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TREINAMENTO DA FORÇA
E DA VELOCIDADE
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levamos em consideração o gesto específico, a velocidade é considerada
específica, que é a capacidade de realizar um exercício ou uma tarefa em uma
determinada velocidade. Por exemplo, o arremesso no basebol ou chute do
futebol, nesse caso é específico, avaliando um seguimento com gesto do esporte
(Bompa, 2005, 2002).
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Equipamentos também influenciam em melhor aerodinâmica, diminuindo assim a
resistência do vento.
A ação da gravidade pode ser desfavorável dependendo da técnica de
corrida. Por exemplo, um corredor deve ter o máximo de impulsionamento
horizontal. Muitos atletas acabam correndo com uma impulsão mais vertical. Com
a impulsão vertical, a ação da gravidade tende a puxar para baixo e, dessa forma,
ocorre maior gasto de energia e esforço para impulsionar a ação da gravidade de
puxar para baixo, não conseguindo se projetar para frente, tendo por
consequência uma velocidade prejudicada (Radcliffe, 2017; Bompa, 2005;
Noakes, 2003).
Para superar a resistência externa é fundamental o desenvolvimento da
potência, treinamentos específicos para incrementar a potência e a técnica
fazendo com que o praticante se aprimore para que possa realizar o melhor gesto
possível economizando o máximo de energia (Radcliffe, 2017; Boyle, 2011;
Beachle; Earle, 2010).
Outro fator que afeta a velocidade é a técnica. Como já dito, ela pode afetar
a resistência externa, diminuindo-a, mas também a técnica influi na velocidade,
pois ela favorece muito a economia de energia e economia de movimentos.
Quanto mais economia, mais se retarda a fadiga e mais velocidade se consegue
por maior tempo. Portanto, é fundamental que a técnica seja desenvolvida,
principalmente em fases iniciais e fases básicas da periodização (Noakes, 2003;
Magness, 2014).
A força de vontade e concentração são fatores que influencia no
desenvolvimento de velocidade e no desempenho atlético. Quanto maior a força
de vontade do indivíduo, sua tendência é de ter uma melhor performance ou maior
velocidade. Isso depende de questões motivacionais, e cabe ao treinador
influenciar ou estimular o praticante. A concentração também é fundamental: se o
indivíduo está focado em outras atividades ou outras preocupações e acaba
deixando de ter atenção no que realmente importa, perdendo a concentração no
tempo de reação, na ativação dos músculos e na técnica em si, terá sua
performance reduzida (Gomes, 2009; Bompa, 2005, 2002).
O último fator que interfere no desenvolvimento de velocidade é a
elasticidade muscular. Quanto maior a elasticidade, teoricamente maior a
amplitude de movimento, e com isso consegue-se também um gesto técnico mais
correto e uma economia desse movimento (Magness, 2014; Beachle e Earle,
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2010; Bompa, 2005; Noakes, 2003). Quanto maior a elasticidade, também
podemos ter maior desenvolvimento de potência, uma vez que a potência
muscular é o resultado da ativação do fuso muscular e do componente elástico
das proteínas não contráteis (Radcliffe, 2017; Boyle, 2011).
Um músculo encurtado possui uma produção de força menor, pela restrição
de movimento da actina com a miosina. Um músculo que tem uma maior
flexibilidade, pode ter uma maior movimentação dos sarcômeros, da actina e
miosina, pode ter uma maior elasticidade das proteínas não contráteis (Powers e
Howley, 2016). Pode também ter uma maior amplitude de movimento,
favorecendo a técnica e a execução do gesto motor (Magness, 2014; Bompa,
2005, 2002; Noakes, 2003).
Teste da régua: o avaliado fica sentado, com o cotovelo fletido a 90º, com
a mão aberta. O avaliador posiciona uma régua acima da mão do avaliado, explica
ao avaliado que, quando for dado o comando “já”, ele soltará a régua e o avaliado
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deve fechar a mão para segurá-la. O avaliador deve cronometrar o tempo que o
avaliado leva para segurar a régua a partir do comando. O teste deve ser realizado
três vezes e, em seguida, deve ser feita a média. Quanto menor o tempo, melhor
a velocidade de reação do atleta (Carnaval, 2002; Marins; Giannichi, 1998).
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mudança de direção. Nesse teste, é percorrida uma distância que chega a 50
metros por serem 5 ciclos de 10 metros: 5 metros de ida e 5 metros de volta
(Carnaval, 2002; Marins e Giannichi, 1998).
