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MEDIDAS E AVALIAÇÃO

AULA 4

Profª Renata Wassmansdorf


CONVERSA INICIAL

A força muscular e a flexibilidade são capacidades necessárias em


proporções distintas conforme se atendem indivíduos de diferentes faixas
etárias, sexo e tipo de modalidade esportiva desempenhada. Para idosos, por
exemplo, manter níveis mínimos de força e flexibilidade trará uma melhor
qualidade de vida para as atividades da vida diária, como levantar-se da cama,
trocar-se, deslocar-se entre outras. Para atletas, algumas modalidades
esportivas exigem muita força de resistência, outras, força máxima, ou ainda
grande mobilidade articular.
A velocidade e a potência já são capacidades necessárias e avaliadas nos
esportes em geral. Cada uma delas será mais ou menos importante nos
planejamentos das baterias de testes a serem realizadas. Assim, faz-se
necessário o conhecimento dos principais testes para a avaliação dos
componentes neuromusculares.
Esta aula tem como objetivo discutir os componentes neuromusculares na
avaliação do exercício físico; apresentar as metodologias de avaliação da força
muscular, velocidade; potência muscular e flexibilidade.

TEMA 1 – CARACTERIZAÇÃO DOS COMPONENTES NEUROMUSCULARES

As capacidades que pretendemos avaliar do sistema muscular podem ser


denominadas de componentes neuromusculares, pois o funcionamento do
sistema muscular necessita dos estímulos neurais para que os músculos possam
realizar sua função adequadamente. Esses componentes englobam as
capacidades de força de resistência e de flexibilidade como necessárias para a
aptidão física relacionada à saúde, além da velocidade, agilidade, equilíbrio e
potência e força máxima para conhecimento da aptidão física relacionada ao
desempenho atlético.
Avaliar esses componentes trará informações para poder comparar os
avaliados com a média da população em geral, acompanhar a evolução de
treinamentos e iniciar uma prescrição de exercícios. Além disso, sabe-se que
níveis adequados de força e flexibilidade podem garantir menores chances de
lesões e menor risco de quedas, além de contribuir para a melhora da autoestima
e melhor aceite com a aparência física (Kraemer et al., 2009).

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A força e a flexibilidade são componentes que interferem em uma boa
postura corporal, em uma boa técnica para realizar movimentos atléticos e, de
forma equilibrada, ambas as capacidades mantêm uma boa estabilidade
articular. Esses benefícios são importantes tanto para uma qualidade de vida
quanto para melhores desempenhos desportivos (Monteiro et al., 2010; Kraemer
et al., 2009).

TEMA 2 – FORÇA MUSCULAR

A força muscular, segundo Knuttgen e Kraemer (1987, citado por Kraemer


et al., 2009), é a “máxima força que um músculo ou grupo muscular pode gerar
em uma determinada velocidade”. Quando a velocidade for zero, não há
movimento aparente, e diz-se então que a força é isométrica. Nas velocidades
maiores que zero, ocorre a velocidade dinâmica, podendo ser a força envolvendo
velocidades em momento de contração (força dinâmica concêntrica) ou
envolvendo momento de relaxamento (força dinâmica excêntrica).
Para avaliar a força, podemos avaliá-la em 3 situações diferentes:

1. Força máxima: em sua máxima capacidade de um músculo ou grupo


muscular de gerar força em um movimento determinado ou mantendo
uma amplitude articular definida;
2. Força de resistência: em sua máxima capacidade de um músculo ou grupo
muscular gerar força em tempo maior mantendo a mesma posição ou a
eficiência;
3. Potência: em que sua máxima capacidade de gerar força em poucas
repetições em um tempo determinado ou o mais rápido possível (Monteiro
et al., 2010).

