Há quem diga, porém, que o principal legado deixado pelo iPhone foi
também o seu principal "arqui-inimigo": o Android. O sistema operacional
baseado em Linux, desenvolvido em código aberto pelo Google, foi lançado
apenas um ano depois do primeiro iPhone pelo Open Handset Alliance, um
consórcio formado por empresas como HTC, Sony, Samsung, Qualcomm e o
próprio Google.
O primeiro smartphone com Android foi o HTC Dream, lançado em
outubro de 2008. A abordagem open-source do software fez com que a
concorrência pudesse desenvolver produtos do mesmo patamar que o iPhone.
Algo semelhante acontecera mais de duas décadas antes, com a relutância da
Apple em licenciar o uso do sistema operacional do Mac e o consequente
surgimento do Windows como resposta imediata.
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APRENDIZAGEM E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

TEMA 02

PARTE 01
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O site (Fia.com, 2018), “Para enxergar todos os benefícios da indústria


4.0, o gestor precisa ter uma visão estratégica dos negócios”. Os impactos
gerados por esse novo paradigma de trabalho são de grande responsabilidade
social e econômica pois toda a sociedade sofrerá com as mudanças.
Em todas essas áreas, um dos maiores impactos surgirá a partir de uma
única força: o empoderamento - como os governos se relacionam com os seus
cidadãos; como as empresas se relacionam com seus empregados, acionistas e
clientes; ou como as superpotências se relacionam com os países menores.
Afirma (Schwab, 2016).
A escala e a amplitude da atual revolução tecnológica irão desdobrar-se
em mudanças econômicas, sociais e culturais de proporções tão fenomenais
que chega a ser quase impossível prevê-las. No entanto, este capítulo descreve
e analisa o impacto potencial da quarta revolução industrial na economia, nos
negócios, nos governos e países, na sociedade e nos indivíduos.
Em todas essas áreas, um dos maiores impactos surgirá a partir de uma
única força: o empoderamento - como os governos se relacionam com os seus
cidadãos; como as empresas se relacionam com seus empregados, acionistas e
clientes; ou como as superpotências se relacionam com os países menores. A
ruptura que a quarta revolução industrial causará aos atuais modelos políticos,
econômicos e sociais exigirá que os atores capacitados reconheçam que eles
são parte de um sistema de poderes distribuídos que requer formas mais
colaborativas de interação para que possa prosperar.
O impacto na produção chega a ser imensuráveis se compararmos aos
moldes operacionais de outras épocas.
Matheus Vieira Campos, 24/08/19, ao site O Tempo.com.br, O
Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços tem, inclusive, uma
agenda que visa contribuir para a transformação das empresas brasileiras rumo
ao universo 4.0. Segundo estudo da Agência Brasileira de Desenvolvimento
Industrial (ABDI), quando as indústrias nacionais estiverem totalmente
integradas à quarta revolução, a economia anual estimada será de
aproximadamente R$ 73 bilhões ao ano.
A economia passa e passará por uma forte e significativa mudança
desde os aspectos de manufatura bem como o consumo.
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CRESCIMENTO SEGUNDO O SITE CERTSYS.COM.BR


* 85% dos negócios enxergaram o potencial da indústria 4.0.
- Mas apenas 15%possuem estratégias em execução.
* Quase 87% veem valor na estratégia de manutenção preditiva.
- Mas 91% das empresas não mede eficiência operacional com dados
em tempo real.
* 89% estão cientes do potencial de eficiência da informação através de
normatização de dados.
- Mas só 11% tem implementado sistematicamente padrão e segurança
de dados.
* 81% conhecem o potencial da monitoração de status das máquinas
para manutenção.
- Mas apenas 17% colocam a teoria em prática

O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO
Foi a partir de 1970 que o Brasil teve seu perfil demográfico
transformado: de uma sociedade majoritariamente rural e tradicional, com
famílias numerosas e alto risco de morte na infância, passou-se a uma
sociedade principalmente urbana, com menos filhos e nova estrutura nas
famílias brasileiras. De uma população predominante jovem em um passado
nem tão distante, observa-se, nos dias atuais, um contingente cada vez mais
significativo de pessoas com 60 anos ou mais de idade.
As projeções indicam que em 2050 "a população brasileira será de 253
milhões de habitantes, a quinta maior população do planeta, abaixo apenas da
Índia, China, EUA e Indonésia". Terão se passado menos de 40 anos entre 2005,
quando a taxa de fecundidade total do país atingiu 2,1 filhos por mulher (nível
para se alcançar um crescimento demográfico sustentado nulo) e o período de
crescimento verdadeiramente nulo da população brasileira.
A população brasileira está em trajetória de envelhecimento e, até
2060, o percentual de pessoas com mais de 65 anos passará dos atuais 9,2%
para 25,5%. Ou seja, 1 em cada 4 brasileiros será idoso. É o que aponta
projeção divulgada nesta quarta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE).
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Segundo a pesquisa, a fatia de pessoas com mais de 65 anos alcançará


15% da população já em 2034, ultrapassando a barreira de 20% em 2046. Em
2010, estava em 7,3%.
A pesquisa mostra que em 2039 o número de idosos com mais de 65
anos superará o de crianças de até 14 anos, o que acelerará a trajetória de
envelhecimento da população. Atualmente, a população com até 14 anos
representa 21,3% dos brasileiros e cairá para 14,7% até 2060, segundo o IBGE.
Já a faixa entre 15 e 64 anos, que hoje responde por 69,4% da
população, cairá para 59,8% em 2060.
A PRODUTIVIDADE
Na última década, a produtividade em todo o mundo (medida como a
produtividade do trabalho ou a produtividade total dos fatores — PTF)
manteve-se lenta, apesar do crescimento exponencial do progresso tecnológico
e dos investimentos em inovações. Esta encarnação mais recente do paradoxo
da produtividade - o alegado fracasso da inovação tecnológica em conseguir
níveis mais elevados de produtividade — é um dos maiores enigmas
econômicos atuais que antecede o início da Grande Recessão, e para o qual não
há uma explicação satisfatória.
Um funcionário comprometido é 44% mais produtivo do que um
trabalhador satisfeito e se ele se sentir inspirado por seus líderes, sua
produtividade no trabalho pode ser 125% superior a dos empregados apenas
satisfeitos. Fonte, tvbrasil.ebc.com.
Veja o exemplo dos EUA, onde a produtividade do trabalho cresceu em
média 2,8% entre 1947 e 1983, e 2,6% entre 2000 e 2007, mas apenas 1,3%
entre 2007 e 2014.
Os números mostram que apesar de todos os investimentos
tecnológicos e processuais, a produção no brasil aumentou ligeiramente em
comparação à diversos aspectos, dentre eles a mão de obra pouco qualificadas
e a utilização de ferramentas de gestão e controle.
Klaus, 2016 afirma que, Na verdade, acredito que as regras de
competitividade econômica da quarta revolução industrial são diferentes das
regras dos períodos anteriores. Para se manterem competitivas, as empresas e
os países devem estar na fronteira da inovação em todas as suas formas, o que
significa que as estratégias que incidem principalmente na redução de custos
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serão menos eficazes do que aquelas que se baseiam na oferta de produtos e


serviços de maneira mais inovadora. Tal qual vemos hoje, as empresas
estabelecidas estão sob extrema pressão de inovadores e disruptores de outras
indústrias e países emergentes. O mesmo pode ser dito sobre os países que não
reconhecem a necessidade da construção de seus próprios ecossistemas de
inovação.
Em resumo, acredito que a combinação de fatores estruturais (excesso
de endividamento e envelhecimento das sociedades) e sistêmicos (a introdução
da plataforma e das economias sob demanda, a crescente relevância da
diminuição dos custos marginais etc.) nos forçou a reescrever nossos livros de
economia. A quarta revolução industrial tem o potencial para aumentar o
crescimento econômico e para aliviar um pouco alguns dos maiores desafios
mundiais que enfrentamos de forma coletiva. Precisamos, no entanto, também
reconhecer e gerir os impactos negativos que ela pode trazer em relação à
desigualdade, ao emprego e ao mercado de trabalho.

COMÉRCIO
O e-commerce brasileiro cresceu 12% e faturou 53,2 bilhões em 2018,
segundo levantamento feito pelo Ebit/Nielsen. A alta foi bastante expressiva,
considerando que, em maio, o comércio eletrônico no País deixou de faturar
cerca de R$ 400 milhões após a greve dos caminhoneiros.
O aumento poderia ter sido ainda maior, uma vez que a Copa do Mundo
e as eleições esfriaram o movimento varejista.
Ao todo, foram 123 milhões de pedidos realizados pelo e-commerce, um
resultado 10% maior do que no ano anterior. O tíquete médio das compras foi
de R$434, ligeira alta de 1%.
“Registramos mais pedidos do que o previsto e, em compensação,
menor tíquete médio, mas esse é um excelente indicador, pois é reflexo direto
da chegada de novos consumidores – cerca de 10 milhões em 2018 – e do perfil
de consumo. Categorias como cosméticos/perfumaria e moda lideraram o
ranking das mais pedidas e se caracterizam por maior recorrência e pedidos de
menor valor. Essa é uma tendência que também deve se manter forte para
2019”, disse Ana Szasz, líder comercial da Ebit/Nielsen.
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O estudo da Fiesp revela que o Brasil se encontra fora da nova economia


mundial, não tendo relevância em nenhuma das áreas-chave da Indústria 4.0. A
pesquisa mostrou que apenas 5% das empresas brasileiras se sentem “muito
preparadas” para enfrentar os desafios da Indústria 4.0 e que 23% se
consideram “nem um pouco preparadas”. Também apontou que somente 41%
das empresas brasileiras utilizam o lean manufacturing - o sistema de produção
enxuta. Por fim, revelou que as áreas com mais potencial para se beneficiar dos
avanços tecnológicos são as de produção, controle de qualidade, planejamento
e engenharia de desenvolvimento de novos produtos. Das 227 empresas
pesquisadas, 55% são pequenas, 30% são de porte médio e as demais são
grandes.
Os números mostram que as novas gerações não têm preparo para
acompanhar a revolução que a Indústria 4.0 vem causando no mundo. Sem
condições de formar capital humano, o País continua incapaz de desenvolver
mão de obra tão produtiva e adaptável quanto a de outras economias
emergentes. Essa combinação entre gargalos estruturais em matéria de
infraestrutura e falta de qualificação técnica das novas gerações dá a medida
dos obstáculos que o Brasil tem de enfrentar para implementar sistemas
industriais inteligentes.

A IMPESSOALIDADE
Os clientes, seja como indivíduos (B2C), seja como empresas (B2B),
estão cada vez mais no centro da economia digital, a qual trata de como eles
são servidos. As expectativas dos clientes estão sendo redefinidas em
experiências.
Hoje o cliente visualiza todos os aspectos dos produtos até chegar o
momento de adquiri-lo essa é uma das principais ações do e-commerce. Além
disso as bonificações sempre tentam fidelizar o cliente.
Alinhado a isso os produtos inteligentes agitam as vendas na internet,
produtos inteligentes são produtos e componentes que podem se conectar,
coletar e comunicar dados durante suas fases de fabricação e uso.
Alguns deles são softwares ou na lista possuem empresas que produzem o que
existe de mais moderno nessa classificação: Sistemas de Recomendação, Tesla
motors, Google Microsoft, Drones, Aplicativos, Sistemas e-commerce, Chatbot,
EaD.
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APRENDIZAGEM E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

TEMA 02

PARTE 02
23

EMPREGOS DEVEM PASSAR POR MUDANÇAS COM


INDÚSTRIA 4.0
(MATÉRIA O FUTURO DO EMPREGO, COLUNA DO ESTADAO, 7/4/2019)

Um dos grandes temores globais em relação à quarta revolução


industrial é com o futuro do emprego. Há estudos, como o da consultoria
americana McKinsey, que projetam perdas de mais de 50 milhões de empregos
nos próximos anos.

KLAUS, 2016 diz que, Apesar do potencial impacto positivo da


tecnologia no crescimento econômico, é essencial, contudo, abordar o seu
possível impacto negativo, pelo menos a curto prazo, no mercado de trabalho.
Os temores dos impactos da tecnologia sobre os empregos não são novos. Em
1931, o economista John Maynard Keynes alertou sobre a difusão do
desemprego, “pois nossa descoberta dos meios de economizar o uso de
trabalho ultrapassa o ritmo no qual podemos encontrar novos usos para o
trabalho”. Provou-se que isso estava errado, mas e se isso mostrar-se
verdadeiro dessa vez? Durante os últimos anos, reacendeu-se o debate, pois os
computadores estavam substituindo vários empregos, a saber, guarda-livros,
caixas e operadores de telefone.
As razões por que a nova revolução tecnológica provocará mais
agitações do que as revoluções industriais anteriores são aquelas mencionadas
na introdução: velocidade (tudo está acontecendo em um ritmo muito mais
rápido do que antes), amplitude e profundidade (há muitas mudanças radicais
ocorrendo simultaneamente), e a transformação completa de sistemas inteiros.
Tendo em conta esses fatores impulsionadores, há uma certeza: as
novas tecnologias mudarão drasticamente a natureza do trabalho em todos os
setores e ocupações. A incerteza fundamental tem a ver com a quantidade de
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postos de trabalho que serão substituídos pela automação. Quanto tempo isso
vai demorar e aonde chegará?
Para começarmos a compreender isso, precisamos entender os dois
efeitos concorrentes que a tecnologia exerce sobre os empregos. Primeiro, há
um efeito destrutivo que ocorre quando as rupturas alimentadas pela
tecnologia e a automação substituem o trabalho por capital, forçando os
trabalhadores a ficaram desempregados ou realocar suas habilidades em
outros lugares. Em segundo lugar, o efeito destrutivo vem acompanhado por
um efeito capitalizador, em que a demanda por novos bens e serviços aumenta
e leva à criação de novas profissões, empresas e até mesmo indústrias.
O grupoalltech.com, cita que as habilidades necessárias serão:
1. POSSUIR UM OLHAR TÉCNICO
É fundamental para o profissional da indústria 4.0 possuir um olhar
técnico e sistêmico dos processos.
Isso porque esse profissional precisa trabalhar com máquinas que
operam com processos mais complexos, com sistemas de gestão integrados,
que atualizam as informações em tempo real.
Sendo assim, o ideal é que o profissional da indústria 4.0 possua alguma
formação em áreas como: elétrica, mecânica, automação, entre outras.
2. SER FLEXÍVEL
Possuir flexibilidade é uma característica importante para o profissional
da indústria 4.0, já que as mudanças são rápidas e é preciso se adaptar as novas
tecnologias e sistemas.
Esses profissionais precisam estar aptos a trabalhar com equipamentos
que geram informações sobre seu ciclo produtivo e vão além de uma simples
operação via software.
Os equipamentos da indústria 4.0 são capazes de informar sobre suas
operações e ainda avisar quando há a necessidade de realizar uma manutenção
preventiva.
3. SER CAPAZ DE TOMAR DECISÕES
A indústria 4.0 é repleta de informação. Os equipamentos emitem
dados detalhados sobre o trabalho que realizam. Entretanto, o profissional da
indústria 4.0 precisa ser capaz de analisar e tomar decisões baseadas nas
informações recebidas.
25

