Você está na página 1de 11

Encefalopatia Crônica Não Progressiva – Paralisia Cerebral

A paralisia cerebral é um conjunto de desordens permanentes que afetam o movimento e postura.


Os sintomas ocorrem devido a um distúrbio que acontece durante o desenvolvimento do cérebro, na
maioria das vezes antes do nascimento.

ETIOLOGIA

• Congênitas

• Genéticas

• Inflamatórias

• Infecciosas

• Atóxicas

• Traumáticas

• metabólicas

Causas Perinatais Causas pós-natais

• Asfixia (hipóxia ou anóxia) • Meningecefalites bacterianas e


• Prematuridade e baixo peso virais

• Icterícia grave • TCE

• Infecção pelo canal do parto • Encefalopatias desmielinizantes

• Síndromes epilépticas
Tipos Clínicos da Paralisia Cerebral

Quanto a Topografia

• Quadriplegia

• Diplegia

• Hemiplegia

• Triplegia

• Monoplegia

• Dupla hemiplegia

Quanto ao Tônus

• Espasticidade

• Hipotonia

• Discinéticos (Atetose)

• Ataxia

ESPASTICIDADE

• Lesão localizada na área responsável pelo início dos movimentos voluntários


(córtex motor ou trato piramidal).

• Tônus aparenta ser normal até 4 meses

• Reflexos primitivos persistentes

• Contraturas

• Reações associadas
• Corresponde a 75%
DISCINÉTICOS (Geralmente conhecido como Atetose)

• Lesão está localizada nas áreas que modificam ou regulam o movimento,


trato extrapiramidal, núcleos da base.
• Presença de movimentos involuntários (estáticos ou dinâmicos).

• Grande maioria de forma quadriplégica

• Falta de controle, seletividade e graduação do movimento

• Tônus de base: hipotônico

• Tônus de movimento: flutuante

• Assimétricos

• Opistótono

• Pobre controle de cabeça e tronco

HIPOTONIA

• Apresenta frequentemente grave depressão da função motora e fraqueza


muscular
• Início de 99% dos PCs

• Poderá ser fase transitória para a atetose, ataxia ou espasticidade

• Pode manter hipotonia de tronco e apresentar espasticidade nos membros


ATAXIA
• Lesão ocorre em qualquer das vias que controlam a coordenação: cerebelo,
vias cerebelares, labirinto ou vestibulares.
• Marcha cambaleante por causa da deficiência de equilíbrio- e incoordenação
dos movimentos com incapacidade para realizar movimentos alternados rápidos
e dificuldade para atingir um alvo.
• Dificuldade para graduação de movimentos finos

• Tremor de intenção

• Oscilação de tronco

• Titubeação da cabeça

• Dismetria

• Nistagmo

• Ataxia da incoordenação

• Ataxia do equilíbrio

• Formas mistas são também observadas

Contraturas e deformidades

• Escoliose

• Luxação de quadril, ombros e mandíbulas

• Poucas contraturas

• Disartria

• Nistagmo

• Careteamento.
• Dificuldade para graduação de movimentos finos

• Tremor de intenção

• Oscilação de tronco

• Titubeação da cabeça

• Dismetria

• Nistagmo
Defeitos no Tubo Neural

ESPINHA BÍFIDA

CONCEITO

É um defeito no fechamento da coluna vertebral. Embora a causa não seja conhecida, o risco aumenta
diante de níveis baixos de folato durante a gestação. Alguns casos são assintomáticos, outros causam
grave disfunção neurológica abaixo da lesão. A espinha bífida aberta pode ser diagnosticada na
ultrassonografia pré-natal ou sugerida diante dos níveis elevados da α-fetoproteína em soro materno
e líquido amniótico. Após o nascimento, a lesão é normalmente visível no dorso. O tratamento costuma
ser cirúrgico..

CLASSIFICAÇÕES

Espinha Bífida Oculta

• Falta de fusão dos arcos vertebrais, porém não se observa herniação nem deslocamento do
tecido nervoso.
• Alterações da pele na região sacro-coccígea em 80% (tufos pilosos, angiomas ou massas
subcutâneas).
• Possibilidade de déficit neurológico progressivo com o crescimento Mais
frequente entre L5 – S1.

• Geralmente não apresenta comprometimento neurológico ao nascimento

• Em alguns casos há malformação óssea, da medula espinhal, raízes nervosas e tecidos


adjacentes

• Seios dérmicos

• Cistos dermóides
• Angioma localizado no canal medular

Meningocele

• Podem ser encontrados tufos de pelos ou pequenas formações angiomatosas.

