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Universidade Federal de Uberlândia

Faculdade de Engenharia Civil

Hidrodinâmica
Estuda o movimento dos fluidos em condutos livres e
condutos forçados.

1. Movimento dos fluidos perfeitos

Movimento dos fluidos  componentes u, v e w da


velocidade nas 3 direções (x, y e z) e no tempo. E, p e  que
caracterizam as condições do fluido em cada ponto.

Assim: 5 incógnitas  u, v, w, p e 
4 variáveis  x, y, z e t
A velocidade em um ponto qualquer pode ser definida como a velocidade
instantânea da partícula fluída que, num dado instante, está passando pelo
ponto. O campo velocidade , é uma função das coordenadas espaciais x, y,
z e em qualquer ponto do campo de escoamento pode variar com o tempo. 2
As leis básicas, aplicáveis a qualquer
fluido, são:
5 equações  • Conservação da massa;
• 2ª lei de Newton para o movimento;
• Princípio da quantidade de movimento
angular;
• 3 equações gerais do movimento, • Primeira lei da termodinâmica;
• Segunda lei da termodinâmica.

• A equação da continuidade e

• Uma equação complementar (considera a natureza do fluido).

2. Vazão ou descarga

Volume de líquido que atravessa determinada seção na


unidade de tempo

Unidades:
• m³/s  utilizada para medir a vazão em rios ou em grandes sistemas hidráulicos;
• L/s  utilizada para medir a vazão em pequenos sistemas hidráulicos;
• m³/h utilizada para medir a vazão em águas subterrâneas. 3
3. Classificação dos movimentos

Escoamento permanente  as propriedades em cada ponto de um campo de escoamento não


mudam com o tempo.

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Movimento uniforme  Q1=Q2, A1=A2, V1=V2; movimento acelerado  Q1=Q2, A1≠A2, V1 ≠ V2; e
movimento não permanente  Q1 ≠ Q2, A1≠A2, V1 ≠ V2, respectivamente

Escoamento é classificado como uni, bi ou tridimensional


em função do número de coordenadas espaciais necessárias
para se especificar o campo de velocidade:

• 1D  campo de velocidade em função de apenas uma


coordenada espacial e do tempo;

• 2D

• 3D
5
4. Regimes de escoamento

Regimes laminar e turbulento,


respectivamente

Número de Reynolds

massa específica (kg/m³)


viscosidade cinemática (m²/s)
Velocidade do escoamento (m/s)
N.s/m2

viscosidade dinâmica (N.s/m²)

Numericamente:

• Re ≤ 2000  escoamento laminar


• 2000 < Re ≤ 4000  escoamento de transição
• Re > 4000  escoamento turbulento 6
5. Linhas e tubos de corrente

Linhas de corrente  linhas orientadas segundo a velocidade


do líquido e que não são atravessadas por partículas de
fluido. Mantêm-se tangentes em todos os pontos à
velocidade v.

Tubos de corrente  figura imaginária, limitada por linhas de


corrente.

Filete de corrente  tubo


de corrente, cujas dimensões
sejam infinitesimais.

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6. Equações gerais do movimento

As leis básicas podem ser formuladas em termos de


sistemas e de VC infinitesimais (enfoque diferencial)
ou finitos (enfoque integral). No enfoque diferencial,
as equações resultantes são diferenciais. A solução
destas equações provê um meio de determinar o
comportamento detalhado do fluido (ponto a ponto).
Muitas vezes, a grosso modo, estamos interessado
no comportamento de um dispositivo; nesses casos,
é mais apropriado empregar a formulação integral
das leis básicas.

O
Sistema  quantidade de massa fixa e identificável;
as fronteiras do sistema separam-no do ambiente.
Elas podem ser fixas ou móveis, contudo não há
transferência de massa através das mesmas. Volume de controle escolhido  cubo
infinitesimal dentro de uma massa de
Volume de controle  volume arbitrário no espaço fluido em movimento
através do qual o fluido escoa. A fronteira
geométrica deste é chamada superfície de controle,
a qual pode ser real ou imaginárias e, pode estar em
repouso ou em movimento.

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Massa do fluido contida no cubo imaginário:

Forças externas que atuam sobre o volume infinitesimal:

•forças que dependem do volume infinitesimal, mais


especificamente o peso, que podem ser expressos pelas suas
componentes X, Y e Z (relativas à unidade de massa);

• forças devidas às pressões que atuam nas 6 faces do cubo


infinitesimal, onde:
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p  pressão sobre a face normal a 0x(ABCD)

 pressão sobre a face oposta


O

Assim, a resultante das forças em cada direção serão:

Direção x:

Direção y:

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Direção z:

Da 2ª lei de Newton 

Direção x: Direção y:

Direção z:

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Considerando as forças que atuam sobre o volume
infinitesimal:

Direção x:
resultante da pressão

Fsx+FBx ação da força F inércia

Dividindo ambos os lados da equação por :

força de campo por unidade de massa

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Direção y:

Dividindo ambos os lados da equação por :

Direção z:

Dividindo ambos os lados da equação por : 13


Equações gerais do movimento:

Aceleração de uma partícula fluida num campo


de velocidade Velocidade
fluida que,
em um ponto C é a velocidade instantânea da partícula
num dado instante, está passando pelo ponto C. A
velocidade em qualquer ponto do campo do escoamento pode variar
de um instante para o outro.

