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AULA 3 – IMPACTO FEMOROACETABULAR (IFA) E

ARTROPLASTIA DE QUADRIL

IMPACTO FEMOROACETABULAR (IFA)


• Contato anormal da cabeça do fêmur com o acetábulo nos extremos da
amplitude de movimento (EX: bailarinas ou lutadores livres)
• Essa alteração irá levar a um conflito mecânico, gerando desgaste
articular e microtraumas nas estruturas, desenvolvendo lesões;
• A principal causa é a alteração do contato entre a cabeça do fêmur e o
acetábulo, gerando forças de compressão e cisalhamento entre as
estruturas, devido um desequilíbrio muscular e articular;
• Grande parte dos pacientes com IFA desenvolvem osteoartrie,
principalmente jovens;
• O impacto resulta em lesões labral e condral
• PINCER é o espessamento ou maior cobertura do acetábulo
• CAM é o espessamento do colo do fêmur
• MISTO é o impacto misto CAM + PINCER

CAM PINCER

Alteração óssea na região de Deformidade óssea no acetábulo;


transição entra a cabeça e o colo
Lesão Labral;
do fêmur;
Lesão de cartilagem é geralmente
Lesão Labral;
secundária
Principal responsável pela lesão de
cartilagem;

MISTO OU MIXER

Junção de CAM+ PINCER


As regiões mais afetadas são:


• O labrum e a região antero-lateral da cartilagem articular o acetábulo.

Sinais e Sintomas:
• Os pacientes com IFA podem não ter sintomas;
• Dor na virilha (queixa principal de pacientes sintomático);
• Sensação de bloqueio da articulação para rotação interna;
• Marcha claudicante.

Diagnóstico:
• Teste de FADIR (flexão + adução + rotação interna).

• Rx e RNM

Tratamento:
• Educação do paciente com a movimentação, sobre o repouso e
modificação de gestos esportivos
• Aliviar a dor
• Marcha proprioceptiva (encostar o pé no chão sem carga para ativar o
hábito de caminhar)
• Programa de exercícios individual:
• Exercícios de alongamento e ganho de ADM de quadril
• Fortalecimento muscular → MI em geral, com ênfase em glúteo máximo,
glúteo médio, rotadores laterais do quadril e abdominais
• Duração mínima: 12 semanas
• Componentes adicionais: taping e terapia manual → melhora a dor no
momento

Fuso Muscular:
Fuso muscular é uma célula de estiramento quando tem
um estiramento demasiado ele fecha (quando alonga
demais) reflexo mio tático, ou seja, está estirando demais
ele fecha como proteção, então quando estamos
alongando de mais o fuso muscular ele começa atrapalhar
o alongamento, então devemos fazer um alongamento
suave, abaixo do limiar do fuso ele não entra em ação e
facilita o alongamento (fica mais fácil de alongar)
• Fazer o alongamento com um tempo maior e uma
intensidade baixa

ARTROPLASTIA DE QUADRIL
• Procedimento cirúrgico de substituição articular (prótese), danificada ou
fraturada.
• Existem 4 tipos de artroplastia de quadril:
è Total – Substituição total do acetábulo e da cabeça do fêmur
è Parcial – Substituição somente da cabeça do fêmur
è Cimentada – Fixação imediata
è Não-Cimentada – Fixação biológica
• A substituição pode ser feita com componentes metálicos de polietileno
ou cerâmica, que podem ser fixados ao osso através de uma camada de
cimento ósseo (prótese cimentada) ou não (prótese não cimentada)
• As hastes que vão no fêmur são porosas, quando coloca a prótese ela
entra rasgando a parede da medula, causando uma lesão na medula,
porque a haste tem que entras justa não pode sobrar.
• Na medida que começa a cicatrizar, começa a consolidar essa parede
medular e vai literalmente enraizando, a haste começa a sofrer esse
enraizamento da cicatrização e essas raízes vão entrando nessa
porosidade e fixando a haste metálica na parede medular, fazendo com
que a prótese fosse parte do osso
• Prótese híbrida - Prótese híbrida, o componente acetabular é fixado à
bacia através de parafusos, sendo o componente femoral fixado com
cimento ao fêmur. É usada em pacientes com até 75 anos de idade.
• Os fatores principais para escolher uma prótese é a idade do paciente e
qualidade óssea;
• A prótese tem uma durabilidade média de mais ou menos 15 anos,
depois disso vai ser verificado a qualidade do osso se for boa dá para
trocar mas se não for boa dai tem que bloquear a articulação (artrodese)
não vai mais mexer o quadril;
• Não existe rejeição e sim uma infecção

INDICAÇÕES:
• Casos graves de artrose;
• Artrite reumática;
• Fratura do colo do fêmur;
• Luxações crônicas do quadril;
• Necrose avascular da cabeça do fêmur.

CUIDADOS PÓS-CIRÚRGICOS:
• Evitar movimentos hipers de adução, flexão acima de 60º, e Rotação
Interna.

PROBLEMAS COMUNS A LONGO PRAZO:


• A soltura da prótese, é a principal complicação a longo prazo. A
durabilidade da prótese é determinada por três fatores:
1. A habilidade do cirurgião:
2. Esforço a que essa prótese será submetida. Isto depende da
atividade que o paciente exerce;
3. Estado do osso do paciente.
• Outro problema comum nas artroplastias de quadril é a LUXAÇÃO.
• Pode ser causada por:
• Inabilidade do cirurgião;
• Franqueza muscular;
• Mau posicionamento do membro operado.

TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO:
• Observar condição emocional;
• Parte cardiorrespiratória;
• Exame motor, força, adm, goniometria.
• OBJETIVOS:
• Diminuir quadro álgico;
• Restabelecer função; através de força muscular, adm, alongamento,
marcha.

PÓS OPERATÓRIO (PACIENTE EM FASE HOSPITALAR)


• Prevenção de TVP;
• Mobilização passiva no segmento operado (ROT.
• EXTERNA, ABDUÇÃO, FLX ATÉ 90º);
• Sentar-se no leito;
• Profilaxia respiratória;
• Ortostatismo com órtese e contrações isométricas;
• Deambulação com apoio parcial;

ORIENTAÇÕES:
• Dormir sempre com travesseiro entre joelhos;
• Ao se levantar de cama baixa, apoiar primeiro perna não operada;
• Ao sentar não fletir o tronco sobre quadril mais que 90º;
• Ao usar o vaso sanitário, abaixar completamente a roupa intima;
• Não vestir meias e sapatos sozinho;
• Não cruzar as pernas;
• Apenas depois do 3º mês pode realizar adução e rotação interna;

FASE AMBULATORIAL:
• Tem por objetivo progredir a força muscular, principalmente de glúteos,
quadríceps;
• Melhor propriocepção;
• Aprimorar marcha;
• Transferência de peso;
• Melhorar alongamento geral de membros inferiores;
• Força de membros superiores, para apoiar a órtese.

HIDROTERAPIA:
• Uso das propriedades físicas da água.
• Depois do 14º dia P.O.

ARTROSE COXOFEMORAL OU COXOARTROSE


• A osteoartrose é uma doença articular degenerativa não-inflamatória
caracterizada pela destruição da cartilagem articular, esclerose do osso
subcondral, formação de osteófitos, assim como por alterações da
membrana sinovial, da cápsula articular, dos ligamentos e músculos.
• Doença degenerativa crônica não transmissível;
• A artrose é uma lesão em espelho, o que acontece em uma superfície
de um osso vai acontecer na superfície de outro osso;
• Também caracterizada pela diminuição da interlinha articular, e isto
provoca o desgaste da superfície óssea, da superfície articular.
• Envolvimento dos ligamentos, dos tendões, das cápsulas e obviamente
dos músculos que estão mudando seu comprimento, já que existe uma
aproximação das superfícies ósseas ou o músculo vai passar a ficar
tensionado nesse trajeto.
• Os principais fatores de risco são:
è A idade;
è O sexo;
è A predisposição genética; (artrose não é genética)
è Os fatores mecânicos; (alterações mecânicas dos segmentos
podem levar a artrose)
è Trauma; (pode provocar artrose pois pode provar uma alteração
no segmento)
è Obesidade; (pode provocar artrose por conta da sobrecarga)
• Pode ser primária, ou idiopática, quando as causas são desconhecidas
ou secundária a outras patologias (normalmente são doenças da
infância), como defeitos congênitos do quadril, artrite reumatoide
(principalmente a juvenil), necrose avascular da cabeça femoral (existe
uma diminuição da circulação sanguínea e a cabeça femoral vai
necrosando, diminuindo, morrendo aos poucos, então fica mais fácil a
luxação e mais fácil o surgimento da artrose), sequelas de trauma e
deformidades anatômicas, quando têm a tendência a atingir um grupo
mais jovem de pacientes;

SINTOMAS:
• Dores na região inguinal, coxa e nádegas, algumas vezes irradia para o
joelho (que pode ser piorado com atividades físicas e alivia com repouso
e medicações)
• A dor torna-se mais intensa com a evolução da doença, podendo estar
associada com rigidez e limitação importante dos movimentos da
articulação e para a realização das atividades diárias;
• É uma doença silenciosa, a gente não percebe quando ela está
evoluindo;

SINAIS:
• A evolução da osteoartrose "idiopática" é geralmente lenta e não tão
previsível como nos casos secundários, quando se espera uma
progressão rápida e falha dos métodos conservadores de tratamento.
Dessa forma o tratamento inicial para os casos primários é sempre o
não cirúrgico, através de alterações nos padrões de atividade física, uso
de órteses, medicações sintomáticas como analgésicos e anti-
inflamatórios não-esteróides, assim como medicações condro-
protetoras.

DIAGNÓSTICO:
• O diagnóstico é realizado através da história e do exame físico, onde
são encontrados dor e limitação dos movimentos da articulação e é
confirmado pelo exame radiológico, geralmente pelas incidências antero-
posterior da bacia e lateral da articulação coxo-femoral do lado
comprometido;

TRATAMENTO:
• Conservador;
• Antiinflamatório;
• Corticóides;
• Prótese.

TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO:
• Muito alongamento de isquiotibiais, quadríceps, flexores de quadril,
abdutores;
• Tração; (Abrir espaço, para que entrem líquidos para lubrificar a
articulação)
è Fazer tração inferior com leve abdução com 20º
• Crioterapia;
• Calor profundo pulsado.

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