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Farmácia Teoria e Exercício

Aula 15 – Anestésicos Gerais, Locais e Bloqueadores da Junção Neuromuscular


Prof. Cá Cardoso

AULA 15

Farmácia–Teoria e Exercícios
Anestésicos Gerais, anestésicos locais e
Bloqueadores da Junção Neuromuscular
Professora Cá Cardoso

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Aula 15 – Anestésicos Gerais, Locais e Bloqueadores da Junção Neuromuscular
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Aula 15 – Anestésicos Gerais, anestésicos locais e bloqueadores da


junção neuromuscular.

ANESTÉSICOS GERAIS

Os anestésicos GERAIS produzem no indivíduo um estado neurofisiológico que é


caracterizado por 5 efeitos:

Inibição dos Relaxamento


Perda de
Amnésia Analgesia reflexos da musculatura
consciência
autônomos esquelética

Entretanto, nenhum anestésico isolado tem a capacidade de produzir esses 5 efeitos.


Um agente anestésico para ser IDEAL deve:

 Induzir uma perda de consciência rápida e uniforme;


 Ser reversível rapidamente com sua interrupção;
 Apresentar uma ampla margem de segurança.

Os anestésicos gerais podem ser divididos em 2 grandes categorias:

Anestésicos
GERAIS

Inalatórios EV

Halotano, enflurano, Propofol, Etomidato,


isoflurano, desflurano, Cetamina, Benzodiazepínicos e
sevoflurano, óxido nitroso Barbitúricos

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MECANIMO DE AÇÃO:

Ainda não é TOTALMENTE esclarecido. Sabe-se, entretanto que o anestésico pode:


 Aumentar a atividade simpática INIBITÓRIA (agindo em GABA – canal de Cloreto)
ou;
 DIMINUIR a atividade excitatória;

ANESTÉSICOS INALATÓRIOS

EFEITOS NOS SISTEMAS ORGÂNICOS

Vejamos os efeitos dos ANESTÉSICOS INALATÓRIOS nos sistemas orgânicos:

• Diminuem a taxa metabólica cerebral;


No cérebro • Analgesia, amnésia, inconciência.

• Deprimem contratilidade cardíaca normal , diminuindo a


Cardiovasculares P.A. (mais o halotano e enflurano do que o desflurano e o
sevoflurano).

Respiratórios • BroncoDILATAÇÃO (em graus variáveis).

• Diminuição da taxa de filtração glomerular e do fluxo


Renais urinário.

• Diminuição da concentração do fluxo sanguíneo na veia


Efeitos hepáticos porta (dependente da concentração) - muito mais o
HALOTANO.

Efeitos no musculo • Potentes RELAXANTES dos musculo uterino.


uterino

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EFEITOS ADVERSOS
Os anestésico inalatórios de maneira geral, podem produzir 4 tipos de toxicidades
AGUDAS, sendo estas, mais relacionadas a determinados agentes do que a outros.

NEFROTOXICIDADE
 O metabolismo do enflurano e do sevoflurano pode levar à formação de compostos
POTENCIALMENTE nefrotóxicos.
 Lesão renal significativa só foi relatada com uso prolongado do ENFLURANO.

HEMATOTOXICIDADE
 Relacionada à exposição prolongada ao ÓXIDO NITROSO, por diminuir a atividade
da metioninasintase, que teoricamente, poderia causar anemia megaloblástica.
 Além disso, todos os anestésicos inalatórios podem produzir algum monóxido de
carbono, o que reduz a liberação de oxigênio aos tecidos. O DESFURANO é o que
produz maior quantidade de CO.

HIPERTERMIA MALIGNA
 Distúrbio genético e hereditário do musculo esquelético que ocorre em indivíduos
expostos a anestésicos voláteis, enquanto estão sendo submetidos à anestesia
geral.
 Caracteriza-se por:

Rápido início de
Hipertermia Rigidez muscular
taquicardia

Acidose
Hiperpotassemia
metabólica

 É rara, porém pode ser fatal.


 É tradada com DANTROLENE e uso de medidas para diminuir a temperatura

 HEPATOTOXICIDADE

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 Tem mais tendência de ser causada por choque hipovolêmico, infecção por
transfusão sanguínea ou outro estresse cirúrgico, e não por anestésicos.
 Porém, há constatação de hepatotoxicidade causada por HALOTANO.
 Para concursos, lembre-se:

• Hepatotoxicidade (associada a uso repetivo).


