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Material Teórico
Objetivo da Unidade:
Introdução
Olá, estudante, estamos na parte nal da nossa disciplina. Vale lembrar que, ao longo do
curso, vimos as principais bases para realizar avaliações físicas seguindo todas as normas,
com a qualidade e a precisão necessárias; compreendemos como é feita a antropometria, ou
seja, a medição do corpo humano; e vimos como essas medidas são interpretadas e avaliadas.
Agora, nesta unidade, vamos aprender como avaliar o desempenho físico do corpo humano,
analisando as principais capacidades físicas, como a velocidade, a força, a exibilidade e a
resistência.
A avaliação das capacidades físicas pode ser realizada de forma abrangente, como uma
veri cação de condicionamento físico geral e análise de padrões de saúde. Esse tipo de
avaliação é muito comum em academias de musculação e ginástica, que recebem um público
bastante diversi cado, como jovens, adultos e idosos, sedentários ou não, com alguns
cuidados especiais sobre doenças, lesões e restrições de cada cliente, entre outros. Também
pode ser realizado nas escolas, para análise das crianças em relação à saúde, e até na busca
por talentos motores com potencial esportivo (GAYA; GAYA, 2016).
No caso dos esportes de alto rendimento, a bateria de testes deverá ter uma relação muito
especí ca com a modalidade esportiva em questão. Para isso, o preparador físico ou o
siologista, que serão os responsáveis pela seleção e aplicação dos testes, deverão conhecer
muito bem as exigências físicas do esporte para o qual farão as avaliações (MARIA; ARRUDA,
2019).
Por exemplo, as ações motoras e o desgaste físico que ocorre num jogo de vôlei são muito
diferentes do que acontece num jogo de futebol, como o número de saltos, os espaços de
corridas e movimentações, as velocidades das ações, as musculaturas e os membros
envolvidos, a duração das partidas, entre outros aspectos. Gomes e Souza (2008) apresentam
uma visão geral sobre a relação das capacidades físicas determinantes para o desempenho
físico no futebol (Figura 1). Repare que cada capacidade física é in uenciada pelas demais e
acaba gerando outras, como, por exemplo, a união entre força e velocidade, que resulta em
potência e assim por diante.
Figura 1 – Relação entre as capacidades motoras
determinantes no futebol
Fonte: Adaptada de GOMES; SOUZA, 2008
Caso essa mesma análise das capacidades físicas determinantes tivesse sido feita em relação à
ginástica artística, por exemplo, a exibilidade teria uma importância decisiva. Outra questão
importante a ser compreendida é em relação à coordenação motora, que poderá ser avaliada
como coordenação geral e coordenação especí ca, como a execução de fundamentos técnicos
esportivos (WEINECK, 2005). Por exemplo, se você analisar a coordenação motora geral de
um jogador de basquete e de um jogador de futsal, provavelmente ambos terão bons
resultados. No entanto, caso a avaliação seja de coordenação motora especí ca de uma
modalidade, ou seja, sobre a técnica esportiva, o jogador de basquete terá di culdades com as
técnicas do futsal, da mesma forma que o jogador de futsal terá di culdade com as técnicas do
basquete.
Feita essa introdução sobre a importância das capacidades físicas, a in uência que cada uma
gera nas demais e sobre a especi cidade do que pretende-se avaliar, vamos conhecer vários
tipos de testes. É importante ressaltar que somente alguns testes serão apresentados para
cada capacidade física e caberá ao avaliador sempre buscar novas referências sobre os
melhores testes para aquilo que pretende avaliar.
Velocidade
Glossário
Velocidade é a capacidade que um indivíduo apresenta para
realizar ações motoras em um tempo mínimo e com o
máximo de e cácia (GOMES; SOUZA, 2008).
Re ita
Como podemos testar a velocidade?
A velocidade de reação não é algo simples de medir, pois é muito rápido entre o estímulo e a
reação, dependendo totalmente de equipamentos eletrônicos para essa medição. Na Tabela 1,
uma demonstração dos resultados de esportistas treinados em comparação com a média da
população.
Para a velocidade de movimentos, existem vários testes de campo conforme veremos alguns
na sequência. É importante ressaltar que há diferença de testes para velocidade cíclica (em
corrida de trajetória reta) e velocidade acíclica (agilidade, em corrida com mudanças de
direção). Outra questão importante é a forma de registro do tempo. Para os clubes que
possuem recursos nanceiros, é comum o uso da fotocélula, um sistema eletrônico
extremamente preciso que inicia e naliza o registro do tempo quando o atleta passa,
interrompendo o sinal e enviando o resultado automaticamente para o computador (Figura 3).
