Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Apresentação
Analisaremos a marcha e faremos uma descrição do movimento do corpo como um todo e também dos segmentos
corporais em relação uns aos outros.
Sabemos que os profissionais fisioterapeutas devem ser capazes de avaliar o estado deambulatório do paciente. Por isso,
nesta aula, também conheceremos os padrões e os possíveis desvios que podem ocorrer na marcha.
Objetivos
Descrever as etapas da marcha humana;
Fonte: Shutterstock
A marcha é considerada um dos tipos de locomoção bípede com uma atividade alternada dos membros inferiores, mantendo
um equilíbrio dinâmico.
Para analisarmos um padrão de marcha, ou seja, o deambular (andar), e diagnosticar possíveis alterações patológicas é
essencial que entendamos como o ser humano executa os movimentos.
Um dos principais objetivos do fisioterapeuta é ajudar os pacientes a atingirem o máximo de independência funcional,
respeitando sempre os limites das incapacidades específicas de cada um. É por isso que a meta de muitos tratamentos
fisioterapêuticos consiste em restaurar ou melhorar a marcha do paciente.
Marcha humana
Fonte: Shutterstock
Por volta do final do século XIX, os pesquisadores começaram a se interessar pela documentação da forma como o ser
humano se locomovia.
Com os avanços ocorridos a partir do século XX, foram desenvolvidos vários laboratórios para a análise do movimento, o que
contribuiu para a publicação de artigos sobre a deambulação humana. A análise minuciosa da marcha é considerada
indispensável no tratamento de qualquer deficiência na forma de andar do paciente.
Fonte: Shutterstock
3 4
Auxiliar na prescrição adequada do uso de próteses, órteses Fornecer métodos comparativos antes e após o tratamento
ou dispositivos auxiliares da marcha, como as muletas; fisioterapêutico;
5 6
Auxiliar na orientação para um melhor rendimento físico de Executarmos a melhor abordagem fisioterapêutica tanto no
atletas; pré quanto no pós-cirúrgico.
A análise da marcha é feita pela observação qualitativa, sendo possível verificar o padrão da marcha de cada indivíduo. Dessa
forma, o fisioterapeuta será capaz de estudar melhor:
Corresponde ao número de passos dados por minuto em uma determinada distância percorrida;
Comprimento do passo
Comprimento da passada
Corresponde à distância entre o toque do calcanhar de um membro e o toque subsequente, ou seja, uma passada
corresponde a dois passos (equivale a um ciclo da marcha);
Largura do passo
É determinada pela distância entre a linha média de um pé e a linha média do outro pé.
Ocorre quando apenas um pé está em contato com o solo. Existem dois períodos de suporte simples, um ocorre quando
apenas um dos pés está no chão e o outro ocorre quando o outro pé já está suportando o peso no solo;
Acontece entre a retirada do calcanhar e a retirada do hálux de um membro, ou seja, quando ambos os pés estão em
contato com o solo. Podemos considerar o período de suporte duplo como aquele que se refere aos dois intervalos num
ciclo da marcha, em que o peso do corpo está sendo transferido de um pé para o outro e tanto o pé direito quanto o
esquerdo estão em apoio no solo ao mesmo tempo.
Alguns recursos são utilizados para analisar de forma mais precisa a marcha humana. Entre eles, podemos destacar:
Podograma
é a impressão gráfica da planta dos pés sobre um papel que
irá permitir conhecermos o comprimento do passo, da
passada e a largura do passo, tanto de forma estática
quanto dinâmica, auxiliando no diagnóstico cinético-
funcional do paciente.
Podograma estático | Fonte: Podograma dinâmico | Fonte:
Moifisa UFMG
Eletrogoniômetros
são eletrodos acoplados às articulações para verificar a
amplitude articular durante os movimentos realizados na
marcha.
Fonte:Biton
Ciclo da marcha
Cada marcha humana possui um ciclo que pode ser compreendido como a movimentação que ocorre entre o período do
toque do calcanhar de um dos pés no chão até o toque do mesmo calcanhar mais adiante. Para ser melhor
compreendido, o ciclo da marcha humana foi dividido em duas fases distintas: Fase de Apoio, com os pés no chão; e
Fase de Balanço, em que um dos pés está fora do chão.
Fonte: Shutterstock
Fase de apoio
O pé está em contato com o solo. Começa com o toque de
um calcâneo de um pé e termina quando esse mesmo pé
deixa o chão, o que corresponde a 60% do ciclo da marcha,
permitindo que o membro inferior suporte o peso de todo o
corpo.