Halotano • Predisposição a arrtimias cardíacas (por
sensibilização do coração à adrenalina).

Óxido • Risco de anemia (uso prolongado ou


repetido).
Nitroso

2009 / HUAC - (UFCG) Dentre as substâncias abaixo, o anestésico geral inalatório é o:

A) Propofol.

B) Isopropano

C) Bupivacaína.

D) Halotano.

COMENTÁRIOS: A única alternativa que apresenta um anestésico inalatório é a D


(Halotano). A seguir veremos a bupivacaína trata-se de um anestésico local e o propofol
um anestésico IV.
GABARITO: D

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ANESTÉSICOS INTRAVENOSOS

 Empregados para a indução da anestesia geral, sendo amplamente utilizados.


 Substituíram a inalação como método preferido na indução na maioria das
circunstâncias (exceto pediátrica).
 São lipofílicos e tem partição preferencial para tecidos lipofílicos altamente
perfundidos (cérebro, medula espinhal), o que explica seu rápido início de ação;
 É importante notar que, enquanto os anestésicos inalatórios produzem
BRONCODILATAÇÃO, os anestésicos intravenosos produzem DEPRESSÃO
RESPIRATÓRIA.

Anestésicos Anestésicos
inalatórios I.V.

Depressão
Broncodilatação
respiratória

Na tabela abaixo seguem os fármacos I.V. e suas principais ações nos sistemas orgânicos.

ANESTÉSICOS I.V. EFEITOS NOS SISTEMAS OGÂNICOS


 Usado para indução E manutenção da anestesia.
 NÃO tem atividade analgésica.
 Observa-se contração ou movimentos espontâneos na
PROPOFOL indução.
 Redução ACENTUADA da P.A.
 DEPRESSOR respiratório.
 Produz TAQUICARDIA (possibilidade de acidose metabólica).
 Produz analgesia.
CETAMIDA  Causa vasodilatação cerebral (diferente dos demais), sendo
assim, usada em pacientes com patologias intracranianas.

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 Produz AUMENTO transitório porém significativo da P.A.


 Causa depressão respiratória MÍNIMA (e um pouco de
broncodilatação).
 Tem efeitos hemodinâmicos mínimos (estabilidade
cardiovascular);
 NÃO tem atividade analgésica;
 Tem efeitos colaterais ENDÓCRINOS (o que limita seu uso
para infusão contínua) – Supressão adrenocortical por inibir
ETOMIDATO uma enzima necessária para a conversão do colesterol em
cortisol (11 βhidroxilase).
 Potente VASOCONSTRITOR cerebral (diminui o fluxo
sanguíneo cerebral e a PIC);
 Efeito depressor respiratório (menos acentuado do que
barbitúricos);
 É um agonista α-2 adrenérgico altamente seletivo, ativando
receptores α-2 no cérebro, levando à hipnose e analgesia.
 Diminui frequência cardíaca e RVP, levando à redução da
DEXMETOMIDINA P.A.
 Usada principalmente em sedação em curto prazo de
pacientes intubados e ventilados na UTI;
 Limitação para uso: Custo!
 Depressão do SNC;
Barbitúricos  Não produzem analgesia;;
(Tiopental)  Reduz a P.A.
 Depressão respiratória;
Benzodiazepínicos  Normalmente usados nos período PERIoperatório;
(Midazolam;  Tem ação ansiolítica e provoca amnésia anterógrada, que
Lorazepam e são úteis para pré-medicação.
diazepam).

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ANESTESIA A NÍVEL AMBULATORIAL


As propriedades de um anestésico ideal para a cirurgia ambulatorial incluem:
 Possuir início de ação suave e rápido;
 Produzir hipnose, amnésia, analgesia;
 Ser desprovido de efeitos colaterais indesejáveis;
 Produzir analgesia residual no pós-operatório;
 Proporcionar RÁPIDA RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA.

O SEVOFLURANO, entre os anestésicos voláteis é:


 O menos irritante ao trato respiratório
 Possui BAIXA solubilidade, o que resulta em rápida INDUÇÃO e RECUPERAÇÃO
da anestesia.
Por essas características o sevoflurano é o fármaco de escolha para cirurgias
ambulatoriais

BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES

 Utilidade clínica: PARALISIA do músculo esquelético (relaxamento profundo do


músculo), o que é útil para procedimentos cirúrgicos.

 Mecanismo de ação: antagonismo competitivo dos receptores nicotínicos da


acetilcolina localizados no musculo esquelético (Junção neuromuscular).

