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Fluidodinâmica em Processos Químicos

Robson Costa de Sousa

Alegre - 2020
Fluidodinâmica em Processos Químicos
Capítulo 04 | Dinâmica dos Fluidos

4.1 Cinemática ou Dinâmica dos Fluidos

A parte da Mecânica dos Fluidos que estuda o movimento de uma massa fluida sob a ação da gravidade
e/ou pressões externas. Pode ser estudada analisando o sistema ou o volume de controle.

Sistema – utilizado quando se deseja estudar o movimento de uma partícula individual de fluido ou de um
grupo de partículas conforme ela se movimenta através do espaço. Essa é uma abordagem quando se deseja
estudar a trajetória da partícula ao longo do tempo. Aplica-se as leis da física, como por exemplo a segunda
lei de Newton pela equação F = dP/dt, em que F é a força e dP/dt a taxa de variação da quantidade de
movimento do fluido.

Volume de controle – utilizado quando se deseja estudar uma região do espaço quando o fluido escoa
através dela. Bastante aplicada, como por exemplo aerodinâmica de aviões, neste caso, interesse é maior na
sustentação e no arrasto sobre uma asa do que saber o que está acontecendo com as partículas individuais
do fluido.

- Velocidade

Normalmente em dinâmica dos fluidos, o movimento de cada partícula fluida é descrito em função do vetor
velocidade, 𝑉, que é definido como a taxa de variação temporal da posição da partícula. A velocidade da
partícula é uma grandeza vetorial pois possui módulo, direção e sentido.

𝑉 = 𝑉 (x, y, z, t)

Pode ser escrita em termos de suas três componentes escalares nas direções x, y e z por u, v e w.

𝑉 = uî + v𝑗 + w𝑘

As coordenadas espaciais necessárias para especificar a velocidade do fluido podem ser empregadas na
classificação do escoamento em unidimensional, bidimensional e tridimensional.

- Escoamento permanente (estado estacionário) e não-permanente (estado transiente)

As características do fluido (massa específica, velocidade e pressão) podem variar em qualquer ponto do
escoamento, mas não variam com o tempo. Na condição permanente, a vazão é constante, por exemplo.

D >>> d
D

d
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Capítulo 04 | Dinâmica dos Fluidos

- Escoamento permanente (estado estacionário) e não-permanente (estado transiente)

No estado transiente ou escoamento não-permanente as características do fluido em alguns pontos variam


com o passar do tempo. Um reservatório em que a seção transversal é relativamente pequena em relação a
seção transversal da saída do reservatório pode possibilitar que o nível varie lentamente com o tempo, por
exemplo.

D >>> d

- Escoamento laminar e turbulento

A definição para o escoamento laminar e turbulento pode ser obtido a partir da experiência de Reynolds
(1883) colocando água em um reservatório que por sua vez este estava conectado a um tubo de acrílico e no
fim deste uma válvula para permitir o controle da velocidade de descarga da água. Na centro da tubulação
foi injetado um corante do qual se deseja observar o comportamento. Ao abrir gradualmente a válvula três
situações:

Regime laminar: não existe mistura entre o


fluido e o corante para uma velocidade baixa da
água, possibilitando identificar nitidamente um
filete do corante no centro da tubulação

Regime transição: filete apresenta um


comportamento ondulatório, deixando de ser
retilíneo. Neste caso ocorre um aumento na
velocidade do fluido, sendo um estágio
intermediário entre o regime laminar e
turbulento.

Regime turbulento: o filme de corante se


mistura com a água. Os movimentos do corante
são aleatórios, provocando deslocamento de
moléculas entre diferentes camadas da água.
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- Escoamento laminar e turbulento

O regime de escoamento, seja ele qual for depende das propriedades do fluido e do escoamento. Para
escoamento em condutos cilíndricos circulares, Reynolds determinou um valor que associa grandezas
relacionadas ao diâmetro D, a velocidade do fluido V e a viscosidade cinemática ν para qual o fluido passa
do escoamento laminar para o turbulento.

vD ρvD
𝑅𝑒 = =
ν μ

Reynolds verificou que, no caso de tubos, seriam observados os seguintes experimentos:

Re < 2000 Escoamento laminar


2000 < Re < 2400 Escoamento de transição
Re > 2400 Escoamento turbulento
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- Escoamento unidimensional ou uniforme na seção

Observe o escoamento na região cônica, com velocidade menor na seção de área maior e o contrário na
seção de área menor, ou seja, com maior velocidade. Como a coordenada x é a única capaz de descrever a
propriedade do fluido (velocidade) o escoamento é unidimensional. Observe que em cada seção de área a
velocidade é a mesma para qualquer ponto, sendo possível obter sua variação ao longo do escoamento na
coordenada x, neste caso, diz-se que o escoamento é uniforme.

