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Cuidados Pós-anestésicos

Enf.ª Cátia Medeiros


Enf.ª Susana Ribeiro
Sumário
Ficha anestésica:

• Análise da ficha anestésica;

• Técnicas anestésicas mais frequentes.

Unidade de Cuidados Pós-anestésicos (UCPA):

• Admissão do utente na UCPA;

• Responsabilidades do enfermeiro na UCPA;

• Complicações mais frequentes no pós-operatório;

• Alta do utente na UCPA.


Ficha anestésica

Análise da ficha anestésica


Ficha anestésica

Análise da ficha anestésica

Máscara Facial

Máscara laríngea

Tubo Orotraqueal

Tubo Nasotraqueal

Tubo de Duplo-Lúmen Preocupações


Ficha anestésica

Técnicas anestésicas mais frequentes

 Anestesia Geral Balanceada/Intravenosa (AGB/AGIv);


 Sedação (SED);
 Bloqueios do neuroeixo (EPI/BSA/SEQ);
 Anestesia Combinada (COMB);
 Bloqueios de nervos periféricos (BL.NP);
 Bloqueio do plexo braquial (BL.PB).
Ficha anestésica

Técnicas anestésicas mais frequentes


Anestesia Geral

Para garantir a segurança e o conforto dos utentes, os médicos


anestesiologistas trabalham com três tipos de substâncias principais:

Sedativas Analgésicas

Relaxantes
musculares
Ficha anestésica

Técnicas anestésicas mais frequentes


Anestesia Geral Balanceada

Anestésicos  Protóxido de azoto


administrados
por via inalatória  Sevoflurano
 Desflurano

Anestésicos  Propofol
administrados
por via  Tiopental
intravenosa  Cetamina
 Etomidato
Ficha anestésica

Técnicas anestésicas mais frequentes


Anestesia Geral Balanceada
Propofol
É atualmente o mais utilizado para sedação, indução rápida da anestesia, um acordar
rápido e para manutenção da mesma.

Contraindicado: em doentes com hipersensibilidade ao fármaco ou derivados do ovo.


Deve ser reduzida a sua posologia no doente com insuficiência hepática, renal ou
cardíaca, no idoso e no doente em choque.

Efeitos secundários: dor no local de injeção que ocorre durante a primeira injeção,
hipotensão, bradicardia, períodos de apneia, cefaleias durante o tempo de recuperação,
náuseas ou vómitos no pós-operatório.
Ficha anestésica

Técnicas anestésicas mais frequentes


Anestesia Geral Balanceada

Tiopental
O tiopental é um agente de indução rápida e duração curta com efeito muito intenso,
podendo originar depressão cardiovascular e respiratória.

Contra-indicado: em doentes com insuficiência hepática, renal e cardíaca ou em situações


de hipovolémia. Deve ser reduzida a sua posologia no doente com insuficiência hepática,
renal, no idoso e no doente em choque.

Efeitos secundários: depressão cardiovascular, depressão respiratória, risco de espasmo


laríngeo ou brônquico durante intubação, libertação de histamina, necrose se injeção
subcutânea ou arterial, dor no local de injeção, anti convulsivante.
Ficha anestésica

Técnicas anestésicas mais frequentes


Anestesia Geral Balanceada

Protóxido de azoto – usado na indução e na manutenção da anestesia. Pouco potente e


quando combinado com outros anestésicos permite a redução das doses dos anestésicos
associados.

Sevoflurano – líquido volátil, com início de ação rápido. Usado na indução anestésica,
particularmente em crianças e em doentes com hiper-reatividade brônquica, por não ser
irritante.

Desflurano – agente inalatório para a indução e manutenção da anestesia em adultos e


para a manutenção da anestesia em crianças. O desflurano não é recomendado na
indução da anestesia em pediatria.
Ficha anestésica

Técnicas anestésicas mais frequentes


Efeitos secundários:
 Bradicardia;
Fentanil
 Vasodilatação (arterial e venosa);
Opioides

Alfentanil  Depressão respiratória;


 Disforia;
Sufentanil  Sedação;

Remifentanil  Tremores;
 Náuseas e vómitos;
 Depressão do reflexo da tosse;
 Miose.
Ficha anestésica

Técnicas anestésicas mais frequentes

Relaxantes musculares
• Bloqueadores Neuromusculares (BNM’s) são fármacos
utilizados em anestesia para impedir a transmissão
neuromuscular e proporcionar relaxamento dos músculos. Estes
podem ser agonistas (despolarizantes) ou antagonistas (não
despolarizantes) do recetor nicotínico.

