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DISCINESE ESCAPULAR

GEORGIA PERÔNICO DA SILVA


PROF. PATRICK MARANHÃO
SEMINÁRIO DE TRAUMATO-ORTOPEDIA
BACHARELADO EM FISIOTERAPIA
A escápula
é um elo importante
para a função do complexo articular do ombro.

As alterações biomecânicas de seu movimento são


conhecidas como discinese escapular .

O termo “discinesia escapular” (dyskinesia scapular)


se refere a uma perda de controle dos movimentos
voluntários da escápula, situação vista em lesões
neurológicas centrais.
Pode ser causada por vários fatores:

 Má postura corporal (excessiva cifose torácica ou


lordose cervical)

 Lesões nervosas, disfunções proprioceptivas,


fraturas da clavícula ou lesões acromioclaviculares.

 As causas mais comuns são resultado da alteração


na ativação e coordenação dos músculos
estabilizadores da escápula, assim como da falta de
flexibilidade, fraqueza ou contratura dos músculos
e/ou ligamentos no complexo articular do ombro
O termo “discinese escapular” é melhor empregado
quando a biomecânica alterada da escápula no
repouso ou durante o movimento é resultado da
disfunção, contratura ou fraqueza de seus
estabilizadores.

AVALIAÇÃO CLÍNICA DO PACIENTE COM DISCINESIA DA ESCÁPULA. A) EM REPOUSO B) COM ELEVAÇÃO DO OMBRO
ASPECTOS BIOMECÂNICOS

 Durante a elevação do membro superior, a


escápula deve rodar para cima e externamente, além
de inclinar posteriormente.

 Os músculos serrátil anterior e trapézio são


essenciais para esse movimento ocorrer, contribuem
para o posicionamento adequado da escápula durante
as atividades de elevação.

 O músculo serrátil anterior é um dos principais


músculos de fixação da escápula na caixa torácica
durante a elevação do membro superior.
 Seu enfraquecimento contribui para o déficit na
rotação para cima e na rotação externa da escápula,
movimentos necessários para uma boa cinemática de
elevação do membro superior.

 Além disso, o músculo trapézio em sua porção


média e inferior apresentam grande importância ao
garantir uma boa rotação da escápula para cima.
MÚSCULO SERRÁTIL ANTERIOR

 O músculo serrátil anterior tem sua origem nas porções


laterais da 1.ª a 8.ª costelas, e inserção na face anterior da
escápula. Este músculo protrai e gira a escápula.
MÚSCULO TRAPÉZIO

 Tem sua origem no terço medial da linha nucal superior,


processos espinhosos de C7 a T12. Se insere Terço lateral
da clavícula, margem medial do acrômio, espinha da
escápula. Suas ações incluem a elevação e rotação da
escápula durante a abdução do úmero além de 90 graus.
Alguns estudos apontam para
alterações na atividade eletromiográica (serrátil
anterior, trapézio fibras superiores e inferiores)
e na cinemática (tronco, escápula e úmero),
durante a elevação do membro superior no plano
escapular, em pacientes com sinais de síndrome
do impacto.
Além disso, a diminuição da rotação
para cima, aumento da inclinação anterior, e o
aumento da rotação medial da escápula tedem a
ser mais evidentes sob as condições de carga (peso
nas mãos), situações que favorecem a diminuição
do espaço subacromial.
Outro autor acrescentou que o encurtamento do peitoral
menor diminui a inclinação posterior e aumenta a rotação
interna da escápula durante a elevação. Estes movimentos
são acreditados por contribuir potencialmente ao
impacto clínico, reduzindo a quantidade de espaço
subacromial.

A inclinação posterior da escápula é


importante para manter o acrômio afastado da
cabeça umeral durante a elevação do úmero, sendo
que a falta desta inclinação posterior têm sido
atribuída ao encurtamento do peitoral menor
AVALIAÇÃO

O processo de avaliação da discinese é um desaio, pois trata-


se de um processo mais qualitativo que quantitativo.

