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guia de ciencias do esporte

ALTORENDIMENTO

AGILIDADE E MUDANÇA DIREÇÃO

VOL.3
ALTORENDIMENTO

APRESENTAÇÃO
AGILIDADE E MUDANÇA DE DIREÇÃO

ALTO RENDIMENTO Fazemos uma curadoria dos melhores artigos publicados por assunto em sites
referências no treinamento esportivo como HMMR Media, Complementary Training, Sports Scientists
entre outros. Independentemente do esporte e do nível de seus atletas , você encontrará recursos
práticos para ajudá-lo a implementar o que foi aprensentado nos estudos na sua prática esportiva.

Nesta edição:

Mudança de direção e agilidade são conceitos diferentes

Uso de smartphone para medir a mudança de direção

O déficit de mudança de direção

Como o déficit de mudança de direção pode influenciar o treinamento?

Relação entre Momento e déficit de mudança de direção

O déficit de mudança de direção é influenciado pela posição do jogador?

A velocidade da mudança de direção e a agilidade reativa estão realmente relacionadas?

Pliometria multidirecional
AGILIDADE E MUD. DIREÇÃO

Treinamento pliométrico para aumentar a agilidade: quanto mais velho, melhor?

Efeitos do treinamento pliométrico durante a temporada na mudança repetida de direção e


sprint no futebol

O desempenho em sprints repetidos influencia a técnica de mudança de direção de um atleta?


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MUDANÇA DE DIREÇÃO E AGILIDADE SÃO


CONCEITOS DIFERENTES
Int J Sports Sci & Coaching. 10(1) 2015

Agilidade é definida como “um movimento rápido de corpo inteiro com mudança de velocidade ou direção em
resposta a um estímulo”, enquanto uma mudança de direção pré-planejada é descrita como “velocidade de mudança
de direção” (VMD). Em esportes de invasão, que são tipicamente esportes de equipe em que os atletas devem invadir
o território do oponente para marcar pontos, a VMD é muito raramente é vista em campo ou quadra.

Esta revisão explorou os fatores que determinam a VMD e a agilidade, ao mesmo tempo que oferece treinamento
prático e aplicações de teste.

ESTUDO
Os autores primeiro definiram a diferença entre VMD e agilidade com base na literatura, em seguida, determinaram
se VMD ou agilidade é mais importante para o desempenho esportivo, comparando grupos de maior e menor
habilidade de atletas em cada teste.

Os autores notaram que se os atletas com habilidades mais altas parecessem ser melhores em uma determinada
habilidade (ex: identificar corretamente a direção que um jogador vai se mover) em comparação com os atletas de
menor habilidade, pode-se sugerir que a habilidade é importante para o desempenho esportivo. Finalmente, os
autores reuniram e compararam as pesquisas disponíveis sobre os efeitos do condicionamento físico na VMD e no
desempenho de agilidade.

RESULTADOS
Diferença entre VMD e Agilidade

• Os testes de agilidade e VMD têm correlações muito baixas, indicando que agilidade e VMD são habilidades
independentes. Atletas mais qualificados foram melhores nos testes de agilidade, mas não nos testes VMD.

• O tempo de tomada de decisão tem uma correlação maior com o tempo total de agilidade do que o tempo de
movimento de resposta, indicando que é mais importante para o esporte. Atletas com maior habilidade apenas têm
melhor desempenho quando reagem a um estímulo específico do esporte.

• Os testes VMD indicam que cada VMD é específico para a tarefa que está sendo testada. Os efeitos gerais do
treinamento de força no VMD permanecem obscuros. A força reativa pode melhorar o VMD, mas pode ser mais
influenciada por fatores de controle motor ao invés de força.

• O potencial para melhorar a velocidade do VMD pelo treinamento de sprint linear é limitado.

• O desempenho de agilidade é provavelmente mais influenciado por fatores cognitivos. Não houve evidência de
treinamento de sprint, força, potência, no desempenho de agilidade. Jogos reduzidos podem fornecer um poderoso
estímulo de treinamento de agilidade devido a melhorias na velocidade de tomada de decisão.