As coordenadas espaciais necessárias para especificar a velocidade do fluido podem ser empregadas na
classificação do escoamento em unidimensional, bidimensional e tridimensional.

Unidimensional Bidimensional Tridimensional

Então esse seria o Pentadimensional ???


Poderia ser uniforme ???
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Capítulo 04 | Dinâmica dos Fluidos

- Linhas de trajetória e linhas de corrente


São aquelas tangentes à direção do escoamento em cada ponto do campo. Uma técnica útil na análise
do escoamento de fluidos consiste em considerar unicamente uma parte
do fluido isolado do resto. Isto pode ser feito imaginando uma superfície tubular formada por linhas
de corrente onde o fluido escoa. Esta superfície tubular é conhecida como um tubo de corrente.

Linhas de trajetória

As “paredes” de um tubo de corrente são constituídas de linhas de corrente e desta forma o


fluido não pode escoar atravessando uma linha de corrente.

Exemplo de aplicação de linhas de corrente :


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- Linhas de trajetória e linhas de corrente

As leis básicas para o estudo do movimento dos fluidos são:

• Conservação de massa;
• Quantidade de movimento (2ª lei de Newton);
• Quantidade de movimento angular;
• Conservação de energia, e
• Segunda lei da termodinâmica.

- Conservação da massa

Considere uma porção arbitrária de um fluido escoando em algum instante t0 escolhida como volume
de controle, o qual encontra-se fixo no espaço nas coordenadas x, y e z. Após um tempo Δt, o sistema
se movimenta para um novo local.

IPC: Para o volume de controle apresentado estabelece o princípio de conservação de massa: a


massa do sistema permanece constante.

Sendo M a massa do sistema Fluxo de massa para fora através


da superfície de controle
𝑑𝑀
𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 =0 Massa de um sistema permanece constante com o tempo
𝑑𝑡
𝑑𝑀 𝜕 𝜕
𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 = vc
𝜌𝑑∀ + sc
𝜌V 𝑑𝐴 𝜌𝑑∀ + 𝜌V 𝑑𝐴 = 0
𝑑𝑡 𝜕𝑡 𝜕𝑡 vc sc
Taxa de variação da massa no volume de
Variação de massa dentro
controle é igual ao saldo dos fluxos de
do volume de controle
massa através da superfície de controle.
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Capítulo 04 | Dinâmica dos Fluidos

- Conservação da massa

Considerando o escoamento permanente e fluido incompressível

𝜕 𝜕
=0 𝜌𝑑∀ + 𝜌V 𝑑𝐴 = 0 sc
V 𝑑𝐴 = 0 sc V 𝑑𝐴 = 0
𝜕𝑡 𝜕𝑡 vc sc

Considerando o escoamento uniforme cruzando uma seção do volume de controle

Entrada
α = 180° (cos α = -1)
𝑑𝐴 𝑑𝐴
Entrada Saída
(1) (2) Saída
𝑑𝑉 𝑑𝑉 α = 0° (cos α = 1)

Para um volume de controle não deformável, de tamanho e forma fixos, volume constante, velocidade
uniforme em cada entrada e saída, a equação pode ser simplificada para:

- A1V1 + A2V2 = 0

Deste modo, para um escoamento incompressível, a vazão volumétrica em um volume de controle


entrando deve ser igual saindo para fora do mesmo volume de controle. A vazão, Q, através de uma
seção na superfície de controle de área, A, deve ser igual a:

𝑄= V 𝑑𝐴
𝐴

Num escoamento não uniforme com fluido viscoso a velocidade no tubo não é uniforme (constante)
através da sua seção transversal. A velocidade média, V, em uma seção é definida como a velocidade
uniforme que, substituída no lugar da velocidade real, determina a mesma vazão na seção.

