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Mecânica dos Fluidos

Professor André Rezende

1
Mecânica dos Fluidos

2
Livros

É muito importante a leitura complementar em livros de Mecânica dos


Fluidos, necessária na solução dos exercícios e na consolidação do
aprendizado.
Os livros que norteiam a exposição dos assuntos vistos neste curso
são:
- Fox, R.W., McDonald, A.T., Pritchard, P.J., Introdução à Mecânica
dos Fluidos,LTC Editora, 2006.

- White, F.M., Mecânica dos Fluidos, MCGRAW HILL – ARTMED Editora,


2010,

Qualquer outro livro de Mecânica dos Fluidos será bem-vindo.


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Mecânica dos Fluidos

Conceitos Fundamentais

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Definição de um fluido
Quando uma tensão de cisalhamento é
aplicada:
• Os fluidos se deformam continuamente
• Os sólidos se deformam ou dobram (ex: mola)

Os fluidos compreendem as fases líquida e


gasosa da matéria. 18
Equações Básicas

As leis básicas, aplicáveis a qualquer fluido, são

• Conservação de massa
• Segunda lei do movimento de Newton
• Princípio da quantidade de movimento angular
• Primeira lei da termodinâmica
• Segunda lei da termodinâmica

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Métodos de Análise
• Sistema
(ou “Sistema Fechado”)

 Volume de Controle
(ou “Sistema Aberto”)
Exs: cálculo de vazões e forças
em junções.

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Métodos de Descrição
• Lagrangiano

- Os princípios de conservação aplicam-se a uma porção


de fluido : Sistema Material

- A aplicação dos princípios de conservação a um


Sistema Material requer a capacidade para seguirmos
uma porção de fluido

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Métodos de Descrição
• Lagrangiano
- Quando estudamos o movimento de corpos sólidos, a descrição é
sempre lagrangiana.
- A velocidade do corpo e às forças que atuam sobre ele adicionamos o
conhecimento da posição:

dx 
u
dt
- Na mecânica dos fluidos fazemos o mesmo, sendo que a dificuldade é
identificarmos uma porção de fluido…

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Métodos de Descrição
• Euleriano

- É a mais conveniente para o estudo do movimento dos fluidos, na


perspectiva da obtenção dos resultados .

- Normalmente deseja-se saber o que se passa num ponto e não o que se


passa com uma porção de fluido (ao piloto interessa saber o que se passa
com o avião e não o que o fluido está a passar por ele).

- A descrição Euleriana enfoca as propriedades de um escoamento num


determinado ponto no espaço como uma função do tempo.

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Formulação Diferencial e Integral
• Formulação diferencial  comportamento
detalhado do escoamento.
Exemplo: distribuição de pressão sobre uma
superfície aerodinâmica

• Formulação integral  comportamento do


escoamento como um todo.
Exemplo: sustentação total que uma superfície
aerodinâmica produz

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Dimensões e Unidades

Sistemas de dimensões
• [M], [L], [t], e [T]
• [F], [L], [t], e [T]
• [F],[M], [L], [t], e [T]

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Dimensões e Unidades

Sistemas de unidades
• MLtT
– SI (kg, m, s, K)
• FLtT
– Gravitacional Britânico (lbf, ft, s, oR)
• FMLtT
– Sistema Inglês (lbf, lbm, ft, s, oR)

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Mecânica dos Fluidos

Conceitos Fundamentais

Capítulo 3

27
Principais Tópicos

• Fluido como um contínuo


• Campo de Velocidade
• Campo de tensão
• Viscosidade
• Tensão superficial
• Descrição e Classificação dos
Movimentos dos Fluidos
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Fluido como um contínuo
• Todos os materiais são constituídos de moléculas;

• O estudo das propriedades de um fluido a partir do


comportamento de suas moléculas consiste no enfoque
molecular;

• O enfoque molecular demonstra uma matéria descontínua, isto


é, constituída por moléculas e espaços vazios entre elas;

• O estudo de um fluido a partir deste enfoque molecular é de


difícil solução matemática (Ex: a derivada de uma função só
pode ser calculada em um ponto se a função é contínua
naquele ponto);

