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Bem-Vindo Contemporâneo
e Transversal
- Indústria e
Transformação
Digital
PROFESSORA
Me. Giuliani Facco
EXPEDIENTE
FICHA CATALOGRÁFICA
“Graduação - EaD”.
CDD - 658.4062
Impresso por:
RECURSOS DE
IMERSÃO
PENSANDO JUNTOS
EXPLORANDO IDEIAS
NOVAS DESCOBERTAS
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INTRODUÇÃO À DESAFIOS E
INDÚSTRIA OPORTUNIDADES
DA INDÚSTRIA 4.0
NO BRASIL
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NOÇÕES DE
COMPETÊNCIA
NECESSÁRIAS AOS
PROFISSIONAIS DA
INDÚSTRIA 4.0
UNIDADE 1
MINHAS METAS
• Compreender conceitos e histórico da Indústria 4.0 na trans-
formação digital.
• Identificar os desafios e oportunidades da Indústria 4.0 e da
transformação digital no Brasil.
• Adquirir noções dos principais componentes da Indústria 4.0;
• Conhecer alguns impulsionadores na Indústria 4.0 e da trans-
formação digital: IA, Big Data e IoT.
• Assimilar e desenvolver as competências necessárias aos
profissionais da Indústria 4.0.
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UNIDADE 1
NOVAS DESCOBERTAS
AS REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS
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UNIDADE 1
o que deu espaço para as fábricas mecanizadas. Um fato importante foi a criação
do tear a vapor, de James Whatt, que podia ser operado por um trabalhador não
qualificado. Tal equipamento marcou o início da tecelagem a nível industrial na
Inglaterra, e, assim, começou a chamada Primeira Revolução Industrial. As prin-
cipais características dessa revolução podem ser resumidas como:
■ mecanização da produção com o uso de máquinas a vapor;
■ aceleração substancial da produção;
■ migração de mão de obra camponesa para a indústria;
■ surgimento de novos atores sociais, como os industriais (donos de indús-
trias e homens de negócios) e o operariado (mão de obra das fábricas).
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UNIDADE 1
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UNIDADE 1
Produto
Tradicional Tecnológico
Convencional 1 2
Processo
4.0 3 4
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DESCRIÇÃO DE IMAGENS
DESAFIOS
Analisados 140 países, o Brasil está na 72ª posição no ranking geral de compe-
titividade. Já na categoria capacidade de inovação, encontra-se na 40ª posição.
Isso ocorre devido à fraca integração de políticas e à falta de coordenação entre
setores público e privado.
Algumas barreiras que dificultam a implementação de tecnologias no Brasil
são a falta de mão de obra qualificada, a ineficiência das telecomunicações, a
dificuldade na identificação de tecnologias e parceiros, a ausência de linhas de
financiamento apropriadas e a distância entre as universidades e as indústrias.
Um dos principais desafios para o sucesso da Quarta Revolução Industrial
está na segurança, pois problemas, como falhas de transmissão para a comunica-
ção máquina-máquina, podem causar transtornos na produção. Além disso, são
necessários sistemas que protejam o know-how da companhia.
A implantação da Indústria 4.0 no Brasil traz desafios, como:
■ obter políticas estratégicas inteligentes, incentivos e fomentos por parte
do governo;
■ reunir empresários e gestores da indústria com visão, arrojo e postura proativa;
■ dispor de desenvolvimento tecnológico e formação de profissionais, alta-
mente, qualificados por parte das instituições acadêmicas e de pesquisa,
preferencialmente, com grande proximidade com a indústria.
O Brasil terá um duplo desafio para se adequar à Indústria 4.0: buscar a incor-
poração e o desenvolvimento das soluções tecnológicas e ter agilidade para evitar
que a distância, em termos de competitividade para os principais competidores,
aumente. Os três desafios trazidos com a Quarta Revolução Industrial, que podem
ser solucionados com investimento estatal e políticas públicas ativas, são:
■ aumento da desigualdade;
■ mudanças climáticas;
■ tendência recessiva das economias.