𝑄= V 𝑑𝐴 = 𝑉𝑚 𝐴
𝐴

1 𝑄
𝑉𝑚 = V 𝑑𝐴 =
𝐴 𝐴 𝐴
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- Conservação da massa

Exemplo: Considere o escoamento permanente de água em uma junção de tubos conforme o desenho.
As áreas das seções são: A1 = 0,2 m2, A2 = 0,2 m2, A3 = 0,15 m2. O fluido para fora do tubo através de
um orifício na indicação de número 4 com vazão volumétrica igual a 0,1 m3/s. As velocidades nas
seções 1 e 3 são V1 = 5 m/s e V3 = 12 m/s, respectivamente. Determine a velocidade do escoamento na
seção 2.

Hipóteses
• Estado estacionário;
• Fluido incompressível;
• Escoamento uniforme

sc V 𝑑𝐴 = 0

V1A1 + V2A2 + V3A3 + Q4 = 0

- V1A1 + V2A2 + V3A3 + Q4 = 0

V2 = - 4,5 m/s

Exemplo: O fluido em contato direto com uma fronteira sólida estacionária tem velocidade zero; não
há deslizamento na fronteira. O escoamento sobre a placa plana adere-se à superfície da placa e forma
𝑚
uma camada-limite. O escoamento a montante da placa é uniforme com velocidade 𝑉 = 𝑈î; 𝑈 = 30 𝑠 .
A distribuição de velocidade dentro da camada limite ao longo de cd é aproximada por u/U =2(y/δ)-
(y/δ)2.

A espessura da camada-limite na posição d é δ = 5mm. O fluido é ar com massa específica ρ =


1,24kg/m3. Supondo que a largura da placa perpendicular ao papel seja w = 0,6m, calcule a vazão em
massa através da superfície bc do volume de controle abcd.
Hipóteses
• Estado estacionário;
• Fluido incompressível;
• Escoamento bidimensional
• ????????????????????????

𝑄= 𝐴𝑎𝑏𝑐
V 𝑑𝐴 = 𝐴𝑎𝑏
ρV 𝑑 𝐴 + 𝐴𝑏𝑐
ρV 𝑑𝐴+ 𝐴𝑐𝑑
ρV 𝑑𝐴 +
0
𝑑𝑎
ρV 𝑑 𝐴 = 0
𝑄= 𝐴𝑎𝑏𝑐𝑑
V 𝑑𝐴 = 𝐴𝑎𝑏
ρV 𝑑 𝐴 + 𝐴𝑏𝑐
ρV 𝑑𝐴+ 𝐴𝑐𝑑
ρV 𝑑 𝐴 + 𝐴𝑑𝑎
ρV 𝑑 𝐴 = 0
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- Conservação da massa
V
𝑄= ρV 𝑑𝐴 = ρV 𝑑 𝐴 + ρV 𝑑𝐴+ ρV 𝑑 𝐴 = 0 dA
𝐴𝑎𝑏𝑐𝑑 𝐴𝑎𝑏 𝐴𝑏𝑐 𝐴𝑐𝑑

𝑦𝑏 δ δ
ρV 𝑑 𝐴 = ρ𝑢𝑑 𝐴 = +- ρ𝑢 𝑤 𝑑𝑦 = − ρ𝑢𝑤 𝑑𝑦 = − ρ𝑈𝑤 𝑑𝑦 dy w
𝐴𝑎𝑏 𝐴𝑎𝑏 𝑦𝑎 0 0
V dA

= −( ρ𝑈𝑤𝑦 δ − ρ𝑈𝑤𝑦 0) = − 𝝆𝑼𝒘𝒚

𝑦𝑐 δ δ
𝑦 𝑦 2
ρV 𝑑𝐴 = ρ𝑢𝑑 𝐴 = +
+ ρ𝑢 𝑤 𝑑𝑦 = ρ𝑢𝑤 𝑑𝑦 = ρ𝑤𝑈 2 − 𝑑𝑦
𝐴𝑐𝑑 𝐴𝑐𝑑 𝑦𝑑 0 0 δ δ