Os testes de força são considerados seguros, no entanto devem ser


avaliados com equipamentos adequados, devidamente calibrados e com
profissionais capacitados (Kraemer et al, 2009). No entanto Monteiro et al. (2010)
sugere que a capacidade de força deva ser avaliada apenas após a segunda
avaliação, pois na primeira avaliação em iniciantes, estes ainda não conhecem
adequadamente o gesto motor dos testes e as cargas que podem ser resistidas.
Além disso, como sabemos, os primeiros ganhos de força estão relacionados às
adaptações neuromusculares e poderiam apresentar falsa sensação de grande
evolução do treinamento.

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2.1 Força máxima

A força máxima é uma das manifestações de força e pode ser dividida em


força máxima estática e dinâmica.

2.1.1 Força máxima estática

Os testes de força máxima estáticos são testes que se utilizam de grupos


musculares específicos e exigem pouca ou nenhuma amplitude de movimento.
Os mais conhecidos são os testes de dinamometria de pressão manual, tração
lombar e de membros inferiores e serão apresentados conforme a metodologia
proposta por Johnson e Nelson (1979, citados por Monteiro et al., 2010) e por
Guedes e Guedes (2006).

2.1.1.1 Dinamometria de preensão manual

Ao avaliar a dinamometria de preensão manual, é possível que você


encontre várias metodologias, principalmente no que se refere ao
posicionamento do braço ao segurar o dinamômetro. Para escolher, leve sempre
em consideração a fonte que obteve o teste, pois existe uma tabela para
comparação dos resultados (e aqui é importante que a tabela escolhida seja a
referente à metodologia que você definiu como padrão) e finalmente o que mais
importa é que você siga a mesma metodologia na primeira e nas demais
avaliações para que as comparações de resultados possam ser realizadas.
Primeiramente, ajusta-se a posição da mão no dinamômetro, em que a
haste do dinamômetro deverá estar alinhada com a segunda falange dos 4
últimos dedos e evitar que o polegar participe da força envolvida. No teste, a
posição inicial do avaliado é permanecer em pé com leve afastamento das
pernas, braços relaxados ao lado do corpo com as mãos em pegada neutra. O
teste inicia na tentativa de pressionar ao máximo a haste do dinamômetro. Após
3 tentativas para cada mão, com intervalo de 1 minuto, anota-se o maior valor
para cada lado.

2.1.1.2 Tração lombar

A tração lombar será avaliada com o avaliado posicionado sobre a base


do dinamômetro. A posição inicial é com as pernas estendidas, tronco levemente

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fletido (formando 120º), e os cotovelos deverão estar estendidos. Para tanto, a
haste do dinamômetro deverá ser ajustada para que o avaliado permaneça
nessa posição mencionada, o que deve manter a haste próxima da altura dos
joelhos. O avaliado deve segurar a haste com a pegada pronada ou mista. O
teste iniciará quando o avaliado realizar a extensão do tronco. Deverá realizar 3
tentativas com intervalo de 1 minuto entre elas, e o maior valor obtido será
considerado.

2.1.1.3 Membros inferiores

A força de membros inferiores será avaliada com o avaliado posicionado


sobre a base do dinamômetro. A posição inicial é com tornozelos e joelhos
levemente fletidos, tronco formando 120º com as pernas e os cotovelos
estendidos. Para tanto, a haste do dinamômetro deverá ser ajustada para que o
avaliado permaneça nessa posição mencionada. O avaliado deve segurar a
haste com a pegada pronada ou mista. O teste iniciará quando o avaliado realizar
a extensão do joelho. Deverá realizar 3 tentativas com intervalo de 1 minuto entre
elas, e o maior valor obtido será considerado.

2.1.2 Força máxima dinâmica

Os testes de força máxima dinâmicos exigem grande atenção por parte


dos avaliadores e são recomendados para indivíduos que já possuam um nível
de conhecimento de exercícios resistidos, devido à carga elevada e exigência de
conhecimento do gesto motor, e preparo inclusive de outros tecidos como o
articular.
Para possibilitar avaliar indivíduos iniciantes, é possível utilizar-se de
testes de predição de força máxima, em que a carga resistida é pouco menor a
ponto do avaliado conseguir resistir por até 10 repetições.