• Por esta razão é conveniente tratar o fluido como um meio


contínuo
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Fluido como um contínuo
• A hipótese do contínuo consiste em abstrair-se da
composição molecular e sua conseqüente descontinuidade;

• Ou seja, por menor que seja uma divisão de um fluido (dm,


dx, dv, etc.) esta parte isolada deverá apresentar as
mesmas propriedades que a matéria como um todo;

• A hipótese do contínuo permite estudar as propriedades


dos fluidos através do cálculo diferencial e(ou) integral, uma
vez que a continuidade é fundamental na teoria do cálculo;

• A hipótese do contínuo falha quando a trajetória média livre


das moléculas torna-se da mesma ordem de grandeza da
menor dimensão característica do problema. Ex: vôo em
atmosfera com gás rarefeito.
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Fluido como um contínuo
(propriedades)
Massa específica

31
Fluido como um contínuo
(propriedades)
Gravidade específica ou densidade relativa (SG)


SG  H2O  1000 kg / m 3 a 4o C
H2O

Peso específico ()

  g

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Campo de Velocidade

33
Campo de Velocidade
• Escoamento em regime permanente
As propriedades em cada ponto de um escoamento
não variam com o tempo.


v 
0 0
t t

v x , y , z   x , y , z 
34
Campo de Velocidade
• Escoamentos 1D, 2D e 3D 
v x , y , z , t 
Exemplo 3D e transiente:
Exemplo 2D e 1D: Escoamento duto e
escoamento uniforme.

35
Princípio de aderência:
experiência das duas placas
“As partículas fluidas em contato
com uma superfície sólida têm a
velocidade da superfície que
encontram em contato.”
F
v
v = constante

V=0

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Campo de Velocidade
Principais formas de obter uma representação
visual do campo de velocidade:

• Trajetória (Pathlines)
• Linha de corrente
• Linhas de tinta ou de emissão

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Trajetória

• Linha traçada por uma dada


partícula ao longo de seu
escoamento z

Partícula no instante t3

Partícula no instante t2

Partícula no instante t1

y
X 38
Linha de Corrente
• Linha que tangencia os vetores velocidade de
diversas partículas, umas após as outras, para um
instante fixo de tempo.
• Duas linhas de corrente não podem se interceptar (o
ponto teria duas velocidades)

z
Partícula 2
no instante t
v2
Partícula 3
no instante t
Partícula 1
no instante t
v3
v1

Ex: CFD y 39
X
Linha de Emissão

• Linha definida pela


sucessão de
partículas que
Ponto de tenham passado
Referência
pelo mesmo ponto;
• A pluma que se
desprende de uma
chaminé permite
visualizar de forma
grosseira uma
linha de emissão. 40
Exemplos de linhas de corrente

41
Exemplos de linhas de corrente

0.025

0.02 Linha de Corrente


Divisória

0.015

y/c
0.01

0.005

0
0 0.05 0.1 0.15 0.2
x/c

42
Campo de Tensão
Cada partícula fluida pode sofrer ação das
seguintes forças

• Forças de superfície (pressão, atrito)


• Forças de corpo ou de campo (gravitacional ou
eletromagnética)

43
Campo de Tensão
Forças de superfície geram tensões.

Notação : o primeiro índice


indica o plano em que a tensão
atua. O segundo índice indica a
direção na qual a tensão atua.

44
Viscosidade
• Fluidos Newtonianos
– Os fluidos mais comuns (água, ar, óleo, etc.)
– Fluidos “lineares” - A tensão de cisalhamento é diretamente
proporcional ao gradiente de velocidade (ou taxa de deformação)

A constante de proporcionalidade da lei de Newton da viscosidade é a


viscosidade dinâmica ou absoluta -  (N.s m-2 no SI e poise [g/(cm.s)].

