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FACULTAD INTERAMERICANA DE CIENCIAS SOCIALES

MAESTRIA EN CIENCIAS DE LA EDUCACIÓN


www.fics.edu.py

PRÁTICAS PARA PROJETOS AMBIENTAIS

Prof.ª Drª Helena Tavares de Souza

doutorahelenatavaresdesouza@hotmail.com

http://lattes.cnpq.br/4655903759300884

Fone:75-998146516

ASSUNÇÃO – PARAGUAI

MAIO – 2023
ÍNDICE

1- EMENTA ............................................................................................................. 03
2- JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 03
3- OBJETIVO DA DISCIPLINA ................................................................................ 04
4- OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM ..................................................................... 04
5- ATIVIDADES ...................................................................................................... 05
6- TEXTOS BASE ................................................................................................... 09
7- REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES .............................................................. 40
8- SLIDES DA AULA PRESENCIAL. ..................................................................... 41
1- EMENTA

Técnicas para desenvolver e apresentar projetos de educação ambiental;

Diagnóstico do grau de preservação ambiental;

Aplicando soluções e Metodologias para: delimitação da mata que circunda

a escola; reflorestamento; controle de qualidade da água, coleta de resíduos

sólidos; gestão de áreas de preservação ambiental; desenvolvimento integrado

visando a sustentabilidade da microbacia hidrográfica.

2- JUSTIFICATIVA

A prática educativa para projetos ambientais não é uma realidade acabada


e sim um fenômeno humano que está em constantes mudanças, devido a
velocidade de como a natureza se transforma como causa das intervenções
humanas, portanto, essa disciplina abrange várias áreas da educação. Nas
últimas décadas vêm se intensificando as preocupações inerentes à temática
ambiental e, concomitantemente, as iniciativas dos variados setores da sociedade
para o desenvolvimento de atividades, projetos e congêneres no intuito de educar
as comunidades, procurando sensibilizá-las para as questões ambientais e
mobilizá-las para a modificação de atitudes nocivas e a apropriação de posturas
benéficas ao equilíbrio ambiental. Dentro desse contexto sobressaem-se as
escolas, como espaços privilegiados na implementação de atividades que
propiciem essa reflexão, pois isso necessita de atividades de sala de aula e
atividades de campo, com ações orientadas em projetos e em processos de
participação que levem à autoconfiança, a atitudes positivas e ao
comprometimento pessoal com a proteção ambiental implementados de modo
interdisciplinar.
3- OBJETIVO DA DISCIPLINA:

Desenvolver projetos educacionais voltados ao desenvolvimento da

preservação ambiental.

4- OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:

- Desenvolver competências para diagnosticar o grau de degradação e


procurar aplicar soluções;

- Entender os aspectos que envolvem a educação ambiental;


-Avaliar a viabilidade e aceitação da comunidade para a implantação dos
projetos ambientais dentro da escola;
-Conscientizar e motivar os inclusos nos projetos a se envolverem
maciçamente no processo educativo do meio ambiente;
-Envolver a escola e a família na conscientização das crianças quanto à
importância da educação ambiental e seu papel fiscalizador e multiplicador na
sociedade;
-Compreender a importância da interdisciplinaridade bem como, o papel
da psicologia educacional voltada para a afetividade dos indivíduos junto ao meio
ambiente.
5- ATIVIDADES

Método do desenvolvimento da aula:

A aula online será desenvolvida com base na metodologia ativa, que


proporciona uma maior interação dos docentes e discentes em relação ao tema
discutido por meio das seguintes dinâmicas:

- Tempestade de Ideias utilizando questões relevantes apresentadas no texto


proposto e apresentação de slides;
- Construir nessa tempestade de ideias a prática de relacionar os contextos
literários com o cotidiano social;
- Finalizar a aula relacionamento os debates desenvolvidos com a leitura de
um texto reflexivo.

Atividades para os discentes

Através dos textos base construir um projeto em Educação Ambiental, tendo


como objetivo a inserção da sociedade em organizações como: Escolas, ONGs,
Igrejas, Comércio etc.
O projeto poderá ser desenvolvido pelos grupos já existentes;
Mínimo de 5 laudas e Máximo 10 laudas;
Letra Arial 12 e Espaço entre linhas de 1,5cm.
Obs. Entrega do material será em 30 dias após a aula.

Roteiro do Projeto

Um projeto configura-se como um conjunto de ações contínuas e


interligadas, voltadas para um determinado objetivo. O projeto descreve em
detalhes: o problema a ser enfrentado; quem serão as pessoas envolvidas; o que
se pretende fazer; como, onde e por quem será desenvolvido; quais serão os
recursos necessários.
Título
O título é a representação da ideia principal do projeto e, de preferência,
deve retratar “o que”, “para quem”, “com que finalidade” e “o onde” do projeto. Se
o projeto tiver um nome fantasia, este usualmente é indicado após o título.
Apresentação institucional (Quem somos?)
Breve descrição da atuação da instituição, seu histórico, quais são seus
objetivos, área de atuação e os principais projetos desenvolvidos, citando parcerias
já realizadas. Esta apresentação deve demonstrar a aptidão da instituição para o
desenvolvimento do projeto, descrevendo, por exemplo, as atividades já
desenvolvidas pela instituição, relacionadas com o projeto proposto.

Resumo (Qual é a ideia geral do projeto?)


O resumo apresenta uma descrição concisa do projeto, considerando o
objetivo, o público-alvo, a metodologia a ser aplicada, as principais ações e os
resultados esperados. Como traz uma síntese de suas principais informações, é
ideal que o resumo seja redigido após a elaboração do projeto.

Introdução
Em que contexto está inserido o problema? A introdução apresenta o
contexto, ou seja, o cenário atual da região/ local onde se pretende desenvolver o
projeto. Deve trazer informações gerais sobre a área de atuação do projeto, sobre
a comunidade e os problemas socioambientais existentes, buscando aproximar o
leitor da realidade em que o projeto está inserido.

Justificativa
Por que e para que executar o projeto? Uma vez apresentado o contexto, é
importante justificar a necessidade de intervenção, e porque é importante realizá-
la por meio do projeto. Na justificativa, é preciso descrever o problema a ser
enfrentado, as dificuldades e desafios sobre os quais o projeto pretende atuar e os
benefícios socioambientais esperados. Deve ser bem fundamentada,
preferencialmente a partir de um diagnóstico da área de atuação do projeto:
situação socioambiental, principais atividades econômicas, utilização dos recursos
naturais e a caracterização do público-alvo do projeto.
Perguntas que orientam:
• Quais são as razões pelas quais o projeto deve ser realizado e como poderá
contribuir para a solução ou amenização dos problemas identificados?
• Qual a importância do projeto para a comunidade? Quais os benefícios
socioambientais e econômicos que o projeto trará para a comunidade envolvida?
• Qual o alcance do projeto diante do problema abordado?

Público-Alvo (Quem são os beneficiários do projeto?)


Este item descreve o público que será diretamente beneficiado pelo projeto.
A indicação precisa do público facilita o estabelecimento de linguagens e métodos
adequados para atingir os objetivos propostos. Assim, deve-se levar em
consideração as características do público envolvido, como a faixa etária, o grupo
social, a situação socioeconômica, dentre outros aspectos. A delimitação do
público-alvo deve ser coerente com as metas e resultados almejados, podendo
haver, se for o caso, a indicação de beneficiários indiretamente atingidos pelo
projeto.
Perguntas que orientam:
• Para quem o projeto está destinado?
• Quem são os beneficiários? Como foram definidos?
• Quais as características deste público? Quais as particularidades que
devem ser consideradas? • Quantas pessoas serão diretamente envolvidas no
projeto?
• Qual a estimativa de pessoas que serão indiretamente envolvidas?
• Como se dará a participação da comunidade? Estará envolvida desde a
concepção e elaboração do projeto? E ao longo do desenvolvimento?

Objetivos (O que se pretende alcançar?)


O objetivo deve refletir os propósitos do projeto e descrever o resultado que
se pretende alcançar por meio de sua execução. Portanto, sua descrição deve ser
clara e realista. Além disso, o objetivo deve ser passível de ser alcançado, por meio
das metas e atividades propostas no projeto, sempre mantendo coerência com a
justificativa. Geralmente, os objetivos são apresentados divididos em: Objetivo
Geral e Objetivos Específicos.

Objetivo Geral
O objetivo geral reflete a situação ideal almejada e deve expressar o que se
pretende fazer e alcançar no local, em longo prazo. Deve apresentar, de maneira
geral e ampla, os benefícios a serem atingidos com a realização do projeto.

Objetivos Específicos
Os objetivos específicos são alcançados por meio das atividades
desenvolvidas no projeto. Refletem, portanto, os resultados esperados para estas
atividades. Devem ser executáveis, viáveis, concretos e de verificação possível.

Metodologia (Como fazer?)


O método de trabalho descreve, passo a passo, o caminho para que as metas
sejam alcançadas. Desta forma, todas as atividades a serem realizadas devem ser
descritas em detalhes, incluindo as técnicas e instrumentos, os recursos
necessários, a carga horária, o período previsto para a realização, os responsáveis
(quais pessoas da equipe estarão envolvidas na execução), a divulgação, o
registro, a forma de acompanhamento e de avaliação. São exemplos de método
de trabalho: oficinas, debates, palestras, encontros e seminários, estudos do meio,
teatro, jogos, dinâmicas de grupo, artes plásticas, atividades práticas, entre outros.