• O saco é revestido externamente pela pele ou pelas membranas.

• Há condução normal de impulsos nervosos

• Geralmente não se observam displasia da medula ou sinais neurológicos, porém, as aderências


podem causar tração na medula espinhal provocando déficits neurológicos.
• Nível lombossacro (mais frequente)

• Pode haver aderência com massa de tecido adiposo (lipomeningocele)

• As aderências podem causar tração na medula espinhal provocando déficits neurológicos


• Não há na meningocele:

• Deformidades de MMII.

• Alteração do reflexo anal.

Mielomeningocele

• Mais grave

• Participam dessas alterações:

• Medula espinhal
• Meninges

• Raízes nervosas

• Associadas a hidrocefalia (evidente no 4º mês)

• Exame da motricidade, sensibilidade e de bexiga e esfíncter anal

Hidrocefalia

• Ocorre quando o líquido da medula não pode circular normalmente, o que acontece em
cerca de 90% das crianças com espinha bífida.
• O líquido acumula-se no cérebro e, caso não seja controlado, pode acarretar o surgimento
de graves consequências.

NÍVEL MÚSCULO FUNÇÃO TESTE


L1-L3 Psoas Flexão do quadril Levantar o joelho na posição
sentada
L2-L4 Quadríceps Extensão do joelho Chutar uma bola na posição
sentada
L4-L5 Tibial Anterior Flexão dorsal do pé Andar nos calcanhares
L5-S1 Isquiostibiais Flexão dos joelhos Fletir a perna em prono
L5-S2 Tríceps Sural Flexão plantar Andar na ponta dos pés
S2-S4 m. dos Contração dos
esfíncteres e esfíncteres de bexiga Prender a urina
períneo e reto

Nível da Lesão Prognóstico para Locomoção


Sacral Crianças com pequeno grau de fraqueza muscular andarão sem aparelhos

Lombar Crianças com quadríceps forte e paralisia de pé e tornozelo necessitarão de


baixa órteses curtas
Algumas necessitarão de apoio de bengalas ou muletas
Crianças com psoas andarão com apoio, mesmo com quadríceps fraco ou
Lombar ausente
alta Necessitarão de órteses longas e serão dependentes de cadeira de rodas na
adolescência
Torácica Crianças com nenhum movimento de MMII poderão ser colocadas de pé em
suportes apropriados, mas serão totalmente dependentes de cadeira de rodas
para a locomoção
Distrofia Muscular de Duchenne

As distrofias musculares são um grupo de distúrbios musculares hereditários, nos quais um ou mais
genes necessários para uma estrutura e um funcionamento muscular normais são defeituosos, o
que resulta em fraqueza muscular com vários níveis de gravidade. A distrofia muscular de Duchenne
e a distrofia muscular de Becker provocam fraqueza nos músculos mais próximos ao tronco.

SINTOMAS

 Quedas frequentes
 Dificuldade para levantar de uma posição deitada ou sentada
 Dificuldade com habilidades motores, como correr e saltar
 Andar cambaleante
 Grandes músculos da panturrilha
 Dificuldades de aprendizagem
 Fadiga
 Retardo mental
 Fraqueza que piora com o tempo
 Atraso na aquisição da marcha (18 meses)
 A doença se manifesta entre 3 a 5 anos
 Consequências do enfraquecimento proximal e simétrico da musculatura
 Fraqueza muscular ocorre de forma gradual e ascendente
 Músculos inervados pelos nervos cranianos (exceto o esternocleidomastoideo)
não são envolvidos
 Funções intestinais e urinárias geralmente estão preservadas.
Levantar Miopático – Sinal De Gowers

TRATAMENTO
• Não há medicamento capaz de bloquear ou retardar o processo de degeneração do músculo,
• Estão sendo realizadas pesquisas, no sentido de encontrar a cura as diversas distrofias
musculares.
• Fisioterapia, com os seus diversos recursos, é de extrema importância para permitir ao paciente
uma melhor qualidade de vida. Tendo como objetivos:

o evitar contraturas que possam levar à futura incapacidade e dor;

o manter a força máxima/ evitar atrofia por desuso;

o facilitar as habilidades funcionais máximas, utilizando equipamento adaptável


quando necessário.

o manter a máxima força muscular respiratória e o movimento de secreções.

o orientações domiciliares são de extrema importância. Um programa de


exercícios domiciliares diários deve ser ensinado aos pais.

Você também pode gostar