A tendência é cada vez mais os gestores e colaboradores estejam


sempre conectados aos resultados das máquinas e assim conhecerem a fundo
os processos produtivos.
4. SE RELACIONAR BEM
Apesar do foco da indústria 4.0 ser a tecnologia, é fundamental que o
profissional se relacione bem com seus colegas de trabalho.
Isso porque é preciso trabalhar em conjunto para usufruir ao máximo as
informações e possibilidades da manufatura avançada.
5. DOMINAR O INGLÊS
No trabalho de escritório o inglês já é quase fundamental. Essa é a
realidade que acompanhará a indústria 4.0. Isso porque o inglês é o idioma que
domina essa evolução tecnológica na produção.
Os profissionais da indústria 4.0 precisam saber inglês para estudar
sobre o assunto, conhecer a fundo as possibilidades e ainda tirar possíveis
dúvidas na internet.
6. SE MANTER ATUALIZADO
A inovação tecnológica é algo constante na indústria 4.0, com isso os
profissionais precisam se manter atualizados para acompanhar as novidades.
Por exemplo: estudar o que já é realidade no exterior mas que ainda
está começando no Brasil, se aperfeiçoar com cursos complementares e
participar de comunidades online sobre o assunto para se manter informado.

MANUFATURA DIGITAL
Uso de computadores para modelar processo, analisar dados de
produção em tempo real, previsão de produção, riscos, tudo de forma fácil e
rápida.
A forma de produzir vem mudando constantemente ao longo da história.
E uma das tendências da atualidade quando se fala nesse tema é a manufatura
digital.
Com o advento da Indústria 4.0, houve profundas mudanças na maneira
de produzir diferentes itens, tornando a evolução da manufatura digital para a
avançada uma realidade. Essa mudança é contínua e, até agora, os principais
avanços são os que veremos nos tópicos a seguir.
26

Manufatura avançada
As discussões sobre manufatura avançada são ainda muito recentes
comparadas às tecnologias mais antigas. Para se ter uma ideia, esse tema
começou a ganhar corpo em 2010, nos Estados Unidos e na Alemanha.
O termo geralmente aparece associado à Indústria 4.0 e à Internet das
Coisas. O processo de produção nesse modelo envolve equipamentos
autônomos, que utilizam análise de dados e cloud computing para adequar
essa produção às necessidades da empresa em tempo real.
Imagine uma linha de produção de automóveis em que os veículos
sejam feitos a partir de modelos virtuais. As máquinas que os fabricam têm
autonomia para decidir quantas unidades produzir conforme dados históricos
de demanda e encomendas recebidas.
Assim, a manufatura avançada trabalha com a fusão dos mundos real e
virtual (digital), de maneira a dar mais previsibilidade e flexibilidade aos
processos.

COLOCANDO ESSE CONCEITO EM PRÁTICA


Colocar esse conceito em prática depende, em primeiro lugar, de uma
avaliação de cada organização sobre as possíveis maneiras de realizar a
implementação, os recursos necessários (pessoas capacitadas, infraestrutura e
software) e o custo-benefício trazido por essa medida. Contar com o auxílio
especializado ajuda a definir esses pontos.
A evolução dos processos de produção de mercadorias e serviços é um
tema amplamente debatido por entidades globais. As principais preocupações
estão relacionadas ao mercado de trabalho e ao uso de recursos naturais.
27

REGULAMENTAÇÃO DA INOVAÇÃO
O grande desafio desse novo modelo de trabalho, novas formas de
convivência pode ser a regulamentação.

✓ Como drones poderão funcionar? Entregas, espionagens?

✓ Saúde digital
Redes sociais podem estar relacionadas a aumento da taxa de suicídio
entre jovens, diz um estudo publicado pelo periódico Clinical Psychological
Science.
Istvan Camargo, 14 de novembro de 2018 escreveu que, É irresistível!
Cada vez que vemos as soluções digitais que estão sendo criadas para tornar
tarefas – como a realização de um diagnóstico – em uma atividade rápida, quase
divertida, dá vontade de pegar o cartão de crédito, fazer uma compra online e
puxar mais essa parte das nossas vidas para dentro do século XXI.
Aplicativos de smartphone que realizam análise de urina. Equipamentos
turbinados por inteligência artificial que realizam predição utilizando apenas
uma gota de sangue. Máquinas portáteis para realizar exames de imagem em
casa. Dá vontade de sair comprando tudo e usar como se fosse seu novo app
favorito.
Mas não é bem assim que essas coisas funcionam. Todos devem se
lembrar, por exemplo, que no ano passado o FDA anunciou um plano de ação
para inovação em saúde e que, logo na sequência, contratou especialistas em
saúde digital, publicou alguns guidelines e construiu uma célula de saúde digital
focada em devices e radiologia.
Parecia que viriam muitas novidades pela frente, mas não foi o que
aconteceu. O rigor com que a agência americana trata dispositivos médicos
sempre foi alta e isso não é novo. Mas a questão que se tem feito agora é
justamente sobre como os critérios que sempre foram usados para proteger a
saúde pública não vão acabar impedindo a inovação de crescer na mesma
velocidade com que ela nasce…
A falta de regras claras por parte dos reguladores tem tornado o
processo de aprovação de novas soluções digitais muito complicado tanto para
desenvolvedores quanto para empreendedores. A falta de critérios para validar
coisas como um novo algoritmo e dados pessoais em nuvem tem engessado
28

demais o processo. As coisas são tratadas caso a caso, em regime de quase


exceção e isso não é bom para nenhuma das partes, inclusive para os pacientes.
O aclamado Ato da Cura do Século XXI, publicado pelo próprio FDA no
ano passado, foi uma boa iniciativa a época – mas também deixou dúvidas
enormes na cabeça de todos em questões cruciais, como o uso de machine
learning e inteligência artificial. Por exemplo: para que seja aprovada uma
solução que faça uso dessas tecnologias é preciso que um médico que não tem
acesso a elas possa chegar às mesmas conclusões pelas vias tradicionais. Dá para
entender a lógica da decisão, mas na prática é meio estranho, convenhamos.
Por aqui não existem grandes polêmicas sobre regulamentação de
soluções digitais, mas isso não é sinal de que tudo vai bem. Pelo contrário, pode
ser um indicador de que essa agenda ainda nem esteja aberta.
Tomara que os acertos e erros cometidos pelos pioneiros no tema
possam nos ajudar a avançar mais rápido na condução dessas discussões por
aqui – até para que a gente possa usar mais rápido aqueles gadgets que tanto
nos encantam.
29

APRENDIZAGEM E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

TEMA 03

PARTE 01
30

O Canaltech define que, Big Data é a


análise e a interpretação de grandes
volumes de dados de grande
variedade. Para isso são necessárias
soluções específicas para Big
Data que permitam a profissionais
de TI trabalhar com informações não-estruturadas a uma grande velocidade.
As ferramentas de Big Data são de grande importância na definição de
estratégias de marketing. Com elas é possível, por exemplo, aumentar a
produtividade, reduzir custos e tomar decisões de negócios mais inteligentes.

MUITOS DADOS EM POUCO TEMPO


As soluções de Big Data são feitas para lidar com um grande volume
de dados não-estruturados. Isso significa que eles não têm relação entre si e
nem uma estrutura definida. São, por exemplo, posts no Facebook, vídeos,
fotos, tweets, geolocalização, comportamento.
Teoricamente, os dados não-estruturados só poderiam ser analisados
por humanos. Por outro lado, os dados estruturados podem facilmente ser
colocados em uma tabela do Excel, por exemplo. Eles possuem regularidade
entre si.
Ferramentas "comuns", feitas para analisar dados estruturados, como os
preços dos supermercados de uma região, não são capazes de analisar dados
não-estruturados. As ferramentas de Big Data não devem só dar conta da
grande quantidade de dados variáveis, mas devem fazer isso a uma grande
velocidade.
As ferramentas de armazenamento de Big Data também são diferentes
das usadas para armazenar dados comuns. Ao contrário dos bancos de dados
comuns, os bancos usados no Big Data devem ter elasticidade, pois precisam
suportar não só grandes volumes, mas grandes volumes que crescem muito em
pouco tempo. Eles também precisam ser flexíveis para aceitar vários tipos de
mídias.
31

POR QUE O BIG DATA É IMPORTANTE?


Engana-se quem pensa que a importância do Big Data está relacionada
apenas ao volume de dados disponíveis.
O que deve ser levado em consideração é o que você faz com eles.
Sendo assim, podemos dizer que o Big Data é importante para ajudar as
empresas a analisar os seus dados e utilizá-los na identificação de novas
oportunidades.
Obviamente, isso varia de acordo com o seu modelo de negócio, a
atividade exercida e as metas e objetivos traçados para a organização.
Mas há benefícios em comum ao alcance de todo o tipo de empresa.
Entre eles, economia de tempo, redução de custos, otimização de
ofertas, fornecimento de novos produtos, maiores lucros, clientes mais
satisfeitos e decisões mais eficientes.
Ainda é possível combinar o Big Data com o Analytics, que ajuda a
entender o que esse volume de informações pode nos dizer.
Juntos, eles conseguem atender às necessidades de empresas de vários
mercados.
Veja alguns exemplos:
• Marketing: analisando o perfil do consumidor, o seu comportamento,
estilo de vida e preferências, o que facilita a criação de novos produtos
e uma comunicação mais direcionada
• Financeiro: prevenindo fraudes e realizando previsões de flutuações
econômicas e mercadológicas, o que torna o investimento mais seguro
• Relacionamento e vendas: oferecendo produtos mais relevantes, com
a fidelização dos clientes e diminuição de taxas de churn
(cancelamento de clientes).
O site VoucherCloud diz que , Os aplicativos fornecem informações em
tempo real sobre os mais variadíssimos temas, como os horários dos ônibus,
geram cupons de desconto para as lojas em que você costuma comprar ou,
ainda, contam os passos que damos diariamente — tudo isso é possível por
causa do big data.
Entre 2002 e 2013, o tráfego de internet aumentou de 100 GB por
segundo para 28.875 GB por segundo e espera-se que este número quase dobre
32

até 2018. O big data afeta quase todos aspectos da nossa vida moderna: saúde,
casa, trabalho, compras e muito mais.
Embora, por um lado, tenhamos uma preocupação quanto à privacidade,
sem dúvida o big data tem o potencial de melhorar nosso cotidiano em muitos
aspetos e de revolucionar o modo como, por exemplo, cuidamos da saúde e
prevenimos a criminalidade.
33

O TAMANHO DA INTERNET
A internet é gigante. Segundo informações do site de tempo real Internet
Live Stats, a cada segundo, cerca de 6 mil postagens são feitas no Twitter, mais
de 40 mil buscas do Google são feitas e mais de 2 milhões de e-mails são
enviados. Com tantos dados gerados simultaneamente e com a extrema
velocidade de sua evolução tecnológica, fica muito difícil prever como será a
internet no futuro.
Mas estas estatísticas dão, apenas, uma pista do tamanho da internet.
Em setembro de 2014, existiam um bilhão de sites na web – um número que
oscila a cada minuto à medida em que páginas nasce ou deixa de existir.
De acordo com o site World Wide Web Size, estima-se que cerca de 4,66
bilhões de páginas existam na internet no mês de março de 2016. A conta só
considera sites da web tradicional – ou seja, nada de deep web;
Uma pesquisa publicada em 2014, na Supercomputing Frontiers, estima
que a capacidade de armazenamento da internet é de 1024 bytes, ou 1 milhão
de exabytes. Um byte é, por exemplo, um caractere em uma das palavras que
você está lendo agora. Um exabyte é 1 bilhão de bilhões de bytes.
Segundo a Visual Newtorking Index, a web está na “era do zettabyte”.
Um zettabyte equivale a um sextilhão (1.000.000.000.000.000.000.000) de
bytes, ou seja, um milhão de exabytes – ou 36 mil anos de vídeos em alta
definição. O número deve aumentar para 1,1 zettabytes por ano no fim de 2016.
Para 2019, são esperados 2 zettabytes por ano.

NÚMEROS DA REDE SOCIAL


As redes sociais mudaram o modo como vivemos nossas vidas: é por
meio delas que recebemos notícias, ficamos sabendo de vagas de emprego e
interagimos com os nossos amigos e familiares.
Não há como negar: elas são poderosas, gigantescas e vieram para ficar.
As plataformas sociais vêm crescendo exponencialmente desde 2004 – e,
nos últimos anos, temos visto um desenvolvimento que é especialmente
poderoso para o e-commerce: a articulação de canais como o Instagram e o
Facebook para empresas, que funcionam como canais de compra.
Os números
34

O número de usuários das redes sociais na internet vem crescendo


continuamente nos últimos anos: só no início de 2019, por exemplo, o número
de usuários atingiu a marca dos 3.2 bilhões de pessoas – ou 42% da população
mundial!
O Facebook é, sem dúvidas, uma das redes sociais mais usadas no
mundo. Considerado quase sinônimo de “rede social”, o Facebook conta com
2,32 bilhões de usuários ativos por mês – e já havia atingido a marca de um
bilhão de usuários lá atrás, em 2012.
Isso acontece no mundo todo; não é um fenômeno exclusivo às redes
sociais mais usadas no Brasil. É por isso que a média de utilização diária dessas
plataformas atingiu a média de 2 horas e 22 minutos no início de 2019.

