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Apresentação
Hoje em dia, é comum, em uma conversa, algum parente ou amigo reclamar de dor ou desconforto na região dos
membros superiores, não é verdade?
Esses membros consistem em uma parte do nosso corpo cheia de funções e detalhes, composta pelo complexo dos
ombros e cintura escapular, cotovelos, antebraços, punhos e mãos. Nessas estruturas, várias patologias podem
comprometer o funcionamento normal, como por exemplo as doenças neurológicas, reumatológicas, traumáticas e até
mesmo as disfunções ortopédicas. Essas doenças causarão dor, diminuição da força muscular e da mobilidade dos
membros, instabilidade e compensações que poderão provocar sequelas no paciente.
Como todo esse complexo dos membros superiores desempenha um papel importante para a realização das nossas
atividades de vida diária (AVDs), nesta aula estudaremos as principais doenças que acometem os membros superiores,
fazendo uma relação com as queixas dos pacientes.
Objetivos
Reconhecer as principais enfermidades que acometem os membros superiores;
Membros superiores
Fonte: Shutterstock
Como já mencionamos, os membros superiores são constituídos por um complexo de estruturas anatômicas formadas pelos
ombros e cintura escapular, cotovelos, punhos e mãos. Veremos agora cada uma dessas estruturas.
Ossos
Porção proximal do úmero (com a cabeça do úmero e o
tubérculo maior e menor), clavícula e escápula (com a
espinha da escápula, processo coracoide e acrômio). Em
todas essas estruturas, podemos realizar a palpação a fim
de verificar algum tipo de deformidade ou dor.
Articulações
Quatro articulações formam a articulação esternoclavicular
(que habilita o úmero a mover-se através de 180° de
abdução, permitindo a realização dos movimentos de
elevação, depressão, protração, rotação e retração),
acromioclavicular (que aumenta a amplitude de movimento
do úmero, permitindo, além de movimentos de elevação e
depressão, realizar rotação, retração e protração do ombro),
escapulotorácica (os movimentos realizados são de adução,
abdução e rotação da escápula, além do movimento de
elevação e depressão) e glenoumeral (uma articulação
sinovial multiaxial que apresenta três graus de liberdade,
permitindo os movimentos de rotação interna e externa do
ombro, além de abdução, adução, flexão e extensão).
Nessas articulações, faremos não só a palpação, mas
também a análise da amplitude articular.
Músculos
Fazem parte desse complexo do ombro: deltoide,
supraespinhal, infraespinhal, redondo menor e maior,
subescapular, serrátil anterior, levantador da escápula,
romboide maior e menor, peitoral maior e menor,
coracobraquial, latíssimo do dorso, braquial, bíceps braquial,
tríceps braquial, trapézio.
Atenção
A estabilidade dos movimentos do ombro e da cintura escapular em grande parte é dada pelos músculos do manguito rotador
(supra e infraespinhais, redondo menor e subescapular), responsáveis pela abdução e rotação externa/ interna.
Esse tipo de teste é realizado quando há uma fraqueza do músculo serrátil anterior, fazendo com que
haja um desnivelamento da escápula, estando os ombros alinhados. O objetivo é promover um aumento
da adução escapular.
Com o paciente sem camisa de costas para você, pedir para ele encostar as palmas das mãos na
parede, com os ombros abduzidos e fletidos a 90° e ir aproximando o tronco da mesma, como se fosse
fazer uma flexão.
Teste para tendinite do supraespinhoso
Esse teste é realizado para verificar uma tendinite do tendão do músculo supraespinhoso ou uma
distensão do músculo deltoide. Com o paciente sentado, pedir para ele fazer uma abdução de braço a
90º e em seguida vencer sua resistência. Caso o paciente relate dor na inserção do músculo
supraespinhoso, ou você observe uma tensão nos músculos deltoide e supraespinhoso, o teste será
positivo.
Esse teste serve para verificar uma tendinite degenerativa de um dos tendões dos músculos que fazem
parte do manguito rotador. Com o paciente sentado, pedir que ele ponha a mão no ângulo superior da
escápula oposta ao lado afetado, ou pedir que coloque a mão na borda inferior da escápula do lado
oposto da lesão. Caso o teste dê positivo, o paciente relatará dor no local do tendão muscular.
Teste de Speed
Serve para verificar uma tendinite do músculo bíceps braquial. O paciente deverá estar sentado, com o
cotovelo a ser testado em extensão e braço fletido para a frente a 45º. O fisioterapeuta deve pôr os
dedos no sulco bicipital e a mão oposta no punho do paciente e pedir que ele faça o movimento de
flexão de braço, vencendo sua resistência. Se o paciente apresentar dor no local do sulco bicipital, o teste
dará positivo.