2.1.2.1 Teste de 1RM

O teste de força máxima mais conhecido e utilizado tanto em academias


quanto em pesquisas é o teste de 1 repetição máxima (1RM). Nesse teste, o
avaliado deverá elevar a maior carga possível para cada exercício em uma única
repetição. O ideal é que o avaliado tente resistir a uma segunda repetição, mas
ela não seja alcançada. É possível avaliar a 1 RM em diversos exercícios, mas

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os mais usados são o agachamento e o supino reto. Independente dos exercícios
que serão escolhidos, o importante é seguir o protocolo de forma correta para
evitar riscos ao avaliado e que a carga obtida seja a mais exata possível. Deve-
se também familiarizar o avaliado com a amplitude e velocidade desejada para
o exercício proposto.
Antes de iniciar um teste de 1 RM, deve-se levar em consideração como
o avaliado passou as últimas horas, como foi sua noite de sono, alimentação,
treinos anteriores e como estão suas condições emocionais. Outra questão é a
interação entre avaliado e avaliador. Quanto mais o avaliador conhecer o
avaliado e mais retorno tiver por parte dele quanto as cargas elevadas, mais
rápido e com maior confiabilidade será obtido a carga de 1RM (Kraemer et al.,
2009).
Para iniciar o teste em 1 RM, sugere-se realizar um aquecimento articular
global e, na sequência, partir para um aquecimento específico, realizando o
gesto motor do exercício a que será avaliado. Após isso, realiza-se em torno de
5 a 10 repetições com uma carga leve a moderado entre 40 e 60% da 1 RM
estimada. Aguarda-se em torno de 1 minuto em repouso, seguido de
alongamento leve e realiza-se uma série de 3 a 5 repetições com carga em torno
de 60 a 80% do valor estimado. Após isso, deve iniciar a primeira tentativa de
1RM (Kraemer et al., 2009). Se esta for realizada com tranquilidade, sugere-se
ir aumentando a carga em 10% até que se atinja a carga adequada. Caso a
carga tenha sido supraestimada, irá baixar a carga em 10%. Entre as tentativas
que não deverão passar de 5, o intervalo de recuperação deverá ser de no
mínimo uns 3 minutos (Guedes; Guedes, 2006).

2.1.2.2 Teste de predição de 1RM

É possível realizar a predição de 1 RM utilizando uma carga menor e


consequentemente maior número de repetições. Utilizam-se os mesmos
exercícios que os de 1 RM, e, em vez de uma única repetição, escolhe-se um
carga em que o avaliado consiga realizar até no máximo 10 repetições com
cargas que variem de 20 a 140 kg (Brzycki, 1993). A equação proposta por
Brzycki (1993) para estimar a 1RM é:
𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎
1𝑅𝑀 =
(1,0278 − (0,0278 𝑥 𝑛º 𝑟𝑒𝑝. )

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2.2 Força de resistência

As avaliações de força de resistência possuem cargas submáximas e


poderiam ser indicadas a todos os tipos de públicos, salvo quando houver dor ou
lesões que impossibilitem a realização dos movimentos. Os testes de força de
resistência mais conhecidos são o teste de flexão de cotovelo e o de flexão de
quadril (abdominal).

2.2.1 Flexão de cotovelo

Nesse teste, a posição inicial do avaliado é em decúbito ventral, com as


mãos e pés apoiadas no solo. As mão deverão estar no alinhamento dos ombros
(por volta de 10 a 20 cm dos ombros) com os dedos voltados para frente e
cotovelos estendidos. O posicionamento das mãos sobre o solo não deve ser
acima da linha dos ombros, e a cabeça deve estar alinhada com o tronco.
O teste iniciará quando o avaliado flexionar o cotovelo até que se forme
um ângulo inferior a 90º entre braço e antebraço e, na sequência, estender
novamente o cotovelo para contabilizar uma repetição. O avaliado deverá fazer
o maior número de repetições possíveis em 1 minuto. Para as mulheres e
iniciantes, pode-se realizar com o apoio dos joelhos no solo.

