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Anestésicos e Analgésicos
A classificação de Mallampati, utilizada para
avaliar risco de intubação, é realizada com o paciente
sentado de frente para o especialista, na mesma
altura.
Etapas da avaliação:
O uso de MPA na véspera ou no dia da cirurgia tem Para a anestesia geral devem ser utilizados, nessa
como objetivos principais: ordem:
Opioides:
→ Indução = Começa com a administração de
A morfina é o protótipo de todos os opioides,
agentes anestésicos. É o período de transição do
sendo a capacidade analgésica dos demais comparada
paciente acordado até a perda da consciência, com
a ela. Usada VO, SC, peridural, raqui, transdérmica. Os
controle de VA (intubação).
opioides não possuem efeito depressor do coração,
→ Manutenção = Controle do plano anestésico
diminuem resposta adrenérgica. Por outro lado,
durante o procedimento cirúrgico
provocam depressão respiratória, prurido, retenção
urinária, imunossupressão. → Recuperação = Interrupção das drogas
anestésicas, retorno da ventilação espontânea
O fentanil é 100x mais potente que morfina. Mais (extubação), retorno da consciência.
sutilizado via IV. O efeito analgésico dura de 3 a 4h. - Estágio 1 – Despertar da anestesia –
Nesse estágio o paciente é capaz de
O alfentanil é menos potente que os demais e manter as vias aéreas pérvias, manter
possui duração de efeito mais curta. Utilizado em SpO2 acima de 94% com ou sem
procedimentos curtos. suplementação de O2, responder
O sufentanil é 10x mais potente que fentanil, comandos verbais simples e responder a
com efeito durando 6 a 7h. Utilizado em algumas perguntas. Nessas condições e
procedimentos longos. sob supervisão direta do anestesiologista,
o paciente pode ser transferido para a
O remifentanil é o único opioide que não pode ser recuperação pós-anestesia.
utilizado diretamente na veia, apenas em BIC. Possui - Estágio 2 – O paciente é capaz de manter
meia vida de 9 minutos. Como a meia vida é curta, o SpO2 acima de 94% respirando ar
paciente acorda rápido, mas com dor, então é ambiente, está acordado e alerta, com
necessário o uso de outro analgésico nesse momento. funções vitais próximas ao período pré-
operatório e reflexos de tosse e deglutição
Relaxantes musculares: presentes. Nessas condições, o paciente
Facilitam a intubação orotraqueal e facilitam que o pode ser transferido para a unidade de
paciente permaneça conectado com o aparelho de internação.
anestesia. Existem 2 tipos de relaxantes musculares, - Estágio 3 – O paciente está apto a andar
os despolarizantes e os adespolarizantes. sozinho, os efeitos colaterais (náuseas,
vômitos, tonteira, hipotensão ortostática e
A succinilcolina é o único despolarizante. Trata- dor) devem estar ausentes e bem
se de um agonista do receptor nicotínico. Efeito rápido. tolerados, deve apresentar diurese
espontânea e capacidade de alimentação.
Os adespolarizantes são competidores diretos da
Nessas condições, o paciente pode
acetilcolina pelos sítios de ligação nos receptores
receber alta hospitalar, acompanhado de
nicotínicos. Possuem efeito mais prolongado.
um responsável.
Para intubação traqueal de emergência, sem
jejum prévio (“estômago cheio”) precisam ser Obs. Para a intubação se utiliza a sequência opioide,
entubados rapidamente, sempre utilizar relaxantes hipnótico e por fim bloqueador neuromuscular. A
musculares de ação rápida (succinilcolina ou vantagem de se administrar o opioide primeiro, é que este já
rocurônio). Outros pacientes considerados de estará em efeito no momento da intubação. Junto com o
“estômago cheio”: gestantes, obesos, pacientes com opioide costuma se utilizar a lidocaína, que diminui os
hérnia de hiato. reflexos de VA.
Anestésicos inalatórios:
→ Anestésicos locais pouco hidrofóbicos ficarão → Para a lidocaína, em pH 7,4 teremos 0,5 formas
restritos ao meio extracelular e não serão capazes não ionizadas para 1 forma ionizada.
de atravessar a membrana para exercer seu → Para a bupivacaína, em pH 7,4 teremos 0,19
efeito formas não ionizadas para 1 forma não ionizada.
