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BIOMECÂNICA APLICADA AO
ESPORTE E À ATIVIDADE
FÍSICA
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Para descrever o movimento dos corpos sem levar em consideração as
causas dele, usamos a cinemática. A cinemática envolve o estudo do tamanho,
sequenciamento e cronologia do movimento, ou seja, envolve o formato, o tipo,
o padrão e a sequência de movimento linear ao longo do tempo (Amadio, 2011).
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A análise cinemática do movimento é uma grande aliada da correção de
técnica esportiva, melhora do desempenho, além da reeducação do movimento
modificado por alguma lesão ou limitação motora. Por exemplo, um profissional
da área de Educação Física pode utilizar de métodos e conceitos cinemáticos
para corrigir a técnica de um saltador em altura. Uma vez que o professor ou
treinador tem o domínio da técnica ideal de salto, ele pode, por meio de uma
análise qualitativa, intervir no salto do atleta (Amadio, 2011; Amadio et al., 2002).
Créditos: sportpoint/Shutterstock.
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Figura 4 – Análise cinemática da caminhada de um bebê
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dos segmentos corporais, qualificando o grau de habilidade do nadador (Figura
5).
Créditos: Gorodenkoff/Shutterstock.
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2.1 Posição
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Figura 6 – Diferença entre distância percorrida e deslocamento
2.2 Velocidade
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∆𝑆
𝑣⃗ =
∆𝑡
50 − 0
𝑣⃗ = ~2,4𝑚/𝑠 ~8,6𝑘𝑚/ℎ
20,91 − 0
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Figura 7 – Resultante da velocidade de um canoísta descendo um rio com
velocidade da corrente em direção perpendicular à da canoa
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Sabemos que a velocidade é o produto da frequência pelo comprimento
(v= * f). A frequência (f) é a quantidade de repetições por uma medida de tempo
(minutos ou segundo) e comprimento () é uma medida de distância. Na natação,
a velocidade do nadador é o produto da frequência de braçadas pelo
comprimento de braçadas e no atletismo é o produto da frequência de passada
pelo comprimento de passada. Em uma prova de 100 m nado costas em piscina
curta (25 m), duas atletas com tempo de 59,60 s e 57,76 s são comparadas em
relação às velocidades parciais (trechos sem aproveitamento da impulsão do
bloco ou viradas), o comprimento de braçada e frequência de braçada (Figura
8).
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(vermelho) vem dos trechos em que há aproveitamento da saída do bloco e das
viradas nos 25, 50 e 75 m da prova.
Essa relação entre comprimento e frequência almejando a maior
velocidade também acontece em provas de corrida. Corredores de longas
distâncias também usam o ritmo (pace) para controlar a corrida, além do
comprimento e frequência de passada.
O ritmo é apresentado como unidades de tempo divididas por unidades
de distância. O ritmo é o tempo necessário para percorrer uma determinada
distância e é quantificado, por exemplo, minutos por quilômetros, ou seja,
quantos minutos são gastos para percorrer cada Km. Imagine que um
maratonista tenha completado uma prova (42 km) no tempo de 02:27:41, isso
daria um pace médio de 03:30 min/Km. Para cada quilometro percorrido, o tempo
gasto seria de 3 min e 30 segundos em média. O ritmo também pode ser
controlado parcialmente durante a prova e muitas vezes a distribuição do ritmo
de prova é uma estratégia elaborada para que o atleta atinja seu melhor
rendimento (Figura 9).
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2.3 Aceleração
∆𝑣
𝑎⃗ =
∆𝑡
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Figura 10 – Análise da velocidade da prova de 100 m nas Olimpíadas de Londres
Fonte: “Rio 2016 | Usain Bolt - Conheça os segredos do homem mais rápido do mundo”, [s.d.].
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Figura 11 – Movimento de rotação em torno do eixo longitudinal
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Figura 12 – Movimentos combinados. Linear: progressão do centro de massa;
angular: flexão e extensão das articulações envolvidas no movimento
Créditos: Maridav/Shutterstock.
∆𝜃 ∆𝜔
𝜔
⃗⃗ = ; 𝛼⃗ =
∆𝑡 ∆𝑡
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amplitude de movimento será de (180-90°) 90°. Se o atleta executa o movimento
em 2 segundos, a velocidade angular dele foi de:
∆𝜃 90°
𝜔= = = 45°/𝑠
∆𝑡 2𝑠
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Figura 14 – Marcha a 5 km/h de idosos corredores, idosos sedentários e jovens
corredores
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A massa é uma grandeza invariável que mede a quantidade de matéria
presente em um corpo. A unidade no sistema internacional é representada
em quilogramas (Kg) e, independentemente do local no qual o corpo esteja (na
terra, no espaço, a lua etc.), sua massa será sempre a mesma, diferentemente
da grandeza peso, variável conforme a localização, pois depende da gravidade
(Corrêa, 2014).
Para fazer com que dois corpos de massas diferentes (m e 2*m) se
desloquem com a mesma aceleração linear a, é preciso que a forças diferentes
sejam aplicadas a esses dois corpos, sendo a força para tirar o corpo de massa
m do seu estado de inercia sendo F, enquanto que a força para tirar o corpo de
massa (2m) de 2F. Portanto, a massa mede sua resistência à aceleração, que
surge a partir da aplicação de uma força.
Quanto maior for a massa inercial de um corpo, menor será a aceleração
linear por ele adquirida quando estiver sofrendo a ação de uma força. Em outras
palavras, a massa inercial mede a resistência que um corpo apresenta ao sofrer
a aplicação de uma força.
Na aplicação do esporte, podemos pensar em uma máquina capaz de
arremessar bolas com uma força constante de 10N, qual é a aceleração de
saídas de diferentes bolas dessa máquina? A bola de menor massa terá a maior
aceleração (Figura 15).
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Figura 15 – Aceleração de diferentes bolas de diferentes massas
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Se fizermos a analogia para movimentos angulares, deverá existir uma
grandeza física que também quantifique a resistência de um corpo em girar. A
propriedade inercial dos corpos em rotação que representa a resistência à
aceleração angular tem relação tanto na massa, quanto na distância em que a
massa está distribuída do eixo de rotação, com isso, temos o conceito de
momento de inércia (Latash; Zatsiorsky, 2016).
𝐼 = 𝑚 ∗ 𝑟2
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Figura 16 – Dois tipos diferentes de execução do exercício abdominal. A: com
as mãos atrás da orelha, e B: os braços estendidos atrás da orelha
A B
Créditos: solar22/Shutterstock.
𝑆⃗ = 𝑟 𝜃
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Figura 17 – Relação entre velocidade linear e angular
𝑣⃗ = 𝑟 𝜔 𝑎⃗ = 𝑟 𝛼
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se a velocidade angular da catraca for de 60 rad/s, a velocidade linear da roda
será de 85,7 m/s (v=0,7 m*60 rad/s), ou 23,8 km/h (Figura 18).
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REFERÊNCIAS
RIO 2016. Usain Bolt - Conheça os segredos do homem mais rápido do mundo.
Disponível em: <https://esporte.band.uol.com.br/rio-2016/usain-bolt/>. Acesso
em: 2 mar. 2022.
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