NÚMEROS DA NETFLIX
O site Streaming Observer fez uma descoberta interessante que diz
muito sobre nossos hábitos diários: de acordo com a publicação, nós passamos o
dobro de tempo maratonando conteúdo na Netflix (ou seja, assistindo a
"trocentos" episódios de séries ou um filme atrás do outro, sem interrupção) em
comparação com o tempo que dedicamos a nossas famílias e demais atividades
de lazer.
De acordo com uma estimativa feita pelo site, um assinante da Netflix
fica pouco mais de uma hora por dia assistindo a conteúdos da plataforma, que
somam 434 horas de conteúdo por ano — o equivalente a 18 dias inteiros
dedicados a assistir filmes, séries e documentários.
Esse número é baseado em informações divulgadas pela própria Netflix.
No fim do ano passado, a empresa anunciou que seus usuários haviam assistido
a 140 milhões de horas de conteúdo por dia, numa época em que o serviço de
streaming possuía quase 118 milhões de assinantes. A partir daí, foi só aplicar
35

matemática simples para chegar ao resultado de que cada pessoa assistia todos
os dias 1h e 11 minutos de conteúdo.

Gráfico mostra o tempo diário gasto (em minutos) em cada atividade (Imagem:
Streaming Observer)

Ainda que uma hora e onze minutos não pareçam muita coisa em um
dia, a diferença é notável ao compará-la com o tempo médio de outras
atividades. De acordo com estudos recentes, o tempo médio que uma pessoa
passa com membros da família é de cerca de 35 minutos por dia, o que quer
dizer que passamos o dobro de tempo assistindo doramas e séries criminais do
que conversando com nossos entes queridos. E a coisa fica ainda pior: ao
pegarmos dados da Agência de Estatísticas do Trabalho e Uso do Tempo dos
Estados Unidos, o tempo passado na Netflix é maior do que a soma do tempo
que passamos curtindo com os amigos, lendo e nos exercitando.
Fonte: BGR

MARKETING
Se há uma área em constante crescimento, onde não há crise e a procura
por profissionais qualificados só aumenta a cada dia, essa área é a do marketing
digital. E no Brasil não é diferente, o Marketing Digital no Brasil registrou
crescimento recorde.
Considerada uma das mais promissoras na atualidade, chegou de
mansinho ao Brasil, influenciada pela cultura de outros países, mas logo tomou
uma proporção gigantesca e passou a ser uma vertente estratégica primordial
para qualquer modelo de negócio, marca ou projeto
36

Afinal, o que é marketing digital?


Marketing digital é um conjunto de ações promocionais, fundamentada
em estratégias que visam promover algo ou alguém através dos canais da
internet.
Os objetivos podem ser os mais variados possíveis, desde o
planejamento para captar mais leads, aumentar o número de clientes, atrair
mais tráfego para seu site, divulgar sua marca e mais uma infinidade de ações.
Em um contexto geral, poderíamos dizer que o marketing digital é uma
forma de promover produtos e serviços através da internet em mídias online.
Com um valor de investimento muito mais baixo que as mídias tradicionais, o
marketing digital tornou-se acessível para todos os tipos de público, desde as
grandes empresas que já investem pesado nessa modalidade, até pequenos
comerciantes que com um valor muito baixo, conseguem desenvolver o
marketing de seu negócio.
Há informações surpreendentes que comprovam como o uso da internet
tem mudado o consumo do brasileiro. É por isso, que iremos salientar cada
ponto:
• 71% dos internautas já fizeram compras após abrirem um e-mail
marketing;
• 87% dos brasileiros tem algum tipo de rede social;
• O faturamento de quem investe em marketing digital cresce 18%
anualmente;
• 15% dos brasileiros usa a rede social para fazer negócios;
• 49% das empresas na América Latina já utilizam estratégias de
marketing digital;
• 33% das mulheres preferem usar a internet a assistir TV;
• 70% das pessoas usam a internet para se comunicar com uma
marca;
• O brasileiro, pesquisa cerca 3x antes de comprar;
• 37% dos e-consumidores estão no Rio de Janeiro e em São Paulo;
• 94% das pessoas compram ou já compraram na internet;
• 97% das pessoas acessam a internet todos os dias.
37

E não para por aí, tem setores que se destacam pelo alto investimento,
como é o caso do search, então segue alguns para que você tenha ideia dos
valores.
• 3,9 bilhões foram investidos em Search, ou seja, pesquisas em
buscadores como Bing, Yahoo e claro, o Google;
• 2,8 bilhões foram investidos em campanhas na rede de Display ou
em redes sociais;
• 811 milhões foram investidos em campanhas em Vídeo;
• 721 milhões foram investidos em campanhas para dispositivos
móveis, as conhecidas campanhas mobilem.

CARACTERISTICAS DO MARKETING DIGITAL

#1 Marketing de Conteúdo.
O conteúdo virou, de fato, rei. É necessário promover relevância em
conteúdos que passam a imagem da empresa e, ao mesmo tempo, ajudem o
consumidor com algum problema. A interatividade irá gerar vendas e
fidelização.

#2 Otimização do Mobile.
De acordo com a Forbes, em 2017, 87% das vendas de dispositivos que
se conectam à internet serão smartphones e tablets. O mercado digital será,
praticamente, de smartphones e tablets em apenas 2 anos. Sendo assim, sua
empresa precisa não apenas ter um site responsivo ou um aplicativo, mas
precisa considerar conteúdos otimizados para leitura em dispositivos móveis e
em redes sociais. Além disso, o Google já afirmou que sites otimizados para
mobile serão mais relevantes nas buscas.

#3 Empresa Humanizada.
O SAC tradicional e robôs gerando respostas não devem fazer parte do
marketing digital atual. As empresas que mais se humanizarem, mais gerarão
interação com o público e, consequentemente, mais empatia.

#4 Democratização.
Seu cliente tem voz e quer falar, então deixe-o falar. A internet é a
melhor e mais rápida ferramenta de feedback. O consumidor expõe a opinião,
crítica, elogia, da sugestões e espera uma resposta rápida sobre o caso. Não
38

apague o comentário (a menos que seja ofensivo) e, se houver crise, resolva o


mais rápido possível. Sempre aja de forma transparência.

#5 Múltipla Interatividade.
Diversas ferramentas e plataformas devem trabalhar juntas para
gerarem maior interatividade. Texto, vídeo, foto, música, entre outras coisas. O
consumidor prefere opções. Quem oferece opções se destaca.
39

APRENDIZAGEM E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

TEMA 03

PARTE 02
40

A Segurança da Informação
impede que os dados e
informações caiam nas mãos
de pessoas não autorizadas
a ter acesso a dados,
informações ou sistemas da
organização. Impede que
eles possam ser destruídos sem autorização, roubados ou danificados. Também
garante a continuidade do negócio, mantendo as informações disponíveis,
integras e com a certeza de sua autenticidade, detectando, documentando e
combatendo as ameaças aos sistemas, infraestrutura e dados.

ATRIBUTOS

Existem quatro atributos básicos da Segurança da Informação, que serão


explicados melhor a seguir. As políticas de Segurança da Informação devem ser
adotadas de forma que a informação esteja protegida segundo estas quatro
propriedades. Algumas literaturas dizem que são três as básicas, outras dizem
que são mais, incluindo, por exemplo, a Legalidade, que trata de aspectos legais
que podem comprometer a segurança da informação.

AUTENTICIDADE

A autenticidade é a propriedade da informação que garante que ela é da


fonte anunciada e, além disso, não sofreu modificações ao longo de um
processo.

A autenticidade também garante o não-repúdio da informação, ou seja,


o emissor não poderá se esquivar da autoria da informação ou mensagem.

CONFIDENCIALIDADE

A confidencialidade é o atributo da informação que garante que a


informação será de acesso tão somente por entidades que foram autorizadas
pelo proprietário da informação.
41

Garantir a confidencialidade da informação é algo essencial para as


empresas. Informações são ativos e, se vazadas, podem dar uma vantagem
competitiva para os concorrentes.

Informações e conhecimento são ativos que demandam trabalho e


energia para serem criados. Vazamentos de informação, além de um risco de
segurança, significa entregar trabalho e energia da empresa, para entidades e
pessoas que usaram muito pouco esforço para consegui-las.

Este vazamento pode acontecer por meios eletrônicos ou


computacionais, ou mesmo, devido à falta de uma política de confidencialidade
definida para os funcionários.

DISPONIBILIDADE

A disponibilidade é a propriedade que garante que a informação sempre


esteja disponível para uso legítimo. A informação deve sempre estar disponível
para pessoas com acesso autorizado quando o proprietário da informação
assim definir.

A disponibilidade da informação garante que as atividades do negócio


não sejam paralisadas. A informação que não está disponível no momento de
uma decisão importante ou de um negócio, pode levar a sérios prejuízos para a
empresa. Por exemplo, se uma empresa de comércio eletrônico fica fora do ar
por muito tempo, deixará de fazer muitas vendas e terá um prejuízo em relação
a sua credibilidade.

INTEGRIDADE

A integridade é o atributo que garante que a informação, mesmo com


autorização de manipulação, mantenha as características definidas pelo
proprietário da informação. Para isso, há controle de mudanças e do ciclo de
vida da informação.

Manter as informações íntegras garante que não há erros de


comunicação dentro de uma empresa ou organização. Erros de comunicação,
podem gerar retrabalho e, portanto, prejuízos e energia desperdiçada.
42

Sendo a informação e o conhecimento ativos essenciais no mundo


atual, uma empresa pode até mesmo quebrar, se não é garantida a integridade
das informações e comunicações.

CONTROLES FÍSICOS

Os controles físicos são os que garantem que a informação não será


acessada por pessoas não autorizadas pelo acesso direto à infraestrutura que
fica em áreas restritas e protegidas.

Pode-se considerar controles físicos uma sala fechada com acesso


restrito, blindagens, CFTV, guardas e todo o pessoal e aparato que evita que a
informação seja acessada diretamente de modo físico.

Além de se restringir o acesso, o controle físico pode ser implementado


de maneira a registrar toda pessoa ou veículo que acessaram áreas restritas e a
infraestrutura.

CONTROLES LÓGICOS

Os controles lógicos são mecanismos geralmente de software ou dados


que impedem o acesso não autorizados à informação, sendo equipamentos ou
aplicações. Alguns deles são explicados a seguir.

CRIPTOGRAFIA

Dados criptografados estão em formato ilegível para quem não tem a


chave para decifrá-los. Algoritmos transformam a informação em códigos
reversíveis para quem tem uma chave secreta para revertê-los.

Existem as chaves simétricas e as assimétricas. Chave simétrica consiste


em utilizar a mesma chave privada nas duas pontas da transmissão. Quando é
assimétrica há duas chaves, uma para o emissor e outra para o receptor.

Para proteger os ativos, em determinados casos, pode ser necessário


aspectos de segurança adicionais, por exemplo:

Não-repúdio (emissor autenticado como autor...);


Legalidade (ativos com valor legal ...);
43

Autenticação (processo de identificação e reconhecimento das


partes ...);
Autenticidade (garantia de que as partes envolvidas são quem
afirmam ser...);
Autorização (concessão de permissões ...);

SEGURANÇA INTERNACIONAL

A quarta revolução industrial terá um impacto profundo sobre a


natureza das relações entre Estados e a segurança internacional. Dedico
particular atenção a esse assunto nesta seção, pois me parece que de todas as
transformações importantes ligadas à quarta revolução industrial, a segurança
é um tópico que ainda não foi suficientemente discutido pelo público em geral,
pelos setores externos aos governos e pela indústria de defesa.

O perigo crítico é que um mundo hiperconectado e com desigualdades


crescentes poderá levar ao aumento da fragmentação, segregação e agitação
social que, por sua vez, criam as condições para o extremismo violento. A
quarta revolução industrial mudará o caráter das ameaças à segurança e, ao
mesmo tempo, também influenciará as mudanças de poder, que estão
ocorrendo tanto geograficamente quanto de personagens estatais para os não
estatais. Confrontada com a ascensão de atores não estatais armados dentro
do que já é um cenário geopolítico cada vez mais complexo, a perspectiva da
criação de uma plataforma comum para a colaboração em torno dos principais
desafios da segurança internacional torna-se um desafio crítico mais exigente.

GUERRA CIBERNÉTICA

A guerra cibernética apresenta uma das mais graves ameaças de nosso


tempo. O ciberespaço tem se tornado um teatro de operações semelhante ao
que o solo, o mar e o ar foram no passado. Posso afirmar com segurança que,
enquanto qualquer conflito futuro entre agentes razoavelmente avançados
poderá ou não ocorrer no mundo físico, ele provavelmente incluirá uma
ciberdimensão, simplesmente porque nenhum adversário moderno resistirá à
44

tentação de perturbar, confundir ou destruir os sensores, as comunicações e a


capacidade de decisão de seu inimigo.

Isso não só irá diminuir o limiar da guerra, mas também irá embaçar a
distinção entre guerra e paz, porque quaisquer redes ou dispositivos
conectados, tanto os sistemas militares de infraestrutura quanto os civis — tais
como fontes de energia, redes de eletricidade, saúde ou controles de tráfego
ou abastecimento de água — podem ser hackeados e atacados. O conceito de
adversário também é afetado. Ao contrário do passado, não há como ter
certeza de quem está atacando você — e até mesmo se foi realmente atacado.
A defesa, os militares e os estrategistas em segurança nacional costumavam
concentrar-se em um número limitado de Estados tradicionalmente hostis,
agora eles devem considerar um universo quase infinito e indistinto de hackers,
terroristas, ativistas, criminosos e outros possíveis inimigos. A ciberguerra pode
assumir muitas formas diferentes — desde atos criminosos e de espionagem
até ataques destrutivos, como o do worm Stuxnet, que permanecem bastante
subestimados e mal compreendidos, porque são muito novos e difíceis de
serem contra-atacados.

