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Mercado de Trabalho e Profissões

Patricia Franca Alborghetti Stello

Introdução
Você percebeu que o ambiente de negócio tem mudado bastante, afetando o mundo do tra-
balho. A forma como o emprego passa a ser entendido, as novas relações de trabalho, as expec-
tativas dos profissionais, as novas competências requeridas e como as relações entre empresa,
empregado e sociedade estão se alterando causaram um impacto nas organizações, nas pessoas
e na sociedade como um todo. Nesta aula, abordaremos o processo evolutivo do mercado de tra-
balho, as velhas e novas profissões, além das perspectivas profissionais.

Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:

•• identificar as principais mudanças no mercado de trabalho;


•• compreender os fatores que levam ao desaparecimento e ao surgimento de profissões,
bem como as perspectivas profissionais nesse novo contexto.

1 Evolução do mercado de trabalho


Você saberia definir o que é mercado de trabalho? Chiavenatto (2002, p. 40) esclarece que “O
mercado de trabalho é basicamente determinado pelas empresas e pelas oportunidades de trabalho
que elas oferecem”. Essas oportunidades de trabalho e a própria configuração do modo de produção
já tiveram diferentes características e, provavelmente, terão muitas outras daqui para a frente.
Para Dal Rosso (2008, p. 20), “O trabalho é a transformação da natureza realizada pelos seres
humanos empregando para isso meios e instrumentos a seu dispor e seguindo um projeto men-
tal”. Observe que, ao longo do tempo, o ser humano começou a criar animais, a manusear a cerâ-
mica e a trabalhar com metais. À medida que a produtividade aumentava, sobrava comida e obje-
tos, o que deu início à prática da troca de produtos excedentes, exemplo do processo de evolução
do trabalho e comercial.
Desde a Revolução Industrial, com a divisão do trabalho, a evolução tecnológica exerce grande
influência no mercado de trabalho e na maneira com que o trabalho é desenvolvido. Dal Rosso
(2008, p. 30) esclarece que “As atividades, hoje, passam a incorporar cada vez mais tecnologias de
informática, de comunicação e de automação, que por sua vez ocupam muito mais a dimensão de
conhecimento, da inteligência prática e da emoção do trabalhador do que em épocas anteriores”.
FIQUE ATENTO!

A Revolução Industrial introduziu o uso de máquinas nas fábricas e contribuiu para


que o trabalho passasse a ser padronizado.

Figura 1 – Evolução profissional

Fonte: panco/Shutterstock.com.

Verificamos que, para os trabalhadores do início da era industrial, a força física mostrava-se
como um requisito fundamental à realização dos exaustivos e repetitivos trabalhos em longas jor-
nadas. Hoje, as indústrias utilizam tanto recursos humanos, quanto máquinas e robôs inteligentes
para produção do setor.

Figura 2 – Revolução industrial

Fonte: David Kay/Shutterstock.com.


FIQUE ATENTO!
Foi a partir da invenção das máquinas que a produção de mercadorias ficou maior
e os lucros também cresceram. Vários empresários começaram a investir nas in-
dústrias.

A partir da Revolução Industrial e, anos depois, com a popularização da internet e a acelera-


ção da globalização, conforme Covey (2005) esclarece, surgiu o trabalhador da era da informação/
do conhecimento. Para esse autor, um trabalhador da era do conhecimento de qualidade é tão
valioso que dá às organizações uma extraordinária oportunidade de criação de valor, alavancando
todos os outros investimentos feitos pela organização.
Avance a leitura para compreender mais sobre as mudanças no mundo do trabalho!

2 Velhas profissões

Podemos perceber que, com o avanço da tecnologia e as novas técnicas de trabalho, mui-
tas profissões se tornaram obsoletas ou desnecessárias. Você se lembra de alguma profissão
que já não existe mais? Um exemplo de profissional que sofreu o impacto da globalização e do
avanço tecnológico foram os cocheiros, que transportavam as pessoas nas carroças e carruagens
e foram substituídos por motoristas, quando os carros se tornaram populares (AZEVEDO, 2015).
Outro exemplo foram os datilógrafos, que precisaram rever sua profissão com a chegada do com-
putador e se aperfeiçoar com o uso dos recursos tecnológicos.