Teste de Yergason
O objetivo desse teste é verificar uma tendinite crônica na porção longa do músculo bíceps braquial. Com
o paciente sentado com o cotovelo fletido a 90º, o terapeuta deve pôr seus dedos acima da porção longa
do bíceps braquial no nível do sulco bicipital e forçar uma rotação lateral do ombro, até encontrar uma
resistência. Caso o teste dê positivo, o paciente sentirá um aumento do quadro álgico no local.
Teste de Jobe
Verifica comprometimentos, como por exemplo tendinites no músculo infraespinhal. O fisioterapeuta põe
o braço do paciente em abdução a 90° e em rotação lateral. Coloca uma resistência no dorso da mão do
paciente e pede que ele force a rotação. Se o teste for positivo, o paciente vai relatar dor no local do
músculo.
Teste de gaveta anterior
Tem o objetivo de verificar uma instabilidade glenoumeral anterior, ou seja, uma luxação anterior de
ombro. Com o paciente em decúbito dorsal (DD), estabilizamos sua mão abaixo da axila, e com a sua
mão oposta pegar a escápula posterior e colocar o polegar sobre o processo coracoide. O seu braço que
está apoiando o braço do paciente faz uma tração do úmero para a frente. A presença de movimentos
anormais ou crepitações na região indica uma instabilidade e teste positivo.
Teste de apreensão anterior
O teste também serve para verificar uma instabilidade glenoumeral anterior. Com o paciente sentado ou
em DD, realizamos uma rotação lateral do braço e forçamos essa rotação lentamente. A presença de dor
localizada indica luxação anterior crônica do ombro.
Teste de Rockwood
Esse teste é uma variação do teste de gaveta anterior. O fisioterapeuta realiza o teste com o paciente
sentado, rodando o braço externamente em posição neutra, e em seguida, repete o mesmo movimento
com o braço em 45º, 90º e 120º.
Teste de Dugas
Realizado também para verificar uma instabilidade de ombro. O paciente, sentado, deve tocar com a mão
o ombro do lado oposto, e o fisioterapeuta traciona o cotovelo para a parede torácica. Caso o teste dê
positivo, o paciente sentirá dor no ombro, e a cabeça do úmero se projeta para cima.
Teste de gaveta posterior
Tem o objetivo de verificar instabilidade glenoumeral posterior, ou seja, se o membro tem tendência a
sofrer luxação posterior. Com o paciente em DD, o fisioterapeuta apoia o antebraço do paciente, flexiona
o cotovelo e o ombro. Com a mão oposta sobre a escápula, faz uma tração posterior acima do ombro do
paciente.
Teste de apreensão posterior
Também realizado pra verificar luxação posterior de úmero. O paciente também deve estar em DD, e o
fisioterapeuta flexionar o ombro e o cotovelo para a frente e, com a mão oposta, realizar uma tração
posterior no ombro.
Cotovelos
A associação dos movimentos do cotovelo (flexão, extensão, promoção e supinação) e do ombro possibilita o posicionamento
e a utilização da mão em diferentes funções.
Ossos
Formado pela extremidade distal do úmero (epicôndilo
medial e lateral) e extremidade proximal do rádio e da ulna
(olecrano).
Fonte: Pinterest .
Articulações
A região do cotovelo tem três articulações na mesma
cápsula articular. As articulações umeroulnar e umerorradial
são responsáveis pelos movimentos de flexão e extensão, e
a articulação radioulnar proximal, pela pronação e
supinação do cotovelo.
Músculos
Participam dos movimentos do cotovelo os músculos
bíceps braquial, tríceps braquial, braquial, supinador,
pronador redondo, pronador quadrado e ancônio.
Fonte: Shutterstock
Serve para verificar se o paciente é portador de epicondilite lateral. O paciente deve estar sentado com o cotovelo fletido a
90º, com o antebraço pronado. Em seguida, o fisioterapeuta põe uma resistência acima do dorso da mão e pede que o
paciente faça uma flexão dorsal de punho. Caso o teste dê positivo, o paciente relatará dor na região lateral do cotovelo.
Esse teste serve para verificar se o paciente sofre de epicondilite medial. O paciente estará sentado, com o cotovelo fletido
a 90º e antebraço supinado. O fisioterapeuta coloca uma resistência na palma da mão e pede que ele vença a resistência
no movimento de flexão palmar. Se o paciente relatar dor na região medial do cotovelo, o teste será positivo.
Fonte: SlideServe .
Sinal de Tinel
O teste serve para verificar uma neurite ou um neuroma do nervo ulnar. O paciente deve estar sentado, e o fisioterapeuta
irá percutir, com o martelo de reflexos ou até mesmo com um dos seus dedos, o sulco entre o processo do olécrano e o
epicôndilo medial. Caso o teste dê positivo, o paciente apresentará dor ou aumentará a sensação parestésica no trajeto do
nervo.
Fonte: USP .
Teste de estabilidade ligamentar do cotovelo
O teste serve para verificar quando há algum comprometimento ligamentar que impeça a estabilidade do cotovelo, tanto
medial quanto lateralmente. O paciente deve estar sentado, e o fisioterapeuta estabiliza a porção lateral e forçar uma
abdução sobre a parte medial do antebraço (para uma instabilidade lateral). Ele também estabiliza a porção medial e força
uma adução sobre a parte lateral do antebraço (para uma instabilidade medial).