Desde 2008, vem ocorrendo vários casos de ataques cibernéticos,


dirigidos a países e empresas específicos, mas as discussões sobre essa nova
era da guerra estão ainda no início, e a lacuna entre aqueles que entendem as
questões altamente técnicas da guerra eletrônica e aqueles que estão
desenvolvendo as políticas cibernéticas amplia-se a cada dia. Quanto ao
desenvolvimento de normas compartilhadas sobre a guerra cibernética,
análogas àquelas desenvolvidas para armas nucleares, químicas e biológicas,
esta ainda é uma questão em aberto. Falta-nos até mesmo uma taxonomia
para concordarmos ou não sobre o que é um ataque e qual seria a resposta
adequada, com o que e por quem. Parte da equação para gerenciar esse
cenário é definir quais dados viajam através das fronteiras. Isso já indica quanto
ainda nos falta para efetivamente controlarmos as transações cibernéticas
transfronteiriças sem inibir os resultados positivos de um mundo mais
interligado.
45

GUERRA AUTÔNOMA

A guerra autônoma, incluindo a implantação de robôs militares e armas


automáticas que funcionam por IA, cria a perspectiva de uma “guerra de
robôs”, que irá desempenhar um papel transformador nos conflitos futuros.
O fundo do mar e o espaço também podem ficar cada vez mais
militarizados, pois mais e mais agentes — estaduais e comerciais — passam a
poder enviar satélites e mobilizar veículos subaquáticos não tripulados capazes
de perturbar os cabos de fibra ótica e o tráfego dos satélites. Já há organizações
criminosas usando drones comerciais
(quadricópteros) para espionar e atacar seus rivais. Armas autônomas,
capazes de identificar seus alvos e decidir abrir fogo sem intervenção humana,
vão se tornar cada vez mais viáveis, desafiando as leis da guerra.
Quadro F - Tecnologias emergentes transformando a segurança
internacional
Drones: eles são, essencialmente, robôs voadores. Os Estados Unidos
lideram essa tecnologia atualmente, mas ela está se espalhando de forma
ampla e se tornando mais acessível.
Armas autônomas: combinam a tecnologia dos drones e a inteligência
artificial; conseguem selecionar e atacar alvos de acordo com critérios
predefinidos e sem a intervenção humana.
Militarização espacial: enquanto mais da metade de todos os satélites
são comerciais, esses dispositivos de comunicações em órbita tornam-se cada
vez mais importantes para fins militares. Uma nova geração de armas
hipersônicas também está prestes a entrar neste domínio, aumentando a
probabilidade de que o espaço irá desempenhar algum papel nos futuros
conflitos, e aumentará as preocupações de que os amais mecanismos de
regulamentação das atividades espaciais não são mais suficientes.
Dispositivos vestíveis: eles podem otimizar a saúde e o desempenho sob
condições de estresse extremo ou produzir exoesqueletos que melhoram o
desempenho dos soldados, permitindo que um ser humano transporte sem
dificuldades cargas de cerca de 90 kg.
Fabricação aditiva: isso irá revolucionar as cadeias de fornecimento,
permitindo que as peças de reposição sejam fabricadas no campo de
46

operações, tenham seus projetos transmitidos por meios digitais e utilizem


materiais disponíveis no local. Isso também poderia permitir o
desenvolvimento de novos tipos de ogivas, com maior controle da
granulometria do material e da detonação.
Energias renováveis: isso permite que a energia seja gerada localmente,
revolucionando as cadeias de fornecimento e reforçando a capacidade para
imprimir partes sob demanda mesmo em locais remotos.
Nano tecnologia: a nanotecnologia está progressivamente nos levando à
construção de metamateriais, materiais inteligentes, que possuem
propriedades que não ocorrem naturalmente. Ela tornará as armas mais leves,
móveis, inteligentes e precisas e irá, finalmente, resultar em sistemas que
podem se autorreplicar e montar.
Armas biológicas: a história da guerra biológica é quase tão antiga como
a história da guerra em si, mas os rápidos avanços em biotecnologia, genética e
genômica são o prenúncio de novas armas altamente letais. Vírus projetados
que se propagam pelo ar, superbactérias construídas, pragas geneticamente
modificadas e assim por diante: em conjunto, formam a base de possíveis
cenários apocalípticos.
Armas bioquímicas: tal como acontece com as armas biológicas, a
inovação tecnológica está transformando a montagem dessas armas em algo
quase tão fácil como uma tarefa do tipo “faça você mesmo”. Os drones
poderiam ser empregados para liberá-las.
Mídia social: ao mesmo tempo que os canais digitais oferecem
oportunidades para a divulgação de informações e organização de iniciativas
para boas causas, eles também podem ser usados para espalhar conteúdos
malignos, propaganda e, como no caso do ISIS, empregados por grupos
extremistas para recrutar e mobilizar seguidores. Os jovens adultos são
particularmente vulneráveis, especialmente quando não têm uma rede social
estável de apoio.
Muitas das tecnologias descritas no Quadro F (Tecnologias emergentes
transformando a segurança internacional) já existem. Como exemplo, os robôs
SGR-A1 da Samsung, equipados com duas metralhadoras e uma arma com
balas de borracha, estão atualmente estacionados em postos fronteiriços da
zona desmilitarizada da Coreia. Por enquanto, eles são controlados por
47

operadores humanos mas poderão, uma vez programados, identificar e atacar


alvos humanos de forma independente.
No ano passado, o Ministério da Defesa Britânico e a BAE Systems
anunciaram o teste bem-sucedido do Taranis, um avião furtivo, ou stealtb,
conhecido também como Raptor, que pode decolar, voar até determinado
destino e encontrar um alvo definido, apenas com pouca intervenção de seu
operador, exceto se a intervenção for necessária. Há muitos exemplos desse
tipo.50 Eles se multiplicam e, assim, levantam questões críticas na interseção
entre geopolítica, estratégia e táticas militares, regulamentação e ética.

NOVAS FRONTEIRAS DA SEGURANÇA GLOBAL

Como destaquei várias vezes neste livro, temos apenas uma percepção
limitada sobre o potencial das novas tecnologias e o que nos espera no futuro.
Esse também é o caso na área da segurança nacional e internacional. Para cada
inovação que consigamos imaginar, irá haver uma aplicação positiva e um
possível lado negro. Enquanto neurotecnologias como as neuropróteses já são
empregadas para resolver problemas médicos, no futuro elas poderiam ser
utilizadas para fins militares. Os sistemas de computador ligados ao tecido
cerebral poderiam permitir que um paciente paralisado conseguisse controlar
um braço ou perna robótica. A mesma tecnologia poderia ser usada para
controlar um piloto ou soldado biônico. Dispositivos neurais projetados para
tratar a doença de Alzheimer podem ser implantados em soldados para apagar
ou criar novas memórias. “Não é uma questão de ‘se’ os agentes não estatais
usarão alguma forma de técnica ou tecnologia neurocientífica, mas ‘quando’ e
‘qual’ irão utilizar”, diz James Giordano, um neuroeticista do Centro Médico da
Universidade de Georgetown, “o cérebro será o próximo campo de batalha”51.
A disponibilidade e, às vezes, a natureza não regulamentada de muitas
dessas inovações têm uma implicação ainda mais importante. As tendências
atuais sugerem uma rápida e maciça democratização da capacidade de infligir
danos em uma escala muito grande, algo anteriormente limitado aos governos
e às organizações muito sofisticadas. Desde armas impressas em 3D até a
engenharia genética realizada em laboratórios caseiros, todos os tipos de
ferramentas destrutivas construídas por meio de tecnologias emergentes estão
se tornando mais facilmente disponíveis. E com a fusão de tecnologias, tema-
48

chave deste livro, surge uma dinâmica inerentemente imprevisível, desafiando


as estruturas éticas e legais existentes.

RUMO A UM MUNDO MAIS SEGURO

Perante esses desafios, como fazer que as pessoas levem à sério as


ameaças à segurança geradas pelas tecnologias emergentes? Ainda mais
importante, conseguiremos estimular a cooperação entre os setores público e
privado em escala global para mitigar as ameaças?
Durante a segunda metade do século passado, o medo da guerra
nuclear gradualmente deu lugar à relativa estabilidade da destruição
mutuamente assegurada (MAD, na sigla em inglês), e um tabu nuclear parece
ter surgido.
A lógica da MAD funcionou até hoje porque apenas um número limitado
de entes possuía o poder de completa destruição mútua e eles equilibravam
uns aos outros. A proliferação de agentes potencialmente letais, no entanto,
poderia minar esse equilíbrio, motivo pelo qual os Estados que possuíam armas
nucleares haviam concordado em cooperar para manter pequeno o clube
nuclear e, assim, negociaram o Tratado de não Proliferação de Armas Nucleares
(TNP) na década de 1960.
Embora discordassem em quase todas as outras questões, a União
Soviética e os Estados Unidos compreenderam que a melhor proteção seria
manterem-se mutuamente vulneráveis. Isso levou ao Tratado de Mísseis
Antibalísticos (ABMT, na sigla em inglês), que limitava o direito de tomar
medidas defensivas contra armas nucleares lançadas por mísseis. Quando a
capacidade destrutiva não mais se limita a um punhado de entes com recursos
similares, as táticas e os interesses em prevenir as doutrinas de escalada como
a MAD passam a ser menos relevantes.
A partir das mudanças anunciadas pela quarta revolução industrial,
poderíamos descobrir algum equilíbrio alternativo que de forma análoga
transforme a vulnerabilidade em estabilidade e segurança? Agentes com
diferentes perspectivas e interesses precisam conseguir encontrar algum tipo
de modus vivendi e cooperar a fim de evitar a proliferação negativa.
As partes interessadas devem cooperar para criar estruturas que as
vinculem juridicamente, bem como normas autoimpostas entre os pares,
49

padrões éticos e mecanismos de controle das tecnologias emergentes e


potencialmente prejudiciais, de preferência sem impedir a possibilidade de
pesquisas que tragam inovação e crescimento econômico.
Certamente precisaremos de tratados internacionais, mas preocupa-me
que os reguladores neste campo estejam atrasados em relação aos avanços
tecnológicos, em razão da velocidade e dos impactos multifacetados destes
últimos. Portanto, os diálogos entre educadores e desenvolvedores sobre os
padrões éticos que devem ser utilizados em relação às tecnologias emergentes
da quarta revolução industrial são urgentemente necessários para o
estabelecimento de diretrizes éticas comuns e sua consequente incorporação à
sociedade e à cultura. Já que os governos e as estruturas controladas por eles
estão ficando para trás em relação à regulamentação, talvez a liderança seja
tomada pelo setor privado e não pelos agentes estatais.
O desenvolvimento de novas tecnologias de guerra está,
compreensivelmente, ocorrendo em uma esfera relativamente isolada. Uma de
minhas preocupações, no entanto, refere-se ao potencial recuo dos outros
setores — por exemplo, o de pesquisas clínicas e medicina genética — a esferas
isoladas e altamente especializadas, diminuindo assim a nossa capacidade
coletiva para discutir, compreender e gerenciar os desafios e as oportunidades.
50

DICAS DE PROTEÇÃO DE DADOS

1. CRIE SENHAS FORTES


Para facilitar a memorização das senhas, usuários utilizam data de
nascimento, número de telefone ou combinações fáceis, que são consideradas
fracas. Existem programas que testam diversas combinações para descobrir
uma senha de acesso. Por isso, quanto mais complexa ela for, melhor. As
senhas fortes podem ser criadas da seguinte maneira:
• use combinações longas (com 7 caracteres ou mais);
• coloque números;
• adicione letras maiúsculas;
• insira símbolos (#, $,% ou &);
• não use o mesmo nome de usuário;
• não use data de nascimento;
• não use número de telefone
2. UTILIZE SEMPRE ANTIVÍRUS
Para evitar que os hackers tenham acesso aos dados do seu
computador, use um programa antivírus, que protege o tráfego da rede, faz
filtragem e emite alertas. Além disso, ele também verifica se as senhas são
adequadas e se os sites acessados são confiáveis ou não.
No entanto, tenha o cuidado de mantê-lo atualizado, pois os
cibercriminosos buscam sempre novas vulnerabilidades. Assim, o uso de um
software desatualizado traz uma falsa sensação de segurança. Esteja atento a
cada nova atualização informada pelo desenvolvedor do programa.
3. DESCONFIE DE PEDIDOS DE DADOS PESSOAIS
Um modo muito comum de roubo de dados pessoais na internet é o
phishing. Esse tipo de ação se dá por meio do acesso a sites e e-mails
aparentemente confiáveis, que se fazem passar por empresas, instituições ou
contatos autênticos. Contudo, são páginas falsas criadas por criminosos, que
querem induzir o usuário a preencher formulários com número de conta, login,
CPF, CEP, etc.
Para se tornarem mais atrativos, as mensagens falsas costumam
oferecer premiações e outras vantagens, incluindo o download de arquivos.
51

Dessa forma, é fundamental tomar as devidas precauções e não abrir e-mails


de desconhecidos ou baixar arquivos duvidosos. Se estiver em dúvida, apague.
4. LIMITE SUAS INFORMAÇÕES PESSOAIS NAS REDES SOCIAIS
Com a popularidade das redes sociais, as pessoas se expõem demais ao
não atentarem para os dados disponibilizados em seus perfis. Exemplo disso é
compartilhar registros de locais visitados frequentemente, informações
profissionais, dados de contato e endereço. Todos eles facilitam a vida dos
criminosos virtuais.
Logo, inclua apenas o essencial e explore as opções de privacidade que
as plataformas oferecem, como restrição de compartilhamento, divisão por
grupos específicos personalizáveis, alertas de segurança por e-mail em caso de
acesso suspeito, entre outras.
Ficou clara a importância da tomada de medidas de proteção de dados
pessoais na internet? Esteja atento, afinal, o mundo virtual também tem seus
males. E, para evitar problemas, todos os tipos de precaução devem ser
adotados.
52

