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CINEMÁTICA DOS FLUIDOS

Antonio Luís de Campos Mariani


Escola Politécnica da USP
2023

Copyright © A. L. Mariani - direitos reservados


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CLASSIFICAÇÕES DOS
ESCOAMENTOS
EM FUNÇÃO DA:
• Geometria – Trajetórias (direções e variações);
• Movimento de rotação;
• Variação no tempo;
• Efeitos de Compressibilidade
• Comportamento do movimento das partículas
(Caracterização geral):
Laminar x Turbulento

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GEOMETRIA – TRAJETÓRIAS
Escoamentos Tridimensionais,
Bidimensionais, unidimensionais

Figuras com desenhos das trajetórias do fluido em escoamento que interage com corpos
sólidos: carroceria de veículo, ou cilindro (pilar de estrutura)

• Caracterização a partir do comportamento das trajetórias e da


velocidade (considerando a variação de suas componentes) das
partículas de fluido
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GEOMETRIA – TRAJETÓRIAS

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GEOMETRIA – TRAJETÓRIAS

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GEOMETRIA – TRAJETÓRIAS

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VELOCIDADE REAL (LOCAL) EM UM PONTO e
VELOCIDADE MÉDIA EM SEÇÃO DE ESCOAMENTO

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MOVIMENTO DE ROTAÇÃO

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VARIAÇÃO NO TEMPO

• Permanente
•Não permanente (Transitório)

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VARIAÇÃO NO TEMPO

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VARIAÇÃO NO TEMPO

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COMPRESSIBILIDADE
Variação da massa específica
Avaliada pela relação entre velocidades no meio fluido:
V = velocidade média do fluido;
c = velocidade do som no meio fluido (na condição de P, T)
Relação denominada Número de Mach (adimensional):
Ma= (V / c)
• Escoamentos Incompressíveis: Ma ≤ 0,3 ( = cte.)
• Escoamentos Compressíveis: Ma  0,3 ( não é cte.)
Exemplo:
• Para ar (pressão e temperatura próximas à ambiente - atmosférica)
c~340 m/s
• Neste caso escoamentos em que a velocidade está até V 100 m/s, o ar
comporta-se como fluido incompressível;
Atenção! As equações tem formulação diferente, formulação própria para
considerar os efeitos de compressibilidade. 12
CARACTERIZAÇÃO DO MOVIMENTO
DAS PARTÍCULAS
Classificação Geral do Movimento
Experiência de Reynolds
Osborne Reynolds (1883) - Manchester

Foto do aparato experimental de Reynolds –


Universidade de Manchester, Inglaterra 13
Experiência de Reynolds
Osborne Reynolds (1883) - Manchester

• Observação do escoamento em
um tubo de vidro transparente
• Filete de tinta => “traçador”
• Manteve fixos:
• Diâmetro do tubo
• Propriedades do fluido ( , )
• Variou a vazão volumétrica (Q), e
por consequência, a velocidade
média (V) no interior do tubo
• Observou o comportamento das
partículas de tinta

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Experiência de Reynolds
• Padrões para o
escoamento:
• Principais categorias:
⚫ LAMINAR
⚫ TRANSIÇÃO
⚫ TURBULENTO

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Experiência de Reynolds
• Principais categorias:
⚫ LAMINAR
⚫ TRANSIÇÃO
⚫ TURBULENTO

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PARÂMETROS CARACTERIZAM
ESCOAMENTOS
• Escoamento laminar e turbulento:
⚫ no escoamento turbulento, a velocidade apresenta
flutuações aleatórias.
⚫ Parâmetro que caracteriza o escoamento viscoso em
condutos é o número adimensional:
⚫ Número de Reynolds: Re = ( * V * D)/ 

⚫ Para cálculos de engenharia – escoamento em


condutos industriais (com segurança):
• Re ≤ 2000 è escoamento laminar
• 2000 ≤ Re ≤ 4000 è escoamento de transição
• Re > 4000 è escoamento turbulento
Nota: a faixa de transição pode ser considerada para escoamentos em
laboratório para número de Reynolds entre 2000 e 2700 17
LAMINAR X TURBULENTO

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CAMPO DE VELOCIDADES
• EQUACIONAMENTO
v = vx x; y; z; t i + vy x; y; z; t j + vz x; y; z; t k = 0
Sendo que
v = vx i + vy j + vz k
dr ds
v= ou
dt dt
Sendo r = r x; y; z; t ou s = s x; y; z; t

 v = vx2 + vy2 + vz2

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PRINCIPAIS LINHAS DO
ESCOAMENTO
• Linhas de Corrente (L.C.) (streamlines)
• Trajetória (pathlines)
• Linhas de Emissão (streaklines)
• Linhas de Tempo (timelines)
Ver filme “Flow visualization” em http://web.mit.edu/hml/ncfmf.html

Conceitos importantes:
• Vazão ou Fluxo em um tubo de corrente =>
(ver material específico)
• Em Regime Permanente: Linhas são
coincidentes (mesma geometria, mesma
posição)
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PRINCIPAIS LINHAS DO
ESCOAMENTO
• Trajetória (pathline): é estabelecida pela
sequência de pontos que indicam as posições de
uma partícula em instantes sucessivos. Mostram o
trajeto percorrido por uma partícula individual, em
função do tempo.
• Linha de corrente (streamline): é estabelecida a
partir da reunião de segmentos elementares
tangentes aos vetores velocidade. São uma família
de curvas tangentes à velocidade em determinado
instante. (foto instantânea)
• Tubo de corrente: é definido pela região interna
estabelecida pela reunião de um conjunto de linhas
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de corrente unidas por uma curva fechada
OUTRAS LINHAS DO
ESCOAMENTO
• Linhas de emissão (streaklines): são o lugar
geométrico, em um determinado instante, das
partículas que passaram por um dado ponto de
referência (centro de emissão) no espaço em um
dado instante anterior.
• Linhas de tempo (timelines) são linhas que
identificam um conjunto de partículas em
determinado instante. Uma linha de tempo, em
instantes sucessivos apresenta as posições das
partículas identificadas.