𝑦2 𝑦3 δ 𝑦2 𝑦3 0 1 𝟐ρwU𝜹
= ρwU − − − = ρwUδ 1 − 3 =
δ 3δ2 δ 3δ2 𝟑

ρV 𝑑 𝐴 = − ρV 𝑑𝐴 − ρV 𝑑 𝐴 = 0
𝐴𝑏𝑐 𝐴𝑎𝑏 𝐴𝑐𝑑

𝟐ρwU𝜹
ρV 𝑑𝐴 = 𝝆𝑼𝒘𝒚 −
𝐴𝑏𝑐 𝟑

𝐴𝑏𝑐
ρV 𝑑𝐴 = 𝑚bc = 0,0372 kg/s ̇

Exemplo: Um tanque de volume V = 0,05 m3 contendo ar p = 800kPa (absoluta) e T = 15°C. Em t = 0,


o ar começa a escapar por uma válvula. O ar sai com velocidade V = 300 m/s e massa específica ρ = 6
kg/m3 através de uma área A = 65mm2. Determine a variação da massa específica do ar no tanque em
t=0
Hipóteses
• Estado transiente, e
• Fluido incompressível;

𝜕
𝜌𝑑∀ + 𝜌V 𝑑𝐴 = 0
𝜕𝑡 vc sc

𝜕 𝜕 𝜕 ρ1𝑉 1𝐴1 𝜕
ρ∀ 𝑣𝑐 + ρ1𝑉 1𝐴1 = 0 ρ∀ 𝑣𝑐 = − ρ1𝑉 1𝐴1 ρ=− ρ = −2,34 𝑘𝑔/𝑚3
𝜕𝑡 𝜕𝑡 𝜕𝑡 ∀ 𝜕𝑡
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Capítulo 04 | Dinâmica dos Fluidos

- Quantidade de movimento

Para um sistema em movimento a força total (forças de superfície e de campo) que atua no volume de
controle ocasiona na taxa da quantidade de movimento no volume de controle e/ou a taxa líquida na
qual a quantidade de movimento está saindo do volume de controle através da superfície de controle.

𝑑𝑃
𝐹= 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎
𝑑𝑡

𝜕
𝐹 = 𝐹𝑠 + 𝐹𝐵 = 𝑉ρ𝑑∀ + 𝑉 ρ𝑉𝑑𝐴
𝜕𝑡 𝑣𝑐 𝑠𝑐

Para o escoamento em que o escoamento é uniforme e cada entrada e saída, a equação se torna:

𝜕
𝐹 = 𝐹 𝑠 + 𝐹𝐵 = 𝑉ρ𝑑∀ + 𝑉 ρ𝑉 𝐴
𝜕𝑡 𝑣𝑐 𝑠𝑐

Em mecânica dos fluidos a força de campo é normalmente a gravidade e a força de superfície a pressão

𝐹𝐵 = ρ𝑔 𝑑∀
𝑣𝑐
O sinal negativo é para assegurar que as forças de pressão sempre será
calculada atuando sobre a superfície de controle, lembrando que vetor do
𝐹𝑆 = −𝑝 𝑑 𝐴
𝐴
diferencial de área será sempre apontado para fora do escoamento.

A equação da quantidade de movimento é sempre para as três componentes escalares, medidas nas
coordenadas xyz do volume de controle.

𝜕 𝜕
𝐹𝑥 = 𝐹 𝑠𝑥 + 𝐹 𝐵𝑥 = 𝑢 ρ𝑑∀ + 𝑢 ρ𝑉𝑑𝐴 𝐹𝑥 = 𝐹 𝑠𝑥 + 𝐹 𝐵𝑥 = 𝑢 ρ𝑑∀ + 𝑢 ρ𝑉 𝐴
𝜕𝑡 𝜕𝑡 𝑣𝑐 𝑠𝑐
𝑣𝑐 𝑠𝑐

𝜕 𝜕
𝐹𝑦 = 𝐹 𝑠𝑦 + 𝐹 𝐵𝑦 = 𝑣 ρ𝑑∀ + 𝑣 ρ𝑉𝑑𝐴 𝐹𝑦 = 𝐹 𝑠𝑦 + 𝐹 𝐵𝑦 = 𝑣 ρ𝑑∀ + 𝑣 ρ𝑉 𝐴
𝜕𝑡 𝑣𝑐 𝑠𝑐 𝜕𝑡 𝑣𝑐 𝑠𝑐

