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Olá! Boas-Vindas!
Cada material foi preparado com muito carinho para que você
possa absorver da melhor forma possível, conteúdos de qua-
lidade!
Com carinho,
Equipe Ceisc. ♥
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Prof. Douglas Azevedo
Sumário
Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para
concursos e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso, recomenda-
se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente.
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período ocorre também uma maior divisão e especialização do trabalho, com setores de desta-
que sendo o têxtil e a metalurgia.
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Após a Revolução Industrial, a classe burguesa passa a ser a detentora dos meios de
produção (máquinas e fábricas), e explora a mão de obra assalariada para obter grandes lucros.
Vale lembrar que sob a ótica do liberalismo, ideologia econômica vigente durante o início
do século XIX, o papel do Estado era mínimo, de modo que os trabalhadores, num primeiro
momento, não gozavam de direitos e garantias trabalhistas ou previdenciárias. É o período das
longas jornadas de trabalho com baixas remunerações, e os chamados exércitos de reserva
(milhares de trabalhadores desempregados aguardando uma oportunidade de trabalho, por pior
que fosse).
Naturalmente a classe dos operários (ou proletários) se organiza em assembleias e sindi-
catos e começa a reclamar por direitos e melhores condições laborais. A desigualdade neste
período era gritante, com acúmulo massivo de capital nas mãos da burguesia enquanto o traba-
lhador percebia, por vezes, valores insuficientes para sequer sobreviver. Os problemas sociais
eram acentuados pela própria estrutura das cidades, que recebiam um fluxo gigantesco de pes-
soas buscando empregos, sem qualquer preparo ou projeto estrutural. Assim, centenas de mi-
lhares de pessoas acabavam por viver em condições péssimas.
A classe proletária consegue, gradualmente, efetivar direitos de cunho social, mas o de-
senvolvimento tecnológico aplicado à indústria sempre apresenta novos desafios sociais à classe
trabalhadora - situação que persiste até hoje, como veremos em momento oportuno.
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1.3.1. Taylorismo
Nome baseado no americano Frederick Taylor, a ideia do método consistia em organizar
as linhas de produção para que se aumentasse a produtividade num menor tempo. A conclusão
de Taylor era de que os funcionários deveriam ser treinados para exercer uma única tarefa ao
ponto de se tornar especialista naquela única função (o que aumenta a eficiência e reduz o risco
de erros).
O processo deve ser constantemente fiscalizado por gerentes em posições hierárquicas
superiores, responsáveis por monitorar o tempo de produção. Quanto mais rápido o trabalhador,
mais premiado seria.
Temos, em síntese:
• Divisão do trabalho em partes menores e mais especializadas;
• Rigor na supervisão dos princípios e métodos de trabalho;
• Remuneração baseada no desempenho.
1.3.2. Fordismo
O Fordismo foi um modelo de produção muito utilizado nos Estados Unidos, idealizado
por Henry Ford, que utiliza o modelo de Taylor com alterações para aumentar a produtividade. A
principal medida foi a adoção das esteiras rolantes na linha de montagem dos automóveis, o que
mantinha os funcionários em suas posições.
Desta forma, era a máquina que determinava o tempo de trabalho do funcionário.
Dentre as principais características do Fordismo, temos:
• divisão do trabalho;
• produção em larga escala determinada pelo ritmo das máquinas (esteiras);
• padronização dos produtos;
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• redução de custos.
Muito embora o Taylorismo e o Fordismo tenham sido revolucionários para seu tempo, os
modelos não se sustentaram. Podemos citar os estoques lotados de produtos sem qualquer
demanda; a padronização de produtos era a regra, ao passo que as sociedades passaram a
exigir produtos mais diversificados que os sistemas não eram aptos a produzir; o surgimento de
técnicas melhores, como o Toyotismo e claro, a constante pressão sindical por melhores
condições.
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1.3.3. Toyotismo
O Toyotismo surgiu no Japão, na década de 1970. Ele foi idealizado pelo engenheiro
Taiichi Ohno e implementado na montadora Toyota. Consiste em modelo revolucionário em
relação aos anteriores (tanto que se fala na grande reestruturação do capitalismo da década de
1970). O ponto central foi a aplicação do “just in time”, ou seja, produção baseada na demanda,
para evitar grandes estoques de produtos.
A produção, assim, rompeu com os modelos anteriores praticado nas linhas de produção.
Com o Toyotismo se aumentou a lucratividade e a qualidade dos produtos, com uma melhor
gestão de estoque. Para isso, os novos avanços robóticos são incluídos nas fábricas, exigindo
dos trabalhadores funções mais dinâmicas e menos mecânicas (como apenas apertar certos
parafusos). Em síntese, temos:
• melhor gestão da produção e redução nos defeitos de produtos;
• funcionários exercendo diversas funções mais complexas;
• produção baseada na demanda do mercado, reduzindo desperdícios.
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exploração dos operários. Vimos, também, a polarização da sociedade em duas classes: a bur-
guesia, detentora dos meios de produção, e o proletariado, aqueles que produziam por meio do
seu trabalho.