Fonte: Shutterstock
Apoio médio – corresponde ao ponto no qual o peso do corpo está diretamente sobre a perna de apoio, fazendo-a se
mover centralmente sobre o pé. A articulação do tornozelo estará com 10° de dorsoflexão, os músculos gastrocnêmio
e solear se contraem excentricamente para retardar e controlar o avanço da tíbia e se opor ao movimento de
dorsoflexão. Nesse momento, o quadril e o joelho começam a se estender, o tronco estará em uma posição neutra de
rotação com os braços paralelos ao corpo. O pé estará todo apoiado sobre o solo e o membro inferior contralateral
estará basicamente alinhado com o tronco na vertical.
Saída (retirada) do calcanhar – conforme ocorre o deslocamento do corpo para a frente, o calcanhar acaba deixando
o chão; porém, a porção anterior do pé (antepé) e os dedos mantêm contato com o chão. Ocorre uma flexão plantar de
aproximadamente 20°, com uma contração concêntrica dos músculos solear e gastrocnêmios. O joelho estará em
extensão e o quadril sofrerá uma hiperextensão, no entanto, logo será feita uma flexão para a entrada na última fase. O
braço contralateral estará atrás do corpo e este estará projetado para a frente, iniciando o movimento de flexão plantar
do tornozelo. Dessa forma, o indivíduo estará apoiado pelo antepé. No final da flexão estará apoiado pelos dedos
dando início à próxima fase.
Saída ou elevação dos dedos (fase de propulsão ou pré-balanço) – corresponde ao período em que os dedos deixam
o chão, assinalando o fim da fase de apoio e começando a fase de balanço. O tornozelo move-se cerca de 10° de
flexão plantar, o joelho e o quadril estão em ligeira flexão também, havendo uma contração concêntrica da região
poplítea, estando a pelve inclinada lateralmente. Contração excêntrica do músculo reto femoral e contração
concêntrica do músculo iliopsoas.
Fonte:Treino em Foco
Fase do balanço ou oscilação
É a fase da marcha em que um dos pés não se encontra em
contato com o solo. Começa tão logo o pé deixe o chão e
termina quando o calcanhar toca o chão. Essa fase constitui
40% da marcha e pode ser dividida em três subfases.
Fonte: Shutterstock
Balanço médio – corresponde à fase em que há uma máxima flexão do joelho até o ponto em que a tíbia fica na
posição vertical. Do ponto de vista articular e muscular, veremos que o joelho continua flexionado em
aproximadamente 60°, do mesmo modo que o quadril está flexionado a aproximadamente 30°. Ocorre uma contração
excêntrica para desacelerar e limitar a queda da pelve para o lado que não está sustentando o peso. Os efeitos desses
movimentos levam a um encurtamento do membro, permitindo ao pé se elevar do chão quando for realizada a
oscilação.
Balanço final ou desaceleração – ocorre quando o membro inferior continua a se mover para a frente e reduz a
velocidade para se preparar para que ocorra o outro toque do calcanhar. Os músculos dorsiflexores do tornozelo estão
ativos para mantê-lo na posição neutra como no toque do calcanhar. Em seguida ocorre uma extensão do joelho,
realizando uma contração concêntrica de quadríceps, uma flexão de quadril a aproximadamente 30° e, ao mesmo
tempo, as musculaturas posteriores da coxa vão se contrair para desacelerar a perna a fim de evitar uma
hiperextensão. As contrações na fase de balanço final são contrações concêntricas com exceção das contrações que
ocorrem no início da extensão do joelho, sendo que, nesse momento, irá ocorrer uma contração excêntrica dos
músculos flexores de joelho, preparando assim o membro inferior para voltar a ser o membro de apoio na fase de
apoio.
Marcha normal
Para que ocorra uma marcha normal é necessário que tenhamos:
1 2
Fadiga muscular;
Edemas;
Dor;
Atrofia muscular;
Processos inflamatórios;
Lesões ortopédicas;
Luxações;
Doenças neurológicas.
Atenção
O tipo de calçado usado na nossa marcha é considerado importante em relação ao alinhamento postural do pé nos oferecendo
proteção e suporte. Precisamos de um sapato confortável, que se ajuste bem ao nosso pé, que possua um bom amortecimento
de impactos, e que proporcione estabilidade para proteger os membros de traumas devido às repetidas batidas do calcanhar no
solo. Os calçados precisam estar em bom estado e qualquer tipo de desgaste lateralmente ou medialmente no salto ou na sola
deverá ser reparado para manter a estabilidade e devolver assim o alinhamento corporal ideal.
Marcha patológica
Como já vimos, alguns fatores podem causar alterações na forma de andar do indivíduo, podendo resultar em certos tipos de
marchas patológicas:
Fonte: Aneste.
Marcha vestibular – comum em pessoas que têm lesão no
sistema vestibular ou no nível do labirinto. O paciente não
consegue andar em uma linha reta e acaba caindo para o
lado da lesão.