Referências
Citar as referências das obras que foram utilizados no projeto.
6- TEXTOS BASE:
1-A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA FORMAÇÃO DO
CIDADÃO CONTEMPORÂNEO COM ÊNFASE NA EDUCAÇÃO FORMAL

2- ESCOLAS SUSTENTÁVEIS: ANÁLISEDE EXPERIÊNCIA A PARTIR


DO PENSAMENTO FREIREANO
TEXTO 1: A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA
FORMAÇÃO DO CIDADÃO CONTEMPORÂNEO COM ÊNFASE NA
EDUCAÇÃO FORMAL

Alessandro Aoki, Amanda Rocha Nogueira, Erick Willy Wessenberg


Batista, MárioSérgio de Almeida Muniz, Sandra Regina Barbosa de Carvalho1

RESUMO

O presente estudo destaca a necessidade e relevância de uma abordagem crítica


e emancipatória da educação ambiental em toda educação básica e mostra meios
para uma aplicação prática e dinâmica da mesma, com a projeção de uma geração
com cidadãos conscientes e empenhados ecologicamente. Entende-se aqui a
educação como um processo inerente ao ser humano. A temática ambiental deve
ser contínua e intrínseca nesse movimento, uma vez que da mesma, se depende
a longevidade do planeta e, consequentemente, dos seres vivos que aqui habitam,
bem como a qualidade de vida de todas as populações, inclusive a humana. Para
tanto, utilizou-se de pesquisa bibliográfica de fontes primárias e secundárias.
Pode-se inferir que a educação ambiental é essencial para conservação do meio
e a busca por um desenvolvimento sustentável, inclusive que esta deve estar
presente em todos os espaços sociais, principalmente nas instituições
educacionais e ser desenvolvida de forma dinâmica e significativa.

Palavras-Chave: Meio Ambiente; Educação; Sociedade.

INTRODUÇÃO

Desde o aparecimento da espécie humana no planeta Terra, a mesma faz


uso indiscriminado dos recursos naturais para sua sobrevivência e estabilidade
em relação à alimentação, abrigo, proteção e obtenção de energia. Na condição
de caçadores e coletores, os seres humanos primitivos consegue uma subsistência
numa relação equilibrada com o meio ambiente, incondicionalmente integrados
como parte dos ecossistemas (SANTOS, 1978).

Por sua vez, a Revolução Industrial trouxe um novo cenário. Com início na
Inglaterra, na segunda metade do século XVIII, pela primeira vez na história, com
o auxílio da ação humana, máquinas passaram a gerar mercancia, o que em
princípio pareceu ser apenas uma solução capaz de popularizar diversos
produtos, melhorando a qualidade de vida da população. Ao espalhar-se pelo

1
Revista Educação em Foco – Edição nº 15 – Ano: 2023
restante do mundo, essa dialética acabou ocasionando diversas circunstâncias
não planejadas, dentre elas, os impactos adversos ao meio ambiente.
Temos aí um dos maiores precedentes da nossa sociedade consumista que,
hoje,é uma das maiores restrições para a manutenção do planeta, principalmente
nos países em desenvolvimento.
As consequências do crescimento econômico e da promoção do consumo
são amplamente visíveis em nosso cotidiano: a degradação da natureza é
progressiva e frenética, com previsões catastróficas incluindo escassez de água,
alimentos e energia e até mesmo surgimento de moléstias pandêmicas, caso
nenhuma mudança drástica seja realizada.
A partir da década de 70, diversas conferências mundiais foram organizadas
na tentativa de mitigar os impactos ambientais antropológicos e buscar
alternativas mais adequadas para um desenvolvimento sustentável, com a
utilização dos recursos naturais feitos de maneira planejada e controlada.
Apesar de alguns avanços como regulamentações e deliberações que
limitam as emissões de poluentes, ainda é um imenso desafio assegurar a
austeridade entre a produção e a conservação ambiental em uma sociedade
altamente consumista e dependente das atividades industriais e extrativistas.
Segundo Brasil (2001), a questão ambiental impõe às sociedades a busca
de novas formas de pensar e agir, individual e coletivamente, de novos caminhos
e modelosde produção de bens. A conservação do meio ambiente depende de
uma sociedade conscientemente ecológica e sua formação decorre da educação
ambiental numa perspectiva transformadora e emancipatória, ou seja, o cidadão
enquanto indivíduo e a sociedade como um todo, deverão buscar uma
ressignificação de princípios, atitudes e relação com o meio ambiente,
considerando este como um espaço de ações sociais.
Diante deste cenário, torna-se evidente que é através da Educação
Ambiental que a coletividade passará a buscar uma nova ótica ante a crise
ambiental na qual se encontraa sociedade pós-moderna. Em pleno século XXI,
ainda são extremamente necessárias as atividades voltadas à sensibilização da
população quanto à sua convivência com e no meio ambiente.
POLÍTICA AMBIENTAL NO BRASIL

A Lei 9795/99 dispõe sobre a Política Nacional de Educação Ambiental e


traz consigo diretrizes e instrumentos que visam à melhoria e o controle sobre o
ambiente detrabalho, bem como sobre os impactos do processo produtivo no
meio ambiente, através da construção de valores sociais, conhecimentos,
habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio
ambiente.
É importante destacar também a implementação da Educação Ambiental
nas escolas, como componente essencial da Educação Nacional. O Art. 2º da Lei
nº 9.795/99,ressalta que esse tipo de educação deve estar presente em todos os
níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal, e
pode ser visto como um processo educativo que busca reforçar valores que
contribuam para o bem-estar da população e garantia da qualidade de vida das
futuras gerações.
Essa Lei reforça a importância de que as escolas devem adotar a Educação
Ambiental como disciplina indispensável para formar cidadãos conscientes com as
pautasambientais do mundo em que vivemos, pois o ambiente escolar é (ou
deveria ser) um espaço importante de produção do conhecimento e informação
sobre a degradação da natureza e seus impactos na vida humana, animal e
vegetal. Seu papel é dar enfoque às questões para os estudantes, fomentando
neles a necessidade de conhecer o que está acontecendo com a natureza e o
meio ambiente, para que passem a refletir sobre como assuas atitudes afetam
esse fenômeno, vindo a discutir o que pode ser feito, mesmo que empequenas
atitudes preventivas, visando à mudança desse panorama ambiental.
Além disso, a Educação Ambiental deve buscar valores que conduzam a
uma convivência harmoniosa das pessoas com ambiente natural e as várias outras
espécies que habitam o planeta, mostrando aos alunos que a natureza não é uma
fonte inesgotável de recursos, uma vez que suas reservas são finitas e devem
ser racionalizadas evitando o desperdício, abuso e escassez dessas riquezas.
Idealizações de educação ambiental formal e informal são formatos
essenciais para reflexão e consideração do contexto atual sobre a necessidade
da reconstrução de conceitos e atitudes em nossa relação com o planeta, tanto
nos aspectos sociais, tal e qual ambientais e culturais. Apesar de existirem
inúmeras definições e diferentes correntes ideológicas, teóricas e políticas dessa
concepção, coexistem formas de educar que se completam em ambientes
formais e informais.

A Educação Formal é o processo educativo institucionalizado, que acontece


na rede de ensino, com estrutura curricular, formação de professores e uma
estrutura definida. A Educação Ambiental neste contexto ressalta a
interdisciplinaridade do processo educativo, a participação do aluno e sua
determinação para a ação e solução dosproblemas ambientais e a integração com
a comunidade (SEARA FILHO, 1992).
A Educação não Formal é exercida em diversos espaços da vida social,
pelas mais variadas entidades e profissionais em contato com outros atores
sociais no espaço público ou privado (LEONARDI, 1999). Ou simplesmente
aquele processo que se destina à comunidade como um todo (LEITE & MININNI-
MEDINA, 2001). Desse modo, nota-se que o espaço escolar é um importante
meio para a sociedade, com um protagonismo vultuoso para debates, reflexões
e condutas sobre a temática ambiental, bem como uma ampliação social fora
dela.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS

A Educação Ambiental nas escolas, é estabelecida de uma maneira


integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades de ensino,
possibilitando reflexões e práticas que possam gerar novos padrões para a
melhoria da formação do serna sociedade.
Incumbe frisar que toda questão ambiental não está voltada somente em
prol da vida no planeta, mas também ao meio em que vivemos, seja na qualidade
de vida ou envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos,
sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos.
É cediço que a Educação Ambiental está garantida pela Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988. O art. 225 dispõe que cabe ao Poder
Público promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a
conscientização públicapara a preservação do meio ambiente (BRASIL, 1988). É
de suma importância que toda a sociedade, principalmente os que compõem a
Educação Básica, construam uma formação ecológica consciente, a fim de que
todo conhecimento adquirido e aplicado seja baseado em valores, costumes e
atitudes. Segundo a legislação do Capítulo I da Educação Ambiental, o art. 1º
denota: “Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais
o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos,
habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio
ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua
sustentabilidade”.
Ante o exposto, resta apontar de forma clara e objetiva, a importância desse
estudo na vida do cidadão. A maioria das escolas de Educação Básica salientam
teoricamente essa importância, porém, muitas se contradizem dentro da sala, não
realizando ações para complementar o estudo e contribuir com a finalidade da
respectiva educação, onde adentra o art. 2°: “A educação ambiental é um
componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar
presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo
educativo, em caráter formal e não-formal’’.
O sistema educacional desenvolve atividades extracurriculares
pontualmente,sem exercer a prática diariamente, tornando falha a contribuição
para o desenvolvimento de um ser responsável e comprometido a construir um
meio ambiente saudável para todos.
Na Base Nacional Curricular Comum, a Educação Ambiental é destacável
entre as competências gerais: Agir pessoal e coletivamente com autonomia,
responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões
com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e
solidários.
A promoção da Educação Ambiental nas escolas deve propiciar um
destaque maior em valores como cooperação, igualdade de direitos, autonomia,
democracia e participação. Dessa forma, o aluno assume o protagonismo no seu
processo de aprendizagem e se disponibiliza a aprender com o próprio ambiente
em sala de aula, apenas mediado pelo docente que deve propiciar conteúdos
significativos, apresentados de forma dinâmica relacionados à rotina de seus
alunos.
A implementação da Educação Ambiental nas escolas, além de acontecer
por meio de temáticas trabalhadas em sala de aula e em atividades específicas,
deve ser também pautada em pequenas atitudes diárias para potencializar a
sensibilização emudança de hábitos de toda comunidade escolar.
Dessa maneira, a sustentabilidade deve fazer parte da rotina escolar e das
atitudesde seus funcionários, servindo como modelos para os alunos, como por
exemplo:

- Incentivar o consumo consciente de recursos como água e energia


(colocandoplacas nos banheiros, bebedouros e salas de aula);
- Ensinar a importância da coleta seletiva e disponibilizar lixeiras;

- Promover a redução do uso de plástico, dando preferência por


produtos que agridam menos o meio ambiente;
- Fazer o reaproveitamento de materiais e evitar o desperdício.
Outra forma de adotar a Educação Ambiental nas escolas é através da
realização de eventos para celebrar datas comemorativas significativas: Dia
Mundial da Água, Dia da Árvore, Dia Mundial do Meio Ambiente e Dia da Mata
Atlântica. Outras ações como feiras de ciências, saídas de campo e oficinas,
também podem incentivar a participação das crianças em atividades relacionadas
à temática ambiental.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sabe-se que a Educação Ambiental é imprescindível no ambiente escolar


comobase e protagonismo no ensino. Percebe-se que o aluno reflete naquilo que
vê, e a partir desses inícios, começa a se autoconstruir como ser colaborador para
melhorias, repetindo em casa o que aprende e pratica na escola durante as
atividades extracurriculares. O primeiro impulso do aluno é chegar em casa e
comentar com os demais sobre as atividades exercidas, mas como essas
atividades são feitas em dias específicos, o real problema não é resolvido.
A educação ambiental voltada para sustentabilidade deve preconizar uma
educação relevante ao educando, além de proporcionar uma experiência lúdica e
dinâmicapara ressignificação do seu papel como sujeito ativo no seu ambiente
social e natural paraprojeção de uma sociedade mais justa e consciente. Isto
posto, conclui-se que é fundamental e urgente que as escolas incorporem aos
seus currículos bem como às suas propostas pedagógicas, ações e projetos que
incentivem práticas ambientalmente corretas, em todas as etapas de ensino, de
forma planejada e consciente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL: Lei 9.795 de 1999 – Institui a Política Nacional de Educação


Ambiental. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm>. Acesso em: jan. 2021.

BRASIL: Secretaria de Educação Fundamental: Parâmetros Curriculares


Nacionais – Meio Ambiente Saúde: Disponível em:
<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/pcn/livro091.pdf>. Acesso em:
jan. 2021.

CASCINO, Fabio. Educação ambiental: princípios, história, formação de


professores. São Paulo: SENAC, 2000.

DIAS, Genebaldo Freire. Educação ambiental: princípios e práticas. 7.ed. São


Paulo:Gaia, 2001.

GUIMARÃES, Daniel. 5 Rs da sustentabilidade: Saiba como preservar o meio


ambiente. Disponível em: <https://meiosustentavel.com.br/5-rs-
sustentabilidade/>. Acesso em: jan. 2021.

KINDEL, Eunice Aita Isaia, ed al (org). Educação ambiental: vários olhares e


várias práticas. Porto Alegre, Rio Grande do Sul: Editora Mediação, 2.ed., 2006.

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São


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REIGOTA, M. Desafios à educação ambiental escolar. In: JACOBI, P. et al.


Educação,meio ambiente e cidadania: reflexões e experiências. São Paulo:
SMA, 1998.

SANTOS, Milton. O trabalho do geógrafo no Terceiro Mundo. São Paulo:


Hucitec, 1978.

SILVA, Nathieli Takemori, ed. al. Educação ambiental e cidadania - 4. ed.


Curitiba,Paraná: IESDE Brasil, 2018.

TAMAIO, Irineu. A Mediação do professor na construção do conceito de


natureza. Campinas, São Paulo, 2000. Dissertação (Mestrado). FE/Unicamp.

TRAVASSOS, Edson Gomes. A prática da educação ambiental nas escolas.


PortoAlegre, Rio Grande do Sul: Editora Mediação, 2.ed., 2006.
TEXTO 2: ESCOLAS SUSTENTÁVEIS: ANÁLISE DE EXPERIÊNCIA A PARTIR DO
PENSAMENTO FREIREANO

Antonia Adriana Mota Arrais1

Marcelo Ximenes Aguiar Bizerril 2

Resumo:

Diante da grave crise socioambiental que o planeta atravessa, as escolas


sustentáveis podem ser ambientes estratégicos para a transformação dessa
realidade. O presente estudo investiga uma escola sustentável com o intuito de
elencar e caracterizar elementos essenciais nos eixos currículo, gestão e espaço
físico, articulados ao pensamento freireano. Os instrumentos de coleta de dados
consistiram em entrevistas semiestruturadas, diário decampo, projeto político
pedagógico e fotografias. Os resultados indicaram que agestão foi o eixo capaz
de conectar as outras dimensões balizadoras, sobretudo por estar associada a
elementos que a fortificam, como a democracia, o diálogo e a participação. O
currículo foi o eixo que necessitou deuma maior reestruturação e aproximação
com o pensamento Freireano. Por sua vez, o espaço físico, mediante as suas
transformações, favoreceu o diálogo e a participação entre os sujeitos escolares.

Palavras-chave: Escolas Sustentáveis; Educação Ambiental; Pensamento


Freireano.

1Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. E-mail: unbantonia@gmail.com,Link para o Lattes:


http://lattes.cnpq.br/3025285419279678
2Faculda de
r UnB Planaltina/UnB. E-mail: bizerril@unb.br Link para o Lattes:
hettp://lattes.cnpq.br/3955499509122023

R EVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL: Revbea, São Paulo, V. 18, No 3: 196-217,


2023.
br
Introdução
De acordo com Trajber e Czapski (2013, p. 1), as escolas sustentáveis podem
ser caracterizadas “como aquelas que mantém uma relação equilibrada com o meio
ambiente, compensam seus impactos com o desenvolvimento de tecnologias
apropriadas, permitindo assim qualidade de vida para as gerações presentes e
futuras”. Nesse sentido, “a EA cumpre papel importante quando se consideram
processos de transformação socioambientais capazes de ressignificar tempos e
espaços escolares. Ela favorece a participação de múltiplos atores no processo
educativo” (TRAJBER; SATO, 2010, p. 70).

Na literatura internacional é possível encontrar diversas propostas que apontam


seus respectivos desdobramentos em relação à efetivação das escolas sustentáveis na
Austrália, Líbia (ABDELATIA; MARENNE; SEMIDOR, 2010), Estados Unidos (OLSON;
KELLUM, 2003), Indonésia (MOSTACHIO, 2018), por exemplo, com ações que
permeiam desde a reestruturação deedifícios, por sinal as mais comuns, até aquelas
que evidenciam uma preocupação quanto à formação de lideranças estudantis.

No contexto brasileiro, a maioria dos trabalhos que retrata as escolas


sustentáveis apresenta suas discussões e engajamentos ancorados no manual do
Programa Nacional Escolas Sustentáveis (PNES) (MACHADO, 2014), no “Macrocampo
Educação Ambiental – Mais Educação” (BRASIL, 2013) e nas produções de Trajber e
Sato (TRAJBER; SATO, 2010; TRAJBER, 2011).