Ante as gritantes desigualdades, os trabalhadores passaram a se organizar, no intuito de
gerar um movimento mais eficiente na reivindicação de direitos e melhores situações laborais.
Alguns movimentos, como os ludistas, partiam do pressuposto da quebra das máquinas (que
substituíram a mão de obra humana), ao passo que outros movimentos pleiteavam, por meios
políticos, alterações legislativas.
Com o tempo, a legislação passa a permitir a associações de operários, o que origina as
trade unions (equivalente aos sindicatos). As trade unions passam a negociar em nome do con-
junto de trabalhadores, visando maiores direitos e condições de trabalho, ampliando gradual-
mente o rol de direitos.
Contudo, participar de sindicatos ou até mesmo de greves não era algo simples, pois trazia
inúmeros custos inerentes (congelamento de salários, demissões, etc.). Por esta razão, nem
mesmo dentro do movimento operário havia unanimidade sobre paralisações nas fábricas e de-
mais ações, mesmo que as mudanças pleiteadas fossem benéficas para toda a categoria.
Temos, portanto, dois grupos dentro do próprio movimento operário: aqueles que se recu-
sam a participar das ações sindicais, e aquele dos operários militantes, que participam de todo
o processo de articulação das ações sindicais. É claro que tal divisão acaba sendo, na prática,
complexa e flexível, pois um operário pode optar não participar de uma ação mas de outra, con-
forme uma análise dos riscos envolvidos, ou aderir a uma greve mas voltar ao trabalho antes de
se atingir qualquer objetivo.
O militantismo também é acompanhado de uma forte crença ideológica. No contexto pós-
revolução industrial, a maioria dos militantes aderiram a ideologias comunistas ou anarquistas.
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Ciberproletariado
Trata-se dos trabalhadores do setor informacional e telecomunicações ligados a um apa-
rato tecnológico. Nota-se, portanto, uma dependência da tecnologia para permanência no mer-
cado de trabalho, como por exemplo plataformas digitais.
Este grupo de trabalhadores também geralmente está submetido a trabalhos repetitivos e
altamente alienantes (como call centers).
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Flexibilização
A flexibilização da jornada de trabalho parece, num primeiro momento, algo bom, pois
permitem que o trabalho seja realizado de casa, ou nos horários de maior conveniência para o
trabalhador, ou ainda recebendo valores maiores ao fixar vínculos como pessoa jurídica (PJ). A
flexibilização ganha força, contudo, em tempos de crise, pois permite que inúmeras pessoas
obtenham renda de formas não convencionais, sendo vista também como aproveitamento extra
de mão de obra.
Alguns pensadores, contudo, apontam se tratar de uma armadilha, em virtude da redução
de direitos. Por exemplo, podemos verificar uma grande variação no horário de entrada e saída
do turno de trabalho, a necessidade de horas extras (muitas vezes madrugada adentro), aceitar
contratos de trabalho sem direitos sociais, trabalhar fora do horário comercial, tempo parcial ou
ainda trabalho de curta duração.
Não raro encontramos relatos de motoristas de aplicativos comunicando que trabalharam
mais de 14 horas em um único dia. Ou ainda de profissionais que, após o expediente
convencional, ocupam mais horas de seu dia em outras atividades laborais flexíveis. E em caso
de algum acidente ou assalto, é o próprio trabalhador que arca com os prejuízos, sem qualquer
suporte da plataforma.
No caso brasileiro, a reforma trabalhista de 2017 ampliou a flexibilização, precarizando
ainda mais a condição de muitos trabalhadores. O projeto apresentou modalidades como o
trabalho intermitente, demissões por comum acordo e a própria prevalência dos acordos sobre
a legislação.
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Precarização do trabalho
A precarização pode ser entendida como qualquer diminuição, redução de direitos e
benefícios trabalhistas aos trabalhadores. Hoje temos um cenário de institucionalização da
instabilidade nas relações laborais.
Situações como perda de direitos e fragilização dos vínculos são cada vez mais comuns,
sendo potencializadas em cenários de crise, nos quais ocorrem demissões em massa.
A precarização também resulta nos altos índices de pessoas exercendo atividades
informais, como venda de produtos nas ruas, seja em esquinas ou semáforos, entrega de
panfletos etc.
A terceirização, por sua vez, consiste na contratação de uma outra empresa para realizar
um determinado serviço. Serviços terceirizados como limpeza e segurança são os mais
buscados, resultando em grandes economias para o contratante, pois não fica responsável pelas
verbas trabalhistas dos funcionários. A legislação, contudo, proíbe a terceirização da atividade
fim, permitindo apenas para as atividades-meio, muito embora existam projetos de lei que
busquem autorizar inclusive a terceirização de atividade-fim.
Para este modelo ser financeiramente rentável para ambas as empresas (contratante e
contratada), por óbvio, o prejudicado será o trabalhador, que receberá salários muito mais baixos
do que aqueles que exercem a mesma função fora da lógica da terceirização.
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