NA PRÁTICA!
AGILIDADE E MUD. DIREÇÃO

Os exercícios pré-planejados não melhoram a agilidade específica do esporte. Isso significa que vários exercícios de
cone, escadinhas de agilidade e até mesmo reagir a um estímulo não específico do esporte não serão transferidos.
No entanto, isso não significa que esse tipo de exercícios (VMD) não tenham um propósito. Eles podem ser usados ​
para treinar as técnicas básicas de agilidade ofensiva e defensiva, bem como sobrecarregar os tecidos envolvidos
dentro do movimento específico.
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A tomada de decisão é o principal fator para o desempenho de agilidade, portanto, é importante variar as posições
iniciais de vários exercícios intensivos de agilidade (ex: se estiver executando um 1 contra 1, faça os jogadores
começarem de diferentes formas – frente, lados opostos, mesmo lado... - pois isso coloca um foco maior na
resolução de problemas).

CONTEÚDO EXTRA:

VÍDEO >>

AGILIDADE E MUD. DIREÇÃO


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USO DE SMARTPHONE PARA MEDIR A


MUDANÇA DE DIREÇÃO
Journal of Sports Sciences, 37:21, 2420-2424

Alguns aplicativos de smartphone baseados em vídeo já provaram ser confiáveis ​e válidos para medir o salto vertical
– como o My Jump 2- e o desempenho de corrida. A capacidade de mudar de direção rapidamente normalmente é
medida com o uso de equipamentos especializados ou de medidas muito simples (mas pouco confiáveis), como um
cronômetro de mão, o que pode limitar a confiabilidade das informações obtidas.

ESTUDO
O objetivo deste estudo foi testar a validade do novo aplicativo iOS (CODTimer) para a medição do tempo total e da
assimetria entre os membros no teste de mudança de direção 5 + 5 180 ° (COD) – figura abaixo.

Foram sujeitos 20 jogadores de futebol juvenis que realizaram o teste 5 + 5 180 ° (COD) num total de seis tentativas
em grama artificial (houve familiarização prévia ao teste). Uma fotocélula (Witty gate) foi usada como medida
simultaneamente com o aplicativo CODTimer durante cada teste. As informações coletadas foram comparadas para
realizar análises de validade e confiabilidade.

RESULTADOS
O aplicativo CODTimer se mostrou altamente válido e confiável para a medição total do tempo. Muito da validade e
confiabilidade com a utilização do aplicativo vem da padronização do procedimento do usuário. Como os autores
fizeram neste estudo, é importante preparar o atleta para ter sucesso com uma superfície e calçado que forneça
tração adequada e confiança para completar o teste. Além disso, os praticantes também devem padronizar a posição
inicial, distância e as instruções, bem como fixar o smartphone em um tripé a 2m de distância e perpendicular à linha
de largada. O aplicativo utiliza o vídeo de alta velocidade do smartphone que permite identificar o momento exato
em que o atleta cruza a linha de partida e de chegada.

NA PRATICA!
Como já apresentado anteriormente, o uso do tempo total como uma métrica para detectar a diferença entre os
membros não é a mais indicado, sendo melhor e mais sensível "déficit de mudança de direção" (ver artigos
AGILIDADE E MUD. DIREÇÃO

anteriores).
Embora o aplicativo forneça uma medida confiável por um valor baixo (se comparado a um sistema de
cronometragem eletrônica), o tempo que se leva para obter a medida por meio da análise do vídeo pode não ser
muito prático com equipes grandes. Com grupos pequenos ou treinos individuais parece ser uma ótima ferramenta.

CONTEÚDO EXTRA:

VÍDEO: COMO FUNCIONA O APP >>


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O DÉFICIT DE MUDANÇA DE DIREÇÃO


Sport Performance & Science Reports 25 May 2020

O déficit de mudança de direção (CODD) é calculado como o tempo que leva para completar um teste de mudança
de direção menos o tempo necessário para completar um sprint linear da mesma distância. Por exemplo, o tempo
total do teste 505 - tempo de sprint linear de 10m. O CODD pode ser uma ferramenta mais válida na identificação da
capacidade de mudança de direção do que o tempo necessário para completar um teste de mudança de direção, já
que aproximadamente 31% do tempo no teste 505 é gasto mudando de direção .

ESTUDO
O estudo investigou a relação entre velocidade linear, momento, massa corporal, tempo no teste 505 e CODD. Os
pesquisadores também procuraram quantificar as diferenças entre membros (giro do pé esquerdo vs. direito)
durante o 505, usando o CODD.

