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INDUSTRIAL E A
INDÚSTRIA 4.0
1 A QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E A INDÚSTRIA 4.0
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
PDF, 3100Kb
ISBN 978-65-00-55746-6
CDD 624
Sobre o Autor
Paulo Oliveira
Contato
paulo.oliveira@arataumodular.com
www.linktr.ee/aratau
U
m olhar cuidadoso para a história nos mostrará que os mo-
mentos de crise sempre impulsionaram mudanças, ino-
vações e invenções. Estamos atravessando um destes
momentos em que uma pandemia global nos colocou para
questionar processos, a forma de trabalhar, as ferramentas
que utilizamos para quebrarmos paradigmas e buscarmos
um novo patamar de produtividade. Inovamos até a for-
ma com a qual nos organizamos para romper as barrei-
ras tecnológicas que ditaram as regras em vigor desde a
terceira revolução industrial.
A segunda revolução industrial (Indústria 2.0) se deu no século XIX, caracterizada por no-
vas técnicas de produção em massa e, sobretudo, pela invenção e uso da energia elétrica e
do motor à combustão.
Embora nem todos tenham percebido, estamos em plena quarta revolução industrial. A in-
dústria tem se apropriado do arsenal disponível e do Estado da Arte em termos de inovação
e da tecnologia, aplicados ao longo das suas cadeias de valor, logística e produção, em con-
tinuidade ao que vem acontecendo ao longo dos últimos séculos, desde a primeira revolu-
ção industrial. Compõem este arsenal tecnológico a Internet das Coisas (IoT), computação
em nuvem, automação, robótica, big data, captura e troca de dados, drones, inteligência
artificial, machine learning, realidade virtual e aumentada, manufatura aditiva, conceitos de
sistemas ciber-físicos, dentre outras tantas tecnologias e inovações que estão gerando má-
quinas, robôs e equipamentos cada vez mais inteligentes. Estas máquinas são capazes de
ser programadas para aprender, desempenhando funções mais complexas e que até pouco
tempo acreditávamos que somente poderiam ser realizadas pelo cérebro humano.
No centro disso tudo está um interesse cada vez maior pela satisfação e pela experiência
ou, para usar um termo mais atual e abrangente, “Jornada do Cliente”. Basta observarmos
as empresas mais bem sucedidas, cujas ações dispararam nos últimos cinco anos e também
os “unicórnios”. A centralidade no cliente tem sido uma forte característica destas organi-
zações, abrangendo todo o ciclo de vida de seus produtos ou da prestação de serviços aos
clientes – etapas de pré-venda, venda e pós-venda – sendo a última, aquela em que notada-
mente a fidelização tem sido o coroamento deste empenho.
PRIMEIRA TERCEIRA
REVOLUÇÃO REVOLUÇÃO
INDUSTRIAL INDUSTRIAL
VAPOR COMPUTAÇÃO
SEGUNDA QUARTA
REVOLUÇÃO REVOLUÇÃO
INDUSTRIAL INDUSTRIAL
Fonte: autor
S
egundo a Wikipedia, a Indústria 4.0 é um termo utilizado para
denominar a quarta revolução industrial. A Indústria 4.0 “fa-
cilita a visão e execução de “Fábricas Inteligentes”, com as
suas estruturas flexíveis e modulares - permitem que módu-
los sejam acoplados ou desacoplados, conforme a demanda
prevista. Os sistemas ciber-físicos monitoram os processos
físicos, criam uma cópia virtual do mundo físico e tomam
decisões descentralizadas. No final, podemos dizer que a
Indústria 4.0 é a realidade na qual a tecnologia industrial
está cada vez mais eficiente: mais inteligente, mais rápi-
da e mais precisa.”
7 A QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E A INDÚSTRIA 4.0
O termo “Indústria 4.0” teve origem em um projeto estratégico de alta tecnologia do Go-
verno Alemão, que promove a informatização da manufatura e foi usado pela primeira
vez na Feira Hannover Messe, em outubro de 2012.
Como não poderia deixar de ser, a Indústria 4.0 criou uma ruptura cultural e promoveu
uma mudança no mind set das organizações, trazendo neste contexto o Supply Chain 4.0.