Inibidores da acetilcolinesterase
• Usados para reverter o efeito dos BNM’s não despolarizantes
através do aumento da concentração de acetilcolina por
interferir na sua degradação.
Ficha anestésica

Técnicas anestésicas mais frequentes

Sedação leve
Estado de tranquilidade e calma induzido pela medicação e durante o qual o
paciente responde ao estímulo da fala.
Sedação moderada
Estado de depressão da consciência induzido pela medicação. O paciente
desperta com estímulos verbais ou toques leves.
Sedação profunda
Estado de depressão da consciência induzido pela medicação e do qual o
paciente desperta com estímulos dolorosos.
Ficha anestésica

Técnicas anestésicas mais frequentes


Bloqueios do neuroeixo
Técnicas Indicações

 Bloqueio subaracnoideu  Cirurgia abaixo do umbigo


 Abdominal inferior

 Bloqueio epidural  Membros inferiores

 Lombar  Procedimentos transuretral e vaginal

 Caudal  Cesariana

 Torácica
 Analgesia de parto
 Cervical
 Tratamento da dor aguda e crónica
 Bloqueio sequencial
Ficha anestésica

Técnicas anestésicas mais frequentes


Bloqueios do neuroeixo

A anestesia do neuroeixo consiste


na injeção de anestésico local no
sistema nervoso central,
puncionando-se um espaço entre
duas vértebras, na topografia da
coluna.
Ficha anestésica

Técnicas anestésicas mais frequentes


Bloqueios do neuroeixo

POSICIONAMENTO
Ficha anestésica

Técnicas anestésicas mais frequentes


Bloqueios do neuroeixo

Bloqueio subaracnoideu (BSA) Bloqueio epidural (EPI)

 Técnica mais rápida (mais fácil);  Mais difícil (mais insucessos);

 Dose/volume de anestésico local (AL)  Dose/volume de AL maiores;


pequeno;
 Bloqueio significativo (10-15 min);
 Tempo de instalação mais curto (início 2-5
 Menos hipotensão (fracionada);
min);
 Posição do doente menos importante;
 Bloqueio mais intenso ;
 Capacidade de prolongar o bloqueio;
 Posição determinante (AL hiperbárico).
 Menor incidência de cefaleias;

 Controlo da dor pós-operatória.


Ficha anestésica

Técnicas anestésicas mais frequentes


Bloqueios do neuroeixo

Complicações

Hipotensão: bloqueio simpático.

Cefaleia: complicação inerente à punção da dura-máter na raquianestesia ou


mesmo acidentalmente como complicação da anestesia epidural.

Hematoma epidural: atenta para a utilização de fármacos antiagregantes e


anticoagulantes respeitando os intervalos de segurança e as terapêuticas
preconizada.

Prurido: ocorre em 9% dos doentes a quem se administrou fentanil por via


subaracnoídea e ocorre no pós-operatório imediato.
Ficha anestésica

Técnicas anestésicas mais frequentes


Bloqueios do neuroeixo

Complicações

Retenção urinária: o bloqueio residual da bexiga e uretra pode causar retenção


urinária.

Intoxicação por anestésicos locais: resulta da injeção endovenosa acidental de


anestésicos locais, com a consequente toxicidade sistémica, cardiovascular e
neurológica.

Síndrome Neurológico Transitório (SNT): dor transitória, ligeira a severa, na


região lombar, nádegas e membros inferiores. Tem início 24h após o BSA,
permanece até 2 dias.
Ficha anestésica

Técnicas anestésicas mais frequentes


Bloqueios do neuroeixo

Reversão

 Reversão do bloqueio simpático: com aumento espontâneo da pressão arterial


média e da frequência cardíaca;
 Recuperação do bloqueio sensitivo: com recuperação da sensibilidade perianal;
 Recuperação do bloqueio motor: com recuperação da flexão plantar do pé e
recuperação da propriocepção do primeiro dedo do pé.