Freqüentemente a razão entre µ e ρ é denominada viscosidade


cinemática -  (m2/s no SI e stoke [cm2/s])

45
Viscosidade

• Fluidos não-Newtonianos
– Fluidos especiais (e.g., a maioria dos fluidos
biológicos, pasta de dente, algumas tintas, etc.)
– Fluidos “não-lineares”

46
Viscosidade

• Fluidos não-Newtonianos

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49
Descrição e Classificação dos
Movimentos dos Fluidos

50
Descrição e Classificação dos
Movimentos dos Fluidos

51
Descrição e Classificação dos
Movimentos dos Fluidos

52
Descrição e Classificação dos
Movimentos dos Fluidos

53
Mecânica dos Fluidos

Estática dos Fluidos

54
Hidrostática

Teorema de Stevin

55
Hidrostática
OBS 2 - O Teorema de Stevin só se aplica aos fluidos em repouso.
OBS 3 - Ao traçarmos um plano horizontal em um meio fluido contínuo, incompressível e em repouso,
todos os seus pontos estarão submetidos a mesma pressão.
OBS 4 - A diferença de pressão obtida entre dois pontos pertencentes a um fluido contínuo,
incompressível e em repouso, não depende da distância entre os pontos, depende somente da diferença
de cotas entre os pontos e de seu peso específico.

OBS 5 - Ao considerar um gás confinado em um recipiente pequeno, pelo fato do ρgás ser muito menor que o
ρlíquido , podemos considerar que a sua pressão é praticamente constante.

56
Hidrostática
OBS 6
“A pressão num ponto de um fluido em repouso é a mesma em todas as direções”

Realmente, se tal não ocorresse, havendo desequilíbrio, teríamos movimento da


partícula fluida.

57
Hidrostática

58
Hidrostática

59
Hidrostática

60
Hidrostática

61
Hidrostática

62
Hidrostática

63
4. A carga de 500 kg do macaco hidráulico mostrado na figura deve ser
elevada despejando óleo (ρ = 780 kg/m3) em um tubo fino. Determine quão alto h
deve ser para começar a levantar o peso.

64
Mecânica dos Fluidos

Cinemática dos Fluidos1


FUNDAMENTOS DE HIDRODINÂMICA
A hidrodinâmica estuda os líquidos em
movimento.

Escoamento é a mudança de forma do fluido


sob a ação de um esforço tangencial.

Fluidez é a capacidade de escoar,


característica dos fluidos.

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Classificação do escoamento quanto
à variação no tempo:
– Permanente:
As propriedades médias estatísticas das
partículas fluidas, contidas em um volume de
controle permanecem constantes.

– Não Permanente
Quando as propriedades do fluido mudam no
decorrer do escoamento;
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Conceitos Básicos de Vazão

• Vazão em Volume
Vazão é a quantidade em volume de
fluido que atravessa uma dada seção do
escoamento por unidade de tempo.
Conceitos Básicos de Vazão

• Vazão em Massa
Vazão em massa é a quantidade em
massa do fluido que atravessa uma dada
seção do escoamento por unidade de
tempo.

.
Conceitos Básicos de Vazão

• Vazão em Peso
Vazão em peso é a quantidade de
peso do fluido que atravessa uma dada
seção do escoamento por unidade de
tempo.

.
Equação da Continuidade
• É a equação que mostra a conservação da massa
de líquido no conduto, ao longo de todo o
escoamento;

• Pela condição de escoamento em regime permanente,


podemos afirmar que entre as seções (1) e (2), não
ocorre nem acúmulo, nem falta de massa:

m1 = m2 = m = cte
Equação da Continuidade

ρ = Δm/V Δm=ρ.V
V = A.Δl
Q= Δm/Δt = ρ.V/ Δt = ρ. A.Δl /Δt = ρ.A.v
Equação da Continuidade

• Dadas duas seções do escoamento:


Equação da Continuidade

ρAv = constant Equação da Continuidade

Se ρ é constante (não há variação de massa):


A 1V 1= A 2V 2
Equação da Continuidade

A equação da continuidade estabelece que:

• o vazão total em um escoamento incompressível


que entra em um tubo será igual aquele que está
saindo do tubo;

• a vazão medida num ponto ao longo do tubo será


igual a vazão num outro ponto ao longo do tubo,
apesar da área da seção transversal do tubo em cada
ponto ser diferente.