𝜕 𝜕
𝐹𝑧 = 𝐹 𝑠𝑧 + 𝐹 𝐵𝑧 = 𝑤 ρ𝑑∀ + 𝑤 ρ𝑉𝑑𝐴 𝐹𝑧 = 𝐹 𝑠𝑧 + 𝐹 𝐵𝑧 = 𝑤 ρ𝑑∀ + 𝑤 ρ𝑉 𝐴
𝜕𝑡 𝑣𝑐 𝑠𝑐
𝜕𝑡 𝑣𝑐 𝑠𝑐
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Capítulo 04 | Dinâmica dos Fluidos

- Quantidade de movimento

Exemplo: Um recipiente de metal, com 2 ft de altura e seção reta interna de 1 ft2, pesa 5 lbf quando
vazio. O recipiente é colocado sobre uma balança e a água escoa para o interior do recipiente através
de uma abertura no topo e para fora através de duas aberturas iguais nas laterais do recipiente,
conforme mostrado na figura. Sob condições de escoamento permanente, a altura da água no tanque é
1,9 ft. As entradas são iguais a 0,1 ft2 e a velocidade em 1 é igual a – 10 ft/s. Determine a leitura da
balança em lbf.

Hipóteses
• Estado estacionário;
• Fluido incompressível;
W tanque W H2O • Escoamento uniforme em
cada seção onde o fluido
cruza o VC

Ry

𝜕
𝜌𝑑∀ + 𝜌V 𝑑 𝐴 = 0 𝜌V 𝑑 𝐴 = 0
𝜕𝑡 vc sc sc

𝜕
𝐹𝑦 = 𝐹 𝑠𝑦 + 𝐹 𝐵𝑦 = 𝑢 ρ𝑑∀ + 𝑢 ρ𝑉𝑑 𝐴 𝐹𝑦 = 𝐹 𝑠𝑦 + 𝐹 𝐵𝑦 = 𝑣 ρ𝑉𝑑 𝐴
𝜕𝑡 𝑣𝑐 𝑠𝑐 𝑠𝑐

𝐹𝐵𝑦 = -Wtanque - W H2O

𝐹𝑠𝑦 = 𝑅 𝑠𝑦

−Wtanque − W H2O + 𝑅 𝑠𝑦 = −v1 −ρ𝑣1𝐴1 + [ 𝑣2 ρ𝑣2𝐴2 + −𝑣3 ρ𝑣3𝐴3] As componentes vetoriais ν


na coordenada x se anulam

𝑅 𝑠𝑦 = ρ𝑣12𝐴1 + −𝑣2 ρ𝑣2𝐴2 + 𝑣3ρ𝑣3𝐴3 + Wtanque + W H2O

𝑅 𝑠𝑦 = ρ𝑣12𝐴1 + Wtanque + γAh 𝑅 𝑠𝑦 = 143 𝑙𝑏𝑓


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- Quantidade de movimento

Exemplo: A água escoa em regime permanente através do cotovelo redutor de 90°. Na entrada do
cotovelo, a pressão é absoluta e igual a 220 kPa e a área da entrada da seção transversal é 0,01 m2. Na
saída, a seção possui área transversal de 0,0025 m2 e a velocidade média é de 16 m/s. O cotovelo
descarrega para a atmosfera. Determine a força necessária para manter o cotovelo estático.

𝐹
0
Hipóteses 𝜕
• Estado estacionário; 𝜌𝑑∀ + 𝜌V 𝑑 𝐴 = 0
𝜕𝑡 vc sc
• Escoamento uniforme em cada seção; 0
• Fluido incompressível; 𝜕
• Pressão atmosférica em todo VC 𝐹 = 𝐹𝑠 + 𝐹𝐵 = 𝑢 ρ𝑑∀ + 𝑢 ρ𝑉𝑑 𝐴
𝜕𝑡 𝑣𝑐 𝑠𝑐

Hipóteses x
• Escoamento apenas na direção x; 0
• FBx = 0;
𝐹 = 𝐹 𝑠𝑥 + 𝐹 𝐵𝑥 = 𝑢 ρ𝑉𝑑𝐴 𝑢2 = 0
• Não há velocidade na direção x na saída do cotovelo; 𝑠𝑐
• Escoamento uniforme em cada seção; 0
• Fluido incompressível;
𝐹 = 𝐹 𝑠𝑦 + 𝐹 𝐵𝑦 = 𝑣 ρ𝑉𝑑𝐴 𝑣1 = 0
• Pressão atmosférica em todo VC 𝑠𝑐
y