 Quem são?

PANCURÔNIO ATRACÚRIO VECURÔNIO ROCURÔNIO

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 Como reverter? aumento da disponibilidade de acetilcolina na junção


neuromuscular.

A NEOSTIGMINA é um colinérgico de ação indireta, ou seja, inibe a acetilcolinesterase


(enzima que degrada da acetilcolina), sendo seus principais usos clínicos:
 Miastenia;
 Reversão do bloqueio da transmissão na junção neuromuscular.

Aumento da disponibilidade
de Acetilcolina para atuar
Acetilcolinesterase inibida
em receptores muscarínicos
ou nicotínicos

2015 – EBSERH – HDT/TO Durante a fase de indução da anestesia geral, foram


administrados a um paciente propofol, fentanil e pancurônio, todos por via endovenosa.
Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, a indicação de cada uma dessas
drogas.
(A) Levar à inconsciência, fazer analgesia e facilitar a intubação.
(B) Causar bloqueio neuromuscular, levar à inconsciência e facilitar a intubação.
(C) Fazer analgesia, levar à inconsciência e causar bloqueio neuromuscular.
(D) Levar à inconsciência, fazer analgesia e causar bloqueio neuromuscular.
(E) Fazer analgesia, facilitar a intubação e levar à inconsciência

COMENTÁRIOS: Conforme vimos anteriormente, o propofol é um anestésico geral, tendo


como função a indução da anestesia, levando à inconsciência. Lembre-se que NÃO tem
atividade analgésica. Assim, podemos eliminar as alternativas B, C e E. Restando apenas
as alterativas A e D.
O fentanil, trata-se de um fármaco opióides que tem como uma das suas principais
funções a ANALGESIA (veremos essa classe de fármacos mais à frente).

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Já o pancurônio trata-se de um BLOQUEADOR NEUROMUSCULAR, que tem como


utilidade clínica a PARALISIA do músculo esquelético (relaxamento profundo do músculo),
o que é útil para procedimentos cirúrgicos.

GABARITO: D

ANESTÉSICOS LOCAIS

De maneira simplificada, os anestésicos locais produzirão perda de sensação em uma


região LIMITADA do corpo e, isto é conseguido por meio da inibição da GERAÇÃO ou da
PROPAGAÇÃO do impulso nervoso.

Tais fármacos são administrados diretamente no órgão alvo.

Quimicamente, são bases fracas, disponíveis na forma de sais para aumentar sua
solubilidade ou estabilidade.

São constituídos por:

GRUPO CADEIA GRUPO


LIPOFÍLICO INTERMEDIÁRIA IONIZÁVEL

(Ex: anel (Amida OU Éster) (Ex: amina


aromático) terciária)

Veja abaixo a representação da bupivacaína (um anestésico local) e identifique as 3 partes


da molécula citadas acima.

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O mecanismo de ação destes fármacos é o BLOQUEIO dos canais de sódio regulados


por voltagem, o que bloqueia o início e a propagação dos potenciais de ação.

Como dissemos tratam-se de BASES fracas. Assim, penetram a bainha nervosa do axônio
em meio ALCALINO (já que para penetrarem, precisam estar em sua forma APOLAR para
conseguirem ultrapassar as membranas lipídicas). Ao ultrapassarem as barreiras, no meio
intracelular, são ionizados e a fração ionizada da molécula liga-se aos dos canais de sódio,
bloqueando sua abertura.

Atravessam as No meio intracelular,


Anestésicos locais membranas lipídicas a fração IONIZADA
são BASES dos axônios em sua liga-se aos canais
FRACAS forma MOLECULAR de sódio, fechando-
(meio básico) os

Sendo assim, essa classe de fármaco pode ser dividida em dois grandes grupos,
baseando-se em sua cadeia intermediária: AMIDAS e ÉSTERES.

CLASSE TEMPO DE DURAÇÃO EXEMPLO DE FÁRMACOS


Bupivacaína;
Amidas Longa duração
Ropivacaína
Lidocaína;
Amidas Curta duração
Prilocaína
MUITO curta (pois são
Procaína
Ésteres hidrolisados por colinesterases
Tetracaína
plasmáticas)

Os anestésicos locais do tipo ÉSTER têm duração MUITO CURTA, pois são hidrolisados
por enzimas colinesterases, no plasma.
Com essa hidrólise, é formado o PABA (ácido amino parabenzóico), que é o principal
responsável pelas reações alérgicas dos anestésicos locais.