Q = A1 v1 = A2 v2 = constante
Equação da Continuidade

Isto equivale a dizer que:

• No escoamento de fluidos incompressíveis em


regime permanente, a vazão em volume, ou
simplesmente a vazão, que passa através de qualquer
seção do tubo de corrente é constante.

•De forma genérica:


Q = A1 v1 = A2 v2 = constante
Q=AU, onde:
U=velocidade média
Casos Especiais
 Escoamento incompressível (propriedades do fluido
são constantes);
 Regime permanente;
 Volume de controle não deformável:

  u j A j entra
n m

 u A 
i 1
i i sai
j 1

  Q j entra
n m

 Q 
i 1
i sai
j 1
Exercícios

79
80
Mecânica dos Fluidos

Equação da energia para um escoamento


unidirecional, incompressível e em regime
permanente
Equação de Bernoulli
Equação de Bernoulli

Equação de
Bernoulli
Equação de Bernoulli

Se, entre duas seções, o escoamento for


incompressível, sem atritos, e o regime permanente, se
não houver máquina nem trocas de calor, então as cargas
totais se manterão constantes em qualquer seção, não
havendo nem ganhos nem perdas de carga.
Equação de Bernoulli

• Pressões Estática, de Estagnação e Dinâmica


(Ignorando a gravidade)

Estagnação Dinâmica
Estática

97
Pressões Estática, de Estagnação e Dinâmica
p = pressão termodinâmica = pressão estática

Não há variação de pressão em uma direção normal às linhas de corrente retilíneas → tomada
de pressão na parede do duto, colocada em uma região em que as linhas de corrente são
retilíneas → pequeno orifício na parede com eixo perpendicular à superfície.

Para corrente de fluido longe da parede, ou onde as linhas de corrente são curvilíneas →
medições de pressão com uma sonda de pressão estática → a seção medidora deve estar
alinhada com a direção do escoamento. 98
Pressões Estática, de Estagnação e Dinâmica
Pressão de estagnação: obtida quando um fluido em movimento é
desacelerado até a velocidade zero por meio de um processo sem atrito.

99
Pressões Estática, de Estagnação e Dinâmica

Medição simultânea da pressão estática e de estagnação → velocidade local do


escoamento.

tubo de Pitot

100
Pressões Estática, de Estagnação e Dinâmica

Medição simultânea da pressão estática e de estagnação → velocidade local do


escoamento.

tubo de Pitot 101


Equação da energia e presença de
uma máquina

Bomba - qualquer máquina que forneça energia ao


escoamento

Turbina - qualquer máquina que retire energia do


escoamento
Equação da energia e presença de uma máquina

Conservação da Energia
Potência da máquina referente ao fluido

No caso da presença de uma máquina, verificou-se que a


energia fornecida ou retirada do fluido, por unidade de peso, é
indicada por HM (carga manométrica). Logo, nesse caso, a potência
referente ao fluido será́ dada por:

A unidade de potência no SI é o Watt (W).


Rendimento da Bomba

Rendimento da
bomba

Potência da bomba ou disponível no


eixo da bomba
Rendimento da Turbina

Rendimento da
turbina

Potência da trubina ou
disponível no eixo da turbina
Equação da Energia para Fluido Real
Para o caso com fluido real são considerados os
atritos internos no escoamento do fluido. São mantidas as
hipóteses de regime permanente, incompressibilidade,
propriedades uniformes na seção e sem trocas de calor
induzidas.
Equação da Energia para Fluido
Real

Perda de
carga
Equação da Energia para Fluido
Real
Na presença de uma máquina

Potência dissipada por atrito


Exercícios

110
Mecânica dos Fluidos

Escoamento permanente de fluido


incompressível em condutos forçados
• A equação da energia para fluidos incompressíveis em
regime permanente é dada por:

• Nos problemas em instalações hidráulicas, vale a


equação anterior, sabendo que teremos que determinar
uma de suas parcelas a partir das outras 3;
• Mas muitas vezes teremos que calcular e não
sabemos o valor de ;
• Objetivo: calcular as perdas de carga e assim resolver a
equação acima.
O que é um conduto?