Apesar do PNES ter sido enfraquecido, devido a impossibilidade de repasses


financeiros às escolas participantes, com o desmonte das políticas públicas de EA, as
suas recomendações para o processo de transição para a sustentabilidade nas escolas,
pautado na integração dos pilares inter-relacionados espaço físico, currículo e gestão
(TRAJBER; CZAPSKI, 2013), podem ser utilizadas como ferramentas analíticas,
avaliativas e, também, propositivas que contribuem para:

• Investigar as trajetórias, os obstáculos e os desafios, a articulação entre os pilares, o foco


da sustentabilidade e da EA no meio escolar;

• Identificar os elementos essenciais que fortificam e caracterizam as escolas sustentáveis


e;

• Compreender se as práticas educativas ambientais instauradas nesses espaços dialogam


com o pensamento freireano, principalmente no que tange ao diálogo, a democracia, a
participação, o desvelamentoe transformação da realidade
e a relação horizontal entre os sujeitos (FREIRE, 2017a), por exemplo, ou se insistem
na reprodução de posturas que legitimam a aceitação das condições de desigualdade
social, o capitalismo, a lógica empresarial da “economia verde”, das certificações e do
desenvolvimento sustentável.

Diante dessas considerações, o objetivo geral deste estudo, que é fruto dentro
dos eixos espaço físico, gestão e currículo, articulados ao pensamento freireano, que
possam contribuir para a produção de conhecimentos voltados para a formulação e a
implementação de práticas educativas ambientais e até mesmo propostas de políticas
públicas comprometidas com esses espaços educadores.

Escolas Sustentáveis: conceituação, características, experiências e


possibilidades

Para Trajber e Sato (2010) e Trajber (2011), a escola não é a solução para todos
os problemas, mas ao reproduzir os discursos e as necessidades dasociedade, torna-
se capaz de gerar uma cultura pró-sustentabilidade, estimulando a transformação e a
adoção de uma postura comprometida, ética, coerente e sustentável, disposta a assumir
responsabilidades coletivas emdireção à edificação de sociedades sustentáveis.

No contexto brasileiro, o termo “Escolas Sustentáveis” vem sendo empregado


por diversos [...] “espaços educadores, organizações privadas oude interesse público,
imprensa e atores sociais” (DOURADO; BELIZÁRIO; PAULINO, 2015, p.13). Na maioria
dos casos, essa nomenclatura advém do PNES. Na concepção de Trajber e Sato
(2010), as escolas sustentáveis são elementos importantes para a sustentabilidade,
uma vez que contribuem para envolver a comunidade escolar e a externa em projetos
ambientais comunitários, considerando o/a educando/a e suas vivências, a concepção
de mundo que este/a possui, suas relações no ambiente social escolar e entorno
(comunidade), no estabelecimento de propostas e planos que valorizem o local (bairro,
cidade educadora sustentável) e promova intercâmbios de comunicação entre os
saberes locais, culturais e conhecimentos científicos.

Ainda assim, alguns trabalhos tecem diversas críticas em relação aos


propósitos das escolas sustentáveis e a forma como ocorre o processo de transição
para a sustentabilidade. Kassiadou e Sánchez (2013) afirmam que o conceito de escola
sustentável muito se aproxima do significado de desenvolvimento sustentável
apresentado no texto “Nosso Futuro Comum”. Kaplan (2012) aponta que algumas
propostas de escolas sustentáveis são pensadas por meio de parcerias público-
privadas, envolvendo agentesexternos, dotados de interesses particulares, em uma
lógica privatista e de mercantilização.

Sobretudo, é importante salientar que é possível considerar que o discurso


adotado pelas escolas sustentáveis pode ir além e engajar, no processo, um pensar e
olhar mais crítico que facilite a proposição de transformações no meio escolar, conforme
as suas necessidades e causas reais. Nessa conjuntura, é viável a construção de um
currículo democrático no qual toda a comunidade possa problematizar a realidade e os
conflitos socioambientais. Que a reestruturação dos espaços não fique restrita apenas
a implementação de ecotécnicas, mas que ocorra uma reflexão, por exemplo, acerca
dos processos que levaram as escolas brasileiras a falta deinvestimento.

No que se refere à gestão, que ocorra uma compreensão sobre a importância


da democracia para a integração e a participação da comunidade,e autonomia escolar
para que tenham a capacidade de seguir o seu próprio caminho rumo ao fortalecimento
de uma EA e sustentabilidade que possa ir além da instrução para a adoção de
comportamentos ecológicos corretos (MENEZES, 2015). Com isso, um enfoque que
pode contribuir para o (re) pensar na articulação teórico-prática para a transição rumo à
sustentabilidade é a reflexão sobre a atuação da escola sustentável a partir de
elementos estruturantes do pensamento freireano.

O pensamento freireano e o currículo, a gestão e o espaço físico das escolas


sustentáveis

A gestão democrática

De acordo com Dourado, Belizário e Paulino (2015), a gestão é uma esfera que
movimenta e fornece aportes para manter viva a escola sustentável, a partir da
instauração de um espaço democrático-participativo. O pensamento freireano, por meio
dos seus elementos estruturantes, traz contribuições que podem auxiliar a pensar esse
eixo balizador, por meio da democracia, do diálogo e da participação.

Uma maior articulação em relação ao desenvolvimento de suas concepções


democráticas radicais é vista em seu livro Pedagogia do Oprimido (2013), no qual o
educador explicita críticas contundentes à “educação bancária”, que apresenta um
caráter tecnicista e alienante, e propõe uma pedagogia permeada na libertação,
democracia, diálogo, participação e autonomia, representando uma forma de combate
à organização burocrática eà racionalidade técnico-instrumental em educação (LIMA,
2002). Desse modo, ao pensar na gestão escolar, a democracia torna-se um elemento
primordial napriorização da construção de um ambiente coletivo para todos e todas que
apostam na seriedade, na liberdade, na criatividade, no diálogo e na participação dentro
e além dos muros da escola (FREIRE, 2014).

No pensamento freireano, na democracia participativa, a participação eo diálogo


são elementos verdadeiros para a construção democrática (LIMA, 2002). Com isso, em
uma perspectiva crítica e democrática de educação, por coerência, é essencial que
ocorra o estímulo e o favorecimento do exercício de direito a participação de todos e
todas que estão envolvidos no fazer pedagógico. A participação é considerada como o
[...] “exercício de voz, de ter voz, de ingerir, de decidir em certos níveis de poder” [...]
(FREIRE, 2017b, p. 86). E é pela prática da participação que é possível aprender a
democracia (FREIRE, 1994).

Com a participação, a “escola é vista como um centro aberto a comunidade a


não como um espaço fechado, trancado a sete chaves, objeto de possessivismo da
diretora ou do diretor, que gostariam de ter sua escola virgem da presença ameaçadora
de estranhos” (FREIRE, 2017b, p. 119). Para Freire (2005, p. 127), “participar é discutir,
ter voz, ganhando-a, na política educacional das escolas, na organização dos seus
orçamentos”.

Outro ponto essencial que caracteriza a gestão democrática é referente ao


diálogo que está intrinsecamente articulado com a participação. O diálogo é um
elemento significativo, posto que os sujeitos, em comunhão, podem debatere ao mesmo
tempo preservar a sua identidade sem necessariamente renunciar ao seu ponto de vista
mediante a um processo de imposição, além de construírem relações de respeito e
empatia (FREIRE; NOGUEIRA, 2001).

O currículo

De acordo com o documento “Manual Escolas Sustentáveis”, o currículo é um


fator que deve ser (re)pensado no âmbito das escolas sustentáveis, na intenção de
construir um Projeto Político Pedagógico (PPP) vinculado à inclusão de
conhecimentos, significados, saberes e práticas sustentáveis, em conformidade com
as necessidades da realidade local e em abrangência com asociedade global, focando
na construção do pertencimento e da responsabilidade com o meio (BRASIL, 2013).

Para Trajber e Czapski (2013), é necessário (re)construir a matriz curricular com


o intuito de inserir a temática ambiental nos componentes curriculares, áreas de
conhecimento, projetos e outros, de modo que ocorra uma aproximação com a
realidade e as vivências dos/as educandos/as. Como eixo orientador da práxis
educativa, o PPP é construído com base no currículo, no qual deve possibilitar um
exercício político de participação, diálogo e democracia indo além da mera
organização burocrática de conteúdos, intencionalidades educativas e planos de
ensino, sendo a gestão um importante fator para a efetivação dessas ações (SILVA;
GRZEBIELUKA, 2015).

Nesse contexto, a concepção freireana sobre o currículo, pode ser uma


ferramenta que possibilita a reflexão acerca desse instrumento de ação política e
pedagógica no espaço intra e extraescolar, mediante uma perspectiva crítico-
transformadora, em uma experiência na qual os/as educadores/as possamdialogar e
fomentar o desvelamento da realidade com a comunidade escolar (SILVA;
PERNAMBUCO, 2014; SAUL, 2018).

Freire apresenta uma alternativa às concepções técnicas do currículo,aopropor


formas de integrar o mundo da vida dos indivíduos e suas necessidades às decisões
curriculares, em uma matriz que busca [...] “superar os fundamentos das teorias
tradicionais, caracterizadas pela aceitação, pelo ajuste e pela adaptação na sociedade
vigente, e construir uma teoria crítica do currículo, pautada noquestionamento e na
modificação dessa sociedade” (MENEZES; SANTIAGO, 2014, p. 48).

Dessa forma, a reformulação do currículo não pode ser baseada emumaação


verticalizada, onde alguns responsáveis estabelecem um conjunto de instruções a
serem seguidas, mas deve ser pautada em um processopolítico pedagógico vertido na
substantividade democrática (FREIRE, 2005). E assim, o diálogo emerge como
ferramenta crucial para possibilitar [...] “uma comunicação democrática, que invalida a
dominação e reduz a obscuridade, aoafirmar a liberdade dos participantes de refazer
sua cultura” (FREIRE; SHOR, 1986, p. 116).