 A presença ou ausência da discinese escapular deve


ser determinada durante um exame clínico
constituído por inspeção da posição escapular
durante o repouso e do comportamento da escápula
durante a elevação do membro superior.
 O teste de discinese escapular tem sido utilizado, de
maneira mais simples, para classificar o indivíduos
com (“sim”) ou sem (“não”) discinese escapular.
 A presença da discinese é caracterizada pela evidente
alteração da estabilidade multiplanar da escápula
durante a elevação do membro.

 existem diferenças na cinemática entre a escápula


dominante e não dominante, a escápula dominante
apresenta ~10° rotacionada para baixo no repouso e
~4° para cima durante a elevação do membro
superior quando comparada a escápula não
dominante
 A reabilitação escapular deve ser abordada e na
maioria dos casos o tratamento é conservador e inclui
fisioterapia para fortalecimento da musculatura
escapular.
DIAGNÓSTICO

 Dor ao redor da escápula, por contraturas ou


síndrome miofascial
 Perda de força no membro superior acometido, com
dificultade para levantar o braço acima da altura do
ombro
 Tendinopatias secundárias ao impacto subacromial
 Mais raramente síndrome do desfiladeiro torácico,
uma compressão das estruturas neurovasculares que
inervam e irrigam o membro superior.
TRATAMENTO
 Se a escápula apresenta alterações no padrão de
movimentação, o tratamento deve começar com da
estabilidade dinâmica.

 Exercícios de estabilização escapular, para manter a


escápula na posição correta.

 Sequência: alongamentos, seguidos de exercícios de


fortalecimento dos músculos escapulares.
EXERCÍCIOS

1. Exercício scapular-clock: o paciente em pé, coloca a mão do


lado lesionado em uma bola sobre uma superfície, então move
a bola no sentido horário, três, seis e nove horas, facilitando a
elevação, retração, depressão, e protração da escápula
respectivamente;
2. Exercício towel slide: o paciente em pé, ica ao lado de uma
superfície com a mão sobre uma toalha. O paciente deve
lexionar a coluna de tal forma que a lexão de ombro é induzida.
Depois, o paciente deve voltar à posição inicial e estender o
ombro concentrando-se em aproximar as escápulas para
trabalhar os musculos rombóides e trapézio inferior;
3. Exercício ball-stabilization: pode ser iniciado precocemente
e progredir em todo curso do tratamento. O paciente deve icar
em pé ao lado de uma parede com membro acometido
estendido e a mão sobre uma bola, o mesmo deve evitar que a
bola se mova. O isioterapeuta aplica perturbações em diversas
direções, com intuito de fortalecer vários estabilizadores da
escápula. Este exercício pode ser intensiicado aumentando as
perturbações e a massa da bola.
4. O exercício de Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva
(FNP) (lexão de ombro, abdução e rotação externa): imita a
direcionaliade funcional e auxilia no condicionamento dos três
planos. Este exercício pode ser feito ativamente sem carga ou
utilizando halteres e faixas elásticas;

5. Exercícios de socos alternados: auxilia no fortalecimento do


músculo serratil anterior, bem como os músculos do manguito
rotador. Podese iniciar o exerício na postura estática utilizando
halteres leves e evoluir para socos alternados com pisada a
frente utilizando elásticos;

6. Exercícios pliométricos utilizando bolas com diferentes


cargas: fornecem boa progressão para melhorar a estabilidade
escapular. O paciente deve jogar a bola que está acima da
cabeça em diferentes direções para ativar diferentes músculos.
 Para o trapézio médio:
Abdução horizontal em decúbito ventral mantendo a rotação
externa e abdução horizontal em decúbito lateral.

 Para o trapézio inferior:


Abdução horizontal em decúbito ventral mantendo a rotação
externa em 90º e 120°, abdução horizontal em decúbito
ventral associada a rotação externa, extensão de ombro em
decúbito ventral e rotação lateral bilateral em ortostatismo.
OUTRAS SUGESTÕES

 Recursos da termoterapia (ondas curtas, micro-ondas


e ultrassom) e da cinesioterapia - como
alongamentos, fortalecimento e exercícios
proprioceptivos.

 Exercícios excêntricos com abdução de ombro,


rotação medial com resistência manual, mobilização
articular da escápula, enfatizando todos os
movimentos de ombro.

 Mobilização passiva da escápula, exercícios ativos de


ombro, exercícios pendulares de Codman.
 Fortalecimento muscular com exercícios isométrico,
exercícios isotônicos com auxílio de uma faixa elástica
e, no final, exercícios de propriocepção
 Crioterapia
 FNP
REFERÊNCIAS
 BLEY, Andre Serra; LUCARELLI, Paulo Roberto Garcia; MARCHETTI, Paulo Henrique.
Discinese escapular: revisão sobre implicações clínicas, aspectos biomecânicos,
avaliação e reabilitação. Revista de Centro de Pesquisas Avançadas em Qualidade
de Vida, v. 8, n. 2, 2016.
 https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/escapula
 https://ortopedistadojoelho.com.br/discinesia-de-escapula/
 https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/escapula
 https://maurogracitelli.com/blog/discinesia-da-escapula-alada#:~:text=Existem%203%20m%C3%BAsculos%20
principais%20para,e%20por%C3%A7%C3%A3o%20inferior%20do%20trap%C3%A9zio.
OBRIGADA

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