Fonte: USP .
Punho e mão
A associação dos movimentos do cotovelo (flexão, extensão, promoção e supinação) e do ombro possibilita o posicionamento
e a utilização da mão em diferentes funções.
Ossos
O complexo punho e mão é formado pela extremidade distal
do rádio e da ulna, ossos do carpo, ossos metacarpais e as
falanges (proximal, mediana e distal).
Articulações
Formado pelas articulações radioulnar distal, radiocarpal,
intercarpais, mediocarpais, carpometacarpais,
intermetacarpais, metacarpofalângicas e interfalângicas.
Fonte: Aula de Anatomia .
Teste de Phalen
Este teste serve para verificar a possível presença de uma síndrome do túnel do carpo e compressão do nervo mediano. O
paciente deve flexionar ambos os punhos e aproximar os dorsos das mãos um do outro e manter essa posição por 60
segundos. Com isso, ele sentirá um aumento da parestesia e quadro álgico, provocados pela compressão do nervo
mediano.
Também serve para verificar uma possível síndrome do túnel do carpo. O paciente deve flexionar ambos os punhos e
aproximar a palma das mãos uma da outra, fazendo “namastê”. Mantém essa posição por mais de 60 segundos, e os
sintomas relatados serão os mesmos do teste de Phalen.
Fonte: Gramho.
Tríade túnel ulnar
Esse teste serve para detectar a síndrome do túnel ulnar. Inspecionar e palpar o punho do paciente, procurando quadro
álgico em cima do túnel ulnar, garra do dedo anular e atrofia hipotenar, que são indicativos de compressão do túnel ulnar,
dando positivo ao teste.
Tem o objetivo de verificar se o paciente é portador de tenossinovite de Quervain. Pediremos para o paciente pôr o polegar
na palma da mão, fechar os dedos sobre o polegar e, com o braço esticado, fazer um desvio ulnar. Caso o teste seja
positivo, ele sentirá dor intensa no trajeto dos músculos abdutor longo e extensor curto do polegar.
Atividades
1. (Prefeitura Municipal de Jaguariaíva – 2015) Para verificar a estabilidade do tendão do bíceps braquial no interior do sulco
biciptal, pode ser utilizado qual dos testes abaixo?
a) Tinel
b) Yergason
c) Homan
d) McMurray
e) Adson
a) m. bíceps
b) m. supraespinhoso
c) m. deltoide
d) m. trapézio
e) m. subescapular
3. (SESA.ES_CESPE_2013) Um paciente de 25 anos foi atendido em uma clínica fisioterapêutica. Durante a avaliação do membro
superior direito, o fisioterapeuta solicita ao paciente que permanecesse com o cotovelo fletido a 90º, o antebraço em pronação, a
mão fechada e o punho em extensão. O fisioterapeuta aplica pressão, forçando a flexão do punho, com o antebraço do paciente
estabilizado, e o paciente relata dor súbita próximo à origem comum dos extensores do punho, no nível do epicôndilo lateral. Com
base no resultado do teste acima aplicado, a provável síndrome do paciente em questão é:
4. (PREF. CUIABÁ MT FUNCAB 2013) O teste de Phalen é utilizado para verificar o comprometimento do nervo:
a) Ulnar
b) Mediano
c) Radial
d) Axilar
e) Musculocutâneo
5. (Analista Judiciário Apoio Especializado Fisioterapia TRT6º FCC 2012) A tenossinovite do extensor curto e do abdutor longo do
polegar é conhecida como:
a) Dedo em gatilho
b) Síndrome do túnel ulnar
c) Tenossinovite de Quervain
d) Síndrome do túnel do carpo
e) Síndrome do canal de Guyon
Notas
Título modal 1
Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográfica e de impressos. Lorem Ipsum é simplesmente
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Referências
CONCEIÇÃO, Fátima Figueiredo. Avaliação cinético-funcional. 1. ed. Rio de Janeiro: SESES - Universidade Estácio de Sá, 2016.
Disponível em: http://portaldoaluno.webaula.com.br//repositorio/LD153.pdf.
CIPRIANO, J. Manual fotográfico de testes ortopédicos e neurológicos. 4. ed. São Paulo: Manole, 2001.
HOPPENFELD, S. Exame do cotovelo: propedêutica ortopédica. Coluna e Extremidades. Rio de Janeiro: Atheneu, 2008.
MICHAELSEN, S.M. et al. Avaliação da capacidade funcional dos membros superiores por meio do Tempa: Valores de
referência, efeito da idade, gênero, dominância e relação com a destreza. Disponível em:
http://www.scielo.mec.pt/pdf/mot/v7n2/v7n2a06.pdf.Acesso em: 20 jul. 2020.
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