Refletir e agir embasado nessas concepções freireanas para fomentar e


articular a (re)construção de currículos para tornar as escolas sustentáveis é se
posicionar contrariamente a uma [...] “educação formal, hegemônica, em que o
currículo, fragmentado e autoritário, atomiza as dimensões do desenvolvimento
humano com o intuito de automatizar concepções e ações veiculadas como
socialmente adequadas” [...] (SILVA; PERNAMBUCO, 2014, p. 125). É refletir acerca
do currículo como um instrumento que pode tanto promover a inclusão como a
exclusão, a depender das classes as quais reproduz o interesse.

Ao pensar em princípios que podem orientar a construção curricular ético-


crítica, em diálogo com a EA, por meio das referências freireanas, Silva e Pernambuco
(2014) apontam como elementos fundamentais: a superação da formação linear e
positivista dos/as educadores/as e a garantia de um processode formação contínuo e
permanente. Para isso, é importante possibilitar que ossujeitos da comunidade escolar
sejam os construtores reais do currículo, ou seja, que possam ter compromisso com
as situações reais e significativas vivenciadas pelas comunidades.

O espaço físico

O espaço físico é visto como o elemento de entrada para a incubação de


transformações, uma vez que engendra o processo de integração do espaço com o
ambiente natural (DOURADO; BELIZÁRIO; PAULINO, 2015). Entretanto, é importante
salientar que, apesar de algumas iniciativas correlacionarem o termo escola sustentável
a espaços que apenas passaram por uma readequação na sua infraestrutura ou que
estabeleceram em seu meioa inserção de ecotécnicas, o processo de transição para a
sustentabilidade transcende a questão estrutural, considerando que perpassa pela
articulação com os outros eixos, o currículo e a gestão (DOURADO; BELIZÁRIO;
PAULINO, 2015).

O documento “Macrocampo Educação Ambiental – Mais Educação” enfatiza a


necessidade de (re)pensar os espaços com o intuito de torná-los integradores,
sustentáveis e educadores. Com isso, é sugerida a reflexão acerca de aspectos que são
capazes de ampliar a percepção sobre o espaço e também favorecer o bem-estar da
comunidade, como utilizar materiais construtivos adaptados às condições locais do
bioma onde se encontra aescola; “fazer um aproveitamento racional e sustentável do
terreno”; “usar o prédio da escola para melhorar a eficiência no uso da água e da
energia” e “cuidar para que o espaço físico não seja um limite de separação entre
aescola e a comunidade” (BRASIL, 2013, p. 18).

O espaço físico em uma escola sustentável deve ser acolhedor, promovendo o


bem-estar, o encontro, o sentido de cuidado e pertencimento. Nesse sentido, Freire
(2005, p. 22) enfatiza a importância da participaçãoefetiva de toda a comunidade para
o cuidado com a “coisa pública” e para aluta pela melhoria das condições materiais,
no intuito de manter as escolas [...] “bem-cuidadas, zeladas, limpas, alegres, bonitas,
cedo ou tarde a própria boniteza do espaço requer outra boniteza: a do ensino
competente, a daalegria de aprender, a da imaginação, criadora tendo liberdade de
exercitar-se, a da aventura de criar”. Ele adverte que “não podemos falar aos alunos da
boniteza do processo de conhecer se sua sala de aula está invadida com água,se o
vento frio entra decidido e malvado sala a dentro e corta seus corpos pouco abrigados”
(FREIRE, 2005, p. 34).

Caminho metodológico

O caminho metodológico delineado para alcançar o objetivo proposto pela


pesquisa perpassou pelos crivos da metodologia qualitativa, ancorando-seno estudo de
caso (YIN, 2015), e apropriando-se da Análise Textual Discursiva (ATD) (MORAES;
GALIAZZI, 2016) para o tratamento dos dados.

A escola sustentável analisada neste estudo é pública, e está localizada no


Ceará, município de Crato, intitulada “Cariri” para fins dessa pesquisa. Ela foi
selecionada a partir da solicitação ao estado, por meio do e-SIC – Sistema Eletrônico
do Serviço de Informações ao Cidadão, de uma lista atualizada das escolas que são
consideradas sustentáveis ou que são referências em EA.

Com a escola sustentável definida foram cumpridas as seguintes etapas:


a) deslocamento para a escola sustentável selecionada; b) conversa com a
equipe diretiva para a indicação dos possíveis participantes da pesquisa; c) solicitação
dos documentos orientadores específicos que embasavam a proposta da escola, como
o PPP, por exemplo; d) acompanhamento das atividades escolares que estavam
correlacionadas às ações sustentáveis que envolviam gestão, currículo e espaço físico.
As observações foram anotadasem um diário de campo, e também foram registradas
fotografias; e e) realização de doze entrevistas semiestruturadas com estudantes,
professores/as, equipe diretiva, comunidade e funcionários/as.

Para a análise dos dados foi utilizada a ATD ao buscar a compreensão ea


descrição das vozes dos múltiplos sujeitos autores que faziam parte da escola
(MORAES; GALIAZZI, 2016). Para facilitar o processo de imersão nos dados utilizou-
se o software ATLAS.ti 8, como ferramenta organizativa e auxiliar. Entretanto, foram
realizadas diretamente no software apenas as duas primeiras etapas da ATD, que são
referentes a desmontagem dos textos e ao estabelecimento de relações entre as
unidades de significado.
A etapa de unitarização do corpus consistiu na imersão “no fenômeno
investigado, por meio do recorte e discriminação de elementos bases, tendo sempre
como ponto de partida os textos constituintes do corpus” (MORAES; GALIAZZI, 2016,
p. 71). Dessa forma, foram destacadas do corpus um total de 309 unidades de
significado.

A categorização consistiu em promover o agrupamento e a classificação de


elementos semelhantes a partir da comparação constante entre as unidades de
significado para o estabelecimento de relações e combinações (MORAES; GALIAZZI,
2016). Com isso, surgiram 65 categorias iniciais, 5 intermediárias e1 final.

A partir dessa etapa de categorização foi possível a captação do novo


emergente, que consistiu na construção do METATEXTO: A escola Cariri e seus
percursos em direção à sustentabilidade.

METATEXTO: A escola Cariri e seus percursos em direção à sustentabilidade

Esse metatexto é composto por cinco categorias emergentes que constituem e


apresentam elementos que fazem parte da história da escola Cariri, as suas
intencionalidades formativas, os reflexos teóricos e práticos da EA e da Sustentabilidade
que são construídos no seu chão, os desafios e os obstáculos encontrados, as
interfaces entre os eixos balizadores e as suas aproximações e distanciamentos com o
pensamento freireano.

Marcos da sua trajetória histórica

A trajetória histórica da escola Cariri evidencia uma forte identidade de


envolvimento e relação com a causa socioambiental. Por meio das unidades de
significado analisadas, é possível notar uma série de fatores que contribuíram para que
a escola Cariri construísse essa identidade marcada pelo compromisso com as
questões socioambientais.

Na unidade de significado identificam-se os elementos localização geográfica


e estabelecimento de parcerias como aspectos-chave dessa condição:
Crato é uma cidade localizada em uma região privilegiada. A
escola acaba exercendo um papel muito interessante nessa
questão toda, porque ela fica vizinha onde era a sede do
Ibama. Então, essa cultura de preservação ambiental, de
ciência ambiental, sempre esteve presente aqui dentro da
escola. Exatamente havia esse link entre a escola e oIbama,
por ser vizinho aqui [...] talvez essa questão ambiental seja
histórica por conta de ser vizinho do Ibama e eles sempre
trabalharam em parceria [...] - MEMBRODACOMUNIDADE2.

Outro fator que se destaca na trajetória da escola Cariri é ocompromisso da


gestão em mobilizar ações, sujeitos e instituições para odesenvolvimento de projetos
contínuos, como pode ser visualizado:

Inclusive nós temos um setor na gestão que está muito


focado com a questão da sustentabilidade. O nosso
coordenador tem treinamentos teóricos e vai à prática. Então,
eu acredito que nós estamos trabalhando bem mais
fortalecidos, mais maduros, até porque esses projetos não
são de agora, estão vindo ao longo do tempo, sendo
aperfeiçoados - PROF1.

A gestão escolar é o elo que possibilita e mobiliza a elaboração dos projetos ao


favorecer a conexão entre os atores escolares e a comunidade externa, fomentar
discussões acerca dos propósitos educacionais a seremdelineados e alcançados, e ao
possibilitar a continuidade e a expansão das ações para espaços além do chão da
escola, principalmente, por meio das parcerias. Essa preocupação da escola Cariri
coaduna-se com a perspectiva apresentada por Dourado, Belizário e Paulino (2015),
que enfatizam a gestão como um eixo balizador e estrutura que fornece suporte e
subsídio para que a escola possa envolver toda a comunidade no compromisso com as
pautas socioambientais, e garantir a instauração de espaços coletivos e momentos de
encontro para a tomada de decisões e construção de ações transformadoras.