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A toxicidade dos anestésicos locais provém de dois processos:

• Efeito Sistêmico após administração incorreta ou após absorção do fármaco;


1

• Neurotoxicidade por efeito LOCAL;


2

1. Efeito SISTÊMICO, após administração INCORRETA em uma veia ou artéria ou da


própria absorção do anestésico local do seu local de administração, ou seja, a
passagem do anestésico para a circulação. As principais toxicidades para esse caso
são:

Toxicidade para o SNC Cardiotoxicidade

o Toxicidade para o SNC - Todos os anestésicos locais tem capacidade para


produzir SEDAÇÃO, TONTURA, DISTÚRBIOS VISUAIS e AUDITIVOS e
INQUIETAÇÃO, quando o fármaco é rapidamente absorvido ou quando há
administração incorreta que culmine no aumento das concentrações
plasmáticas.
 Sintomas PRECOCES de toxicidade: dormência da língua e gosto
metálico na boca.
 Em concentrações maiores: nistagmo e convulsões.

o A cardiotoxicidade é uma das principais preocupações para o uso de


anestésicos locais e é induzida principalmente por fármacos MAIS
LIPOFÍLICOS (Bupivacaína); A mistura racêmica tem maior chance para a
toxicidade do que o enantiômero R isolado. Por isso, houve o surgimento da
ROPIVACAÍNA.

2. Neurotoxicidade em decorrência dos efeitos locais.

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PARTICULARIDADES CLÍNICAS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS

Os anestésicos locais podem produzir ANALGESIA altamente efetiva em regiões bem


definidas.
Na prática clínica, o que se observa é uma evolução ordenada dos componentes do
bloqueio, começando com transmissão simpática e progredindo para temperatura, dor,
toque leve e por fim, o bloqueio motor.

A) AÇÃO DE VASOCONSTRITOR SOBRE O ANESTÉSICO LOCAL


Benefícios:
 Aumento localizado da captação neuronal, em decorrência do aumento da
concentração tecidual, o que leva a um bloqueio de MAIOR DURAÇÃO.
o Útil para procedimentos mais prolongados;
o Maior controle da dor no pós-operatório;
o Menor necessidade total de anestésico.

 Diminuição de efeitos tóxicos SISTÊMICOS, já que o vasoconstritor minimiza o


efeito vasodilatador de alguns anestésicos locais (como a lidocaína), por isso reduz
a taxa de absorção da droga para a circulação sistêmica, aumentando o efeito local.

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IDECAN-EBSERH/ HUPAA-UFAL-2015- Os anestésicos locais são um grupo de fármacos


utilizados para induzir a anestesia a nível local sem produzir inconsciência. Em relação à
estrutura química dos anestésicos locais, é correto afirmar que
A) o anestésico local do tipo amida apresenta maiores taxas de reações de
hipersensibilidade.
B) apresentam um grupamento hidrofílico, necessário para a passagem da molécula pela
membrana da célula nervosa.
C) os anestésicos locais são bases fracas, de modo que a sua forma ionizada é importante
para a rápida penetração nas membranas biológicas.
D) o paciente com insuficiência hepática irá apresentar maior risco de intoxicação se
utilizado um anestésico local do tipo éster do que o do tipo amida.
E) o anestésico local, de cadeia intermediária do tipo éster, em geral, apresenta menor
duração de efeito, uma vez que é hidrolisado por enzimas encontradas no plasma.

COMENTÁRIOS:
A) ERRADO – Os anestésicos do tipo ÉSTER apresentam maiores taxas de reações
hipersensibilidade, por serem clivados por enzimas colinesterases, no plasma, culminando
na formação do PABA (ácido amino parabenzóico), que é o principal responsável pelas
reações alérgicas dos AL.
B) ERRADO – O grupamento responsável pela passagem da molécula pelas membranas
lipídicas é o LIPOFÍLICO.
C) ERRADO –De fato são bases fracas, porém é a forma NÃOÍONIZADA que penetra as
membranas biológicas. A forma ionizada é a responsável por ligar-se aos canais de sódio.
D) ERRADO – Paciente com insuficiência hepática metabolizará menos quantidade de
fármaco absorvida, o que pode levar a intoxicação. O tipo de fármaco mais associado a
intoxicações, especialmente cardiotoxicidade, são os do tipo amida (principalmente
bupivacaína).
E) CORRETO- Os anestésicos locais do tipo ÉSTER têm duração MUITO CURTA,
justamente por serem hidrolisados por enzimas colinesterases, no plasma.
GABARITO: E