Foram sujeitos 23 jogadores de críquete que realizaram um sprint de 20m (com coleta de parciais) e um teste 505 na
mesma sessão. Cada jogador realizou três tentativas máximas de cada teste. O tempo de 0-10m mais rápido (do
sprint de 20m) e o tempo 505 mais rápido foram usados ​para análise. Para o teste 505, os sujeitos realizaram três
tentativas com mudança com cada perna para determinar quaisquer assimetrias entre os membros.

O momento foi calculado como a massa multiplicada pela velocidade média. A diferença percentual entre os
membros para o teste 505 foi calculada para comparar o desequilíbrio para cada medida.

RESULTADOS
O CODD não mostrou relações significativas com sprint, momento ou massa corporal. Grandes associações positivas
foram encontradas entre os tempos de 0-10m sprint e o teste 505 para os membros dominantes e não dominantes.
Correlações positivas (tamanho efeito grande) também foram encontradas entre o teste 505 e CODD no membro
dominante, e correlações moderadas para o membro não dominante. Não houve associação entre tempos de sprint
de 10m e CODD para nenhum dos membros. O tempo de mudança de direção sozinho pode produzir um
desequilíbrio percentual substancialmente menor entre os membros em comparação com o CODD.

NA PRÁTICA!
O déficit de mudança de direção (CODD) oferece uma medida isolada da capacidade de mudança de direção, uma
vez que não é influenciada pela velocidade linear neste grupo de sujeitos. O CODD deve ser aplicado a qualquer teste
505 para obter dados de mudança de direção precisos para influenciar sua programação.

Alguns parâmetros práticos que podem ser utilizados:

- Compare o CODD entre os membros para encontrar um desequilíbrio percentual para decidir se um desequilíbrio
precisa ou não ser corrigido. (Diferenças a partir de 10%)

- Classifique os jogadores através de uma pontuação Z (nesse caso Z= pontuação dos sujeitos - média / desvio padrão
do grupo) para o CODD para decidir se prioriza trabalhar a mudança de direção ou a velocidade linear. Ter jogadores
fora de um desvio padrão em comparação com o resto do time pode justificar mais treinamento de mudança de
direção.

- Os atletas com alto CODD podem exigir mais trabalho do vetor de força médio-lateral na academia
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Deve-se levar em conta as limitações desse estudo. Os resultados valem apenas para o teste 505. Além disso, outros
ângulos de mudança de direção – ex: 90 ° e 45 °( o teste 505 é baseado numa mudança de direção de 180°) – e
outros esportes precisam ser estudados.

CONTEÚDO EXTRA:

ARTIGO COMPLEMENTAR >>


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COMO O DÉFICIT DE MUDANÇA DE DIREÇÃO


PODE INFLUENCIAR O TREINAMENTO?
J Strength and Cond Res 2019 - Volume 33 - Issue 8

Estudos iniciais mostram que o déficit de mudança de direção (CODD) está fortemente correlacionado com o
desempenho do teste 505 , mas não com o tempo de sprint de 10 m, indicando que CODD pode quantificar a
capacidade de mudança de direção (COD) de um indivíduo. No entanto, giros de 180 ° não são comuns em muitos
esportes de equipe como futebol e rugby.

Portanto, o objetivo deste estudo foi examinar a aplicação do déficit COD a um teste de “corte” (meio giro a 90 °) para
ver se o CODD fornece uma avaliação da capacidade de corte de um indivíduo.

ESTUDO
Foram sujeitos n= 36 atletas universitários de esportes coletivos (23 rugby e 13 de futebol). Cada atleta realizou 3
tentativas de sprint de 20 m (com parciais de 5 e 10 m) e 2 testes de mudança de direção (MD): corte de 90 ° e teste
505. Os tempos de conclusão para todos os testes de sprint e COD foram medidos usando fotocélulas. Para ambos
os testes o CODD foi determinado (tempo de conclusão MD - tempo de sprint de 10 m)

RESULTADOS
Segundo os autores os resultados sugerem que o CODD pode ser aplicado para isolar e avaliar a capacidade de corte
em testes de velocidade de MD que envolvam um único corte. A falha em determinar o CODD pode levar à avaliação
incorreta da habilidade de MD do atleta.