.
APRENDIZAGEM E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

TEMA 04

PARTE 01
53

Os governos devem também se adaptar ao fato de que o poder também


está passando dos atores estatais para os não estatais e de instituições
estabelecidas para redes mais abertas. As novas tecnologias e os agrupamentos
sociais e interações que elas promovem permitem que praticamente qualquer
pessoa exerça influência de maneira que teria sido inconcebível há apenas
alguns anos.
Os governos estão entre os mais impactados por essa natureza cada vez
mais transitória e evanescente do poder.
Segundo Moisés Naim, “no século XXI, será mais fácil chegar ao poder,
mais difícil usá-lo e mais fácil perdê-lo”. Pouco se duvida de que é mais difícil
governar hoje que no passado. Com poucas exceções, os políticos têm
encontrado maior dificuldade para realizar mudanças. Seu poder sofre
limitações dos centros de poder rival, que podem ter origem transnacional,
regional, local e até mesmo de indivíduos. Atualmente, os micropoderes são
capazes de impor limitações aos macropoderes como, por exemplo, os
governos nacionais.
A era digital prejudicou muitas das barreiras que eram usadas para
proteger a autoridade pública, tornando os governos muito menos eficientes
ou eficazes, pois os governados, ou o público, estão mais bem informados e
cada vez mais exigentes em suas expectativas. A saga do grupo WikiLeaks — o
confronto entre uma entidade não estatal e minúscula e um Estado gigantesco
— ilustra a assimetria do novo paradigma de poder e a erosão da confiança que
muitas vezes é inerente a ela.
Se quiséssemos explorar todos os impactos multifacetados da quarta
revolução industrial aos governos, precisaríamos escrever um livro inteiro
somente sobre o tema, mas o ponto-chave é este: a tecnologia, cada vez mais,
tornará os cidadãos mais aptos, oferecendo uma nova maneira de expressar
suas opiniões, coordenar seus esforços e possivelmente contornar a supervisão
estatal. Digo “possivelmente”, porque o oposto pode muito bem acontecer,
isto é, novas tecnologias de vigilância podem dar origem a autoridades públicas
com excesso de poder em suas mãos.
Estruturas paralelas serão capazes de transmitir ideologias, recrutar
seguidores coordenar ações a favor — e contra — os sistemas de governo
54

oficiais. Os governos, em sua forma atual, serão forçados a mudar à medida


que seu papel central de conduzir a política ficar cada vez menor devido aos
crescentes níveis de concorrência e à redistribuição e descentralização do
poder que as novas tecnologias tornam possíveis. Cada vez mais, os governos
serão vistos como centros de serviços públicos, avaliados por suas capacidades
de entregar seus serviços expandidos de forma mais eficiente e individualizada.
Em última análise, a capacidade de adaptação dos governos irá
determinar sua sobrevivência. Eles resistirão se abraçarem um mundo de
mudanças exponencialmente disruptivas e se submeterem suas estruturas aos
níveis de transparência e eficiência que podem ajudá-los a manter suas
vantagens competitivas. Ao agir assim, no entanto, eles serão completamente
transformados em células de energia muito mais enxutas e eficientes, tudo
dentro de um ambiente de concorrência e novas estruturas de poder.
De modo semelhante às revoluções industriais anteriores, os
regulamentos irão desempenhar um papel decisivo na adaptação e na difusão
de novas tecnologias. Entretanto, os governos serão forçados a mudar sua
abordagem quando se trata de criação, revisão e aplicação dos regu- lamentos.
No “velho mundo”, os decisores tinham tempo suficiente para estudar uma
questão específica e, em seguida, criar a resposta necessária ou o quadro
regulamentar adequado. O processo tendia a ser linear e mecanicista, seguindo
uma rigorosa abordagem de cima para baixo. Por uma variedade de razões, isso
não é mais possível.
Por causa do ritmo acelerado das mudanças desencadeadas pela quarta
revolução industrial, os reguladores estão sendo desafiados a um grau sem
precedentes. Atualmente, as autoridades políticas, legislativas e reguladoras
são muitas vezes ultrapassadas pelos acontecimentos, incapazes de lidar com a
velocidade da mudança tecnológica e a importância de suas implicações. O ciclo
de notícias de 24 horas pressiona os líderes a comentar os eventos ou agir
imediatamente, reduzindo o tempo disponível para obter respostas calculadas,
valoradas e calibradas. Há um perigo real de perda de controle sobre os temas
importantes, especialmente em um sistema global, com quase 200 Estados
independentes e milhares de línguas e culturas diferentes.
Em tais condições, como poderiam legisladores e reguladores oferecer
apoio aos avanços tecnológicos sem sufocar a inovação, preservando o
55

interesse dos consumidores e do público em geral? A resposta está na


governança ágil (ver Quadro C: Os princípios da governança ágil em tempos de
ruptura).
Muitos avanços tecnológicos existentes hoje não recebem
considerações apropriadas nos quadros regulamentares atuais e isso poderá,
até mesmo, interromper o contrato social estabelecido pelos governos com
seus cidadãos. Pela governança ágil, os reguladores devem encontrar formas
contínuas de adaptação a um ambiente novo e em rápida mudança,
reinventando-se para entender melhor o que estão regulamentando. Para fazer
isso, governos e agências reguladoras precisam colaborar estreitamente com as
empresas e com a sociedade civil para conseguir dar forma às necessárias
transformações globais, regionais e industriais.
A governança ágil não implica incerteza regulamentar, nem atividade
frenética e incessante por parte dos decisores políticos. Não devemos cometer
o erro de pensar que estamos presos entre dois quadros legislativos igualmente
intragáveis — de um lado, os desatualizados, mas estáveis e, do outro, os
atualizados, mas voláteis. Na era da quarta revolução industrial, não
precisamos necessariamente de mais políticas (ou de políticas mais rápidas),
mas de um ecossistema normativo e legislativo que possa produzir quadros
mais resilientes. A abordagem poderia ser reforçada pela criação de espaço
para a quietude para refletirmos sobre as decisões importantes. O desafio é
fazer que essa deliberação seja muito mais produtiva do que aquilo que ocorre
atualmente, infundindo-a com previsões para dar às inovações o máximo de
espaço para que possam emergir.
Em resumo, em um mundo onde as funções públicas essenciais, a
comunicação social e as informações pessoais migram para plataformas
digitais, os governos — em colaboração com a sociedade civil e empresarial —
precisam criar regras, pesos e contrapesos para manter a justiça, a
competitividade, a equidade, a propriedade intelectual inclusiva, a segurança e
a confiabilidade.
Há duas abordagens conceituais. Na primeira, tudo o que não é
explicitamente proibido é permitido. Na segunda, tudo o que não é
explicitamente permitido é proibido. Os governos devem misturar essas
abordagens. Devem aprender a colaborar e a adaptar-se, garantindo que o ser
56

humano continue a ser o centro de todas as decisões. Esse é o desafio dos


governos, que nunca foram tão necessários quanto nessa quarta revolução
industrial: eles devem deixar que as inovações floresçam, enquanto minimizam
os riscos. Para conseguir isso, os governos deverão envolver os cidadãos de
forma mais eficaz e realizar experimentos políticos que permitam a
aprendizagem e a adaptação. Por essas duas tarefas, governos e cidadãos
devem repensar sobre suas respectivas funções e sobre sua interação mútua,
elevando simultaneamente suas expectativas enquanto, ao mesmo tempo,
reconhecem de maneira explícita a necessidade de incorporar múltiplas
perspectivas e aceitar as falhas e os erros que ocorrerão ao longo do caminho.

OS IMPOSTOS

Recolher impostos não é um problema pois quase tudo que se compra e


se vende no país gera recursos.
Porém impostos oriundos das folhas de pagamentos serão
drasticamente afetados visto que o desemprego pode aumentar e também o
aumento da utilização do serviço publico.
O uso mais intenso e inovador das tecnologias em rede ajuda as
administrações públicas a modernizar suas estruturas e funções para melhorar
seu desempenho global, como o fortalecimento dos processos de governança
eletrônica para promover maior transparência, responsabilização e
compromissos entre o governo e os seus cidadãos.
A empresa UBER publicou em seu site a seguinte informação:
Ao transformar carros particulares em veículos compartilhados,
a tecnologia da Uber conseguiu oferecer uma alternativa de
mobilidade acessível, moderna e eficiente a seus usuários, ao
mesmo tempo em que proporcionou nova opção de renda para
motoristas parceiros.
É assim desde que a empresa chegou ao Brasil, há mais de três anos.
Mas além de servir usuários e parceiros, a tecnologia da Uber também
beneficia as cidades onde está presente, aliviando o trânsito e reduzindo a
poluição ao colocar cada vez mais pessoas em menos carros.
57

Em 2017, a Uber pagou um total de R$ 971,8 milhões em tributos no


Brasil, tanto federais (como PIS, Cofins e Imposto de Renda) quanto municipais
(como o ISS e contribuições municipais devido a regulações locais).
“Como pioneiros, nossa história no Brasil teve muitos desafios e temos
muito orgulho do que criamos até agora”, diz Guilherme Telles, diretor-geral da
Uber no Brasil. “Nosso crescimento é um reflexo da mudança de
comportamento que a Uber vem provocando nas cidades. Cada vez mais
pessoas deixam de dirigir sozinhas e passam a compartilhar os carros que já
estão nas ruas. Todos os dias, mais e mais brasileiros encontram uma
alternativa à crise que vivemos ao começar a gerar renda de maneira digna e
sem complicação.”
Portanto, podemos entender que o estado deve ser um agente parceiro,
um facilitador, e não um complicador. Quem gera renda, gera um beneficio
econômico muito grande.

INDÚSTRIA 4.0 NO SETOR PÚBLICO


Como dissemos, entre governos, o avanço da quarta revolução
industrial é bem mais lento do que no setor privado. Isso ocorre por uma série
de razões: entraves burocráticos, falta de vontade política, complexidade da
estrutura governamental (que acarreta dificuldades de aprovação), entre
outras.
No entanto, nenhum governo poderá abrir mão das inovações
englobadas pela indústria 4.0. Da mesma forma que empresas estão mudando
completamente a cadeia produtiva e a forma de se relacionarem com clientes,
58

o setor público precisará se alinhar com os novos tempos para melhorar os


serviços prestados à população:
• Gerando condições de trabalho
• Facilitar o acesso de cursos e treinamentos
• Popularizar ou democratizar o acesso à pontos de internet
As novas tecnologias e os agrupamentos sociais e interações que elas
promovem permitem que praticamente qualquer pessoa exerça influência de
maneira que teria sido inconcebível há apenas alguns anos.
Érica Caetano escreveu que, “ESCOLAS APOSTAM EM AULAS DE
ROBÓTICA E PROGRAMAÇÃO PARA ALUNOS DO ENSINO MÉDIO ”.
Visando familiarizar os jovens com as novas tecnologias e prepará-los
para um mercado em crescimento, escolas têm incluído em suas grades
curriculares as disciplinas de robótica e programação. A iniciativa tem partido,
principalmente, de colégios particulares da região Sudeste.
As disciplinas de programação e robótica são oferecidas, na maioria das
vezes, de forma optativa, o que não significa salas vazias. Estudantes que
pretendem fazer vestibular para cursos ligados à área de Exatas e Tecnologia
são as mais interessados nas disciplinas.
Dentre as escolas que ofertam as disciplinas está o Colégio IBPI, no Rio
de Janeiro. Localizada na Barra da Tijuca, a instituição possui um Clube de
Tecnologia onde os estudantes aprendem sobre games, robótica e
programação. O colégio também ensina uma disciplina de algoritmo e lógica de
programação, que utiliza duas ferramentas: bitmine e planeta binarium –
termos técnicos da robótica. Por Erica caetano.
PRIVATIZAÇÕES
A privatização é uma prática por meio da qual as instituições
governamentais transferem ativos, instituições ou empresas públicas à
iniciativa privada usando dispositivos como leilões, venda de ações ou outros
dispositivos previstos na constituição.
Muitas vezes a iniciativa privada vem reunida de vários processos
modernos e principalmente de capital para executar o serviço, e isso pode
viabilizar os dependentes de certos serviços
Transparência da administração publica
59

Nos últimos anos, tem-se observado um movimento global em torno de


uma cobrança cada vez maior, sob os governos, em relação à necessidade de
implementação de mecanismos que fomentem a transparência governamental.
Sendo assim, é necessário analisar esse fenômeno de maneira apurada, para
que sua importância seja efetivamente compreendida.
De maneira geral, a transparência é definida com base em três
elementos principais: abertura da informação por parte do governo,
comunicação ou conhecimento por parte dos cidadãos e prestação de contas
ou justificação das decisões adotadas. Sendo assim, exerce um papel de suma
importância em um governo representativo democrático, visto que aproxima a
população das ações governamentais, fortalecendo o ideal de soberania
popular
60

APRENDIZAGEM E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

TEMA 04

PARTE 02
61

O grande desafio para a maioria das sociedades será saber como


absorver e acomodar a nova modernidade e, ao mesmo tempo, abraçar os
aspectos gratificantes de nossos sistemas tradicionais de valores. A quarta
revolução industrial, que põe em causa tantos pressupostos fundamentais,
pode agravar as tensões existentes entre sociedades profundamente religiosas
que defendem seus valores fundamentais e aqueles cujas crenças são moldadas
por uma visão de mundo mais secular. O maior perigo para a estabilidade e
cooperação global pode vir de grupos radicais que lutarão contra o progresso
com violência extrema e ideologicamente motivada.
Conforme observado pelo sociólogo Manuel Castells, professor de
tecnologia da comunicação e sociedade na Escola Annenberg de Comunicação
e Jornalismo da Universidade do Sul da Califórnia: “Em todos os momentos de
grandes mudanças tecnológicas, pessoas, empresas e instituições sentem a
profundidade das mudanças, mas costumam ser derrotadas por elas, por pura
ignorância dos seus efeitos.”52. Ser derrotado por ignorância é precisamente o
que devemos evitar, particular mente quando se trata da formação,
desenvolvimento e relacionamento mútuo das diversas comunidades que
compõem a sociedade moderna.
A discussão anterior sobre os diferentes impactos da quarta revolução
industrial em economia, negócios, geopolítica, segurança internacional, regiões
e cidades torna claro que a nova revolução tecnológica terá múltiplas
influências na sociedade. Na próxima seção, irei explorar os dois agentes mais
importantes da mudança — como o potencial para a crescente desigualdade
pressiona a classe média e como a integração da mídia digital está mudando a
maneira pela qual as comunidades se formam e se relacionam.