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TRAJETÓRIA

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TRAJETÓRIA

• EQUACIONAMENTO
dx
vx = x= vx ∙ dt
dt

dy
vy = y= vy ∙ dt
dt

dz
vz = z= vz ∙ dt
dt

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LINHA DE CORRENTE
• Produto vetorial entre a velocidade e o elemento
diferencial da trajetória é nulo => paralelos

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LINHA DE CORRENTE

• EQUACIONAMENTO
v  ds = 0
dx dy dz
= =
vx vy vz

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MÉTODOS DE DESCRIÇÃO DO MOVIMENTO

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MÉTODOS DE DESCRIÇÃO DO MOVIMENTO

Euler x Lagrange
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MÉTODOS DE DESCRIÇÃO DO MOVIMENTO

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MÉTODOS DE DESCRIÇÃO DO MOVIMENTO
Formulação matemática
• Expressão da variação de uma grandeza genérica G
(escalar ou vetorial)
• Derivada Total (ou material): D
• Termo Local (variação em relação ao tempo)
• Termo Convectivo (variação causada pelo campo de
velocidades – mudança de posição)

• Para Sistema cartesiano, se v = v(vx; vy; vz) ou v = v(u; v; w) tem-se:

• Nota: atenção para operador nabla (vetorial)


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ELEMENTOS CARACTERÍSTICOS NA
SEÇÃO TRANSVERSAL DE ESCOAMENTO

Nota: Desenvolvimento de equações para o cálculo de vazões nos próximos slides


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ELEMENTOS CARACTERÍSTICOS NA
SEÇÃO TRANSVERSAL DE ESCOAMENTO
VAZÃO OU FLUXO

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VAZÃO OU FLUXO

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VAZÃO ELEMENTAR (dQ) em VOLUME
(ou FLUXO ELEMENTAR em VOLUME )

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VAZÃO em VOLUME (Q) integrada na área A
(ou FLUXO EM VOLUME integrado na área A)

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VAZÃO ELEMENTAR (dm) em MASSA
(ou FLUXO ELEMENTAR em MASSA )

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VAZÃO em MASSA (m) integrada na área A
(ou FLUXO DE MASSA integrado na área A)

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VAZÃO em PESO (G) - (ou FLUXO EM PESO)

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RELACIONANDO VAZÃO E VELOCIDADE
VELOCIDADE LOCAL (v) e VELOCIDADE MÉDIA (V)

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TEOREMA DE TRANSPORTE DE REYNOLDS
Equações fundamentais da Mecânica dos Fluidos:
• Conservação de massa
• Conservação de energia
• Conservação de quantidade de movimento
Melhor aplicadas para volume fixo no espaço
 Análise por Volume de Controle (Euler);
Outra opção: identificar partículas e monitorá-las
 Formulação de Sistema (Lagrange)

Observação: assunto será apresentado pelo Prof. Fernando Sacomano


TEOREMA DE TRANSPORTE DE REYNOLDS
• Sistema é definido por uma quantidade de
matéria que é identificada (Lagrange);
⚫ Massa não atravessa a fronteira de um Sistema
• Volume de Controle (C) é definido por uma
região fixa no espaço, selecionada para análise
(Euler);
⚫ Massa pode atravessar uma Superfície de Controle.

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TEOREMA DE TRANSPORTE DE REYNOLDS
• As equações fundamentais de conservação
(massa, energia e quantidade de movimento)
são apresentadas inicialmente para sistemas
• Mas em Mecânica dos Fluidos a formulação (na
maior parte dos casos) é mais simples e eficiente
adotando-se Volume de Controle (C)
• Teorema de Transporte de Reynolds modifica
a formulação das equações de:
SISTEMA para VOLUME DE CONTROLE

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TEOREMA DE TRANSPORTE DE REYNOLDS
• Para:
⚫ aplicar o Teorema de Transporte de Reynolds
⚫ Transformar a formulação de SISTEMA para Volume
de Controle (C):
• Modifica-se a forma de representar as
propriedades:
⚫ Extensivas: relacionadas à massa do Sistema:
⚫ Exemplo: Massa (m), Energia (E), Quantidade de
Movimento (mV)
PARA:
⚫ Intensivas: independents da massa do Sistema,
fazendo a divisão das prop. Extensivas pela massa:
⚫ Exemplo: adimensional (m/m = 1), Energia por unidade de
massa (e=E/m), velocidade (V = m.V/m) 46
TEOREMA DE TRANSPORTE DE REYNOLDS

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TEOREMA DE TRANSPORTE DE REYNOLDS
• FORMULAÇÃO MATEMÁTICA:
Grandeza genérica – extensiva: N
Grandeza intensiva (por unidade de massa): 

Termo I Termo II

• Termo I: variação da grandeza no interior do C


• Termo II: fluxo líquido que atravessa a superfície de controle (SC)
• Dedução do Teorema de Reynolds: ver arquivo denotas de aula Prof. Saburo
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