NA PRÁTICA!
A maioria dos esportes coletivos não exige mudanças de direção de 180 °, então o teste de corte de 90 ° pode
fornecer maior validade para o seu teste COD. É importante notar que ambas as pernas devem ser testadas. Aqui
está um exemplo de como você pode colocar isso em prática:

• Déficit de COD = tempo de sprint de 10 m – tempo do teste 505 ou 90 °


• Classifique cada atleta por sua pontuação Z = [pontuação do atleta - média do grupo] / Desvio padrão do grupo
• Identifique os atletas mais lentos que a média e classifique a gravidade do déficit. Por exemplo:

Ø 0,1-0,9: pequeno déficit


Ø 1,0-1,5: déficit moderado
Ø 1.6+: grande déficit.
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A partir desses grupos, você pode fazer com que os atletas com déficits maiores passem mais tempo em campo
realizando mudanças de direção em vez de trabalho de sprints, por exemplo. Além disso, eles podem ter uma ênfase
de exercícios médio-lateral na academia como skater jumps, afundos laterais e lateral sled runs. Os atletas com
grandes assimetrias podem realizar potencialmente mais 1-2 séries com a perna mais fraca.

CONTEÚDO EXTRA:

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RELAÇÃO ENTRE MOMENTO E DÉFICIT DE


MUDANÇA DE DIREÇÃO
Int J of Sports Physiology and Performance, vol 16: 1 2020

O déficit de mudança de direção (CODD) é uma medida mais isolada da capacidade de mudança de direção (MD). Na
verdade, a maioria dos testes de mudança de direção usa o tempo total para avaliar o desempenho. Isso torna difícil
identificar a habilidade MD porque a maior parte do tempo os testes são de corrida linear. O CODD foi proposto
como uma medida prática para isolar a habilidade de MD independente da velocidade de sprint (o tempo obtido nos
testes de MD pode tanto superestimar como subestimar a capacidade de MD em comparação com o CODD em 90%
dos atletas).

ESTUDO
Esse estudo determinou se o Momento (= massa multiplicada pela velocidade média), a velocidade e o desempenho
do salto estavam associados ao CODD.

Foram sujeitos 17 jogadores de futebol juvenis (idade ~16 anos) que fizeram dois dias de teste. No primeiro dia
testaram em três saltos verticais máximos com uma perna (SSV) e drop jump também com uma perna (SDJ) de uma
caixa de 18 cm, coletados com o aplicativo My Jump 2. O segundo dia consistiu em um sprint de 40 m com parciais de
10, 30 e 40 m.

Momento, tempos parciais e velocidade máxima foram calculados para todos os sprints. Além disso, os jogadores
fizeram o teste 505 onde o CODD foi calculado para cada perna (melhor sprint de 10m menos o teste 505 mais
rápido de cada uma).

RESULTADOS
O CODD não foi associado a nenhuma das medidas de desempenho, o que está de acordo com as descobertas
anteriores. Quando os resultados do CODD foram classificados pela mediana, aqueles com um CODD menor foram
mais rápidos no teste 505, no entanto, esses jogadores também foram mais lentos no sprint de 10m e grande
momento.

NA PRÁTICA!
Jogadores mais rápidos geralmente exibem um CODD maior devido ao maior momento que vem com um aumento
de velocidade que, por sua vez, precisa ser redirecionado. Este grupo particular pode se beneficiar de treinamento
excêntrico ou treinamento de técnica específica de MD (ex: afundo lateral com sobrecarga excêntrica).

Por outro lado, jogadores mais lentos que exibem CODD menor podem precisar melhorar a aceleração e a
velocidade definitivas (ex: sprints resistidos)

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O DÉFICIT DE MUDANÇA DE DIREÇÃO É


INFLUENCIADO PELA POSIÇÃO DO JOGADOR?
Sports (Basel). 2018 Dec 21;7(1):2

O déficit de mudança de direção (CODD) tem sido sugerido como um método adequado para avaliar a habilidade de
mudança de direção (MD) entre atletas de esportes coletivos. O CODD é a diferença o tempo de sprint linear e uma
tarefa MD de igual distância (ex: sprint de 10m e um teste 505) – veja nos artigos anteriores.

ESTUDO
O objetivo deste estudo foi investigar a habilidade e déficits de MD em atletas de Rugby, comparados por posição
(atacantes e defensores), bem como entre jogadores mais rápidos e mais lentos.

Foram sujeitos 24 jogadores de elite que foram testados no mesmo dia em: 1RM agachmaento, squat jump (SJ), salto
contra-movimento (CMJ), drop jump de 45 cm (DJ45), salto horizontal pé (SH), salto triplo horizontal (STH), sprint de
40m e Momento (massa corporal x velocidade), teste pro-agility, “L-drill” e testes de zig-zag.

