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AULA 4 – EPIFISIÓLISE, DOENÇA DE LEGG-CALVÉ-

PERTHES E LUXAÇÃO CONGÊNITA DE QUADRIL

EPIFISIÓLISE:

• Deslocamento da cabeça do fêmur em relação ao colo → Falha na fise de


crescimento;
• Fraqueza na placa epifisária proximal do fêmur;
• Essa alteração é rara em crianças abaixo de 9 anos e tem mais frequência em
meninos na faixa de 12 a 14 anos;
• O crescimento do fêmur ocorre em cada extremidade do osso ao redor de uma área
de cartilagem em desenvolvimento chamada “PLACA DE CRESCIMENTO”
• Esse “escorregamento tem diversas classificações:
➔ Pequeno
➔ Moderado
➔ Grave
CAUSAS PROVÁVEIS:

• Trauma;
• Stress;
• Após radioterapia;
• Hipotireoidismo;
• Hipopituitarismo;
• Alterações hormonais também podem causar o surgimento dessa alteração
• O hormônio de crescimento vai atuar na epífise provocando um alargamento da
placa;
• O hormônio sexual atua na epífise diminuindo a placa;
• Desequilíbrio hormonais que provocam a diminuição da placa;

BIOTIPOS:

• Longilíneo – tem o aumento do hormônio de crescimento (um estirão de


crescimento muito rápido)
• Obesidade – que apresenta uma região hipogenital, com menor quantidade de
hormônio sexual;

TIPOS CLÍNICOS:

• Aguda – assintomática
• Crônica – com sintomas presente há + de 3 meses
• Crônico agudizado – já tem a algum tempo e começa ter a sintomatologia dolorosa
e uma impotência funcional repentina; (agravamento dos sintomas)
EPIFISILIOLISE NEONATAL:

• Pode ser decorrente da hora do parto


• Diagnóstico diferencial:
➔ Doença de Legg Doença de Legg-CalvePerthes; (necrose avascular da
cabeça do fêmur)
➔ Artrite séptica; (é uma artrite que acontece dentro da articulação (capsula
articular), se espalha via hematogênica)
➔ Displasia proximal focal do fêmur; (é uma má formação genética congênita do
quadril da criança)
• Radiografia:
➔ Deslocamento superolateral da metáfise proximal do fêmur;

SINAIS E SINTOMAS:

• Dor;
• Claudicação;
• Incapacidade de deambulação;
• Limitação de movimento;
• Sinal de Drehman positivo → ao realizar a flexão de quadril o membro faz rotação
externa;
• Membro encurtado, abduzido e com rotação externa → marcha em rotação externa
(quanto mais acentuado o desvio da cabeça do fêmur, o paciente terá maior
dificuldade na mobilidade e dor)
• Em casos crônicos hipotrofia
• Súbito após trauma importante;
• Gradual, sem episódio traumático prévio
• Por que há maior incidência na puberdade?
➔ Rápido crescimento, predomínio do plano vertical obliquo sobre plano
horizontal, ou seja, a criança cresce muito e não se desenvolve no peso
corpóreo) → o crescimento deve acontecer de forma harmônica;
➔ Aumento do stress sobre cartilagem femoral.
➔ Retenção sub ótima de cálcio, gerando mineralização incompleta do colo do
fêmur;

ALTERAÇÕES RADIOGRÁFICAS:

• Espessamento /alargamento da placa epifisária;


• Graus variáveis de deslocamento da cabeça do fêmur (medial ou dorsal);

CLASSIFICAÇÃO PELO MÉTODO DE KLEIN:


ALTERAÇÕES HISTOLÓGICAS:

• Degeneração e fibrose da placa epifisária;


• Aumento dos seios vasculares da região medular;
• Redução do osso trabeculado local;

COMPLICAÇÕES:

• Condrólise;
➔ Por conta do escorregamento ocorre um dano na articulação e desenvolve
um desgaste rápido do quadril;
• Necrose da epífise;
• Ambas;
• Pode acontecer um desgaste da cartilagem;
➔ Artrose;

TRATAMENTO:

• Tratamento é personalizado para cada classificação;


• Cirúrgico → Fixação in situ;
• Pinagem – é um parafuso que atravessa a placa de crescimento para fixar a cabeça
do fêmur
➔ Tem diversas formas de fixação;
• Comum fixação profilática do quadril contralateral à lesão (é comum o deslizamento
do outro lado até um ano após o deslizamento primário);
• Mobilização articular leve e precoce
• Muletas com carga parcial progressiva de 2 a 3 semanas;
• Deslizamento instável → não aplicar carga por ao menos 6 semanas;
DOENÇA DE LEGG CALVÉ E PERTHES
• Osteonecrose idiopática do fêmur;
• Necrose avascular idiopática da epífise superior da cabeça do fêmur;
• Falta de suprimento sanguíneo → osteonecrose → pausa do crescimento ósseo
• Deformidade permanente da cabeça do fêmur
• Comum em crianças de 4 a 8 anos + em meninos

FISIOPATOLOGIA

Redução do Interrupção Necrose Aumento da Deformidade


suprimento do da atividade da cabeça
sanguíneo crescimento superfície osteoblática/ do fêmur
da epífise do núcleo de óssea remodelaçã
do fêmur ossificação o óssea

FATORES DE RISCO
• Baixo peso ao nascer;
• Baixa estatura;
• Malformação congênita;
• Idade óssea atrasada 1-3 anos em relação à idade cronológica;
• Pais idosos;

SINTOMAS
• Dor no quadril ou dor referida ao joelho → Dor piora com as atividades físicas
• Marcha antálgica
• Teste de trendelemburg positivo
• Diminuição da ADM de rotação interna e abdução de quadril
• Atrofia muscular do quadril e coxa
• Discrepância no comprimento dos MMII

DIAGNÓSTICO
• Sinais clínicos
• Raio-X → gravidade
• Classificação Herring lateral pillar
• Início dos sintomas antes dos 8 anos → melhor prognóstico
• Após 8 anos e ao menos 50% de manutenção da altura do pilar lateral → melhores
resultados quando abordados cirurgicamente
• Herring C → Quadril com mais de 50% de colapso do pilar lateral, têm prognóstico
ruim
TRATAMENTO
• Depende do grau de comprometimento da cabeça do fêmur
• Tratamento conservador com repouso e uso de anti inflamatório, fisioterapia para
pacientes mais jovens e com doença mais branda
• Osteotomia de Salter: recomendado para crianças com + de 8 anos, classificação B
e B/C
• Osteotomia proximal batizante do fêmur
• Artroscopia do quadril: para o tratamento de sintomas mecânicos e impacto
femoroacetabular
• Artrodiastase: uso do fixador externo articulado para descompressão do quadril;

TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
• Alongamento dos músculos adutores do quadril (geralmente estão tensos)
• Alongamento dos músculos flexores e rotadores do quadril
• Liberação miofascial para redução da tensão muscular ao redor do quadril
• Manutenção ou ganho de força muscular (músculo do quadril e joelho)

TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO PO
• Mobilização precoce
• Manutenção ou ganho de ADM
• Fortalecimento muscular
• Analgesia

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