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UNIDADE 1
Foram identificados cinco eixos de atuação para que o Brasil possa seguir em
busca de uma aproximação com a Indústria 4.0:
1. criar um programa brasileiro de manufatura avançada;
2. buscar acordo bilateral com a Alemanha, entre o programa de manufatura
avançada criado e o alemão Industrie 4.0;
3. criar uma rede de testbeds (ambientes de teste e demonstração de tec-
nologias que buscam simular a realidade de ambientes de produção)
de manufatura avançada;
4. alinhar e criar linhas de fomento para a construção de testbeds e progra-
mas específicos que contemplem lacunas de financiamento;
5. engajar pequenas e médias empresas.
OPORTUNIDADES
Produtividade
Flexibilidade da
Eficiência no Tempo de
Qualidade/Reprodução produção
Uso de Insumos desenvolvimento
de Defeitos (customização
(exp. Energia) de produtos
em massa)
Integração da Produção
Gestão Empresarial
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DESCRIÇÃO DE IMAGENS
“
A digitalização das indústrias e seus sistemas de produção inteligen-
tes trazem maiores produtividade e competitividade; novas soluções
tecnológicas surgem, e impulsionam o consumo cada vez maior de
produtos conectados”.
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UNIDADE 1
Ciberse-
gurança
Internet Realidade
das Coisas aumentada
Computação
Big Data
em nuvem
Indústria 4.0
Robótica
Integração de
autônoma
sistemas
Simulação Impressão 3D
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DESCRIÇÃO DE IMAGENS
EXPLORANDO IDEIAS
Ponto de inflexão é o ponto no qual a tecnologia atinge uma massa crítica suficiente para
se espalhar pela sociedade, a fim de causar impacto.
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UNIDADE 1
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UNIDADE 1
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DESCRIÇÃO DE IMAGENS
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
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UNIDADE 1
BIG DATA
No contexto de Big Data, a referência que se faz à grande quantidade de dados está
relacionada a um volume que os tradicionais sistemas não são capazes de suportar.
A tecnologia não se limita a um grande volume de dados, mas a valor, veracidade,
visualização, variedade, velocidade, viscosidade e vitalidade. Com toda essa
tecnologia disponível, a tomada de decisão baseada em dados é reconhecida de for-
ma ampla, e há um crescente interesse pelo uso dessa tecnologia. Assim, existe um
amplo reconhecimento do valor dos dados e produtos obtido por meio de aquisição
e análise.
No entanto, há uma interpretação muito restrita do que isso significa, e, nem
sempre, tem-se noção do fato de que existem várias etapas para o pipeline de análise
de dados, se os dados são grandes ou pequenos. Em cada passo, há trabalho a ser
feito e desafios com Big Data.
O primeiro passo é a aquisição de dados. Algumas fontes de dados, como redes
de sensores, podem produzir quantidades surpreendentes de dados brutos. Muitos
desses dados são de interesse e podem ser filtrados e compactados por ordens de
magnitude. O desafio é definir esses filtros de tal forma que eles não descartem in-
formações úteis.
O segundo grande desafio é gerar, automaticamente, os metadados corretos para
descrever que dados são registrados e como eles são registrados e medidos. É provável
que esses metadados sejam cruciais para a análise a jusante.
Frequentemente, as informações coletadas não estão em um formato pronto
para análise, de modo que o terceiro passo é a extração de informações necessárias
das fontes subjacentes e a organização de uma forma estruturada e adequada para
análise. Além disso, a tecnologia Big Data, nem sempre traz a informação correta,
assim, é necessário lidar com dados errados ou imprecisos.