Analisando a componente x Analisando a componente y


𝐹 𝑠𝑥 = 𝐹𝑥 + 𝑅𝑥 𝐹 𝑠𝑥 = ∄
Quantidade de movimento
Conservação da massa Quantidade de movimento

𝐹 𝑠𝑥 = 𝑢 ρ𝑉𝑑 𝐴 𝐹 𝐵𝑦 + 𝑅𝑦 = 𝑣 ρ𝑉𝑑 𝐴
𝜌V 𝑑 𝐴 = 0 𝐴2
sc 𝐴1

𝑝1 𝐴1 + 𝑅𝑥 = 𝑢 ρ𝑉𝑑 𝐴 𝑅𝑦 = 𝑣 ρ𝑉𝑑 𝐴
− ρ1𝑉 1𝐴1 + ρ2𝑉 2𝐴2 = 0 𝐴1 𝐴1
Rx = - 1,35 N
Ry = - 639 N
𝑅𝑥 = −𝑝1 𝐴1 + 𝑢1 (−ρ𝑉1 𝐴1) 𝑅𝑦 = −𝑣1 (ρ𝑉1 𝐴1)
𝑉 1 = 4𝑚/𝑠
𝑅𝑥 = −𝑝1 𝐴1 − ρ𝑉21 𝐴1 𝑅𝑦 = − ρ𝑉21 𝐴1
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Capítulo 04 | Dinâmica dos Fluidos

- Análise Diferencial dos Movimentos dos Fluidos: conservação da massa


Para obter conhecimento detalhado em um escoamento, devemos aplicar as equações de movimento
dos fluidos na forma diferencial a partir do desenvolvimento das equações diferenciais para
conservação da massa e a segunda lei de Newton.

𝜕
𝜌𝑑∀ + 𝜌V 𝑑 𝐴 = 0
𝜕𝑡 vc sc

𝜕 𝜕ρ 𝜕ρ𝑢 𝜕ρ𝑣 𝜕ρ𝑤


ρ𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 = 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 + + 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧
𝜕𝑡 𝜕𝑡 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧

Dividindo por dxdydz, tem-se

𝜕ρ𝑢 𝜕ρ𝑣 𝜕ρ𝑤 𝜕ρ


+ + + =0 Equação da Continuidade
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑡

𝜕ρ
𝛻ρ𝑉 + =0
𝜕𝑡

Para um fluido incompressível e considerando o estado estacionário, a equação torna-se:

𝜕𝑢 𝜕𝑣 𝜕𝑤
+ + = 𝛻𝑉 = 0
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧
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- Análise Diferencial dos Movimentos dos Fluidos: quantidade de movimento


Na forma diferencial as equações para um sistema infinitesimal de massa dm para a qual a segunda lei
de Newton é dada por:

𝑑𝑉 𝑑𝑉 𝐷𝑉 𝐷𝑢
𝑑 𝐹 = 𝑑𝑚 com = =
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝐷𝑡 𝐷𝑡

𝐷𝑉 𝑢𝜕𝑉 𝑣𝜕𝑉 𝑤𝜕𝑉 𝜕𝑢


= + + +
𝐷𝑡 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑡

Pelas componentes escalares

𝐷𝑢 𝑢𝜕𝑢 𝑣𝜕𝑢 𝑤𝜕𝑢 𝐷𝑣 𝑢𝜕𝑣 𝑣𝜕𝑣 𝑤𝜕𝑣 𝐷𝑤 𝑢𝜕𝑤 𝑣𝜕𝑤 𝑤𝜕𝑤


= + + = + + = + +
𝐷𝑡 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝐷𝑡 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝐷𝑡 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧

Resumidamente

𝐷𝑉 𝐷𝑉
= 𝑉𝛻𝑉 +
𝐷𝑡 𝐷𝑡

A força agindo sobre uma partícula de fluido é desenvolvida da seguinte forma:

𝐷𝑉
𝑑 𝐹 = 𝑑𝑚
𝐷𝑡

As forças de superfície e de campo agem sobre esta partícula de fluido, podendo ser expressa pela
segunda lei de Newton