Deambulação
Ficha anestésica

Técnicas anestésicas mais frequentes


Bloqueios periféricos

Bloqueio
Bloqueio
de nervos
de plexos
periféricos
Anestesia
regional
periférica
Ficha anestésica

Técnicas anestésicas mais frequentes


Bloqueios periféricos

Plexo Braquial

Abordagens:
 Interescalénica;
 Supraclavicular;
 Infraclavicular;
 Axilar.
Ficha anestésica

Técnicas anestésicas mais frequentes


Bloqueios periféricos

Bloqueio do plano transverso do abdómen


Unidade de Cuidados Pós-anestésicos (UCPA)

Admissão

Responsabilidades

Complicações

Alta
Unidade de Cuidados Pós-anestésicos (UCPA)
Admissão

Informações relevantes
Identificação do utente

Intervenção cirúrgica

Técnica anestésica e fármacos utilizados

Posicionamento do utente

Perdas sanguíneas e reposição de líquidos no


intraoperatório
Unidade de Cuidados Pós-anestésicos (UCPA)
Admissão

Informações relevantes
Intercorrências no período intraoperatório

Alergias/reações aos fármacos do intraoperatório

Estado geral do utente ao deixar a sala operatória

Presença de drenos, sondas, cateteres e tamponamentos

Recomendações especiais sobre o pós-operatório


Unidade de Cuidados Pós-anestésicos (UCPA)

Admissão

Responsabilidades

Complicações

Alta
Unidade de Cuidados Pós-anestésicos (UCPA)

Responsabilidades

Estado de consciência
Avaliação inicial

Função respiratória e permeabilidade da via aérea

Circulação e perfusão periférica

Atividade motora e sensitiva

Temperatura
Unidade de Cuidados Pós-anestésicos (UCPA)

Responsabilidades Monitorização
standard

Fluidoterapia em curso
Avaliação inicial

Estado dos pensos e acessos venosos e arteriais

Presença de dor, náuseas ou vómitos

Presença de shivering

Conteúdo de drenos, hemorragia e diurese


Unidade de Cuidados Pós-anestésicos (UCPA)

Responsabilidades

Não esquecer!

Conforto Privacidade Aquecimento

Tratamento
Orientar
medicamentoso
Unidade de Cuidados Pós-anestésicos (UCPA)

Admissão

Responsabilidades

Complicações

Alta
Unidade de Cuidados Pós-anestésicos (UCPA)

Complicações no pós-operatório
imediato

 Náuseas e vómitos

 Alterações da permeabilidade da via aérea

 Hipotensão/hipertensão

 Disritmias

 Alteração do estado de consciência

 Outros eventos cardíacos


Unidade de Cuidados Pós-anestésicos (UCPA)

Complicações

Controlo eficaz da náuseas e vómitos

Fármaco Profilaxia Tratamento


Ondansetron 4 mg EV, no final 1 mg EV
Dexametasona 4 - 5 mg EV, na 2 - 4 mg EV
indução
Droperidol 0,625 - 1,25 mg EV, 0,625 mg EV
no final
Propofol 20 mg (doente
monitorizado)
Unidade de Cuidados Pós-anestésicos (UCPA)

Complicações

Controlo eficaz da dor pós-operatória


Objetivo da
equipa!
 Deambulação precoce
 Diminuição de episódios de náuseas e vómitos
 Redução de períodos de agitação
 Diminuição do risco de formação de edemas e hematomas
Unidade de Cuidados Pós-anestésicos (UCPA)

Complicações

Controlo eficaz da dor pós-operatória

Fármacos

 Anestésicos locais

 Opioides

 Paracetamol

 Anti-inflamatórios
Unidade de Cuidados Pós-anestésicos (UCPA)

Admissão

Resposabilidades

Complicações

Alta
Unidade de Cuidados Pós-anestésicos (UCPA)
Alta

É determinada pelo anestesiologista pois


permite que o utente deixe a unidade, muitas
vezes, sem que todos os efeitos do ato
anestésico-cirúrgico tenham desaparecido.

ANESTESIOLOGISTA
Unidade de Cuidados Pós-anestésicos (UCPA)
Alta

Fatores que determinam a alta


• Valor da escala de Aldrete
• Estabilidade dos sinais vitais, comparada com os sinais vitais na
admissão
• Valor da escala de Bromage
• Orientação do utente no tempo e espaço
• Ausência de hemorragia ativa e retenção urinária
• Vómito sob controlo e/ou em tratamento medicamentoso
• Dor sob controlo e/ou em tratamento medicamentoso
• Força muscular que favoreça respiração profunda e tosse
Unidade de Cuidados Pós-anestésicos (UCPA)
Alta

• Nível de consciência

• Atividade física

• Estabilidade hemodinâmica

• Estabilidade respiratória

• Hemorragia cirúrgica

• Dor pós-operatória

• Náuseas e vómitos
Unidade de Cuidados Pós-anestésicos (UCPA)

Alta
Unidade de Cuidados Pós-anestésicos (UCPA)
Alta
Unidade de Cuidados Pós-anestésicos (UCPA)

Alta

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