Dado o campo de velocidade

a aceleração de uma partícula fluida, é:

No instante t:

No instante t+t:
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A variação da velocidade da partícula, ao mover-se de uma
posição para outra é:

A aceleração total da partícula é dada por:

Como:

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No cálculo da aceleração de uma partícula
fluida num campo de velocidade, a derivada
recebe o símbolo...
derivada substancial (calculada para uma partícula de substância)

aceleração total da partícula aceleração local


aceleração convectiva

Em termos das componentes escalares têm-se:

Eixo x:
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Eixo y:

Eixo z:
3 componentes da tensão

Equação geral da q.m.


Equações de Euler

As equações do movimento para escoamento sem atrito 


equações de Euler.

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Sistema  quantidade de
7. Equação da continuidade massa fixa e identificável; as
fronteiras do sistema
separam-no do ambiente.

A conservação da massa exige que a massa, M, do sistema


seja constante. Numa base de taxa, temos:
taxa de variação com o tempo da massa

Equação de Transporte de Reynolds :


Relação fundamental entre a taxa de variação de uma propriedade extensiva arbitrária, N, de um
sistema, e as variações dessa propriedade associadas ao VC

propriedade extensiva por


unidade de massa = propriedade
intensiva
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 Taxa de variação total de qualquer
propriedade extensiva arbitrária do sistema.

 Taxa de variação com o tempo da


propriedade extensiva arbitrária , N, dentro do
VC.
Propriedade intensiva correspondente a N;
por unidade de massa.

Elemento de massa contido no VC.

Quantidade total da propriedade extensiva, N,


contida no VC.
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 Taxa líquida de fluxo da propriedade
extensiva, N, através da SC.

 Taxa de fluxo através do elemento de área. O


sinal depende do vetor velocidade, em relação
ao vetor área.

+  Quando o fluxo é para fora através da SC


-  Quando o fluxo é para dentro
nulo  Quando o fluxo é tangente à SC

 Taxa de fluxo da propriedade extensiva , N,


através da área .

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Equação da continuidade

Fazendo

somatória da taxa de variação de massa


dentro do VC com a taxa líquida de fluxo de
massa através da SC seja nula

 Formulação de VC da conservação
da massa

 Taxa de variação da massa dentro do VC.

 Taxa líquida de fluxo de massa ou vazão em


massa através da SC. 21
Casos especiais:

• Escoamento incompressível ( cte)

dividindo por 

Comparando:
 Taxa líquida de fluxo
de massa ou vazão em
massa através da SC.

Para um VC de forma e tamanho fixos, volume = cte

Expressão da conservação da massa para escoamento


incompressível que pode ser permanente ou transiente

taxa de fluxo de volume ou vazão em volume (L³/t)

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Assim, para escoamento incompressível, a Q em volume
para dentro de um VC deve ser igual à Q em volume para
fora do VC. A vazão em volume, Q, através de uma seção de
uma SC de área A é:

A magnitude da velocidade média, em uma seção é:

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• Escoamento permanente compressível  =  (x,y,z)

O enunciado da conservação da massa reduz a:


Taxa líquida de fluxo de massa ou
vazão em massa através da SC.

c.m.

Para escoamento permanente, a Q em massa para dentro do


VC deve ser igual à Q em massa para fora do VC.

Quando se supõe escoamento uniforme numa seção n, a


integral pode ser substituída por produto:

ou usando grandezas escalares:

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Considerando uma seção transversal de um trecho de
tubulação, a massa que passa por unidade de tempo é:

8. Equação complementar (relativa ao estado do


fluido)

Equação geral dos gases perfeitos:

Admitindo T cte:
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10. Equação de Bernoulli

 Equação de Euler para


escoamento em regime permanente
ao longo de uma linha de corrente

Se uma partícula fluida move-se de uma distância , ds, ao


longo de uma linha de corrente, então:

a variação na pressão ao longo de s

(x por ds)
a variação na elevação ao longo de s

a variação na velocidade ao longo de s


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(x por ds)

ao longo de s

Integrando:

ao longo de s

No caso de escoamento incompressível, a equação torna-


se:
• Escoamento em regime permanente
• Escoamento incompressível
• Escoamento sem atrito
• Escoamento ao longo de uma linha de corrente
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11. Demonstrações experimentais do
Teorema de Bernoulli

Situação ideal

Líquidos perfeitos, o atrito entre moléculas líquidas e entre


molécula de água com as paredes da tubulação ou canal
desprezíveis (perda de carga desprezível).

Com isso:

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Situação real

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Linha piezométrica  energia de posição + energia de
pressão entre os pontos 1 e 2

Linha de carga ou de energia  energia de posição +


energia de pressão + energia cinética entre os pontos 1 e 2.

Equação de Bernoulli  desenvolvida para uma única


linha de corrente. É aconselhável o uso da equação para
toda a seção transversal, e não só a uma linha de corrente.
Introduz-se, então, um coeficiente de correção da energia
cinética chamado coeficiente de Coriolis

Para escoamento turbulento 


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