A DESIGUALDADE E A CLASSE MÉDIA


A discussão sobre os impactos econômicos e comerciais destacou uma
série de diferentes mudanças estruturais que têm contribuído para a crescente
desigualdade até hoje, a qual poderá ser agravada pelo desenrolar da quarta
revolução industrial. Robôs e algoritmos cada vez mais substituem o trabalho
pelo capital, mas a necessidade de capital para investir (ou mais precisamente,
para construir um negócio na economia digital) torna-se cada vez menor. Os
mercados de trabalho, entretanto, estão ficando enviesados para um conjunto
62

limitado de competências técnicas, e as plataformas digitais e mercados


mundialmente conectados têm concedido recompensas descomunais para um
pequeno número de “estrelas”. Na esteira dessas tendências, os vencedores
serão aqueles capazes de participar plenamente de ecossistemas orientados
para a inovação, oferecendo novas ideias, modelos de negócios, produtos e
serviços, e não aquelas pessoas que podem apenas oferecer trabalho menos
qualificados ou capital comum.
Essas dinâmicas explicam por que a tecnologia é considerada como uma
das principais razões da estagnação dos rendimentos ou até de sua diminuição
para a maioria da população dos países de renda alta. De fato, o mundo atual é
muito desigual. De acordo com o Relatório de 2015 sobre a Riqueza Mundial do
Credit Suisse, metade de todos os ativos do mundo é hoje controlada por 1%
(os mais ricos) da população mundial, enquanto “a metade mais pobre da
população mundial possui em conjunto menos de 1% da riqueza global”. A
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) informa
que a renda média dos 10% mais ricos nos países da OCDE é aproximadamente
nove vezes maior que a renda dos 10% mais pobres. Além disso, na maioria dos
países, a desigualdade está aumentando, mesmo naqueles que já passaram por
um rápido crescimento em todos os grupos de renda, e ocorre uma queda
dramática do número de pessoas que vivem na pobreza. Por exemplo, na
China, o índice de Gini subiu de aproximadamente 30 na década de 1980 para
mais de 45 em 2010.

DESIGUALDADE: 1% DOS BRASILEIROS GANHAM 34 VEZES MAIS


DO QUE 50% DA POPULAÇÃO

Redação Brasil de Fato | São Paulo (SP),16 de Outubro de 2019 publicou


que, A remuneração do 1% da população que ganha em média R$ 27.744 por
mês - normalmente executivos de grandes empresas - é 34 vezes maior do que
o rendimento da metade da população brasileira, os trabalhadores que vivem
com a média de R$ 820 mensais.
Os números constam da Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios
Contínua (Pnadc) 2018 divulgada nesta quarta-feira (16) pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A diferença entre o topo e a base,
segundo o IBGE, é a mais alta da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.
63

A distância salarial vinha caindo até 2013, ficando estável em 2016. Essa
tendência foi revertida a partir de 2017, se alargando em 2018.
A desigualdade aumenta quando o rendimento real do trabalho dos
mais pobres cai ou sobe menos do que o dos mais ricos, o que tem acontecido
nos últimos anos.
“O rendimento do trabalho corresponde a aproximadamente três quartos do
rendimento total das famílias. O mercado de trabalho em crise, onde as
pessoas estão deixando seus empregos e indo trabalhar em outras ocupações,
com salários mais baixos, provoca um impacto no rendimento total”, explicou a
gerente da PNAD Contínua, Maria Lucia Vieira.
A pesquisa também mostra que os 10% mais pobres ficam com apenas
0,8% de toda a massa de salários do país, enquanto os 10% mais ricos
concentram 43,1%.
Com isso, o Índice de Gini, que mede a concentração de renda, subiu de 0,537
para 0,545, levando em consideração todas as rendas das famílias (trabalho,
aposentadoria, pensões, aluguéis, Bolsa Família e outros benefícios sociais).
Esse é o maior Gini desde 2012, ano em que foi publicada a primeira pesquisa.
Nessa base de dados, quanto mais próximo de 1, pior.
Já a massa do rendimento médio mensal real domiciliar per capita, que
era de R$ 264 bilhões em 2017, cresceu para R$ 277,7 bilhões em 2018. Os
dados do IBGE mostraram ainda que mais da metade dos brasileiros têm renda
inferior a um salário-mínimo.
64

O IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NA SOCIEDADE


O mundo está mudando cada vez mais rápido como consequência de
um desenvolvimento tecnológico acelerado. Diariamente empresas do mundo
inteiro investem pesado em inovação com o objetivo de criar respostas para as
necessidades presentes no mercado. As novas tecnologias fazem parte desse
processo, mas é importante ressaltar que, mais do que abrir diferentes
oportunidades de negócios, elas proporcionam uma verdadeira revolução na
sociedade, possibilitando ações antes inimagináveis e melhorando a qualidade
de vida das pessoas.
Para ter provas desse fenômeno basta observar o comportamento
social, os instrumentos de trabalho, os meios de comunicação e de
aprendizado. Todos são diferentes do que eram há alguns anos e parte disso é
resultado desse desenvolvimento tecnológico. Com o advento e a
popularização da internet, por exemplo, o acesso a uma infinidade de
conteúdos sobre os mais diversos temas foi facilitado, proporcionando maior
independência na busca por informações.

A IMPORTÂNCIA DAS NOVAS TECNOLOGIAS PARA AS PESSOAS

Os benefícios que as novas tecnologias geram são inúmeros e se


estendem a cada um dos setores sociais, desde a área empresarial até a da
saúde. Para ilustrar melhor, pense nas competições paraolímpicas. Atletas com
diferentes deficiências conseguem ter uma vida normal, praticar esportes e
participar de grandes competições, conquistando, inclusive, resultados
comparados aos de um atleta sem necessidades especiais.
Este é o caso do alemão Markus Rehm, cuja perna foi amputada na
adolescência após um acidente de barco. Em 2015, ele conseguiu a marca de
8,40 m no salto à distância utilizando uma prótese de fibra de carbono. A boa
notícia é que essa tecnologia não fica restrita apenas aos esportistas, pois
existem tipos de próteses adaptados ao estilo de vida de cada pessoa. Assim,
ela pode andar, pular e correr normalmente, realizando movimentos cada vez
mais precisos. E o mais importante: participa novamente das atividades sociais.
Inovar é a resposta para desenvolver novas tecnologias
65

Estes são apenas alguns exemplos de como as novas tecnologias ajudam


na qualidade de vida das pessoas. Mas você sabe o que deve ser feito para
desenvolvê-las? A resposta para essa pergunta é: investir em inovação. É por
isso que as empresas estão trabalhando na busca por soluções criativas a fim
de aprimorar seus produtos e serviços ou mesmo perceber novas possibilidades
para suprir as carências ainda não atendidas no mercado.
Inovar significa dar uma utilização prática às novas ideias e viabilizá-las
para o uso comercial. É no meio desse processo que as novas tecnologias
surgem e, como consequência, as dificuldades e os problemas típicos de
determinado momento são superados com um recurso revolucionário. Assim, a
criatividade é o combustível para gerar novas ideias. E o resultado disso? A
inovação.
E lembre-se: é importante que sua empresa conheça bem seu contexto
interno (sua própria realidade) e externo (a sociedade na qual está inserida).
Esse conhecimento é obtido a partir de estudos e pesquisas realizados por
profissionais especializados e dá a bagagem necessária para desenvolver as
soluções corretas e apresentá-las ao mercado, impactando positivamente na
sociedade.

COMUNIDADE

Do ponto de vista mais amplo da sociedade, um dos maiores (e mais


notáveis) efeitos da digitalização é o surgimento da sociedade centrada no
indivíduo — um processo de individualização e o surgimento de novas formas
de sentimento de pertencimento e de comunidade. Ao contrário do passado, a
noção de pertencer, de fazer parte de uma comunidade, é hoje definida mais
pelos interesses e valores individuais e por projetos pessoais que pelo espaço
(comunidade local), trabalho e família.
Novas formas de mídia digital, que formam um componente central da
quarta revolução industrial, têm orientado cada vez mais nosso
enquadramento individual e coletivo na comunidade e na sociedade. Conforme
explorado pelo Fórum em seu relatório Digital Media and Society (Mídia Digital
e Sociedade), as mídias digitais estão permitindo conexões pessoais do tipo um-
para-um e um-para-muitos totalmente novas, possibilitando que os usuários
mantenham suas amizades através do tempo e das distâncias, criando novos
66

grupos de interesse e permitindo que aqueles que estão social ou fisicamente


isolados possam se conectar com pessoas que possuem as mesmas opiniões. A
alta disponibilidade, o baixo custo e a neutralidade geográfica das mídias
digitais também permitem maiores interações que ultrapassam os limites
sociais, econômicos, culturais, políticos, religiosos e ideológicos.

O acesso às mídias digitais on-line cria grandes benefícios para muitas
pessoas. Além de seu papel de prestação de informações (por exemplo, os
refugiados da Síria usam o Google Maps e os grupos do Facebook para planejar
rotas de viagem e para evitar a exploração dos traficantes de seres
humanos58), elas também oferecem oportunidades para que os indivíduos
tenham voz e participem do debate cívico e das tomadas de decisões.

O INDIVÍDUO

A quarta revolução industrial não está


mudando apenas o que fazemos, mas
também quem somos. O impacto sobre
nós como indivíduos é múltiplo,
afetando nossa identidade e as muitas
facetas relacionadas a ela — nosso senso de privacidade, nossas noções de
propriedade, nossos padrões de consumo, o tempo que dedicamos ao trabalho
e ao lazer, a forma de desenvolvermos nossas carreiras e cultivarmos nossas
competências. Ela irá influenciar o modo como conhecemos as pessoas e
consolidamos nossos relacionamentos, as hierarquias das quais dependemos,
nossa saúde, e talvez mais cedo do que pensamos, poderá levar a formas de
aperfeiçoamento humano que nos farão questionar a própria natureza da
67

existência humana. Tais alterações provocam excitação e medo à proporção


que avançamos a uma velocidade sem precedentes.
Até agora, a tecnologia nos permitiu principalmente realizar tarefas de
forma mais fácil, rápida e eficiente. Ela também nos ofereceu oportunidades
para nosso desenvolvimento pessoal. Mas estamos começando a ver que ela
tem muito mais a oferecer e que há muito mais em jogo. Por todas as razões já
mencionadas, estamos no limiar de uma mudança sistêmica radical que exige
que os seres humanos se adaptem continuamente. Como resultado,
poderemos testemunhar um crescente grau de polarização do mundo, marcado
por aqueles que abraçam a mudança e aqueles que resistem a ela.

Isso dá origem a uma desigualdade que vai além da social anteriormente


descrita. Essa desigualdade ontológica irá separar aqueles que se adaptam
daqueles que resistem - os reais vencedores e perdedores em todos os sentidos
da palavra. Os vencedores poderão, até mesmo, beneficiar-se por alguma
forma de melhoria humana radical gerada por certos segmentos da quarta
revolução industrial (tais como a engenharia genética); os perdedores serão
privados dela. Isso gera o risco de criarmos conflitos de classe e outros
confrontos diferentes de tudo que já vimos antes. Essa possível divisão e as
tensões criadas por ela vão ser agravadas por uma lacuna geracional causada
por aqueles que cresceram e só conhecem o mundo digital e aqueles que não o
conhecem e devem se adaptar. Dá origem também a muitas questões.
68

IDENTIDADE MORAL E ETICA

As extraordinárias inovações provocadas pela quarta revolução


industrial, desde as biotecnológicas até aquelas da IA, estão redefinindo o que
significa ser humano. Elas estão aumentando os atuais limites da expectativa de
vida, saúde, cognição e competência de maneiras que antes pertenciam
somente ao mundo da ficção científica. Com o avanço dos conhecimentos e das
descobertas em andamento nesses campos, é fundamental que nosso foco e
nosso compromisso estejam concentrados em permanentes discussões éticas e
morais. Por sermos seres humanos e animais sociais, precisamos pensar
individual e coletivamente sobre como responder a temas como a extensão da
vida, os bebês projetados, extração de memória e muito mais.