Os resultados foram comparados entre as posições, bem como entre jogadores mais rápidos e mais lentos

RESULTADOS
Jogadores mais rápidos apresentaram uma capacidade inferior de mudar de direção (ou seja, maiores CODD),
independentemente dos ângulos de mudança de direção. Separar os jogadores por posições (atacantes vs
defensores) pode não ser sensível o suficiente para discriminar entre jogadores com capacidade variável de mudar
de direção.

Portanto, medir o CODD e depois dividir entre os que estão acima e abaixo de uma pontuação médiana pode ser
uma abordagem mais adequada para identificar melhor as necessidades específicas do jogador. Os atletas acima da
mediana (déficit maior) poderiam ter uma maior ênfase no treinamento de agilidade enquanto os atletas abaixo da
mediana (déficit menor) poderia ter uma ênfase no trabalho de velocidade linear.

NA PRÁTICA!
Jogadores mais rápidos mostraram CODD mais altos em todas as tarefas de MD, sugerindo que talvez realizar
apenas um teste de MD seja suficiente para obter o quadro geral das necessidades de treinamento dos atletas. Essa
informação pode ser de grande valia pois 1-2 avaliações curtas podem fornecer informações úteis que podem
orientar o processo de treinamento com boa precisão, ao mesmo tempo que economiza tempo e esforço dos atletas.

Uma vez que os dois grupos foram identificados, é possível que um único treinador possa controlar o treinamento
das sessões de velocidade (ex: o grupo velocidade linear realiza um sprint de 30 m e o grupo CODD realiza um sprint-
cut-sprint no mesmo espaço, assim compartilhando o tempo de descanso entre as séries).

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A VELOCIDADE DA MUDANÇA DE DIREÇÃO E A AGILIDADE


REATIVA ESTÃO REALMENTE RELACIONADAS?
J Strength Cond Res. 2018 Jul;32(7)

A agilidade pode ser definida como "um movimento rápido do corpo com mudança de velocidade ou direção em
resposta a um estímulo”, sendo uma habilidade “aberta” devido à sua natureza reativa ou dependente de percepção.
A velocidade de mudança de direção (VMD) é considerada uma habilidade "fechada".

O processo de tomada de decisão é essencial para a agilidade e vários autores relatam que a agilidade é um critério
definidor de desempenho em diversos esportes.

ESTUDO
O objetivo do estudo foi determinar se havia diferenças no desempenho de agilidade ao testar VMD e, em seguida,
uma tarefa baseada em agilidade usando cenários idênticos. Também, o estudo teve como objetivo identificar a
relação entre VMD e agilidade com corrida em linha reta, potência reativa de membros inferiores e características
antropométricas.

Foram sujeitos 45 atletas masculinos e 31 femininos de esportes coletivos. O protocolo de teste de agilidade
empregou o uso de FitLights (luzes LED que podem ser programadas para ativação específica ou aleatória). As luzes
foram colocadas em 4 arranjos diferentes: frontal (FR), universal (UN), semicircular (SC) e lateral (LA)

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Para a condição de teste VMD, os sujeitos receberam um conhecimento avançado sobre a ordem sequencial das
luzes (condição planejada). Na condição de agilidade, a ativação da luz foi desconhecida e não sequencial (condição
aleatória). Cada sujeito testou nas 2 condições em 4 sessões diferentes.

Os testes de velocidade foram sprint 15m, sprint lançado de 15m. O teste de potência reativa foi o salto com a perna
dominante cronometrada de 10m - onde o sujeito saltou o mais rápido possível por 10m.
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RESULTADOS
O VMD e o desempenho de agilidade foram considerados significativamente diferentes entre os homens em todas as
4 configurações. As mulheres mostraram diferenças menores em VMD e agilidade durante em todas as
configurações. Curiosamente, a configuração UN produziu a maior diferença entre VMD e agilidade em homens e
mulheres. Isso pode ser devido às complexas demandas do teste, exigindo considerável busca visual e atenção. A
percepção periférica e outros componentes cognitivos são essenciais para o desempenho neste teste. Parece que
quanto mais complexa a estrutura do movimento, maior a diferença observada entre VMD e agilidade.