• “conduto é qualquer estrutura sólida, destinada ao


transporte de fluidos”;
• Os condutos de seção circular são também conhecidos
como tubos ou tubulações;
• Elemento linear que liga duas conexões;
O que é um conduto forçado?
• É um conduto onde o fluido escoa a plena seção, ou seja,
ele ocupa toda a seção do conduto;
• Ou de outra forma, “um conduto é dito forçado quando o
fluído que nele escoa, o preenche totalmente, estando em
contato com toda a sua parede interna, não apresentando
nenhuma superfície livre;
• Neste caso, nos cálculos de tubulações, o fator de perda
de carga é importante;
• Ocorrem perdas de carga devido ao atrito do fluido com a
parede do conduto e também devido à viscosidade do
líquido escoando;
O que é um conduto livre?
• É um conduto onde o fluído que escoa por ele apresenta
uma superfície livre.
• Exemplos na prática? Canais de irrigação, rio Tietê,
outros...

(a) Conduto forçado (b) Conduto livre


Raio e Diâmetro Hidráulico

• Raio hidráulico:

• Diâmetro hidráulico:
• A é a área transversal de escoamento do fluído;
• é o perímetro (ou trecho do perímetro) molhado,
referente à seção da área A, em que o fluído está em
contato com a parede do tubo;
• Dedução dos valores de A, , e para alguns
exemplos de seção transversal;
Raio e Diâmetro Hidráulico
Rugosidade
• “Os condutos apresentam asperezas que influem na perda de
carga dos fluidos em escoamento”;
• Podem apresentar disposição aleatória de altura e disposição;
• Podemos supor distribuição uniforme para efeito de estudo;
• é denominada rugosidade uniforme;

• é denominada rugosidade relativa.


Classificação das perdas de carga

• Perdas de carga distribuídas ( 𝒇 ): ocorre ao longo de tubos retos,


de seção constante, devido ao atrito das próprias partículas do fluído
entre si. A perda de carga neste caso só é considerável em trechos
relativamente longos, pois o atrito acontecerá de forma distribuida ao
longo deles;
• Perdas de cargas locais ou singulares ( 𝒔 ): ocorre em trechos
onde o fluído sofre perturbações bruscas em seu escoamento. Os
locais onde ocorrem esses tipos de perda de carga (estreitamento
brusco (1), estreitamento (4) cotovelos (2) e (3), alargamentos
bruscos, válvulas (5), obstruções) são chamadas de singularidades;
Classificação das perdas de carga

• Perda de carga total ( ): em uma instalação


completa, a perda de carga total é dada pela equação:

• O termo é o termo da equação:


Estudo da perda de carga distribuída

(1) Condições de validade do estudo:


• Regime permanente, fluido incompressível;
• Condutos longos;
• Condutos cilíndricos de seção transversal constante;
• Diagrama de velocidades deve ser o mesmo em
cada seção;
• Rugosidade uniforme;
• Trecho sem máquinas
Estudo da perda de carga distribuída
(2) Considerando as hipóteses acima, pela equação da continuidade
pode-se provar que

(3) Da equação da energia em um trecho sem máquinas:


,

(4) Como não temos perda de carga singular no trecho, a perda de carga
total será igual a perda de carga distribuída:
, ,

(5) Então podemos escrever que:


,
Estudo da perda de carga distribuída
(6) Pode-se então concluir:
“a perda de carga distribuída entre duas seções de um conduto é igual à
diferença entre as cargas totais das duas seções, se mantidas as
hipóteses descritas em (1).”
(7) Escrevendo as equações completas e considerando que a velocidade
não se altera entre as seções:

(8) A soma é chamada de carga piezométrica (CP), e o lugar


geométrico dos pontos é denominado linha piezométrica (LP);
Estudo da perda de carga distribuída

(9) Se somarmos o termo à carga piezométrica, podemos definir linha


de energia (LE), que é o lugar geométrico dos pontos:

(10) Considerando as hipóteses de (1), a linha de energia é uma reta


paralela à linha piezométrica, pois a velocidade é constante no trecho:
Cálculo da perda de carga distribuída