Ao mesmo tempo, devemos também perceber que essas descobertas


incríveis também podem ser manipuladas para servir a interesses especiais — e
não necessariamente aos do público em geral. Stephen Hawking, físico teórico
e autor, e seus colegas cientistas Stuart Russell, Max Tegmark e Frank Wilczek
escreveram no jornal The Independent ao considerar as implicações da
inteligência artificial: “Enquanto o impacto a curto prazo da IA depende de
quem a controla, o impacto a longo prazo dependerá de ela poder ser
controlada... Todos nós devemos nos perguntar o que podemos fazer agora
para melhorar as chances de colhermos os benefícios e evitarmos os riscos.”.
Um desenvolvimento interessante dessa área é a OpenAI, uma empresa
de pesquisas em IA sem fins lucrativos iniciada em dezembro de 2015, com o
objetivo de “realizar avanços em inteligência digital para que ela possa
beneficiar toda humanidade, sem a necessidade de gerar retorno financeiro”. A
iniciativa — presidida por Sam Altman, presidente da Y Combinator e Elon
Musk, CEO da Tesla Motors — já possui fundos autorizados no valor de US$ 1
bilhão. Essa iniciativa destaca um ponto importante citado anteriormente, a
69

saber, um dos maiores impactos da quarta revolução industrial é o potencial


empoderamento originado pela fusão de novas tecnologias. Aqui, como
afirmado por Sam Altman, “a melhor maneira para desenvolver a IA é torná-la
gratuita para todos e fazer que ela seja criada para empoderar os indivíduos e
melhorar os seres humanos”.
70

APRENDIZAGEM E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

TEMA 05

PARTE 01
71

A robótica se tornou acessível devido ao grande investimento em


estudos de novas plataformas e algoritmos que facilitasse o estudo dos
mesmos.
Plataformas antes restritas à grandes empresas e/ou grandes
instituições, hoje podem ser acessadas por pessoas interessadas a conhecer o
mundo da robótica.
Jonathan Marinho Mar 13, 2017, descreve que:
A robótica é ciência que estuda a construção de robôs e
computação. Ela trata de sistemas compostos por partes mecânicas
automáticas e controladas por circuitos integrados, tornando
sistemas mecânicos motorizados, controlados manualmente ou
automaticamente por circuitos elétricos. As máquinas, ao mesmo
tempo que podemos dizer que são vivas, podemos também dizer
que são apenas uma imitação da vida, pois são nada mais do que
fios unidos e circuitos integrados. Os robôs cada vez mais fazem o
que era, antes, dever do homem, e logo logo eles terão a
capacidade de controlar tudo. Eles são apenas máquinas, não
sonham, não tem inconsciente, não ficam cansados. Esta
tecnologia, hoje adaptada por muitas fábricas e indústrias, tem
obtido de um modo geral, êxito em questões levantadas sobre a
redução de custos, aumento de produtividade e os vários problemas
trabalhistas com funcionários.
A função básica da robótica é fazer, de maneira mais eficaz e rápida, o
que deveria ser executado pelo próprio homem. Por sua vez, a palavra robot
deriva do checo e significa trabalho forçado. O termo “Robot” foi inventado em
1920 por Karol Capek, escritor Checoslovaco. Analisando de uma forma
simples, um robot é uma máquina capaz de ações independentes. Ele é capaz
de realizar uma determinada tarefa sem que haja supervisão de um humano, o
que a diferencia de apenas uma máquina que deve ser controlada, mesmo que
à distância. É vulgar chamar-se autômato a todo o tipo de robot, tentando
generalizar um nome que teve a sua origem em bonecos mecânicos altamente
sofisticados e implementados no século XVII.
72

A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ROBÓTICA

Em uma monografia ou artigos cientificos sobre o tema é essencial que


ao menos um capítulo seja dedicado ao histórico da evolução do tema. São
variados os fatores que intervêm para que se desenvolvessem os primeiros
robôs na década de 50 do século XX. A pesquisa em projetos de inteligência
artificial desenvolveu maneiras de emular o processamento de informação
humana com computadores eletrônicos e inventou uma variedade de
mecanismos para provar suas teorias.
As primeiras patentes surgiram em 1946 com os muito primitivos robôs
para traslado de maquinaria da empresa Devol. Também nesse ano surgem os
primeiros computadores. Em 1954, Devol desenha o primeiro robô
programável.
Em 1960 se introduziu o primeiro robô “Unimate”, baseado na
transferência de artigos e projetado a partir de uma dissertação de mestrado
publicada por um aluno em uma universidade norte-americana. Em 1961 Um
robô Unimate se instalou na Ford Motors Company para atender uma máquina
de fundição de troquel. Em 1966, Trallfa, uma empresa norueguesa, construiu e
instalou um robô de pintura por pulverização. Em 1971, O “Stanford ARM”, um
pequeno braço de robô de acionamento elétrico, foi desenvolvido por uma
equipe de professores na Stanford University.
Já em 1978, introduziu-se o robô Puma para tarefas de montagem por
Unimation, baseando-se em desenhos obtidos em um estudo da General
Motors. Atualmente, o conceito de robótica evoluiu para os sistemas móveis
autônomos, que são aqueles capazes de desenvolver-se por si mesmos em
meios desconhecidos e parcialmente mutantes sem necessidade de supervisão.
Nos anos setenta, a NASA iniciou um programa de cooperação com o Jet
Propulsion Laboratory para desenvolver plataformas capazes de explorar
terrenos hostis. Todos os exemplos supracitados podem ser citados em
pesquisas de campo ou casos práticos em pesquisas monográficas,
enriquecendo o resultado dos estudos.
Na atualidade, a robótica se debate entre modelos sumamente
ambiciosos, como é o caso do IT, desenhado para expressar emoções, o COG,
também conhecido como o robô de quatro sentidos, o famoso Soujourner ou o
73

Lunar Rover, veículo de turismo com controle remotos, e outros bem mais
específicos como o Cypher, um helicóptero robô de uso militar, o guarda de
tráfego japonês Anzen Taro ou os robôs mascotes da Sony.
Em geral a história da robótica é possível de ser classificada em cinco
gerações: as duas primeiras, já atingidas nos anos oitenta, incluíam a gestão de
tarefas repetitivas com autonomia muito limitada. A terceira geração incluiria
visão artificial, no qual se avançou muito nas décadas de oitenta e noventa. A
quarta inclui mobilidade avançada em exteriores e interiores e a quinta entraria
no domínio da inteligência artificial no qual se está trabalhando atualmente.
A robótica se tornou acessível devido ao grande investimento em
estudos de novas plataformas e algoritmos que facilitasse o estudo dos
mesmos.
Plataformas antes restritas à grandes empresas e/ou grandes
instituições, hoje podem ser acessadas por pessoas interessadas a conhecer o
mundo da robótica.

PLATAFORMAS

O Robokit consiste em um Kit de Robótica Educacional que possui um


módulo controlador independente, ou seja, funciona sem computador, é
composto por quatro LED’s, dois motores de corrente contínua e um motor de
passo. O kit permite, ainda, a programação de sons, a repetição de comandos e
a elaboração de procedimentos. Através de programação, no teclado do kit, é
possível controlar os motores e os LED’s. O kit é ideal para o desenvolvimento
de programação e robótica, animando protótipos desenvolvidos pelos
estudantes. O Robokit (Figura 2) é desenvolvido através de parceria do curso de
Licenciatura em Computação e da empresa IMPLY – Tecnologia Eletrônica
(ROBOKIT, 2011).
A maioria dos kits de robótica educativa disponíveis no mercado são
alimentados por baterias descartáveis. Porém, o Robokit pode operar através
da fonte externa ou da bateria interna, tendo um LED para indicar que a bateria
deve ser recarregada. O módulo de controle possui dois tipos de memória. A
memória de programas, do tipo flash, que armazena os comandos que são
digitados no microcontrolador; e a memória de dados, que é uma memória
74

externa ao microcontrolador do tipo EEPROM, que permite que os comandos


do programa sejam salvos ou carregados.
O kit Lego Mindstorms (LEGO, 2011), é uma linha do brinquedo Lego,
lançada comercialmente em 1998, voltada para a Educação tecnológica.
Resultado de uma parceria de mais de uma década entre o Media Lab do
Massachusetts Institute of Technology e o Lego Group, o produto Lego
Mindstorms é constituído por um conjunto de peças de encaixes da linha
tradicional e da linha Lego Technic, acrescido de sensores e controlado por um
processador programável, o módulo RCX.
O módulo RCX processa comandos pré-programados em um
computador, através de softwares específicos, como o RoboLAB (na versão
educativa) ou o Robotics Invention System (na versão comercial), permitindo a
interação da estrutura construída com o ambiente no qual se inscreve. O
conjunto é fornecido com uma torre baseada em tecnologia de raios
infravermelhos, que pode ser conectada a um computador pessoal de duas
formas, através da conexão USB ou através da porta serial. Em janeiro de 2006,
na feira Consumer Electronics Show em Las Vegas, a Lego apresentou ao
público a nova geração do Mindstorms.
O Mindstorms NXT (Figura 4). O novo kit constitui-se numa versão mais
avançada, equipado com um processador mais potente, software próprio e
sensores de luz, de toque e de som, permitindo a criação, programação e
montagem de robôs com noções de distância, capazes de reagir a movimentos,
ruídos e cores, e de executar movimentos com elevado grau de precisão

ARDUINO

Com o aumento da popularidade do Arduino, é cada vez mais evidente


que este é o microcontrolador mais utilizados em termos académicos, por
amadores e pequenas empresas. Muitos dos produtos electrónicos de
diferentes empresas de produção, estão a entrar num ramo de produção de
diferentes "shields" produzindo variações muito especificas para uma dada
tarefa. O site Arduíno oferece recursos livres e tutoriais, bem como uma
referência de linguagem para ajudar a entender o código e sintaxe.
75

O ARDUINO É uma placa de controlo de entrada de dados (IN), por


exemplo sensores, e saída de dados (OUT), por exemplo atuadores, com é o
caso de motores e leds.
Possui ainda um regulador de tensão de 5 V, um botão de reset, um
conector de alimentação, pinos conectores, LEDs e uma entrada de ligação USB.
Quando ligado através de USB o Arduino não necessita alimentação externa.
EM termos de alimentação external esta pode variar entre 7 a 12 V.
O Arduino tem um conjunto de pinos de entrada e saída.

HARDWARE

Para começar é necessária uma placa Arduíno, sensores e atuadores.


Uma vez que o Arduíno pode ser ligado por USB a um computador, basta,
utilizar o software Arduíno IDE de modo a poder criar códigos de carrega-los
diretamente na placa.

DOWNLOAD E INSTALAÇÃO DO SOFTWARE ARDUÍNO IDE


1-Ir para www.arduino.cc para descarregar a última versão do software
Arduino (link direto: http://arduino.cc/en/Main/Software, selecione o seu
sistema operativo, neste caso, será o Windows);
2- Guardar o arquivo *.ZIP no desktop;
3- Criar uma pasta chamada "Arduino" na pasta "Programas" do disco
local.
4- Extraia o conteúdo da pasta *.ZIP para a pasta "Arduino";
76

INTERFACE DO ARDUÍNO IDE


A interface Arduino é bastante simples. Quando se executa o software,
na primeira janela, é mostrado um editor de texto em branco. Os Projetos
Arduino são chamados "sketches" e quando se começar um novo projeto, são
criados diversos ficheiros, alguns dos quais são livrarias e dependências
necessárias ao projeto.
PARA SE CONECTAR UMA PLACA:
1- Inicie o software Arduino, clicando duas vezes no ícone do Arduino;
2- Conecte uma extremidade do USB no Arduino e a outra ponta em seu
computador;
3- O computador deve detectar o novo dispositivo e dizer-lhe se está
instalado corretamente;
4- No software, selecione "Ferramentas" -> "Board" -> e seleciona a sua
placa;
5- No software, selecione "Ferramentas" -> "Porta Serial" -> COM # (note
que, se você tem várias portas, você terá que ir ao Gestor de Dispositivos para
ver qual porta COM atribuída à sua placa.
CRIANDO UM PROJETO
Renan Cavalieri no seu tutorial ensina,
Arduino é uma plataforma de desenvolvimento Open Hardware, muito
utilizada para fazer pequenos projetos e protótipos, além de servir como base
no aprendizado em desenvolvimento de sistemas embarcados. O primeiro
sistema básico que se pode fazer em um Arduino é um simples “pisca-pisca”
utilizando um único LED.
Para começar é necessário instalar a IDE do Arduino junto com seus
drivers e possuir os seguintes materiais:
1 LED
1 Arduino com cabo (estamos utilizando a versão com 5v)
1 resistor de 220 ohms ou 120 ohms (dependendo do led que for utilizar)
1 protoboard e 2 fios (opcional)
Neste guia soldamos um resistor na anodo do LED, portanto não
utilizamos um protoboard, no entanto é possível utilizar um normalmente.
O resistor é necessário pois a maioria das versões do Arduino possuí uma
tensão de 5v, enquanto a maior parte dos LEDs possui uma tensão menor. Em
77

versões com tensões diferentes pode ser necessário utilizar outro resistor. Ligar
o LED sem resistor poderá causar danos ao componente.
Neste guia estaremos utilizando a porta 12 do Arduino, no entanto você
pode utilizar qualquer porta de 2 à 13, basta alterar no código para a porta que
utilizou.
A montagem dos componentes deve ficar desta forma

E caso utilize um protoboard

Apesar de um resistor não possuir um lado específico para ser ligado, o


LED possui. Para entender melhor como identificar um LED, veja a figura
abaixo.

Ligue o anodo (positivo) junto ao resistor, e o catodo (negativo) no


aterramento do Arduino (GND). Conecte seu Arduino ao computador, em
seguida abra a IDE e copie e cole o seguinte código
/ Preparação do Arduino, este código irá rodar uma única vez
void setup() { // Colocamos o pino 12 do Arduino como OUTPUT (saída)
pinMode(12, OUTPUT);
78

}
// Este código é chamado automáticamente pelo Arduino, ficará
em // loop até que seu Arduino seja desligado
void loop() { // Ativamos o pino 12 (colocando 5v nele)
digitalWrite(12, HIGH); // Aguardamos 1 segundo
delay(1000); // Desligamos o pino 12
digitalWrite(12, LOW); // Aguardamos mais um segundo
delay(1000); // Este código irá se repetir eternamente
}

Para selecionar a porta do Arduino, basta ir em "Ferramentas", em


seguida "Porta" e selecionar a porta onde seu Arduino aparecer conectado.

Clique em carregar e aguarde. Caso todas as suas ligações estejam


corretas, o seu Arduino deverá ascender e apagar o LED em um intervalo de 1
segundo, repetindo-se infinitamente até que seja desligado.
Este exemplo é basicamente um "hello world" para o Arduino. A
linguagem de programação utilizada é o C++, portanto é possível utilizar
funções e procedimentos e até mesmo bibliotecas para controlar diversos
periféricos, até mesmo fazer comunicação com um computador.
79

APRENDIZAGEM E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

TEMA 05

PARTE 02
80

O modelo de entrega ágil é baseado em ciclos iterativos e incrementais, o


que traz flexibilidade e adaptabilidade. Uma característica importante é
a inspeção e adaptação dos ciclos e iterações, focados em gerar melhoria
contínua para as equipes e processos.
Algumas definições dizem que os Métodos Ágeis são contra a
documentação e burocracia, porém eles estão é focados no que realmente
irá agregar valor ao processo produtivo.
Ambientes ágeis de desenvolvimento normalmente são construídos por
equipes que tem autonomia e que são capazes de se auto-organizar em busca
de objetivos e metas.
Atualmente a utilização dos Métodos Ágeis é global. Isso pelo motivo das
metodologias ágeis serem mais produtivas e eficazes do que os modelos
tradicionais.

