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Os anestésicos gerais são administrados sistemicamente, exercendo seu efeito sobre o sistema
nervoso central, ao contrário dos anestésicos locais, que agem por bloquear a condução dos impulsos
nos nervos sensoriais periféricos.
De modo geral, atuam estimulando a atividade inibitória e inibindo a excitatória no SNC.
Anestésicos inalatórios
Anestésico geral
Anestésicos intravenosos
Para promover todos esses efeitos, os anestésicos gerais contam com o auxílio de diversas classes de
fármacos coadjuvantes (para construir a chamada anestesia balanceada), tais como:
• Coadjuvantes pré-anestésicos:
o Anticolinérgicos (Atropina, Copolamina): usam-se bloqueadores muscarínicos para proteger
o coração de uma eventual parada durante a indução anestésica (o Halotano, por exemplo, é
um anestésico inalatório que pode levar a uma parada cardíaca muito facilmente). Os
anticolinérgicos também atuam diminuindo a quantidade de secreção.
o Antieméticos: para inibir náusea e vômito durante a anestesia (efeito que pode ser
desencadeado por analgésicos opioides).
o Anti-histamínicos: para evitar a reações alérgicas e, principalmente, cooperar na sedação
(ajudando a minimizar a quantidade de anestésico a ser administrado).
o Barbitúricos: tanto ajudam na sedação, quanto na velocidade desta sedação. O Tiopental, por
exemplo, é um anestésico geral que atua de maneira tão veloz que pula um dos estágios da
anestesia (fase excitatória).
o Benzodiazepínicos: utilizados para tratar a ansiedade, sendo, por muitas vezes administrados
24h antes da anestesia. Apresenta um efeito excelente para amnésia anterógrada.
o Opioides: apresentam um satisfatório efeito anestésico (é válido lembrar que os anestésicos,
basicamente, não apresentam efeitos analgésicos – daí a necessidade da coação de opioides).
• Relaxantes musculares (o anestésico geral também poderia promover, mas eu teria que usar uma
dose maior o que faria com que perdêssemos os parâmetros de vida do paciente, então é melhor fazer
uma dose menor e associar o uso de bloqueador neuromuscular)
o Succinilcolina: relaxante muscular despolarizante utilizado em anestesias para a realização
de intubação, apresentando efeito de 1 a 3minutos.
o Atracúrio e Vicurônio: relaxantes musculares não-despolarizantes cuja ação é inibida pela
anti-AChE.
Teoria da anestesia
As teorias iniciais da anestesia postulavam uma interação com camada lipídica dupla da membrana;
Os anestésicos gerais parecem atuar principalmente sobre a membrana celular e, em consequência,
as teorias da anestesia se relacionam a interações com os dois principais componentes da membrana,
as proteínas e os lipídios.
o Teoria lipídica
A potência e permanência anestésica estão intimamente correlacionada com a
solubilidade lipídica e não com a estrutura química. Ou seja, quanto mais
lipossolúvel, maior quantidade de anestésico atravessa a barreira hematoencefálica,
tornando maior a potência desta droga.
o Teoria protéica
Os anestésicos podem ligar-se a proteínas, tendo sido provado que anestésicos
interagem com proteínas funcionais da membrana (canais iônicos acionados por
ligantes).
Muitos anestésicos são capazes de inibir receptores excitatórios como os de
glutamato inotrópicos, acetilcolina (nicotínicos) ou de serotonina, além de
potencializar a função de receptores inibitórios como GABAA e glicina.
Estágios da anestesia
Profundidade da anestesia
Quando um anestésico de ação lenta é administrado sozinho, ocorre os estágios bem definidos conforme sua
concentração sanguínea aumenta
Estádio I: Analgesia - paciente com inibição da transmissão sensorial, mas desperto e responsivo.
o Analgesia depende do agente (por exemplo, oxido nitroso não promove)
o Amnésia
o Euforia
Estádio II: Excitação - fase caracterizada por delírios e comportamento
agressivo/violento. É um estágio indesejado, sendo prevenido pelo uso de
pentobarbital (intermediário do Tiopental) endovenoso.
o Excitação
o Delirium
o Comportamento combativo
Estádio III: Anestesia Cirúrgica-fase de respiração regular e relaxamento da
musculatura. O reflexo pupilar diminui e movimentos oculares cessam até a pupila
ficar fixa.
o Inconsciência
o Repiração regular
o Disminuição do movimento ocular
Estádio IV: Depressão bulbar - grave depressão dos centros respiratório e
vasomotor. Pode ocorrer morte abruptamente, se o paciente não estiver bem
assistido e devidamente ventilado.
o Parada respiratória
o Depressão e parada cardíaca
o Ausência de movimento ocular
Classificação
- Anestésicos intravenosos
Tiopental
Propofol
Etomidato
Cetamina
- Anestésicos inalatórios
Halotano
Enflurano
Isoflurano
Desflurano
Sevoflurano
Óxido nitroso *
Xenônio *
* São os únicos gases, o resto é líquido volátil.
ANESTÉSICOS INALATÓRIOS
É a introdução de produto ativo, pela via respiratória para fins de absorção no pulmão, de modo a
produzir anestesia.
Geralmente, são usados para manter o estado anestésico após administração de um agente
intravenoso. A indução e a recuperação com o uso dos inalatórios são rápidas, permitindo um
controle flexível sobre a profundidade da anestesia.
Vantagens:
Fácil controle da anestesia (por meio do aparelho de anestesia);
A idade não é fator limitante;
Eliminação muito rápida;
Pouca taxa de biotransformação;
Ausência de excitações (estádio II);
Recuperação rápida e suave (a “ressaca” é característica apenas de anestésicos intravenosos);
Desvantagem:
Custo inicial e pessoal especializado (já que é um ato médico).
É um mecanismo não seletivo. Os anestésicos inalatórios desenvolvem suas ações farmacológicas principais
no sistema nervoso central, onde inibem a percepção da sensibilidade. Já as ações secundárias, colaterais, são
exercidas sobre os outros sistemas do organismo. Seu mecanismo de ação consiste na expansão das
membranas celulares, desarranjo dos canais iônicos e sensibilização de enzimas superficiais.
É a concentração alveolar de um anestésico volátil que evita resposta ao estímulo doloroso em 50% dos
pacientes de uma determinada categoria, a ela submetidos. É a quantidade mínima da droga que consegue
anestesiar.
Halotano = 0,8
Enflurano = 0,7
Isoflurano = 1,2
Sevoflurano = 2,1
Desflurano = 6,1
Óxido nitroso = 100
Determina a velocidade de indução e recuperação da anestesia: Quanto menor o coeficiente, mais solúvel no
gás será o agente anestésico. Portanto mais rápido promoverá a indução e recuperação. Quanto mais solúvel
em gás, mais rápida será a transferência do aparelho de anestesia para os alvéolos e atinge-se a concentração
alveolar mínima.