→ Anestésicos locais muito hidrofóbicos adentrarão
a membrana facilmente, mas terão ligação muito Assim, quanto mais próximo do pH fisiológico
forte por essa estrutura, ficando por muito tempo (7,4) for o pKa do AL, mais rápido será o início de
retidos nela ação (menor a latência). Quanto maior o pKa, maior
será a latência para o efeito.
Assim, o AL ideal é aquele com uma
hidrofobicidade intermediária, como é o caso da Latência lidocaína << Latência bupivacaína
lidocaína.
Embora o AL precise estar em sua forma não
A hidrofobicidade é responsável pela potência do ionizada para atravessar a membrana, o fármaco
AL. Quanto maior a hidrofobicidade, maior será a precisa se ionizar no interior da célula, pois a forma
potência desse fármaco. O sítio de ligação do AL ionizada apresenta maior afinidade pelo sítio de
no canal de Sódio possui também resíduos ligação.
hidrofóbicos. AL mais hidrofóbicos ligam-se com
maior afinidade ao sítio alvo na porção intracelular, o Ao atravessar a membrana, o fármaco pode
que aumenta a potência. adquirir um próton, assumir essa carga positiva e,
assim, ligar-se com maior afinidade ao canal de sódio.
Bupivacaína e ropivacaína são mais potentes
(mais hidrofóbicas) que lidocaína, procaína e
mepivacaína.
Ao atravessar Membrana axonal, no ambiente Os ALs amidas são mais estáveis, com
intracelular a ionização do AL favorece a interação biotransformação hepática (citocromo P450). Possuem
com a porção intracelular canal Na+. meia vida plasmática maior e metabólitos excretados
via renal. Se o paciente apresentar metabolismo lento
A taquifilaxia é fenômeno em que a mesma dose cirrose e outras hepatopatias há risco de toxicidade.
de anestésico local passa a ter menor efeito em
administrações repetidas. Isso ocorre devido a Efeitos adversos – Os principais efeitos adversos
depleção da capacidade de tamponamento (grande dos AL são sobre o SNC e sobre o sistema
volume administrado esgota o tamponamento tecidual) cardiovascular.
o que gera acidose extracelular, de forma que o AL
permanece ionizado e há perda de eficácia. → SNC = agitação, tremor, confusão, convulsão,
depressão respiratória (altas doses)
→ Cardiovascular = depressão do miocárdio,
bradicardia, diminuição do DC, eventualmente,
Absorção – Após a administração dos AL ocorre parada cardíaca, dilatação arterolar (com
difusão para o local de ação e parte do fármaco ganha diminuição da PA e choque)
a circulação sistêmica. Entretanto, isso não é desejável, → Reações alérgicas = procaína é metabolizada em
por visar-se o efeito local. PABA, ao qual parcela da população é alérgica
Para evitar que isso ocorra, principalmente
considerando que os AL causam a vasodilatação pode
ser administrado associado ao AL um agente A procaína foi o primeiro AL sintético, atualmente
vasoconstritor – a adrenalina. Isso aumentará a está em desuso. Possui alto período de latência e não
duração de ação, diminuirá a toxicidade sistêmica é utilizada topicamente. Apresenta curta duração,
(exceção m. esquelético) e diminuirá a quantidade sendo rapidamente metabolizada (meia-vida curta).
necessária de AL. Possui excreção renal. Forma o metabólito PABA, ao
qual parte da população é alérgica. Há risco de
toxicidade em pacientes com Pseudocolinesterase
atípica (defeito genético). Utilizada como anestesia
infiltrativa, via intradérmica ou subcutânea.
Os opioides são eficazes no alivio de vários tipos Os opioides são agonistas dos receptores
de dor aguda. No manejo da dor crônica são um opioides, que, quando ativados, causam a abertura de
último recurso, devido a tolerância e dependência canais de potásssio e fechamento de canais de
física que desencadeiam. cálcio.
O receptor κ provoca apenas analgesia espinal (+) Analgesia espinal – No terminal pre-sinaptico
e periférica (++) e o receptor δ apenas analgesia temos os recptores mu (μ) para o opioides. Os opioides
espinal (++). O receptor kappa também provoca agem nesse receptor, impedindo o influxo de calcio.
disforia. Por conseuquencia, há diminuição da exocitose e não
ocorre liberação de glutamato e substancia P.