A altura do sujeito pareceu afetar negativamente a agilidade, o que é esperado devido uma desvantagem
biomecânica para mudanças de direção. O desempenho de sprint e o teste de potência reativa mostraram
correlações fracas a moderadas com a maioria dos testes de agilidade, sugerindo que o teste de agilidade não
depende apenas do potencial físico ou de fatores antropométricos, mas também de fatores cognitivos e sensoriais.

NA PRÁTICA!
Parece que VMD e agilidade são duas qualidades independentes, sendo a agilidade depende do estímulo específico
do esporte. Atletas profissionais têm melhor desempenho em testes de agilidade do que semiprofissionais ao reagir
a um estímulo específico do esporte. Isso traz dúvidas ao uso de cones, luzes reativas e outros métodos de reação:
Será que estamos melhorando a agilidade usando estímulos reativos que não são específicos do esporte?

Vale destacar que em esportes coletivos, você tem agilidade ofensiva e defensiva e ambos os cenários requerem um
conjunto de habilidades diferente para reconhecer várias situações. Existem muitas maneiras de treinar ambas as
qualidades no mesmo exercício ( ex: 1x1, 2x1, 3x2...) Criar variação nesses exercícios é simples, como reduzir o
número de passes antes da pontuação, ou reduzindo o espaço do exercício de modo a gerar maior números de
ações de agilidade.

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PLIOMETRIA MULTIDIRECIONAL
Int J of Sports Physi and Performance, 16(11), 1649-1655.

Muitos movimentos específicos do futebol envolvem a ação do ciclo alongamento-encurtamento (CAE). Nesse
sentido, o treinamento pliométrico (TP) é o melhor método para desenvolver essa capacidade por melhorar a função
do CAE.

ESTUDO
O objetivo do estudo foi avaliar os efeitos do treinamento pliométrico multidirecional (TPM) na altura do salto
vertical, desempenho na mudança de direção (MD) e controle postural dinâmico (CPD) em jovens jogadores de
futebol. Foram sujeitos 28 jogadores de futebol pré-adolescentes (11,6 ± 0,8 anos), sendo divididos aleatoriamente
em grupo experimental (GE) e grupo controle (GC).

O GE treinou um programa de TPM (3 exercícios nos planos vertical-ântero-posterior, vertical-lateral e vertical-ântero-


posterior-lateral) durante a temporada 2x semana durante 8 semanas. O grupo controle manteve a rotina de
treinamento regular.

Para avaliar a altura do salto vertical, foram utilizados o squat jump e o salto com contra-movimento. A agilidade foi
avaliada através do Teste-T e o controle postural dinâmico foi avaliado através do “star excursion balance test”.

RESULTADOS
Os resultados revelaram que o TMF potencializou três qualidades importantes: o squat jump, o salto de contra
movimento e o teste t (foram encontradas relações positivas). Portanto o TPM provou ser um método eficaz para
melhorar o desempenho de salto e mudança de direção.

NA PRÁTICA!
O interessante desse estudo foi a aplicação de saltos em múltiplas direções, sugerindo que este não é apenas seguro,
mas um método eficaz de desenvolver o desempenho atlético. Na ausência de hormônios relacionados ao
crescimento dos pré-adolescentes, os autores sugerem que as melhorias observadas neste estudo estão
provavelmente associadas à melhora do desempenho neuromuscular.

Resumindo, um programa de treinamento simples como esse se mostrou muito interessante pois requer muito
pouco tempo para ser concluído, enquanto mostra muito bons resultados.

CONTEÚDO EXTRA:

Aquecimento multidirecional >>

Curso online Pliometia >>


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TREINAMENTO PLIOMÉTRICO PARA AUMENTAR A


AGILIDADE: QUANTO MAIS VELHO, MELHOR?
J Strength Cond Res 31(9) 2017

A maturação desempenha um papel importante no desempenho. Isso sugere que a idade biológica pode favorecer
aqueles que estão atualmente envolvidos no esporte. Conforme o atleta jovem se move através da maturação, o
desenvolvimento do ciclo alongamento-encurtamento (CAE) continua a melhorar antes e durante o pico de
velocidade de crescimento (PVC). No entanto, a relação entre as faixas etárias (10-18 anos) deve ser melhor
investigada para dar suporte à agilidade, mudança de direção (MD) e treino pliométrico.