A análise de dados é, consideravelmente, mais desafiadora do que, simplesmente,
localizar, identificar, entender e citar. Para uma análise em larga escala, isso tem que
acontecer de uma forma, completamente, automatizada, que requer diferenças na
estrutura de dados, de modo que a semântica seja expressa em formulários com-
preensíveis por computadores que, em seguida, são resolvidos roboticamente. Mesmo
para análises mais simples, que dependem, apenas, de um conjunto de dados, per-
manece uma questão importante no adequado design do banco de dados, no qual,
geralmente, há muitas alternativas para o armazenamento das mesmas informações.
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UNIDADE 1
EXPLORANDO IDEIAS
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UNIDADE 1
A Internet das Coisas (do inglês, Internet of Things, IoT) se refere ao uso de disposi-
tivos e sistemas conectados que, de forma inteligente, aproveitam os dados coletados
por sensores e atuadores incorporados nessas máquinas e em outros objetos. Espe-
ra-se que a IoT se espalhe rapidamente nos próximos anos e que essa convergência
desencadeie uma nova dimensão de serviços que melhore a qualidade de vida dos
consumidores e a produtividade das empresas.
As redes de comunicação já oferecem conectividade a uma ampla gama de
dispositivos, assim, permitem o desenvolvimento de novos serviços e aplicações
inovadoras. Essa nova onda de conectividade está indo, além de tablets e laptops,
para carros, edifícios conectados, TVs, consoles de jogos, medidores inteligentes
de energia, controle de tráfego e outros, com a perspectiva de conectar, de forma
inteligente, quase qualquer coisa e qualquer um.
As soluções Machine to Machine (M2M) são um subconjunto da IoT. Essas
máquinas já usam redes sem fio para conectar dispositivos uns aos outros e à inter-
net, com mínima intervenção humana direta, para fornecer serviços que atendam
às necessidades de uma ampla gama de indústrias. Em 2013, as conexões M2M
representaram 2,8% das conexões móveis globais, o que indicava que o setor,
ainda, estava em um estágio, relativamente, inicial de desenvolvimento, contudo,
em 2018, alcançaram 33%, e a projeção, para 2023, é de aumento para 50% das
conexões móveis globais, a categoria de dispositivo com maior crescimento, o
que, também, revela o quão rápido estão ocorrendo as transformações digitais. O
M2M, com a IoT, representa a coordenação de máquinas, dispositivos e aparelhos
de vários fornecedores conectados à internet, e por meio de várias redes. Segue
um comparativo das características da IoT e das soluções M2M.
M2M IOT
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UNIDADE 1
M2M IOT
NOVAS DESCOBERTAS
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DESCRIÇÃO DE IMAGENS
Mais
dispositivos
Dispositivos conectados
conectados 0,08 do que 1,84 3,47 6,58
por pessoa pessoas
NOVAS DESCOBERTAS
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DESCRIÇÃO DE IMAGENS
Desde seu advento, a nova revolução industrial, ou Indústria 4.0, traz impactos e
mudanças com uma onda de alterações radicais relacionadas à produção industrial,
impulsionada por avanços da robótica, nanotecnologia, biotecnologia, tecnologias
de informação e inteligência artificial, dentre outras, e causa alterações, também, nas
relações com os clientes e colaboradores, além de diversas outras demandas.
Para Schwab (2016), a revolução industrial atual difere em escala e complexi-
dade de qualquer outro evento vivenciado pela sociedade: é a Quarta Revolução
Industrial. As revoluções industriais anteriores foram impulsionadas pela introdu-
ção da máquina a vapor e pelo uso do carvão como combustível, seguidas pelo uso
da eletricidade e da produção em massa, com grandes transformações nos modos
de produção, incluindo aquelas relativas à tecnologia e à automação, com o uso
de computadores e da internet. Agora, na quarta versão, essa revolução industrial,
impulsionada pela era digital e pelo mundo virtual, conduz a humanidade a outro
patamar de interação e desenvolvimento. Se comparada às revoluções anteriores,
a Indústria 4.0 (que tem, na base tecnológica, sistemas cibernéticos, Internet das
Coisas, Big Data, Computação em Nuvem, Machine Learning, dentre outros) é a
revolução industrial mais rápida vista até agora, e proporciona sensíveis mudanças
nas cadeias globais de valor, a fim de alterar as formas de produzir, distribuir e
consumir de toda a sociedade.