Fonte: SlideShare.
Fonte: SlidePlayer .
Marcha de Trendelemburg – fraqueza de glúteo médio ao
ponto de não dar estabilidade à pelve, ou seja, ocorre a
queda do quadril em flexão lateral homolateral à fase de
apoio.
Fonte: Picuki.
Atividades
1. (IBFC – Fisioterapeuta – EBSERH-HUUFMA – 2013) As afirmações abaixo falam sobre a marcha normal do ser humano.
Assinale a alternativa correta:
a) A fase que corresponde a 35-40% do ciclo da marcha é composta pelas subfases: apoio duplo inicial, apoio sobre um só membro e
segundo apoio duplo.
b) O ciclo da marcha consiste no intervalo de tempo ou na sequência de movimentos que ocorrem entre o contato inicial de um pé
consecutivo ou do outro pé.
c) Quando a velocidade aumenta, há aumento proporcional do comprimento do ciclo da marcha.
d) A fase que corresponde a 60-65% do ciclo da marcha é composta pelas subfases: balanço inicial, balanço médio e balanço terminal.
e) A fase de apoio corresponde a 60-65% do ciclo da marcha e a fase de oscilação a 35-40% do ciclo.
1. (IBFC – Fisioterapeuta – EBSERH/HU-UNIVASF – 2014 – adaptada) Considere a fase de apoio da marcha. Em seguida, assinale
a alternativa correta:
3. De acordo com os seus conhecimentos, cite quatro alterações que podem comprometer a marcha.
5. As alterações são desequilíbrios que podem causar estresse na marcha, como desequilíbrios musculares, dor, desconforto e
diminuição na eficiência mecânica do movimento. Descreva uma marcha patológica.
Notas
Título modal 1
Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográfica e de impressos. Lorem Ipsum é simplesmente
uma simulação de texto da indústria tipográfica e de impressos. Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da
indústria tipográfica e de impressos.
Título modal 1
Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográfica e de impressos. Lorem Ipsum é simplesmente
uma simulação de texto da indústria tipográfica e de impressos. Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da
indústria tipográfica e de impressos.
Referências
KISNER, C.; COLBY, L. A. Exercícios terapêuticos: fundamentos e técnicas. 6. ed. Barueri, SP: Manole, 2016.
CONCEIÇÃO, F. F. Avaliação cinético funcional. Rio de Janeiro: SESES, 2016. Disponível em:
LOBO DA COSTA, P. H. L.; SACCO, I. C. N. Marcha humana. In: LOBO
http://portaldoaluno.webaula.com.br//repositorio/LD153.pdf. DAem:
Acesso COSTA,
15 jul.P.2020.
H. L.; SERRÃO, F. V. (coords.) Movimento
articular: aspectos morfológicos e funcionais. Barueri, SP: Manole, 2010. (v. 2, Membro inferior)
SAAD, M.; BATTISTELLA, L. R.; MASIERO, D. Técnicas de análise de marcha. Revista Acta Fisiátrica, São Paulo, v. 3, n. 2, p. 23-
26, 1996.
SACCO, I. C. N.; JOÃO, S. M. A. Bases cinesiológicas, biomecânicas e avaliação da marcha. In: JOÃO, S. M. A. (org.). Métodos
de avaliação clínica e funcional em fisioterapia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
SILVA, L. P. da; DUARTE, M. P. de S.; SOUZA, C. de C. B. de; LINS, C. C. dos S. A.; CORIOLANO, M. das G. W. de S.; LINS, O. G.
Efeitos da prática mental associada à fisioterapia motora sobre a marcha e o risco de quedas na doença de Parkinson:
estudo piloto. Fisioterapia e Pesquisa, São Paulo, v. 26, n. 2, abr./jun. 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1809-29502019000200112. Acesso em: 15 jul. 2020.
THON, R. A.; NASCIMENTO JUNIOR, J.; POSSAMA, F.; BARDY, R.; DEPRÁ, P. P. Comparação da postura dinâmica do tronco
durante a marcha e a corrida de atletas corredores não adaptados à esteira subaquática. Revista Brasileira Ciência e
Movimento, v. 25, n. 2, p. 23-31, 2017. Disponível em: http://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/04/881726/comparacao-da-
postura-dinamica-do-tronco-durante-a.pdf. Acesso em: 15 jul. 2020.
Próxima aula
Explore mais
Leia os textos:
Efeitos da prática mental associada à fisioterapia motora sobre a marcha e o risco de quedas na doença de Parkinson:
estudo piloto.
Comparação da postura dinâmica do tronco durante a marcha e a corrida de atletas corredores não adaptados à esteira
subaquática.