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2012- UNIFESP – Residência Multiprofissional - Um paciente de 18 anos teve um


acidente, onde seu “dedo” foi lacerado em um moedor de carne. A referida lesão foi
tradada e suturada. Após uma semana o “dedo” do paciente apresentava um processo
inflamatório intenso e o mesmo retorna ao Hospital para realizar novo tratamento da lesão
e curativo. A equipe de saúde pergunta ao Farmacêutico se podem utilizar um Anestésico
Local (AL) em áreas inflamadas. Portanto é correto afirmar que o AL:

(A) Pode ser administrado em qualquer local, pois o Processo Inflamatório não interfere no
mecanismo de ação e nem no efeito farmacológico do Anestésico Local.
(B) Deve ser administrado próximo do local do Processo Inflamatório, mas em doses mais
elevadas.
(C) Não deve ser administrado, pois irá gerar um agravo do Processo Inflamatório.
(D) Deve ser administrado em local distante do Processo Inflamatório, mas em região que
conduz o potencial de ação da área afetada, pois o pH local interfere no mecanismo de
ação e efeito farmacológico do Anestésico Local.
(E) Não deve ser administrado, pois irá gerar um aumento da dor no local do Processo
Inflamatório

COMENTÁRIOS: Para responder essa questão temos que fazer duas considerações:
1. Os anestésicos locais são BASES FRACAS;
2. O tecido inflamado é ÁCIDO;

Logo, a administração do fármaco próximo ao local não permitirá a penetração do fármaco


nas membranas lipídicas das células. Por isso, o fármaco tem que ser aplicado em região
distante, porém, que conduza potencial de ação para área afetada.

GABARITO: D

Finalizamos aqui esta aula. Não deixe de resolver as questões a seguir para treino! Até
nosso próximo encontro!

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1. 2009 / HUAC - (UFCG) Dentre as substâncias abaixo, o anestésico geral inalatório é o:


A) Propofol.
B) Isopropano
C) Bupivacaína.
D) Halotano.

2. UPNET-SES-PE – 2014-Qual dos seguintes anestésicos de inalação tem maior


probabilidade de hapatotoxicidade?
A) Óxido nítrico
B) Halotano
C) Metoxiflurano
D) Isoflurano
E) Enflurano

3. 2015 – Pref. Rio de Janeiro - Fundação João Pinheiro - FJP - Os anestésicos


inalatórios são fármacos administrados como gases. Um dos aspectos problemáticos
desses medicamentos é a sua baixa margem de segurança, colocando-os entre os mais
perigosos fármacos em uso clínico. O representante dessa classe usado em anestesia de
pacientes ambulatoriais, por causa de seu perfil de recuperação, é:
(A) halotano
(B) isoflurano
(C) sevoflurano
(D) perfluoroctano

4. Pref. Rio Grande da Serra/SP - (MOURAMELO)- Diminuem a pressão sanguínea,


relaxam a musculatura lisa bronquial, vascular e uterina, e suprimem o funcionamento
cardíaco. Trata-se de:
A) Ketamina ou cetamina.
B) Halotano e isoflurano.

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C) Isoflurano e ketamina. .
D) Cetamina, halotano e isoflurano.

5. 2015 – EBSERH – HDT/TO Durante a fase de indução da anestesia geral, foram


administrados a um paciente propofol, fentanil e pancurônio, todos por via endovenosa.
Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, a indicação de cada uma dessas
drogas.
(A) Levar à inconsciência, fazer analgesia e facilitar a intubação.
(B) Causar bloqueio neuromuscular, levar à inconsciência e facilitar a intubação.
(C) Fazer analgesia, levar à inconsciência e causar bloqueio neuromuscular.
(D) Levar à inconsciência, fazer analgesia e causar bloqueio neuromuscular.
(E) Fazer analgesia, facilitar a intubação e levar à inconsciência

6. 2013- UNIFESP – Residência Multiprofissional Homem, 41 anos deu entrada no


hospital com dor abdominal aguda, diagnosticada como úlcera duodenal perfurada.
Laparotomia foi realizada com anestesia geral. A indução fora realizada com Tiopental e
Vecuronio. Ao final da cirurgia a reversão do bloqueador neuromuscular foi feita com a
administração de:
(A) Atropina
(B) Remifentanil
(C) Protamina
(D) Neostigmine
(E) Rocurônio

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GABARITO
1-D 2-B 3-C 4-B 5-D 6-D

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