ORIGEM DOS MÉTODOS ÁGEIS

Após a segunda guerra mundial a Toyota criou o TPS (Toyota Production


System) também conhecido como Lean Manufacturing. Era uma sistema de
produção enxuto, que era focado na redução de custos através da redução dos
desperdícios.
Muitas pessoas ligam a origem dos Métodos Ágeis com a abordagem da
Toyota e ao Lean. Outros ligam ao artigo The New New Product Development
Game escrito por Hirotaka Takeuchi e Ikujiro Nonaka, onde os autores
abordam uma seria de características de produção iterativa.
Mas esse “link” existe pela similaridade dos conceitos, pois na verdade o
termo Método Ágil surgiu durante a formação do Manifesto Ágil em 2001.
81

O MANIFESTO ÁGIL

Em 2001 um grupo de 17 pessoas se reuniram para discutir sobre uma


nova abordagem para a gestão de projetos de software. Ao final dessa reunião
todas as pessoas presentes assinaram o que é conhecido como Manifesto Ágil.
Esse manifesto é composto por quatro valores, são eles:

Desde de então os Métodos Ágeis passaram a seguir esses valores na


totalidade, ou seja, mesmo havendo valor nos itens à direita, os itens da
esquerda também são importantes.

DESIGN THINKING

O QUE É O DESIGN THINKING:


Design thinking é uma abordagem prática-criativa que visa a resolução de
problemáticas em diversas áreas empresariais, principalmente no
desenvolvimento de produtos e serviços, agindo com base na coletividade
colaborativa do desenvolvimento dos projetos.
A principal proposta deste modelo de desenvolvimento criativo
é encontrar respostas que sejam revolucionárias ou inovadoras para os
problemas identificados, focando nas reais necessidades do mercado.
A definição do conceito do design thinking foi criada por Rolf Faste,
professor da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Porém, a ideia foi
popularizada por David M. Kelley, fundador da IDEO, uma das maiores
empresas de design e inovação da atualidade.
82

Ao contrário de outros métodos, o design thinking não se baseia em


dados estatísticos e matemáticos em seu processo, mas sim em observações
empíricas e com o contato direto com o cliente e os demais profissionais
responsáveis por cada etapa do desenvolvimento do projeto. Em suma,
o design thinking pode ser considerado um método mais “humano” do que os
demais.
PROCESSOS DO DESIGN THINKING
Não existe uma fórmula estática e pronta dos processos do design
thinking, visto que esta abordagem deve ser pensada de forma não-linear. Mas,
existem algumas etapas que costumam ser essenciais para a concepção e
desenvolvimento do projeto.
Imersão: consiste na identificação e entendimento do problema,
através de diferentes modos de observação (entrevistas presenciais,
por exemplo) e pesquisas aprofundadas sobre a questão encontrada.
Análise e síntese: após identificar a problemática, é necessário
organizar e analisar todas as informações obtidas durante a fase de
imersão. Nesta etapa também são desenvolvidos os desafios para o
solucionamento do problema, ajudando a criar uma melhor
compreensão sobre este.
Ideação: após a definição dos objetivos, nesta fase o grupo deve
organizar brainstormings para gerar e debater ideias que sejam
inovadoras para a solução dos problemas. O principal objetivo é
encontrar oportunidades e possibilidade de criar novos caminhos para
resolver os desafios impostos.
Prototipação: nesta etapa ocorre a concretização das ideias abstratas.
Materialização e validação de todo o conteúdo, através da realização
de diversos testes. Caso os resultados sejam produtivos, rentáveis e
consigam solucionar os problemas e desafios propostos inicialmente, o
produto passa para a fase de desenvolvimento.
Saiba mais sobre o significado de Brainstorming.
Mas, mesmo estando concluído, o produto nunca deixa de estar
finalizado, pois permanece em estado de constante aprimoramento e evolução,
consoante as observações e mudanças de necessidades dos públicos-alvo, por
exemplo.
83

Vale lembrar que, mesmo existindo algumas etapas básicas que devem
ser cumpridas para a obtenção do resultado, não existe uma ordem hierárquica
entre elas, fazendo com que o design thinking não se prenda ao cumprimento
de uma sequência de ações pré-estabelecidas.

GESTÃO ÁGIL DE PROJETOS VIRA FATOR DE SOBREVIVÊNCIA NO


MERCADO TECNOLÓGICO

Por Dino 10 out 2018


O uso de metodologias ágeis para gerenciar projetos se tornou uma
prática muito comum e utilizada no mercado. A gestão ágil é uma prática que
colabora para a sobrevivência de muitas empresas, principalmente para a área
de tecnologia, pois ela permite que mudanças sejam feitas com mais facilidade
e agilidade durante a realização do projeto – que nem sempre é possível na
gestão tradicional.
Muitas pessoas pensam que a gestão ágil acelera a entrega do projeto,
mas na verdade ela permite que o projeto seja dividido em etapas menores,
fazendo com que o produto seja entregue em partes, conforme a conclusão de
cada etapa. Já na gestão tradicional em uma boa parte das situações tenta-se
definir todo o escopo no início e evitar mudanças ao longo do projeto, fazendo
com que a entrega final nem sempre seja a mais adequada.

GESTÃO TRADICIONAL

O guia PMBoK prega organização dos processos que envolvem a gestão


de projetos. O PMBoK não deve ser considerado exatamente um framework,
mas ele traz as principais linhas mestras para que uma empresa implemente,
de forma produtiva, fluxos para condução de projetos.
A forma de organização proposta pelo guia propõe a integração de dez
processos que controlam, de forma sistêmica, todo o ciclo de vida de um
projeto, definindo que deve haver papéis e responsabilidades bem claros,
limites de atuação de cada interveniente e transparência nas comunicações de
toda a evolução do projeto aos interessados, os chamados stakeholders.
Em linhas gerais, os dez processos que são a base da gestão proposta pelo
PMBoK são:
84

INTEGRAÇÃO

Prevê a articulação de elementos do gerenciamento de projetos, que


serão identificados e coordenados durante o ciclo de vida do projeto.

ESCOPO

É o levantamento de todo o trabalho que será necessário para que o


projeto seja concluído com sucesso. Deixar claro o limite entre o que será feito
e o que não será feito também é fundamental para a concentração adequada
de esforços.

TEMPO

Organiza datas de início e de fim entre as atividades necessárias à


conclusão do projeto, sendo que muitas delas terão interdependência. Ou seja,
só serão iniciadas quando outras forem encerradas.

CUSTO

Refere-se ao controle e à orçamentação dos valores que envolverão a


realização do projeto.

QUALIDADE

Contempla processos que conduzirão o projeto por um caminho que


obedeça a padrões e normas de qualidade desejados.

RECURSOS HUMANOS

Disciplina que organiza e gerencia a equipe do projeto, definindo os perfis


dos profissionais, a hierarquia entre eles e o responsável por cada parte do
projeto. Também contempla o treinamento da equipe e a geração e
disseminação de conhecimento.

COMUNICAÇÕES

Refere-se à geração, coleta, armazenamento, destinação e disseminação


das informações do projeto. Um ponto importante é que elas ocorram
tempestivamente, de forma oportuna e direcionada a cada público do projeto.
85

RISCOS

Todo projeto possui riscos inerentes e essa disciplina os identifica e


determina quais representam impactos negativos ao projeto, definindo a forma
de tratá-los.

AQUISIÇÕES

É o mapeamento do que será necessário para o bom andamento do


projeto e como será feito o gerenciamento de contratos de aquisição.

PARTES INTERESSADAS

Gerencia as pessoas envolvidas com o projeto, promovendo o


envolvimento desses atores nas atividades e tomadas de decisão do projeto.
Embora bem difundido e aplicado em escala mundial, o guia vem
sofrendo um pouco com a evolução do cenário empresarial. Esse avanço forçou
uma visão mais crítica sobre os métodos que o mercado vinha adotando,
especialmente acerca do tradicional PMBoK, com foco na adequação de
iniciativas a tendências irreversíveis na economia, como o avanço da era digital.
Com isso, outras metodologias vêm ganhando força visando a agilização e
a flexibilização de projetos, de forma que se tornem mais aderentes à nova
realidade. Foi então que o termo “metodologias ágeis” ganhou força e, hoje, o
framework mais expressivo e adotado é o Scrum.

METODOLOGIAS

A empresa artia.com, por Roberto Gil Espinha, escreveu que:


O conceito de Gestão Ágil é relativamente novo. Ele surge em paralelo ao
crescimento do setor de Tecnologia da Informação, que devido as crescentes
pressões do mercado por inovação, produtividade e mais qualidade dos
produtos (softwares), perceberam a necessidade de uma melhoria nas técnicas
de desenvolvimento de software, onde o foco principal é a satisfação do
cliente.
Assim, a Gestão Ágil é uma abordagem leve e de mínima intervenção para
o gerenciamento de projetos. Ou seja, o projeto é todo dividido em etapas
menores, chamadas de iteração, que geralmente duram de 2 a 4 semanas e ao
86

final de cada etapa há uma reavaliação das prioridades do projeto. E um


possível replanejamento da etapa que virá em sequência.
Seguindo esse modelo, o gerenciamento do projeto fica mais fácil e
dinâmico. As frequentes reuniões de reavaliação garantem um aumento
significativo na qualidade do projeto.
Bom, mas quais são as metodologias mais utilizadas para uma boa Gestão
Ágil? Segue abaixo duas das mais utilizadas metodologias:

SCRUM

No Scrum, os projetos também são divididos em pequenas etapas/ciclos


(interações). Porém são chamadas de Sprints, normalmente com duração entre
2 e 4 semanas. A Sprint representa uma etapa dentro do qual um conjunto de
atividades deve ser executado.
Posteriormente todo o dia de uma Sprint, a equipe faz uma breve reunião
de manhã. Essa reunião é chamada de Daily Scrum, onde o objetivo é discutir
sobre o que foi feito no dia anterior, identificar impedimentos e priorizar o
trabalho do dia que se inicia.
Já ao final da Sprint (ciclo) é feita a Sprint Review Meeting, para que seja
feito uma discussão geral da Sprint e começar os preparativos para a próxima.

XP – EXTREME PROGRAMMING

Extreme Programming é uma metodologia de desenvolvimento de


software, nascida nos Estados Unidos ao final da década de 90. Assim com o
Scrum e outras metodologias ágeis, o XP também trabalha com pequenas
entregas (interações) do projeto. Que vão sendo reportadas e disponibilizadas
ao cliente, de acordo com as finalizações.
O XP, consiste principalmente de 4 conceitos:
• Comunicação
Tem o objetivo de evitar lacunas em processos e problemas entre clientes,
equipes e fornecedores.
• Simplicidade
Ela deve ser aplicada durante todo o processo, desde a definição dos
requisitos até a entrega da solução.
87

• Feedback
Muita atrelada ao conceito de Comunicação, o Feedback consiste em
retornar prontamente informações entre aos membros da equipe e clientes.
• Coragem
Basicamente a coragem de dizer não quando necessário, para que a
qualidade do software não seja afetada.
Portanto, os resultados do uso de metodologias de Gestão Ágil são
percebidos em curto prazo. Assim como a melhora na assertividade,
comunicação e qualidade de seus projetos.

KANBAN

Em japonês Kanban significa cartão ou sinalização. Essa ferramenta


consiste em utilizar simbologia visual, como papéis coloridos (post its),
para registrar e separar tarefas. Essa prática foi criada na década de 60 pela
Toyota para agilizar e simplificar as atividades diárias de programação e
controle, com a finalidade de auxiliar no processo de fabricação de veículos.
O Kanban é um quadro dividido em três principais
fases: fazer, fazendo e feito. Desse modo, tudo o que necessita ser feito é
colocado na parte de fazer. Conforme cada tarefa estiver sendo realizada ela
vai para a parte de fazendo e, quando concluída, é colocada na última fase,
o feito.
Mas você deve estar se perguntando: “qual a relação do Kanban com as
equipes que trabalham com UX?” Te mostraremos alguns dos benefícios a
seguir:
Benefícios do Kanban para equipes de desenvolvimento
O Kanban ganhou força dentro das equipes que trabalham com a
experiência do usuário através do uso da gestão ágil. Analistas de UX fazem
constantes pesquisas e precisam estar sempre por dentro das melhores opções
para os seus usuários. Com o Kanban é possível criar mais uma etapa, além das
três principais, só para separar e organizar todas a tarefas que necessitam
desse recurso.
88

Alguns dos benefícios de utilizar o Kanban são:


• Traz um maior dinamismo entre as pessoas;
• Promove um ambiente de colaboração;
• Cria independência;
• Melhora a visualização dos problemas;
• Otimiza o tempo;
• O planejamento diário é mais eficaz.
89

REFERÊNCIAS
90

A Quarta Revolução Industrial [Livro] / A. Schwab Klaus. - São Paulo :


Edipro, 2016.

Revolução Industrial [Online] / A. Ortega João // StartSe.com. -


StartSe.com, 01 de 01 de 2014. - 27 de 9 de 2019. -
https://www.startse.com/noticia/nova-economia/60414/industria-4-0-
entenda-o-que-e-quarta-revolucao-industrial.

}Revolução Industrial [Online] / A. Ortega João // StartSe.com. -


StartSe.com, 01 de 01 de 2014. - 27 de 9 de 2019. -
https://www.startse.com/noticia/nova-economia/60414/industria-4-0-
entenda-o-que-e-quarta-revolucao-industrial.

Internet das coisas: o maior volume de dados convida mais hackers


[Online] / Ediane Tiago // Epocanegocios.com

https://epocanegocios.globo.com/Tecnologia/noticia/2019/01/inte
rnet-das-coisas-o-maior-volume-de-dados-convida-mais-
hackers.html
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