ESTUDO
Uma meta-análise é um procedimento para reunir e combinar vários estudos para elevar a consciência de um
fenômeno. Neste estudo, os pesquisadores revisaram 16 artigos que foram selecionados com base em critérios de
inclusão rígidos. Esses estudos foram lidos e codificados com foco nas informações descritivas, na atividade esportiva
e no tipo de intervenção pliométrica. Para as análises, os sujeitos foram categorizados em três faixas etárias: 10 a
12,9 anos (PRE), 13 a 15,9 anos (MID) e 16 a 18 anos (PÓS) PVC.

RESULTADOS
Em todos os 16 artigos, o treinamento pliométrico melhorou a mudança de direção e a agilidade. No entanto,
indivíduos mais velhos demonstraram resultados de desempenho maiores do que indivíduos mais jovens. Os
mecanismos potenciais que sustentam essas melhorias foram o aprimoramento da função do CAE, melhor
recrutamento de unidades motoras e a frequência de disparo. Concluindo, o treinamento pliométrico melhora a
habilidade de mudança de direção em jovens, com efeitos significativamente maiores em juvenis pós PVC.

NA PRÁTICA!
De acordo com a revisão, 2 sessões de treinamento pliométrico por semana aumentam a agilidade e a habilidade de
mudança de direção. Durante um período de 7 semanas, sugere-se que o atleta produza cerca de 1400 saltos, com
75 segundos de descanso entre as séries e 48 horas entre as sessões. Isso equivale a cerca de 200 saltos por semana,
o que pode parecer bastante principalmente para atletas juvenis de menor idade.

Se considerarmos que tarefas como vôlei, ginástica ou esportes coletivos com variações de salto acumulam um
grande volume pliométrico, uma redução no volume deve ser feita e a sessão de pliometria deve ser programada de
uma forma de desenvolvimento.

Avaliar a carga ou intensidade de qualquer tarefa pliométrica continua sendo um problema incômodo na
programação de jovens, pois há muita variabilidade entre um atleta e o outro. Isso se torna mais confuso por outros
fatores contribuintes, como a maturação e o efeito da idade relativa. No entanto, a parte importante aqui é que o
treinador parta do princípio de uma prática segura para uma população de atletas jovens.

Este artigo fornece isso apoiando o praticante com um "marcador de volume" para jovens atletas. No entanto, este
artigo infelizmente não menciona que tipo de exercício pliométrico que deve ser considerado (ex: um box jump e um
drop Jump caindo de 30 cm produzem uma resposta fisiológica muito diferente, tanto aguda quanto a longo prazo.)
Além disso, embora seja importante avaliar a carga média de treinamento ou a percepção subjetiva de esforço (PSE)
de uma sessão, é mais importante que a habilidade técnica e a diversão sejam priorizadas neste estágio de
desenvolvimento.
AGILIDADE E MUD. DIREÇÃO

Todas essas questões são apresentadas e discutidas dentro do Curso Online Pliometria nos Esportes, onde baseado
em estudos como esses apresento uma sequência prática de aplicação do treinamento pliométrico com juvenis de
esportes coletivos de campo/quadra.

CONTEÚDO EXTRA:

VÍDEO >>
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EFEITOS DO TREINAMENTO PLIOMÉTRICO DURANTE A


TEMPORADA NA MUDANÇA REPETIDA DE DIREÇÃO E
SPRINT NO FUTEBOL
J Strength Cond Res 30(12) 2016

O objetivo deste estudo foi examinar os efeitos do treinamento pliométrico (TP) na velocidade de sprint, agilidade,
capacidade de sprint repetido (SR) e nas mudanças repetidas de direção (RCOD).

ESTUDO
Um grupo de jogadores de futebol juniores foi dividido aleatoriamente em 2 grupos: um grupo experimental (GE) n =
15 (15,7 ± 0,2 anos) e um grupo controle (GC) n = 13 (15,8 ± 0,2 anos). Os participantes treinaram e competiram
juntos, mas por um período de 8 semanas na última parte da temporada, o GE substituiu uma parte do regime
normal de treino (a sessão tática) por TP (saltos barreiras e drop jump). Duas sessões de familiarização foram
realizadas 2 semanas antes do teste definitivo

Os desempenhos foram medidos em 3 testes de agilidade (um teste de sprint com giros de 180˚, um sprint de 9-3-6-
3-9 m com corrida para frente e spint 4x5m); 2 testes de sprint repetidos (SR e RCOD); e tempo de sprint 40m (com
parciais de 5m).