Teste de agilidade do quadrado: é um teste em que são avaliadas a
velocidade e agilidade. O avaliador coloca quatro cones e o avaliado deve
percorrê-los até que forme um quadrado. Para isso, deve sair em diagonal e voltar
em linha reta. O teste de agilidade do quadrado também avalia acelerações e
desacelerações com mudança de direção e a velocidade. É importante ressaltar
que o teste sempre deve ser realizado da mesma maneira: é preciso sair em
diagonal e voltar reto; se houver solicitação para tocar no cone, é necessário tocá-
lo de frente se a corrida for de frente. Também é preciso sempre usar a mesma
distância e terreno, para que o reteste seja fidedigno possa realmente levar em
consideração as marcas obtidas (Carnaval, 2002; Marins e Giannichi, 1998).
Teste de agilidade em T: o avaliador usará quatro cones, colocando-os
em uma disposição que forme um T. Marca-se o início da reta vertical como o
ponto A, o ponto B sendo o final da reta (base do T) e o ponto C e o D formando
uma linha horizontal (topo do T). Do ponto A para o ponto B, temos 9,14 metros;
do ponto B para o ponto C, temos 4,57 metros; e do ponto C para o D, 4,57 metros.
Nesse teste também são avaliadas a velocidade e a agilidade em deslocamentos
laterais. O avaliado deve percorrer do ponto A para o ponto B de frente em uma
corrida frontal; em seguida, quando tocar o cone B, irá para o cone C com
deslocamento lateral; toca no cone C e, depois, vai com deslocamento lateral até
o cone D; volta com deslocamento lateral até o cone B e volta com uma corrida
de frente para o cone A. Assim, conseguimos avaliar a velocidade e agilidade de
deslocamento lateral (Carnaval, 2002; Marins e Giannichi, 1998).
Esse teste é muito importante para alguns esportes que utilizam esse tipo
de comportamento, como o vôlei, no qual temos alguns tiros curtos e
deslocamentos laterais, e o tênis, que possui deslocamento anterior, posterior e
lateral.
Também é necessário estar atento à forma de execução, ao terreno e à
distância percorrida, que deve ser adaptada para o sistema métrico, em que 9,14
metros representam 10 jardas e 4,57 metros representam 5 jardas. Como o teste
foi feito principalmente para o futebol americano, foram utilizadas as jardas. Pode
ser adaptado para 10 metros e 5 metros, porém, deve sempre ser feito da mesma
forma para manter a fidedignidade dos resultados.
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TEMA 3 – MÉTODOS DE DESENVOLVIMENTO DE VELOCIDADE
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intervalos com mais de 6 minutos combinam descanso ativo e passivo. O atleta
pode realizar um tiro e permanecer 2 a 6 minutos em descanso ativo como uma
caminhada ou um trote leve. Se for maior que 6 minutos de descanso após o tiro
o atleta pode permanecer com um descanso passivo de cerca de 2 a 4 minutos e
em seguida começa a fazer um descanso com trote ou uma caminhada leve
(Baechle; Earle, 2010; Bompa, 2005, 2002).
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3.2 Métodos para desenvolver a velocidade de deslocamento ou
velocidade final
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4.1 Exercícios para desenvolver a velocidade de reação em esportes cíclicos
Exercícios de corrida:
1. Início em pé: ao perceber o sinal, que pode ser sonoro ou visual, o atleta
deve percorrer o tiro.
2. Início inclinado: o atleta permanece em posição inclinada, como se fosse o
início do gesto da corrida, e sai com o sinal de largada para realizar o tiro.
3. Início sentado: existe uma necessidade de potência muscular. O atleta está
sentado e, ao sinal, deve levantar e correr realizando o tiro. Por isso, é
necessária uma grande potência e tempo de reação.
4. Joelhos elevados: realiza-se uma corrida com os joelhos elevados,
aumentando a exigência técnica e exagerando o movimento para aprimorar
a técnica e, consequentemente, melhorar a velocidade.
5. Passadas longas: também aumentando a exigência técnica, realizando
passadas mais longas, estimulando maior potência e elasticidade fazendo
com que melhore também o gesto técnico.
6. Corridas com cinto de tração: o cinto de tração irá aumentar a exigência e
vai estimular para que o atleta tenha de fazer mais ciclos de passadas para
conseguir a mesma distância, ganhando mais qualidade técnica,
velocidade de segmento e, consequentemente, velocidade final.
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TEMA 5 – VELOCIDADE EM ESPORTES ACÍCLICOS
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REFERÊNCIAS
AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE (ACSM). Diretrizes de ACSM
para os testes de esforço e sua prescrição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2014.