𝑑𝐹 = 𝑑𝐹𝑠 + 𝑑𝐹𝐵

As forças de campo por unidade de massa é definida como

𝑑 𝐹 𝐵𝑥 = 𝐵𝑥𝑑𝑚 = 𝐵𝑥ρ𝑑∀
= 𝐵𝑥ρ𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧
𝑑 𝐹 𝐵𝑦 = 𝐵𝑦𝑑𝑚 = 𝐵𝑦ρ𝑑∀= 𝐵𝑦ρ𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧

𝑑 𝐹 𝐵𝑧 = 𝐵𝑧𝑑𝑚 = 𝐵𝑧ρ𝑑∀= 𝐵𝑧ρ𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧


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- Análise Diferencial dos Movimentos dos Fluidos: quantidade de movimento

As forças de superfícies são dadas por:

𝜕σ𝑥𝑥 𝜕τ𝑦𝑥 𝜕τ𝑧𝑥


𝑑𝐹𝑥𝑥 = + + 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧

𝜕τ𝑥𝑦 𝜕σ𝑦𝑦 𝜕τ𝑧𝑦


𝑑𝐹𝑥𝑦 = + + 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧

𝜕τ𝑥𝑧 𝜕τ𝑦𝑧 𝜕σ𝑧𝑧


𝑑𝐹𝑥𝑧 = + + 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧

Para a componente x

𝐷𝑢
𝑑 𝐹 𝑠𝑥 + 𝑑 𝐹 𝐵𝑥 = ρ𝑑∀
𝐷𝑡

𝜕σ𝑥𝑥 𝜕τ𝑦𝑥 𝜕τ𝑧𝑥 𝑢𝜕𝑢 𝑣𝜕𝑢 𝑤𝜕𝑢 𝜕𝑢


+ + 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 + 𝐵𝑥ρ𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 = ρ𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 + + +
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑡

Dividindo por dxdydz, resume-se em:

𝜕σ𝑥𝑥 𝜕τ𝑦𝑥 𝜕τ𝑧𝑥 𝑢𝜕𝑢 𝑣𝜕𝑢 𝑤𝜕𝑢 𝜕𝑢


+ + + 𝐵𝑥ρ = ρ + + +
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑡

Alunos desenvolver para y e z !!!!!

𝑑 𝐹 𝐵𝑥 = 𝐵𝑥𝑑𝑚 = 𝐵𝑥ρ𝑑∀
= 𝐵𝑥ρ𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧
𝑑 𝐹 𝐵𝑦 = 𝐵𝑦𝑑𝑚 = 𝐵𝑦ρ𝑑∀= 𝐵𝑦ρ𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧

𝑑 𝐹 𝐵𝑧 = 𝐵𝑧𝑑𝑚 = 𝐵𝑧ρ𝑑∀= 𝐵𝑧ρ𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧


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- Análise Diferencial dos Movimentos dos Fluidos: Navier Stokes

Foi visto que para um escoamento Newtoniano unidimensional e laminar, a tensão de cisalhamento é
proporcional à taxa de deformação angular. Para um escoamento tridimensional, a situação é um pouco
mais complicada. Considere um escoamento incompressível com viscosidade constante, desta forma
temos:

𝜕𝑢 𝑢𝜕𝑢 𝑣𝜕𝑢 𝑤𝜕𝑢 𝜕𝑃 𝜕2𝑢 𝜕2𝑢 𝜕2𝑢


ρ + + + = ρ𝑔𝑥 − +μ + +
𝜕𝑡 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑥 𝜕𝑥2 𝜕𝑦2 𝜕𝑧2

𝜕𝑣 𝑢𝜕𝑣 𝑣𝜕𝑣 𝑤𝜕𝑣 𝜕𝑃 𝜕2𝑣 𝜕2𝑣 𝜕2𝑣


ρ + + + = ρ𝑔𝑦 − +μ + +
𝜕𝑡 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑦 𝜕𝑥2 𝜕𝑦2 𝜕𝑧2

𝜕𝑤 𝑢𝜕𝑤 𝑣𝜕𝑤 𝑤𝜕𝑤 𝜕𝑃 𝜕2𝑤 𝜕2𝑤 𝜕2𝑤


ρ + + + = ρ𝑔𝑤 − +μ + +
𝜕𝑡 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑧 𝜕𝑥2 𝜕𝑦2 𝜕𝑧2

Em forma vetorial pode ser representada como:

𝐷𝑉
ρ = ρ𝑔 − 𝛻𝑃 + μ𝛻2𝑉
𝐷𝑡

Quando os termos viscosos são muito pequenos e podem ser desprezíveis (μ=0) as equações
resultantes são conhecidas como Equações de Euller, que podem ser respresentadas na forma vetorial
pela seguinte equação:

𝐷𝑉
ρ = ρ𝑔 − 𝛻𝑃
𝐷𝑡
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- Análise Diferencial dos Movimentos dos Fluidos: Navier Stokes

Um líquido escoa para baixo sobre uma superfície plana inclinada em um filme laminar, permanente,
completamente desenvolvido e de espessura h. Simplifique as equações da continuidade e de Navier-
Stokes para modelar esse campo de escoamento. Obtenha expressões para o perfil de velocidade do
líquido, a distribuição de tensões de cisalhamento, a vazão volumétrica e a velocidade média.

Hipóteses
(a) Estado estacionário;
(b) Escoamento uniforme em cada seção;
(c) Fluido incompressível;
(d) Não escoamento em z, logo 𝜕/𝜕𝑧 = 0
(e) Escoamento completamente
(f) desenvolvido, com isso nenhuma
propriedade varia em x, 𝜕/𝜕𝑥 = 0
(g) Pressão atmosférica atua em todas as
direções

Equação da continuidade

(f) (d) (a)


𝜕ρ𝑢 𝜕ρ𝑣 𝜕ρ𝑤 𝜕ρ 𝜕ρ𝑣
+ + + =0 =0
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑡 𝜕𝑦

Equação de Navier-Stokes
(a) (f) (d) (f) (f) (d)
𝜕𝑢 𝑢𝜕𝑢 𝑣𝜕𝑢 𝑤𝜕𝑢 𝜕𝑃 𝜕2𝑢 𝜕2𝑢 𝜕2𝑢
ρ + + + = ρ𝑔𝑥 − +μ + +
𝜕𝑡 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑥 𝜕𝑥2 𝜕𝑦2 𝜕𝑧2
(a) (d) (f) (d)
𝜕𝑣 𝑢𝜕𝑣 𝑣𝜕𝑣 𝑤𝜕𝑣 𝜕𝑃 𝜕2𝑣 𝜕2𝑣 𝜕2𝑣
ρ + + + = ρ𝑔𝑦 − +μ + +
𝜕𝑡 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑦 𝜕𝑥2 𝜕𝑦2 𝜕𝑧2
(a) (d) (d) (d) (d) (d) (d) (d) (d)
𝜕𝑤 𝑢𝜕𝑤 𝑣𝜕𝑤 𝑤𝜕𝑤 𝜕𝑃 𝜕2𝑤 𝜕2𝑤 𝜕2𝑤
ρ + + + = ρ𝑔𝑤 − +μ + +
𝜕𝑡 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑧 𝜕𝑥2 𝜕𝑦2 𝜕𝑧2

𝜕2𝑢
0 = ρ𝑔𝑥 + μ
𝜕𝑦2
𝜕𝑃
0 = ρ𝑔𝑦 −
𝜕𝑦
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- Análise Diferencial dos Movimentos dos Fluidos: Navier Stokes

𝜕2𝑢 𝜕𝑃
0 = ρ𝑔𝑥 + μ 0 = ρ𝑔𝑦 −
𝜕𝑦2 𝜕𝑦

Como o escoamento é realizado é função apenas de uma coordenada, a equação diferencial de segunda
ordem pode ser escrita da seguinte forma:

𝑑2𝑢 𝜌𝑔𝑥 𝑠𝑒𝑛Θ 𝑑𝑢 𝜌𝑔𝑥


=− = −ρ𝑔 =− 𝑦 + 𝐶1
𝑑𝑦 2 μ μ 𝑑𝑦 μ

𝑑𝑢 𝜌𝑔𝑥 𝑠𝑒𝑛Θ 𝑦2
=− 𝑦 + 𝐶1 𝑢 = −𝜌𝑔𝑥 + 𝐶1y + C2
µ 2
𝑑𝑦 μ

Condições de contorno:

Quando u = 0 y = 0

0 = C2

Quando du/dy = 0 y = h

𝑠𝑒𝑛Θ 𝑠𝑒𝑛Θ
0 = −𝜌𝑔𝑥 ℎ + 𝐶1 0 = −𝜌𝑔𝑥 ℎ + 𝐶1
μ μ

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