O chão da escola e as suas intencionalidades formativas

Falar sobre formação no chão da escola é adentrar em um universo de


intencionalidades, objetivos, desafios e obstáculos em um lócus composto por
diferentes atores e suas particularidades. Ao longo das falas dos sujeitos da escola
Cariri, percebe-se que há apontamentos que indicam que a instituição busca
estabelecer uma formação para a cidadania. As seguintes unidades designificado
remetem a essa perspectiva formativa:

[...] Ela não tem um olhar só acadêmico para o aluno, só para


aformação acadêmica, mas para a formação do aluno como
um ser humano completo, um cidadão, aquele cidadão
transformador da sociedade - DIRETORA.
[...] não quero focar só em boletim, eu quero me formar como
cidadã, que é uma das coisas que a escola aqui mais preza
[...] - EX ALUNA.

Essa perspectiva de formação para a cidadania que envolve a transformação da


sociedade, conforme é apontada nas unidades de significado, demonstra indícios de
imersão para a compreensão dos problemas principalmente, por meio dos projetos e
das ações desenvolvidas que resultam na edificação de compromissos sociais que vão
para além do chão da escola e se incluem no mundo da vida.

No PPP, há uma ênfase na formação de um sujeito que seja crítico, aspecto que
coaduna com as unidades de significado que emergiram das falas dos/as educandos/as:

O princípio que norteia as ações relaciona-se à formação de


um sujeito aluno (a) consciente crítico e autônomo que
saiba respeitar os limites a partir da definição coletiva de
princípios de convivência, que se responsabilize por suas
atitudes - PPP.
Essa escola me apresentou um pensamento crítico, político,
social, econômico e de tudo para que eu expandisse a minha
mente, para que eu pudesse enxergar com clareza as coisas,
antes era tudo muito fechado - ESTUDANTE1.

Nos fragmentos acima, mostra-se que a escola é um espaço pedagógicoque


propicia a formação do pensamento crítico, uma vez que fornece ancores para que os/as
educandos/as possam questionar a sua forma de ser, estar e relacionar no e com o
mundo, dialogar acerca de ideias hegemônicas e formaro seu próprio posicionamento
acerca dos fatos que os cercam.

O PPP da escola também reafirma o seu compromisso com as diferenças. Isso


pode ser notado na fala de um membro da comunidade, que afirma como o ambiente
escolar é propício para que os/as educandos/as possam lidar com as diferenças. As
fragmentações a seguir exemplificam essa situação:

Um projeto que visa a superação [...] que compreenda o


pluralismo, a multiculturalidade, a tolerância nas relações
intere intrapessoais e a necessidade da inclusão social – PPP.
Minhas meninas viviam uma realidade muito tradicionalista
em outras escolas. Elas não se deparavam com situações até
mesmo de colegas e aqui elas vivem a realidade, sabem como
lidar com as situações, com os colegas, as diferenças -
MEMBRODACOMUNIDADE1.
[...] A nossa bandeira é contra a homofobia, o racismo, o
machismo - ESTUDANTE18.
Tais afirmações se articulam com as recomendações expostas em Brasil(2013),
que enfatizam que na escola sustentável é preciso cultivar a diversidade biológica,
social, cultural, étnico-racial, de gênero, respeitar osdireitos humanos, ser segura e
permitir acessibilidade e mobilidade para todos

Reflexos teóricos e práticos da EA e sustentabilidade no chão da escola

Para pensar na edificação de escolas sustentáveis, torna-se imprescindível


refletir acerca dos pressupostos teórico-práticos que são delineados no interior da
instituição, compreendendo os projetos e as ações como elementos processuais e não
como atividade fim. Nessa seara, é importante conhecer qual EA e qual sustentabilidade
são essas que têm sido mobilizadas no chão da escola, não no sentido de classificar as
ações e os projetos desenvolvidos, mas de tecer compreensões, identificar limitações e
buscar entendimentos de como estas perpassam os eixos integradores das escolas
sustentáveis e se constroem na e com a realidade socioambiental.

Na escola Cariri, a EA se constitui com diversas intenções e propósitos, apesar


de existir uma predominância de aspectos que tendem para uma maior aproximação
com a EA Crítica. Entretanto, foram identificadas nas unidades de significado,
fragmentos que evidenciam desde traços de uma EA mais conservadora, focada na
preservação e na solução pragmática de problemas socioambientais, até aquelas mais
críticas que apresentam uma preocupação com a realidade e a transformação da
sociedade.

Nas unidades de significado a seguir, é possível identificar discursos e relatos


de intervenção que pontuam uma EA vertida para a mudança comportamental:

A EA começa a surgir na família [...] isso é tão forte, não faça


aquilo, que eles mesmos se policiam...você não faça isso,
isso é errado - PROF3.
[...] vamos cantar para a natureza uma música de produção
própria dos alunos e outra, Planeta Água - COORDENADOR.
[...] outro projeto que nós tivemos aqui foi o “Amigos do
Planeta”. No recreio, [...] coloca algumas pessoas para vestir
o colete e a gente vai recolhendo o lixo que as pessoas vão
deixando no chão. Só que assim não temos muito lixo, mas a
gente apanha e joga no lixo e conscientiza todas as salas para
não jogar lixo. [...] Não era só recolher o lixo, a gente auxiliava,
a gente falava não faz isso e isso porque vai prejudicar o
planeta - ESTUDANTE22.

A situação exposta em ESTUDANTE22 vai de encontro às considerações


tecidas por Layrargues (2011). O autor enfatiza que a questão do lixo ainda é vista com
uma tendência pragmática, em favor da resolução de problemas, e em detrimento de
discussões e reflexões mais críticas acerca dos valores culturais da sociedade do
consumo, do estilo de produção capitalista e do consumismo.

Já as perspectivas mais críticas, que melhor caracterizam as intencionalidades


teóricas de EA que são construídas no chão da escola Cariri, podem ser discutidas por
meio das seguintes unidades de significado:

Ela está preocupada [...] com o meio que o aluno vive, com o
meio que a gente vive e no sentido de querer transformar
esse meio para melhor e tornar ele sustentável. Seja na
questão política, seja na questão do meio ambiente em si
comose pensa - DIRETORA.
[...] E ela vai muito a fundo, ela não só investe tanto na causa
ambiental, como também vai na causa da política, que nem
fizeram. Eles desenvolvem tanto a sua atividade mental como
acorporal. Eles investem muito na arte - ESTUDANTE4.

As unidades de significado descritas anteriormente evidenciam o compromisso


político da escola, apesar de apenas intenções não serem suficientes para a
transformação da sociedade. Contudo, por meio do fragmento ESTUDANTE38, é
possível notar coerência e consistência entre o que se diz, o que se pensa e o que se
faz, por meio de algumas intervenções que foram desenvolvidas no chão da escola
Cariri: [...] e eu participei do GEA, da pintura da praça e eu fiquei muito triste quando vi que
jogaram aquela tinta na Marielle, porque ela representa e ela era defensora dos direitos
humanos - ESTUDANTE38.
Ao participarem de um concurso de mostra escolar GEO Terra Mãe, a escola e
a sua comunidade externa fomentaram algumas melhorias nesse espaço, pintando,
colorindo e dando vida ao local que anteriormente não eratão cuidado. Na intençãode
retratar seis ícones do cenário brasileiro, Cacique Raoni, Paulo Freire, ChicoMendes,
Marielle Franco, Luiz Gonzaga e Santa Dulce dos Pobres, em determinada localidade
da praça, o coordenador, que além de geógrafo, é um grande artista plástico,pintou um
painel junto com os/as educandos/as.

No entanto, a figura de Marielle despertou, na comunidade ou em algum


indivíduo, um sentimento de intolerância que foi materializado pela tinta derramada para
desfigurar a pintura da vereadora morta em 2018. Diante da situação elucidada e de
tanta revolta gerada e com razão, devido a tentativa deestragarem a arte, a própria
comunidade, em forma de resposta, fixou cartazes com os seguintes dizeres:
autonomia, liberdade, apoio mútuo, organização, ação direta, autogestão e
antifascismo.

A escola Cariri busca também trabalhar com a realidade local, no sentido de


resgatar e valorizar a identidade cultural dos povos do Cariri, favorecendo, dessa forma,
possibilidades para desenvolver o senso de pertencimento. A premissa de partir da
realidade da comunidade não é vista apenas como uma forma de tornar a educação
mais próxima do cotidiano das pessoas ou aceitável, mas é de considerar seus
conhecimentos, saberes, sua cultura, situações e necessidades (LOUREIRO, 2020).

Essa valorização dos povos do Cariri é uma grande marca da escola. A intenção
de favorecer que os sujeitos conheçam a sua realidade, engrandeçama sua cultura e
resgatem memórias e histórias, acaba por guiar diversas práticas educativas
ambientais. Esses propósitos são vistos ao trabalhar a proximidade de alguns/as
estudantes com os indígenas Cariris (COORDENADOR) e a literatura de cordel
(PROF1), por exemplo.