As transformações relacionadas à Indústria 4.0 se apresentam com perspectivas
e potencial para o aumento da flexibilidade, da velocidade, da produtividade e da
qualidade dos processos produtivos (GELBERT et al., 2015). As influências delas,
entretanto, permeiam outros âmbitos, como a política, a economia, as empresas e
seus modelos de negócios, os governos, os indivíduos, e, principalmente, o mundo
do trabalho.
Nesse contexto, preveem-se impactos profundos nas relações de trabalho,
uma vez que
“
[...] a união da Internet das Coisas com a rápida automatização
desenha um novo cenário dentro das fábricas de todo o mundo
(ESTÚDIO ABC, 2015, s.p.),
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UNIDADE 1
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UNIDADE 1
das as principais publicações e feita uma revisão sistemática da literatura que abarca
o tema, os autores destacaram os seguintes impactos:
■ aumento do desemprego tecnológico, em contrapartida à criação e/ou ao
aumento de postos de trabalho mais complexos e qualificados;
■ necessidade de desenvolvimento de novas competências e habilidades;
■ maior interação entre homem e máquina;
■ transformações nas relações socioprofissionais.
Por se tratar de uma revolução, ainda, em curso, não existe um consenso dos autores
no que diz respeito a competências e habilidades exigidas e esperadas na Indústria
4.0. Sabe-se, de antemão, que, a exemplo das revoluções industriais anteriores, tam-
bém, estão postas exigências no que diz respeito à adaptação às novas tecnologias
e às mudanças organizacionais provocadas por elas, de forma a manter a empre-
gabilidade. Entretanto, verifica-se que estão sendo feitos inúmeros estudos, a fim
de contemplar diferentes abordagens e metodologias, para detectar e qualificar
as competências e habilidades comuns e que são indispensáveis aos profissionais
nessa nova era, independentemente da função que exerçam e das particularidades.
Com os objetivos de levantar e apresentar esses estudos a partir de diferentes
perspectivas, Tessarini e Saltorato (2018) identificaram as principais competên-
cias comuns nas pesquisas do tema, e as classificaram em três categorias:
■ competências funcionais: aquelas que se fazem necessárias para os de-
sempenhos técnico e profissional das tarefas;
■ competências comportamentais: aquelas mais intrínsecas e que dizem
respeito às atitudes do indivíduo;
■ competências sociais: aquelas que se relacionam com as capacidades de
interação e trabalho com outras pessoas.
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UNIDADE 1
• Flexibilidade.
• Criatividade.
Competências • Capacidades de julgar e tomar decisões.
comportamentais • Autogerenciamento do tempo.
• Inteligência emocional.
• Mentalidade orientada para aprendizagem.
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DESCRIÇÃO DE IMAGENS
Quadro 3– Características dos profissionais da indústria 4.0 / Fonte: adaptado de Estúdio ABC (2015).
Para Gonçalves (2018), as organizações passam a atuar, cada vez mais, com equi-
pes multidisciplinares, que compreendam a indústria como um todo, e não so-
mente de acordo com especialidades. Nesse sentido, o autor destaca a necessida-
de e a importância de que os profissionais e organizações busquem capacitação
relacionada ao funcionamento de novas ferramentas de gestão e produção que
a Indústria 4.0 proporciona, por meio de cursos, treinamento e desenvolvimento
e especializações — somente assim estão capacitados para a transição para o novo
modelo de indústria e particularidades.
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DESCRIÇÃO DE IMAGENS
NOVAS DESCOBERTAS
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