A nivel pos sinaptico, causa hiperpolarização da Miperidina ou peptidina – Menos potente que a
celula por abertura de canais de potássio e impede morfina. Produz disforia com frequencia, pois tambem
geração de potencial de ação. atua nos receptores kappa. Possui metabolito toxico,
a normeperidina, que pode provocar convulsoes. Dor
Analgesia supraespinal – Na susbtancia cinzenta moderada ou intensa. Provoca midríase, a excessão
periaquedutal temos interneuronios gabaergicos, os dos outros opioides. Via IM, IV ou SC. É contraindicada
quais impedem a inibição da dor por via descendente em associação com drogas serotonérgicas: agitação,
fisiologicamente (pois precisamos ser capazes de sentir hiperemia e convulsões.
dor!). Nesses interneuronios temos receptores mu.
Quando um agonista opioide ou opioide endogeno Metadona – Possui propriedades semelhantes a
se liga impede a liberação do gaba e libera a via morfina. Longa ½ vida, maior que 24 horas, assim,
descendente inibitoria, com consequente efeito seu efeito é duradouro. Uso para alívio prolongado da
analgesico. dor crônica em pacientes com câncer terminal.
Possui interação com proteínas plasmáticas, se em
Efeito periférico – Relacionado a inflamação. uso concomitante com outros fármacos com essa
Receptores existentes nas terminações periféricas propriedade, pode haver grande porção de metadona
aferentes primárias. Apos injuria há indução da livre (que não conseguiu se ligar as proteínas), o que
expressao de receptores mu pela resposta pode causar depressão respiratória grave.
inflamatoria. Inibe liberação do glutamato e,
consequentemente, diminui nocicepção. Seu efeito sedativo e nauseante é menor que o da
morfina. Da mesma forma, a síndrome de abstinência
também é menos grave que na morfina. A metadona
pode ser utilizada para desabituar viciados em
Morfina – É o opioide de referecia. Tem heroína através da administração refular de doses
metabolização hepática, formando a morfina-6- VO. Sua longa meia vida promove concentrações
glicuronídeo, um metabólito ativo, que é 6x mais plasmáticas constantes.
potente que a própria morfina. Forma tambem a
morfina-3-glicuronideo que pode causar convulsoes Tramadol – Além da ação opioide, provoca
se em acumulo, logo, pode haver toxidade em diminuição da recaptação de noradrenalina e
paciente com insuficiencia renal cronica, necessitando aumento da liberação de serotonina (5HT). Contra-
de ajuste de dose. indicado para pacientes que fazem uso de drogas
serotoninérgicas. É uma mistura racêmica:
Disponivel VO, IV, SC e intratecal. Por VO sofre
muito metabolismo de primeira passagem. As demais → Dextro = fraco agonista mu (afinidade 1/6000 da
vias são preferidas. Indicada para dor moderada a morfina), menor potência (1/6 a 1/10 da potencia da
intensa. mrofina), inibição da recaptação de 5HT
→ Levo = Inibição da recaptação de NA, agonista
Codeina – É um pró-fármaco, que precisa ser alfa2
metabolizada pelo CYP2D6 – 10% da coidena é
transformada em morfina. Tem 20% ou menos da Possui metabólito O-desmetilado, 2-4 vezes mais
potencia analgesica da morfina. É um opioide fraco, potente que o fármaco em si. Pacientes com IRC
mais utilizada em dores moderdas. Muito usada para podem necessitar ajuste de dose.
deprimir o centro da tosse e suprimir a tosse. Pode
ser associada ao paracetamol para efeito Utilizado em dor moderada a intensa.
anagesico. Possui efeitos colaterais menores que a Apresentação em comprimido revestido, cápsula,
morfina. solução oral e solução injetável (IV, IM). Início de ação
varia de 20 minutos a 1h, dependendo da via.
Cuidado com interações medicamentosas –
medicamentos que provocam inibição do CYP2D6 Fentanila – Mais potente que a morfina. Inicio
(corpromazzina, fluoxetina, micozanol), provocando mais rapido e duração de ação mais curta. Pode ser
redução do efeito analgésico da codeina. utilizado como medicação pre anestesica, pre e pos
operatorio e analgesia balanceada. Aprentação em
Alerta! Risco de morte em crianças. Polimorfismo solução injetável, pastilha ou prirulito (adm
genetico da CYP → algunss pacientes são transmucosa), adesivo transdérmico, intratecal,
metabolizadores ultra-rápidos = conversao rapida de sistema de infusão controlada pelo paciente no pós-
codeína em morfina. operatório.