Quando não há recursos para isso, o cronômetro de mão também pode ser utilizado, no
entanto, o avaliador deverá ser o mesmo para diferentes atletas, pois o tempo de reação do
avaliador também irá in uenciar na medida nal.
Força
Glossário
Força é a capacidade que um indivíduo apresenta para superar
a resistência externa e de ação oposta a essa resistência, por
meio dos esforços musculares (GOMES; SOUZA, 2008).
A capacidade da força pode ser exigida de diferentes formas, de acordo com o esforço
realizado. Isto é, dependerá da quantidade de peso que o indivíduo deverá levantar, ou da
velocidade em que deverá realizar o movimento e até do número de repetições que deverão ser
realizadas. Por isso, basicamente a capacidade de força é subdividida em três: força máxima,
potência e força de resistência. Portanto, é necessário compreender as diferenças de cada
força, para então poder realizar as avaliações de forma adequada.
De acordo com Gomes e Souza (2008), podemos classi car a força em:
Como já sabemos das subdivisões dos diferentes tipos de força, também existem testes
adequados para cada tipo de força que será testada.
Por exemplo, vamos supor que foram realizadas 5 repetições com 50 kg. Então teremos:
Primeira fase (A): o avaliado eleva o braço para se conhecer a altura com o braço
estendido;
Segunda fase (B): executam-se três saltos verticais tentando alcançar a maior
altura possível. Após a execução, utiliza-se o melhor resultado, subtraindo-o do
valor da fase (A).
O teste poderá ser realizado num poste especí co com hastes móveis que indicam a medida
(Figura 9), ou mesmo numa parede, em que os avaliados encostam os dedos com giz,
deixando a marca na parede.
Glossário
Resistência é a capacidade que um indivíduo apresenta para
suportar a fadiga (GOMES; SOUZA, 2008).
A compreensão sobre a resistência é um pouco mais complexa que as demais capacidades
motoras, pois há uma in uência direta sobre a intensidade (ritmo) e o volume (duração ou
distância) do exercício no sistema de fornecimento de energia do corpo humano. Por
exemplo, somos capazes de caminhar durante longas distâncias e várias horas. Caso o ritmo
aumente para um trote ou corrida, diminuirá a nossa capacidade de suportar tanto esforço e
iremos cansar rapidamente. Resumindo, há uma relação inversamente proporcional entre
intensidade e volume. Isto é, quanto maior for a intensidade, menor será o volume suportável.
Quanto menor for a intensidade, maior será o volume suportável.
A explicação básica é que o nosso corpo tem uma capacidade limitada de gerar energia na
musculatura (fontes conhecidas como fosfagênios e glicogênios musculares), que servem
para exercícios intensos de curta duração. Quando essas fontes energéticas não conseguem
suprir a demanda, o corpo acaba sendo obrigado a diminuir o ritmo para atividades menos
intensas e passa a utilizar a via aeróbia, que depende de os pulmões oxigenarem o sangue e,
por consequência, transformarem-no em mais energia nos músculos. Esse é o caso dos
exercícios de longa duração, como uma corrida de maratona (42 km).
Dessa forma, a resistência basicamente é subdividida em três tipos (GOMES; SOUZA, 2008):
Re ita
Como podemos testar a resistência?
Como já sabemos das subdivisões dos diferentes tipos de resistência, também existem testes
adequados para cada tipo de resistência que será testada. Basicamente testes curtos, por volta
de 1 minuto de duração, são bastante intensos e buscam analisar a resistência anaeróbia.
Existem os testes mais longos, eventualmente acima de 5 a 12 minutos, que buscam analisar a
resistência aeróbia.
Potência (W): peso (kg) x distância² (m) / tempo³ (s), sendo que a potência será calculada em
Watts, o peso será em quilogramas multiplicado pela distância, que será inicialmente elevada
ao quadrado em metros. No m, o tempo de cada corrida será elevado ao cubo em segundos
para realizar a divisão nal.
Assim, com base nas seis medidas de tempo, será possível calcular a potência máxima e a
mínima, selecionando o melhor e o pior resultado de potência e inserindo cada um por vez na
fórmula:
No m, será possível calcular o índice de fadiga do avaliado no teste, de acordo com a fórmula:
Índice de Fadiga: potência máxima – potência mínima / tempo total das 6 corridas (s)
Para mais detalhes sobre o teste RAST, consulte os vídeos indicados nos Materiais
Complementares no nal desta unidade (PEREIRA JUNIOR, 2019).