Figura 3 – Máquina de escrever

Fonte: Nerthuz/Shutterstock.com.
No final do século XIX, Oliveira (2012) explica que, para exercer nove em cada dez trabalhos
que existiam, os trabalhadores precisavam usar o próprio corpo: fazer força para levantar ou trans-
portar objetos, ter resistência física para trabalhar longas horas em condições precárias ou, então,
ter destreza manual para conseguir fazer um trabalho de qualidade.
Para Oliveira (2012), uma centena de profissões está em vias de extinção, principalmente
aquelas que dependem do uso da força, resistência ou destreza física. O trabalho mental tem se
tornado cada dia mais importante.

EXEMPLO
Dona Maria era a funcionária mais antiga de uma companhia de energia. Ela come-
çou a carreira na empresa como telefonista, depois foi promovida a datilógrafa. Em
2000, quando a empresa começou a utilizar computadores, dona Maria precisou
fazer cursos de capacitação para aprender a operar o computador. Aprender per-
to dos 60 anos foi um desafio para ela. Porém ela não desistiu e a equipe de RH
sempre relata com orgulho histórias de funcionários, como a de Dona Maria, que
passaram por mudanças profissionais na empresa.

Assim, são muitas mudanças, porém podemos nos preparar. Continue o estudo para apren-
der mais!

3 Novas profissões
Se algumas profissões estão sendo extintas, outras estão surgindo como uma resposta às
necessidades do mercado de trabalho. Chiavenatto (2002, p. 41) classifica que “o mercado está em
situação de oferta quando existem oportunidades de emprego em volume maior do que a procura
de emprego por parte dos candidatos”. Esse cenário ocorre por diversos motivos, principalmente
pelo crescimento tecnológico e econômico. Dessa forma, influencia diretamente no surgimento de
novas profissões necessárias para atender tais demandas. Portanto, reflete a demanda do mer-
cado por inovação, tecnologia, além de ser reflexo do envelhecimento da população.

SAIBA MAIS!
A matéria de Gustavo Foster “Conheça as 10 profissões que estarão em alta em
2018” apresenta a tendência do mercado sobre novas profissões: <http://www.
gazetadopovo.com.br/economia/pos-e-carreira/conheca-as-10-profissoes-que-
estarao-em-alta-em-2018-dpifz4di0ocm3awxofnk10xys>.
Figura 4 – Inovação

Fonte: ESB Professional/Shutterstock.com.

Em relação ao novo cenário do mundo do trabalho, Vieira (2012) apresenta oito característi-
cas necessárias para o trabalhador do século XXI. Vamos conhecê-las:
•• ser flexível e capaz de mudar o campo de atuação, de acordo com as necessidades do
mercado;
•• ter mais criatividade do que informação, pois a informação está disponível para todos;
•• atualizar-se e reciclar-se constantemente, uma vez que o mercado de trabalho precisa
de pessoas capacitadas;
•• adquirir habilidades sociais e capacidade de expressão para trabalhar em equipe;
•• assumir a liderança;
•• ser empreendedor e agregar valor ao trabalho;
•• entender as diferenças culturais;
•• adquirir intimidade com as novas tecnologias e com a internet.

Percebe-se que as novas profissões exigem que seus ocupantes desenvolvam novos conheci-
mentos, habilidades e atitudes, ou seja, novas competências para o desempenho de suas funções.

EXEMPLO
Jonas é um analista de sistemas e trabalha na área de TI há alguns anos. Recen-
temente fez uma nova graduação em Estatística e uma pós-graduação na área de
gestão para aumentar a sua empregabilidade. Assim, com a nova formação, conse-
guiu se recolocar no mercado de trabalho numa função mais promissora.
FIQUE ATENTO!

Quando ampliamos nossas competências profissionais, aumentamos nosso nível


de empregabilidade no mercado de trabalho.