• Por análise dimensional, a fórmula da perda de carga


distribuída é dada por:

Onde:
é um valor obtido experimentalmente através de um
diagrama universal (diagrama de Moody-Rouse), a partir do
número de Reynolds e da rugosidade relativa

é a velocidade, que pode ser obtido através da vazão


é o diâmetro hidráulico
é o comprimento do conduto
Número de Reynolds
• Reynolds verificou que o fato do movimento ser laminar ou
turbulento depende do valor do número adimensional

,
• onde D é o diâmetro do tubo, v é a velocidade do fluido,
é a viscosidade dinâmica do fluido e é a viscosidade
cinemática do fluido.
• Para tubos:
• escoamento laminar
• escoamento de transição
• escoamento turbulento
Experiência de Nikuradse

• Experiência para determinar a função ;

• Condutos com rugosidade uniforme, através da colagem


de areia de granulosidade uniforme dentro dos condutos;
• Fixou os valores de e fez diversas aberturas
de válvula, para diversas velocidades de fluido, obtendo
diversos valores de , através da leitura dos
manômetros;
Experiência de Nikuradse

• Com esses dados construiu um gráfico de


Experiência de Nikuradse

(I) Corresponde a , ou seja, escoamento laminar.


Neste trecho, que pode ser aproximado por uma reta, o
calculo do valor de dispensa o uso do diagrama, pois é
obtido por:

(II) Corresponde a , ou seja, transição


entre laminar e turbulento;
(III – hidraulicamente liso), (IV) e (V – hidraulicamente
rugoso), corresponde a , e neste caso, é
necessário o uso do diagrama para determinar o valor de .
Condutos Industriais

• A experiência de Nikuradse baseia-se no fato de


rugosidade uniforme;
• Os condutos industriais, na prática, apresentam uma
distribuição aleatória de rugosidades;
• Colebrook repetiu as experiências de Nikuradse para
condutos industriais e verificou que o comportamento
experimental é análogo;
• Colebrook então criou o conceito de rugosidade
equivalente , que é uma rugosidade fictícia, para ser
substituída no lugar da rugosidade real com o mesmo
efeito em um tubo industrial;
• A partir disso, Moody e Rouse construíram um diagrama
semelhante ao de Nikuradse, mas para tubos reais;
Diagrama de Moody-Rouse
Estudo da perda de carga singular

• A perda de carga singular é produzida por uma


perturbação brusca no escoamento do fluido;
• Essas perturbações são produzidas nas singularidades,
como válvulas, registros, alargamento bruscos, etc.;
• A perda de carga singular é função da velocidade,
propriedades do fluido e da geometria da singularidade;
• O cálculo da perda de carga singular é feita da seguinte
forma:

• Onde é o coeficiente de perda de carga singular. Os valores


de podem ser obtidos em manuais de hidráulica ou catálogo
de fabricantes.
Estudo da perda de carga singular
Estudo da perda de carga singular
• A perda de carga singular também
pode ser calculada através do método
dos comprimentos equivalentes.
• “Comprimento equivalente de uma
singularidade é o comprimento
fictício de uma tubulação de seção
constante de mesmo diâmetro, que
produziria uma perda distribuída igual
à perda singular de uma
singularidade.” (BRUNETTI, 2010);

• Na prática, os comprimentos
equivalentes são tabelados.

Fonte: www.tigre.com.br, acesso em 10/05/2012


Exercícios

140
Mecânica dos Fluidos

Equação da quantidade de
movimento para regime
permanente
Vazão em
massa
Na figura, observa-se um desviador
de jato ou pá. Esse caso tem sua
aplicação, por exemplo, em pás de
turbinas. O fluido lançado contra o
desviador sofre uma deflexão
provocada por este.
Na figura, observa-se um desviador
de jato ou pá. Esse caso tem sua
aplicação, por exemplo, em pás de
turbinas. O fluido lançado contra o
desviador sofre uma deflexão
provocada por este.
Exercícios
Exercício 01
Exercício 02
Exercício 03
Exercício 04
Exercício 05

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