RESULTADOS
O grupo PT mostrou melhorias significativas em ambos os tempos de sprint (p <0,05 para 5, 10 e 20 m), e 2 de 3 as
variáveis ​RCOD (RCOD melhor, p <0,001; RCOD total, p <0,05). No entanto, não houve mudança significativa nos
testes de agilidade ou SR. Em conclusão, este estudo sugere que o PT é um método eficaz para melhorar várias
qualidades atléticas.

NA PRÁTICA!
Este é mais um estudo a ser adicionado a uma grande e crescente variedade de estudos que concluem a eficácia do
treinamento pliométrico para melhorar várias qualidades atléticas em jovens atletas.

Embora este estudo se refira a "agilidade", os autores deveriam realmente ter chamado de "velocidade de mudança
de direção", pois não havia nenhum componente reativo presente. Portanto, este é um exemplo simples de por que
é importante analisar corretamente um estudo e não apenas ler a conclusão.

AGILIDADE E MUD. DIREÇÃO


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O DESEMPENHO EM SPRINTS REPETIDOS INFLUENCIA A


TÉCNICA DE MUDANÇA DE DIREÇÃO DE UM ATLETA?
Int J Sports Physiology and Performance, 16(11), 2021

A economia de movimento representa os custos energéticos do movimento em intensidades submáximas e quanto


mais econômico um atleta é, menos energia ele requer para se mover. No entanto, a economia de movimento é
específica à ação e pode ser afetada por períodos de fadiga aguda de diferentes movimentos de corrida. Portanto, os
autores deste estudo investigaram o efeito agudo da atividade de sprint repetido (RSA) na economia de mudança de
direção em jogadores de futebol.

ESTUDO
Onze jogadores de futebol de elite do sexo masculino (idade = 18,5 ± 1,4 anos) completaram um teste de economia
de corrida (SRE) que consistia em corrida em linha reta de 5 minutos com giros de 180 ° a cada 10 m. Isso foi
realizado antes e depois de um protocolo de sprints repetidos (SR), incluindo sprints de 6 x 40m com uma
recuperação passiva de 20 segundos. As seguintes medidas foram coletadas:

• Frequência cardíaca média (FC) no último minuto de cada teste SRE


• Ventilação por minuto (VE; litros de ar respirados por minuto)
• Concentração de lactato sanguíneo (BLa) em 3 minutos de repouso após o teste SRE
Os jogadores também foram avaliados para as seguintes medidas de desempenho:
• “Stiffness” de membro inferior (força de pico absoluta / deslocamento vertical do centro de massa)
• Pico de Força relativa (N. kg-1)
• Pico de Potência relativa (W. kg-1)
• Capacidade aeróbica máxima (VO2max), por meio de um teste incremental em esteira até a exaustão

RESULTADOS
• Nenhuma mudança para SRE foi encontrada seguindo o protocolo de SR devido à variabilidade nas respostas
individuais em termos grupal.
• Individualmente, houve alta variabilidade para mudança de SRE de pré para pós SR.
• HR, BLa e VE aumentaram após a conclusão do SR.
• As respostas SRE ao SR foram intimamente associadas ao “stiffness “dos membros inferiores.

NA PRÁTICA!
O estudo tenta reunir algumas características diferentes de movimento que muitas vezes são analisadas
isoladamente para fornecer mais clareza sobre o quadro geral do futebol. O futebol é um jogo que inclui vários
sprints de alta intensidade e ações de mudança de direção combinadas com um perfil de atividade geralmente
aeróbica. Portanto, a compreensão de como essas características interagem podem influenciar o desempenho
individual.

Porém, este estudo teve apenas um n= 11 jogadores e o desenho do estudo incluiu apenas um único período de
análise. Portanto, os achados do presente estudo têm pouco poder estatístico e estudos futuros com um número
maior de participantes e / ou mais medidas repetidas são necessários. Também seria interessante inverter a questão
da pesquisa e entender como a técnica de sprint muda em resposta a ações repetidas de mudança de direção.

CONTEÚDO EXTRA:

ARTIGO COMPLEMENTAR >>


AGILIDADE E MUD. DIREÇÃO

INFOǴRAFICO ABAIXO
ALTORENDIMENTO

Este infográfico discute como o teste de déficit de mudança de direção pode ser uma medida mais específica
da habilidade de mudança de direção em atletas.

AGILIDADE E MUD. DIREÇÃO


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