Por exemplo, vamos supor que o avaliado tenha percorrido a distância de 2000 metros. Então
teremos:
Vale lembrar que existem outros testes para veri car a resistência aeróbia, com menor
desgaste físico, mais adequado para crianças e idosos, como o teste de 9 minutos (GAYA;
SILVA, 2007), de caminhada de 3 km, entre outros.
Flexibilidade
Glossário
Flexibilidade é a capacidade que um indivíduo apresenta de
amplitude de movimento possível em uma ou várias
articulações (GOMES; SOUZA, 2008).
A exibilidade, que também pode ser chamada de mobilidade articular, in uencia diretamente
nos movimentos dos membros, tronco e quadril. Nos esportes, há exigências especí cas de
exibilidade de acordo com a especi cidade de movimentos. Por exemplo, no futebol, espera-
se que os jogadores tenham boa exibilidade no quadril e pernas. No handebol, no vôlei e no
basquete, espera-se que tenham boa exibilidade nos ombros e tronco. Nas ginásticas, a
exibilidade é uma das capacidades determinantes de resultados e, por isto, deve ser muito
trabalhada em todas as articulações dos ginastas.
Re ita
Como podemos testar a exibilidade?
O teste de sentar-e-alcançar também pode ser realizado sem o banco de Wells, apenas com a
ta métrica xada no chão. Neste caso, o avaliado deverá car com as pernas um pouco
abertas e com os pés na marca de 38 cm. Para mais detalhes sobre o teste realizado sem o
banco de Wells, veja nas indicações de material complementar no nal desta unidade
(PROESP-BR).
Além desse teste, é possível avaliar a exibilidade com base no ângulo de mobilidade das
articulações, com um equipamento chamado de eximetro ou goniometria. Outra forma é com
o exiteste, uma escala de mobilidade que é baseada em movimentos previstos num mapa de
8 posições (ver Flexiteste em Material Complementar). Tanto a goniometria como o exiteste
são mais complexos de serem realizados, pois requerem maior conhecimento do avaliador, no
entanto, são mais completos que o teste de sentar-e-alcançar, pois analisam várias
articulações do corpo.
Você já percebeu que existem diversos testes para analisar as capacidades físicas, não é? Nesta
unidade, foram apresentadas algumas das formas mais comuns, no entanto, você poderá
encontrar vários outros testes, de acordo com o seu foco de pesquisa, modalidade esportiva ou
até o público com alguma característica especial.
Outra informação relevante é a respeito dos parâmetros de resultados para cada teste, que não
caberiam nesta unidade. Por isto, vários parâmetros poderão ser encontrados na literatura em
geral (ver, por exemplo, GAYA; SILVA, 2007 e GOMES; SOUZA, 2008). Além dos parâmetros
previstos na literatura, o avaliador poderá ter sua própria base de dados para comparação. Por
exemplo, comparar um atleta X equipe, ou o atleta no teste atual X o mesmo atleta no teste
anterior.
Em Síntese
Material Complementar
YOUTUBE
Teste do RAST: cálculos e resultados
Site
Bateria de Testes: Flexibilidade (Sentar e Alcançar)
O site a seguir oferece explicações sobre o teste de sentar e alcançar, bem como esclarece
montar o teste sem o banco de Wells.
UFRGS
PROESP - Projeto Esporte Brasil
Bateria de Testes: Flexibilidade (Sentar e Alcançar) Com banco de wells
Material: Utilize um banco com as seguintes características: Sem banco de
wells Download: Clique aqui para fazer download do vídeo Download: Clique
aqui para fazer download do vídeo Imagens: Imagens: a) um cubo construído
com peças de 30 x
LEIA MAIS UFRGS
Artigo
Per l de exibilidade de pro ssionais de educação física, pertencentes à turma de pós-
graduação em treinamento desportivo e siologia do exercício da Universidade Castelo
Branco (RJ)
O artigo a seguir oferece explicações sobre o Flexiteste, incluindo as imagens que servem de
referência para a avaliação da exibilidade:
Per l de exibilidade de pro ssionais de educação
física, pertencentes à turma de pós-graduação em
treinamento desportivo e siologia do exercício da
Universidade Castelo Branco (RJ)
Per l de exibilidade de pro ssionais de educação física, pertencentes à turma de
pós-graduação em treinamento desportivo e siologia do exercício da Universidade
Castelo Branco (RJ). Prof. Esp. Raphael Benassi, Profª Esp. Ana Carolina dos Santos
Salvador, Prof. Luciano Lopes Loiola, Prof. Luí Toledo, Prof.
LEIA MAIS EFDEPORTES
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