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DISTÚRBIOS NEUROLÓGICOS

ESPINHA BÍFIDA

- sinônimo de disrafismo espinhal = defeitos congênitos de 1 ou mais arcos vertebrais, pode


estar associado com a malformação da medula espinhal (não há fusão dos arcos posteriores
vertebrais)

- pode ter uma espinha bífida aberta ou fechada

- a fechada pode aparecer uma mancha avermelhada ou um tufo de pelo na lombar

- defeito congênito da medula espinhal, a medula extravasor para fora do espaço medular e
fica mal formada no corpo / cirurgia intraútero no 4º mês de gestação

- defeito do tubo neural

– geralmente tem hidrocefalia

- alteração de tônus

- bexiga neurogênica / bexiga sempre fica tensa por conta do tônus, mas não se tem controle
esfincteriano e então ocorre a incontinência

ESPINHA OCULTA

Fechamento incompleto das lâmina de uma ou mais vértebras sem protrusão do conteúdo
intraespinhal e ausência de cisto perceptível. Podem apresentar defeitos cutâneos, déficit
neurológico e displasia de medula, mas será raro

ESPINHA CÍSTICA

- Mais comum em nível lombosacral e dorsal baixa podendo ocorrer em qualquer nível

MENINGOCELE

- protrusão de meninge e líquido cefalorraquidiano dentro da bolsa cística

- relativamente rara, podendo existir anormalidades

MIELOMENINGOCELE

- Falta de fusão dos arcos vertebrais com distensão clínica das meninges e existência de tecido
nervoso no saco meníngeo

- 94% das lesões císticas serão Mielomeningocele

- Há déficit neurológico abaixo do nível da lesão

ENCEFALOCELE

- O cérebro e as meninges sofrem protrusão através de um defeito na calota craniana


Diagnóstico

Pré-natal

- AFP = alfafetoproteína é uma proteína produzida durante o desenvolvimento do embrião e


feto

- níveis anormais no líquido amniótico

- anormalidades cranianas da coluna vertebral

- vai ser feita cesariana

Ao nascimento

- protrusão cística com ou sem desenvolvimento neural

- alterações na pele – região sacro coccígea

Características que devemos nos atentar:

- gravidade dos defeitos

- nível da lesão

- problemas associados

- hidrocefalia

Problemas associados:

- deformidades ortopédicas

- movimento intra uterinos

- desequilíbrio musculares

- presentes ao nascimento e desenvolvem conforme o crescimento

- osteoporose

- obesidade: por falta de atividade


- anomalias do sistema urinário

- alterações cutâneas: sensibilidade

- deficiência intelectual

Hidrocefalia acomete 90% das crianças com Mielomeningocele

- acúmulo anormal de líquor no crânio

- tratamento = colocação de uma derivação dos ventrículos para a cavidade peritoneal,


chamada de derivação ventriculoperitoneal

Complicações:

- Bloqueio da cânula: drenagem inadequada

• Infeção, calcificação, migrar, desconectar: bloqueio

-Irritabilidade, alterações de comportamento

-cefaleia

-Vômitos

- Letargia, sonolência

- Febre

-Exoftalmia

-Alterações de tônus e da coordenação motora

-Mudança no apetite

-Convulsões

Tratamento médico

Cirúrgico:

- Imediato para Mielomeningocele

- Hidrocefalia

- Correção de alterações diversas

- Ortopédicas tardias

Medicamentoso

- convulsões

- diminuição líquor
TRATAMENTO

- Promover habilidades funcionais adequadas a idade e reduzir consequência secundárias

- intervenção precoce

 Prevenção de contratura (posicionamento)


 Desenvolvimento motor
 Proteger a pele
 Orientar uso de dispositivos auxiliares

- intervenção tardia

 Proporcionar mobilidade
 Independência funcional

A fisio pode ser dividida em 3 etapas

1. Antes do fechamento da bolsa cística:


 De acordo com indicação médica e limitada
 Usando posicionamento no leito em DV e DL
 Alongamento de partes moles para evitar deformidades e manter ADM`S
 Cuidar com infecções (ao manusear)
 Fisioterapia respiratória
2. Após a cirurgia até o bebê pequeno
 Manter a conduta anterior
 Usar objetos e texturas para estimulação sensorial
 Maior objetivo nessa fase
- Propiciar a sequência do desenvolvimento motor típico, preparando a criança para a
postura em pé, desencadeando reações de retificação endireitamento e equilíbrio
3. Condições estabilizadoras
 Postura em pé
 Fase pré-deambulatória
 Manter condutas anteriores
 Enfatizar a marcha
 Usar órteses e dispositivos auxiliares de locomoção

SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO FMS – the functional Mobility scale

Nível motor

Torácico

 Não apresenta movimentação nos membros inferiores


 Deambulação terapêutica com tumor longo com cinto pélvico
 Na vida adulta serão cadeirantes
 Ortostatismo importante realizar para:
- redução da osteopenia
- melhora da função intestinal e vesical
- evitar deformidades
Lombar alto

 Tem funcionalidade nos músculos:


- iliopsoas, adutores e eventualmente o quadríceps
 Prognóstico de deambulação regular
 Marcha domiciliar e comunitária para curtas distancias, com o uso de órteses longas
com cinto pélvico e andador
 Cadeirante na vida adulta

Lombar baixa

 Tem funcionalidade nos músculos:


- iliopsoas, adutores, quadríceps, flexores mediais do joelho e eventualmente o
musculo tibial anterior e glúteo médio
 Prognóstico de deambulação
- é bom com o uso de órteses e com o uso de muletas
- quando criança podem necessitar de cinto pélvico para deambulação

Sacral

 Tem funcionalidade nos músculos:


- iliopsoas, adutores, quadríceps, flexores mediais do joelho, músculo tibial anterior,
glúteo médio, flexores plantares e extensores do quadril
 Podem necessitar ou não de órtese para deambulação

 O tratamento de forma geral


 Buscar a melhora da força muscular, que não necessariamente depende da quantidade
ou do tipo de exercícios que a criança realiza, mas sim do grau e o nível da lesão
medular e das raízes nervosas
 Quanto menor for alteração do movimento e mais baixo a lesão, maior será a
probabilidade de os músculos serem fortalecidos e melhor prognóstico de mobilização
e marcha
 Por outro lado, os músculos sem movimento ou com frequência acentuada
decorrentes da lesão permanente não podem ser a sua força aumentada

CONCLUINDO

- Buscar a melhora da força dos músculos adequado ao nível da lesão

- Quanto mais baixa a lesão menor será a alteração motora e maior as probabilidades de
aquisições motoras

- Quanto mais baixa a lesão melhor será o prognóstico de marcha

- Os músculos envolvidos com fraqueza muscular terão permanente fraqueza muscular


decorrente do nível e grau da lesão

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