Trata-se de um impacto substancial na logística e no suprimento de insumos - incluindo
transporte, armazenagem e estoques - além de maior rapidez, flexibilidade, eficácia e pre-
cisão das operações.
O artigo da McKinsey “Supply Chain 4.0 – the next-generation digital supply chain”, de junho
de 2016, já destacava o modelo do seu “Digital supply chain compass”, mapeando as melho-
rias na Cadeia de Suprimentos 4.0, considerando as 6 principais alavancas impulsionadoras
de valor:
• Planejamento;
• Fluxo físico;
• Gestão do desempenho;
• Gestão dos pedidos;
• Colaboração;
• Estratégia de supply chain.
Figura 3 - Potencial de ganhos pela aplicação das alavancas do Supply Chain 4.0
M
uitas operações estruturadas de construção modular
estão em forte atividade e crescimento no mundo
todo, destacando-se os Estados Unidos, o Canadá, o
Reino Unido, a Alemanha, a França, a Austrália, a China e o
Japão. Muitas delas já embarcaram ou estão a caminho da
Indústria 4.0.
Em maio de 2020, foi anunciado um aumento adicional de capital de US$ 200 milhões e,
como parte deste movimento, a posição de CEO passou a ser ocupada pelo Paal Kibsgaard,
que era até então COO da empresa. Ele também foi CEO da Schlumberger.
A Katerra está revolucionando o setor de construção e a indústria de construção modu-
lar e tem foco atualmente na América do Norte, no Oriente Médio e na Ásia. Trata-se de
uma operação verticalizada, que tem como visão transformar a indústria da construção
através do que há de mais moderno em tecnologia, de forma massiva e em todos os ní-
veis, do projeto à construção das edificações.
No Brasil, a Indústria 4.0 ainda é tímida. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reali-
zou uma pesquisa nacional sobre a adoção de tecnologias digitais na manufatura avançada
D
e acordo com o relatório do World Economic Forum de
2016, “Shaping the Future of Construction. A Breakthrough
in Mindset and Technology”, todos os dias, no mundo
todo, mais de 200.000 pessoas migram para as áreas urbanas.
Todo este contingente humano tem necessidades a serem
atendidas, no que tange à habitação, infraestrutura social,
transporte, serviços públicos, saúde e educação. A ver-
dade é que o setor de engenharia e construção tem de-
monstrado baixa velocidade de resposta aos ganhos de
produtividade necessários para atender esta demanda.
N
a sequência das três primeiras revoluções industriais,
impulsionadas, respectivamente, pelo vapor, pela ele-
tricidade e pelo computador, a era digital e todo o seu
arcabouço tecnológico, instalou e impulsionou a quarta revo-
lução industrial. A Indústria 4.0 - denominação adotada para
a quarta revolução industrial - está instalada nos setores e
nos países mais desenvolvidos do mundo, explorando os
benefícios proporcionados pela digitalização, aplicada à
inovação, em produtos, processos e para gerar ganhos
mais expressivos de produtividade.
da de mais 30,7 milhões de novos domicílios até 2030, contra um déficit atual de cerca de
8 milhões de unidades. Problemas desta magnitude e nível de complexidade exigem uma
resposta muito rápida e eficaz. A solução não tem outro caminho, senão a construção
off-site e a construção modular.
Para avançarmos mais rapidamente, as principais barreiras a serem quebradas são a
aprovação da Reforma Tributária e da isonomia tributária. A construção tradicional
recolhe somente entre 3 e 5% de ISS, contra 10% de IPI mais um percentual de 12% a
18% de ICMS, pagos da construção off-site, numa disputa desproporcional, punindo a
melhor qualidade, desempenho e eficácia da construção industrializada, que também
é muito mais sustentável, com um ônus superior a 20%.
Os programas habitacionais também precisam entender relevância da escala para que a
construção off-site - industrializada e modular - entreguem volumes massivos, com rapi-
dez e custos atrativos, colaborando de forma contundente para reduzir o déficit habita-
cional e ainda, para a melhor qualidade dos investimentos no ambiente construído.