[...] Bizunga é comunidade em cima da serra que tem estreita


relações com os indígenas Cariri, resgatar a oralidade desse
povo. Muitos dos meninos são da escola e moram no
Belmontee descobriram que são descendentes de indígenas
por meio dodocumentário - COORDENADOR.
O projeto que participei do GEOTERRA, ele abraçou vários
campos do conhecimento [...] fiz oficinas com os alunos.
Fizemos 509 estrofes para a gente poder lapidar, fazer
harmonia e fazer 5 cordéis, em conjunto [...]. Eu aproveitei a
ocasião e trouxe toda a história do cordel para a sala de aula,
para se trabalhar, para depois se trabalhar o tema [...] -
PROF1.

O aspecto coletivo é também muito vislumbrado diante das práticas educativas


ambientais desenvolvidas. A coletividade acontece no sentido de buscar o
fortalecimento e a união entre parceiros e atores sociais para aedificação dos projetos
internos, mas que envolvem as necessidades e as demandas locais da comunidade e
ao edificar laços colaborativos para exercer ações para além dos muros da escola.

Outro elemento que é visível nas unidades de significado refere-se ao fato


dos/as educandos/as fazerem intercâmbio das aprendizagens de EA, tão presentes nas
intenções e ações da escola Cariri, para outros espaços, momentos e vivências: [...] Eu
trazia muito das coisas da REJU (Rede Ecumênica da Juventude) para a escola porque eu sabia
que a escola tanto acrescentava lá, quanto a REJUS acrescentava aqui. -EXALUNA.
Ao pensar nas escolas sustentáveis, como a escola Cariri é denominada e
reconhecida em vários territórios, cabe discutir as compreensões dos sujeitosque a
integram em relação à sustentabilidade, palavra essa tão dotada de diferentes
significados, valores e sentidos.

Essa pluralidade de concepções e intenções se mostra nas unidades de


significado que emergiram por meio da análise efetuada. Algumas delas se apresentam
mais em consonância com o conceito de desenvolvimento sustentável, conforme
aparece no Relatório Brundtland (ESTUDANTE 31) e com a ideia de buscarum equilíbrio
e diminuir o consumismo (COORDENADOR), por exemplo:

Eu acho que é proteger o nosso lar para as futuras


gerações que talvez não tenham a nossa oportunidade de ver
animais que talvez já foram extintos [...] - ESTUDANTE31.
[...] Então, eu vejo o seguinte: a sustentabilidade tem tudo a
vercom a questão de você [ou de mim] viver sem precisar
tanto oude tanta coisa. De precisar do necessário mesmo e
não daquilo de supérfluo, de extravasar, de sobrar -
COORDENADOR.

Nesse sentido, Layrargues (2020) sugere que reduzir e repensar o consumo


para evitar o desperdício é preciso, porém a possibilidade de transformação torna-se
maior ao se lutar contra a lógica do desperdício dos recursos naturais, na intenção de
se alterar o padrão de produção, uma vezque na economia capitalista a produção é
quem determina o consumo.

Já outras apontam visões mais ampliadas e questionadoras dasustentabilidade


que não estão somente articuladas às questões ecológicas, mas envolvem aspectos
que se direcionam para a questão política (PROF4), bem como relatam a influência do
capitalismo nos modos de ser e viver dos indivíduos (PROF2):

Em todos os âmbitos, não só no natural, mas político etc. e tal


[...] a escola trabalha muito com isso, com o que a gente pode
intervir na comunidade, com o que a gente pode fazer na
nossaescola [...] então, são ideias sustentáveis, não só
ligada à natureza, mas de uma forma geral, na política, no
dia a dia, no tratamento ao outro colega. Isso tudo para mim
é sustentabilidade - PROF4.
[...] o sistema capitalista influencia muito no consumismo
porque hoje em dia você é o que tem, e não o que você sabe,
ou seja, você é a aparência não é as suas ideias. É isso que
o sistema capitalista obriga hoje - PROF2.
Em síntese, é possível perceber que a sustentabilidade é vista como um dos
princípios da EA, e que as falas coadunam com Layrargues (2020), ao anunciarem
possibilidades para alcançar a sustentabilidade, sem deixar de denunciar também as
formas de insustentabilidade.

Desafios e obstáculos: dos deveres do Estado

Apesar da escola Cariri se destacar pelas ações e projetos de EA, torna-se


necessário discutir que “nem tudo são flores” na escola. Há muita luta, resistência,
persistência, colaboração, construção de laços e parcerias para que a escola continue
impactando positivamente a vida de toda a comunidade. Entretanto, essa união às
vezes parte não somente da intencionalidade de umamobilização coletiva, mas emerge
especialmente pela falta de recursos financeiros que são obstáculos para o
aprimoramento, e até mesmo para o desenvolvimento de novas ações e projetos. Essa
situação é fortemente indicada e denunciada na seguinte unidade de significado: Então,
nós temos algumas farmácias que, quando nós fazemospedidos de doação, doam, algumas
gráficas, quando a gente não tem. A gente faz de tudo para que o trabalho seja realizado. Os
amigos da escola ajudam na questão do transporte - COORDENADOR.
Apesar das parcerias serem privadas, segundo os atores sociais da escola,
estas não interferem de modo direto nos objetivos dos projetos e ações propostas. De
qualquer forma, essa situação denuncia a falta de investimento ecolaboração do Estado
para que as escolas transitem em direção à sustentabilidade: Às vezes o pessoal fala [...],
às vezes vocês pagam para trabalhar. Sim, às vezes a gente tira do nosso bolso -
COORDENADOR.
Freire (2017b) é enfático no que se refere a essa questão, particularmente
quando afirma que a participação da comunidade externa no chão da escola, não deve
ter como foco único simplesmente o trabalho braçal, na intenção de fazer reformas e
reparos, posto que isso pode soar como uma forma de substituir as obrigações, os
deveres e os compromissos do Estado para com as escolas públicas.

Os eixos balizadores da Escola Sustentável Cariri: seus elementosessenciais


e suas (des)articulações com o pensamento freireano

Essa discussão é balizada, principalmente, nos principais pressupostos e


contribuições emitidas por Freire quando articulou o Movimento de Reorientação
Curricular, na ocasião em que esteve à frente da SecretariaMunicipal de São Paulo
(1989-1991).
Dentre os eixos orientadores das escolas sustentáveis, a gestão tem que a
fortificam como democracia, diálogo, participação, autonomia, preocupação com a
transformação da realidade concreta, estabelecimento de relação horizontal, da
educação com função política, respeito pela identidade cultural e os saberes de
experiência feito e comunicação, tais aspectos indicam indícios de interlocuções com
pressupostos do pensamento freireano.

A democracia é um dos elementos que mais foi ressaltado ao longo da análise.


O interessante é que a afirmação da escola ser democrática não se enquadra apenas
nos olhares compartilhados pelo núcleo gestor, mas agrega aótica de funcionários/as,
professores/as, educandos/as e a comunidade extraescolar, como pode ser visualizado
nas unidades PROF4, PROF1 e MEMBRODACOMUNIDADE2:

[...] bem participativa, bem descentralizada. A gestão assim é


muito ativa, ela é muito democrática [...] - PROF4.
[...] É que ela é aberta à comunidade -
MEMBRODACOMUNIDADE2.
Ela é uma escola que a gente tem vez de falar, de ser ouvido,
de ser escutado. E um diferencial muito grande é que não fica
só em você falar, porque a democracia não está só em ouvir,
mas também em executar aquilo que foi decidido - PROF1.

A democracia em Freire é construída pelo exercício da participação e do


diálogo. Ela exige uma participação que seja verdadeira, não aquela silenciosa ou
passiva, pois somente assim será possível transitar da consciência ingênua para a
crítica (LIMA, 2002). Para Freire (2017b), ninguém vive plenamente a democracia se é
impedido de falar, de ter voz e de se posicionar criticamente.

Assim, a autonomia também é um elemento presente em Freire (2017a),que é


muito ressaltado ao longo das unidades. Na escola Cariri, a gestão da escola, por ser
verdadeiramente democrática, já favorece essa autonomia para a elaboração dos
projetos e ações, em que os sujeitos são livres para propor suas ideias, desenvolver
seus trabalhos, compartilhar seus saberes de experiência feito, por meio do diálogo, e
assim desvelar a realidade, construindo uma postura conscientizadora e tornando-se
livres e autônomos.

A escola Cariri promove a participação e o diálogo não só entre os atores sociais


internos, mas busca interlocuções com a comunidade do entor- no, transcendendo os
espaços formais. Essa abertura e inserção comunitária é crucial paraa construção de
práticas democráticas, uma vez que não há como “mudar a cara da
escola” sem ouvir os sujeitos que dela fazem parte (FREIRE, 2017b). A imersão do povo
nos rumos e ingerências da escola faz com queeste desenvolva um cuidado com a
“coisa pública” (FREIRE, 1997, p. 60).