Quer saber o que nos aguarda no futuro? Continue a leitura!

4 Perspectivas profissionais
Oliveira (2012) enumera algumas perspectivas quanto ao mercado de trabalho e suas mudan-
ças, e uma dessas questões refere-se às profissões. Veja quais são elas:

•• não há mais profissões de sucesso: o sucesso pode vir de diversas profissões;


•• a regulamentação não garante a remuneração: antigamente, as profissões regula-
mentadas eram as mais bem pagas e aceitas na sociedade. Hoje a regulamentação
não garante mais a boa remuneração. Diversas carreiras novas e sem regulamentação
podem ser bem remuneradas e reconhecidas socialmente;
•• fim da imagem negativa das atividades braçais: algumas atividades que no passado
só eram exercidas por pessoas que não tinham opção têm se tornado valorizadas no
mercado, pois, apesar de estarem escassas, ainda continuam sendo necessárias;
•• surgimento de novos e fascinantes campos de atuação profissional no mercado: a tec-
nologia é uma grande influência no surgimento de novas profissões. Um exemplo bem
recente no Brasil é o cientista de dados. Por isso, estar aberto às inovações torna-se um
diferencial.
•• está em andamento uma mudança na forma de se encontrar trabalho: as pessoas
devem parar de tentar achar um emprego para trabalhar e começar a se lançar no mer-
cado para procurar clientes ao seu trabalho.

SAIBA MAIS!
No livro “Atitude Profissional”, Ligia Fascioni apresenta dicas de comportamentos
para ajudar os profissionais em seu desempenho, conforme demonstra o capítulo
6 com dicas sobre postura profissional. Confira em: <http://www.ligiafascioni.com.
br/wp-content/uploads/2010/08/AtitudeProfissional.pdf>.
Fechamento
Nesta aula, você teve a oportunidade de:

•• acompanhar a evolução histórica do mercado de trabalho;


•• aprender por que algumas profissões deixaram de existir;
•• identificar o perfil do profissional para as profissões do futuro;
•• analisar as perspectivas profissionais da atualidade.

Referências
AZEVEDO, Alessandra. Profissões que resistem ao tempo.em.com.br, 3 maio 2015. Disponível em:
<http://www.em.com.br/app/noticia/economia/2015/05/03/internas_economia,643416/as-que-
-resistem-ao-tempo.shtml>. Acesso em: 20 maio 2017.

CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas. 3. ed. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 2010.

CHIAVENATO, Idalberto. Carreira e competência: gerenciando o seu maior capital. São Paulo: 2002.

COVEY, Stephen. O 8º hábito: da eficácia à grandeza. Rio de Janeiro: Elsevier; São Paulo: Franklyn
Covey, 2005.

DAL ROSSO, Sadi. Mais trabalho! A intensificação do labor na sociedade contemporânea. São
Paulo: Boitempo, 2008.

FASCIONE, Lígia. Atitude profissional: dicas para quem está começando. 2. ed. Disponível em:
<http://www.ligiafascioni.com.br/wp-content/uploads/2010/08/AtitudeProfissional.pdf>. Acesso
em: 9 nov. 2017.

FOSTER, Gustavo. Conheça as 10 profissões que estarão em alta em 2018. Gazeta do Povo. Agên-
cia RBS: 31.07.2017. Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/economia/pos-e-carreira/
conheca-as-10-profissoes-que-estarao-em-alta-em-2018-dpifz4di0ocm3awxofnk10xys>. Acesso
em: 02.11.2017.

OLIVEIRA, Marcos A. O novo mercado de trabalho: guia para iniciantes e sobreviventes. 8. ed. Rio
de Janeiro: Ed. Senac, 2012.

VIEIRA, Ricardo Augusto. Crítica da notícia: O trabalhador do Século XXI. E-GOV, 6 maio 2012.
Disponível em: <http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/crítica-da-notícia-o-trabalhador-do-sé-
culo-xxi>. Acesso em: 21 maio 2017.

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