Além do mais, a abertura para a construção de espaços de participação e


diálogo, por meio da democratização da gestão, colabora para o estabelecimento de
relações mais horizontais entre os sujeitos. A instauração de instâncias colegiadas
fornece tempos e espaços para que haja a integração dos atores em favor da
organização, edificação de ações e projetos e em prol do funcionamento da instituição.
Essas instâncias não são vistas apenas como instrumentos de administração, em seu
sentido burocrático, pois elas são cruciais para o fortalecimento da democracia: [...] uma
forma democrática, sempre com reuniões, sempre representante de alunos,
representante de professores, o núcleo gestor, representante dos funcionários. Na
reunião, aí sim, se desenvolve o que nós esperamos, o engajamento total -PROF2.
Dessa forma, essas instâncias colegiadas favorecem a edificação da categoria
freireana diálogo. Tal pressuposto aparece para fortalecer o aspecto democrático da
instituição. No âmbito dos projetos e ações de EA, esse elemento fornece subsídios
para que os sujeitos, ao dizerem a sua palavra, possam fazer uma leitura crítica da sua
realidade a fim de transformá-la, uma vez que é inacabada e jamais imutável. O diálogo
não se limita ao chão da escola, mas envolve toda a comunidade e, também, implica
em comunicação.

A função política da educação também é muito vista nessa escola, sendo


fortalecida pela gestão sem deixar de perpassar por outros eixos, comoo espaço físico,
especialmente em defesa dos espaços de vivência (FUNCIONÁRIO1):
[...] Uma pessoa veio e destruiu parte do projeto,
automaticamente os alunos se mobilizaram para essas questões sociais com uma formação política, não
partidária, mas política, e foram lá reivindicar os direitos que a escola e a liberdade expressão que cada
um tem – FUNCIONÁRIO1.

E esse posicionamento político corrobora com Freire (2014), que afirma sobre a
necessidade dos/as educadores/as falarem para os/as educandos/as, não apenas de
se indignarem diante das situações de irresponsabilidade, opressão e desigualdade,
mas principalmente de lutarem democraticamente contra isso.

O fragmento a seguir (COORDENADOR) também revela o respeito pela


identidade cultural e os saberes de experiência feito dos/as educandos/as:
Eu vejo os alunos como meus companheiros de luta, sempre
trato eles como meus companheiros de luta aqui na
discussão, quando vamos fazer alguma coisa, filmes, alguns
documentários, eles são meus companheiros porque eu
acredito que eles têm a sua própria vivência [...]. Eles têm
a sua própria identidade, a sua própria inteligência, sua
história -COORDENADOR.

Esses saberes são pontos de partida na relação educador/a- educando/a, e


muito mais do que respeitá-los, é interessante que haja uma discussão acerca da
relação desses com alguns conteúdos de ensino propostos, bem como a realidade
concreta, considerando que “o educador não apenas deve ensinar muito bem a sua
disciplina, mas desafiar o educando a pensar criticamente a realidade social, política
e histórica” (FREIRE, 2019, p. 49). É importante que o/a educador/a ao propor “sua
leitura de mundo”, salienteque existem outras “leituras de mundo” (FREIRE, 1999).

Por meio da análise realizada, a partir da contação das experiências dosatores


que fazem parte da história da escola Cariri, pode-se apreender o quanto o
pensamento freireano está imerso nessa escola sustentável, mesmo que não esteja
totalmente explícito como uma intenção da escola. Apesar de algumas lideranças
políticas conservadoras atribuírem todas as mazelas educacionais a Paulo Freire, na
verdade, infelizmente pouquíssimas escolas se pautam em seus preceitos teórico-
práticos para o desenvolvimento da atividadeeducativa.

A gestão é o eixo principal que colabora para que a perspectiva freireana


transite e se aproxime de outros eixos. Percebe-se que a democracia,elemento central
da gestão participativa, favorece a abertura para que o espaço físico também possase
aproximar de elementos do pensamento freireano e para que este também seja
democrático.

As transformações no espaço físico, tanto no chão da escola como no seu


entorno, que envolvem as necessidades e demandas locais, seus ecossistemas locais
e a circunvizinhança, somente são possíveis devido a existência de diálogo e
participação entre os atores internos e a comunidade, e pelos laços estabelecidos com
os parceiros.

Essa atuação conjunta resulta em ações vertidas para a melhoria desse espaço
físico e, por estar envolvida com as transformações, a comunidade se sente
pertencente à escola e com isso exprime cuidado, zelo e dedicação pelo ambiente,
favorecendo a construção de relações coletivas e mais horizontais. Todo esse trabalho
é envolto, principalmente, por uma EA que têm como umde seus princípios, a
edificação de compromissos políticos, como ocorreu na situação de destruição do
painel da praça, por exemplo.

Entretanto, apesar da gestão fortalecer as transformações nos espaços físicos


e entorno da escola Cariri, no tocante ao currículo, é necessário quehaja uma maior
integração entre os próprios sujeitos internos e destes com a comunidade externa para
que haja a construção de um PPP mais democrático. Por mais que as práticas
educativas ambientais abarquem a realidade e a escola seja democrática, esse fator
relatado se afasta de Freire (2005), posto que o educador aponta a importância de o
currículo ser uma história escrita porprofessores/as, em diálogo com a comunidade,
para que assim as contradiçõesvividas pelos sujeitos estejam no centro e possam ser
superadas.

A cidadania é um elemento que é destacado no PPP e que se aproxima de


Freire, tendo em vista que é enfatizado o interesse deste com a transformação da
realidade e a formação de sujeitos críticos, em que o diálogo se faz um instrumento
significativo. Outro aspecto que é ressaltado é a intenção de se trabalhar com a
identidade cultural e as histórias de vida dos/as educandos/as (COORDENADOR).

O respeito às diferenças também é evidenciado no PPP como sendo umdos


princípios da escola Cariri, e, conforme algumas unidades (ESTUDANTE18 e
MEMBRODACOMUNIDADE1), pode-se perceber que isso é materializado naprática.
Para Freire (2017b, p.22), “não há crescimento democrático fora da tolerância que,
significando, substantivamente, a convivência entre dessemelhantes”.

Considerações finais

A construção desse estudo reconhece a importância e defende a escola como


espaço propício para a edificação de relações sólidas, colaborativas e democráticas
com a comunidade, a formação de cidadãos/ãs críticos/as eatuantes na sociedade e o
estabelecimento e efetividade do compromisso com as questões socioambientais e a
EA. Todavia, não possui a intenção de responsabilizar apenas o campo da educação,
muito menos as escolas, por conduzirem as transformações sociais que são tão
necessárias à sociedade (MACHADO, 2014), mas reconhece que “se a educação não
pode tudo, alguma coisa fundamental a educação pode” (FREIRE, 2017a, p. 110).

Ao considerar os três eixos centrais – currículo, gestão e espaço físico - como


ferramentas analíticas, avaliativas e, também, propositivas, foi possível realizar uma
análise da realidade da escola, e com isso identificar como o pensamento freireano
esteve presente nas instituições. À vista das aproximações apresentadas entre os
elementos essenciais dos eixos com os aspectos do pensamento freireano, é notável
o seu compromisso com aspremissas democráticas, e como essas são capazes de
atravessar e conectar esses eixos balizadores, particularmente, no que diz respeito à
gestão e os espaços físicos. É como se a democracia fosse capaz de ancorar, resgatar
e fortalecer outros pressupostos freireanos.

A integração desses aspectos contribui para que a escola se mantenha na


condição de sustentável e que a sua trajetória seja fortalecida por meio da EA, pautada
no diálogo, na compreensão e na transformação da realidade, na valorização da
identidade cultural, na participação coletiva com a comunidade eno compromisso
político.

A perspectiva freireana tece possibilidades teóricas e práticas para (re)pensar a


escola, mas nunca para impor um perfil ou um modelo único (FREIRE, 2005). Assim,
cabe enfatizar que o estudo não se pauta em proporcionar fórmulas, receitas ou
recomendações fechadas acerca de como elementos do pensamento freireano como
uma possibilidade para que as escolas sejam mais dialógicas, democráticas,
desenvolvam relações horizontais entre os atores sociais e integrem a comunidade,
enfatizem a leiturae a transformação da realidade, haja respeito às diferenças e aos
saberes de experiência feito, as práticas educativas ambientais sejam mais críticas e
contínuas, discuta-se a insustentabilidade por meio de um processo de anúncio e
denúncia, e ampliem-se os tempos e espaços de participação e formação permanente.

Agradecimentos

Esse artigo é parte da tese de doutorado em Educação em Ciências da primeira


autora. Agradecemos à comunidade da escola Cariri por dividirem suas experiências,
histórias e vivências em prol desta pesquisa, e aos professores Marcos Sorrentino,
Philippe Layrargues e Patrícia Machado pelas sugestões que foram fundamentais para
o desenvolvimento da tese.

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v. 18, Nº 3: 77-91, 2023.
8- SLIDES DA AULA PRESENCIAL

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PONTOS RELEVANTES – TEXTO 1

- Incentivar o consumo consciente de recursos como - Promover a redução do uso de plástico, dando preferência
água e energia (colocando placas nos banheiros, por produtos que agridam menos o meio ambiente.
bebedouros e salas de aula).

- Realização de eventos para celebrar datas comemorativas


significativas: Dia Mundial da Água, Dia da Árvore, Dia
- Ensinar a importância da coleta seletiva e disponibilizar Mundial do Meio Ambiente e Dia da Mata Atlântica.
lixeiras.

- Outras ações: feiras de ciências, saídas de campo e


oficinas, participação das crianças em atividades
- Fazer o reaproveitamento de materiais e evitar o relacionadas à temática ambiental.
desperdício
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