2.2.2 Flexão do quadril

O avaliado deverá estar em decúbito dorsal, com os joelhos fletidos e pés


apoiados no solo. As mãos deverão estar cruzadas no alinhamento do tórax. O
teste iniciará quanto o avaliado fletir o quadril, trazendo o tronco próximo das
coxas até que seus cotovelos encostem nas coxas e retornar a posição inicial.
Para que seja possível realizar esta flexão, o avaliador deverá segurar os pés do
avaliado, assegurando que este não os afaste do solo. O avaliado deverá realizar
o maior número de repetições possíveis em 1 minuto.

TEMA 3 – AVALIAÇÃO DA POTÊNCIA

Dentre os testes para avaliar a potência, os mais usuais são a impulsão


horizontal e vertical e o arremesso de medicine ball.

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3.1 Impulsão vertical

Para a realização do teste de impulsão vertical, o primeiro passo é avaliar


a altura total do avaliado, colocando-o em pé, paralelo, e com os calcanhares no
solo. O avaliado deverá estar de lado a uma parede com o ombro fletido a 180º
em relação ao tronco, com o cotovelo estendido, assim como os dedos das mão.
Você deverá considerar como ponto de referência a extremidade mais distal do
3º dedo. Você pode colocar na parede uma fita métrica para identificar a altura
total do avaliado.
Para o salto, solicita-se que o avaliado salte o mais alto possível. Para
marcar o salto, uma estratégia simples é sujar os dedos dos avaliados com pó
de giz e o mesmo ao saltar deverá marcar a parede com os dedos. Sugere-se
que o avaliado refaça o teste pelo menos mais duas vezes e a maior medida
obtida seja a medida oficial. O deslocamento do salto menos a altura total
avaliada no início será a altura do salto vertical.
O salto vertical poderá ser realizado de duas formas: com e sem o auxílio
dos braços de acordo com o objetivo do teste. Não é permitido o salto após uma
marcha ou corrida ou caso haja movimentação dos braços, quando não for
permitido.

3.2 Impulsão horizontal

O avaliado com os pés paralelos no ponto de partida (linha zero da fita


métrica fixada ao solo). O objetivo é saltar o mais distante possível da linha de
partida, podendo utilizar-se dos braços e do tronco para realizar o auxílio do
gesto motor. Sugere-se que o avaliado refaça o teste pelo menos mais 2 vezes
e a maior medida obtida seja a medida oficial.
Não é permitido o salto após uma marcha ou corrida ou caso haja um
deslize na aterrisagem do teste.

3.3 Arremesso de medicine ball

O avaliado deverá estar sentado na cadeira, preso com uma corda na


altura do peito. Inicia mantendo a bola de medicine ball na altura do tórax. Irá
realizar o lançamento da bola à frente com a força dos seus membros superiores
e utilizando-se da musculatura da cintura escapular. O avaliado não deverá fletir
o tronco à frente.
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A distância a ser marcada deverá ser do ponto zero da cadeira até o
primeiro contato da bola com o solo.

TEMA 4 – AVALIAÇÃO DA VELOCIDADE

A velocidade é a capacidade de se deslocar em determinada distância no


menor tempo possível. É uma capacidade importante para os esportes em geral.
Para avaliar a velocidade, é necessário escolher a distância na qual se
deseje avaliar e definir se a saída será estática ou lançada. A distância a ser
escolhida dependerá do avaliado. Atletas de futebol utilizam em geral a distância
de 40m, já no caso dos esportes coletivos de quadra como futsal, basquetebol,
a distância de 20 m em geral é a mais referida.
A saída também envolverá o real objetivo do teste. A saída estática é
quando o avaliado parte da posição: um pé um pouco à frente do outro com o
tronco levemente inclinado, e, ao sinal do avaliado, parte nessa posição. Na
saída lançada, o avaliado parte com o corpo na mesma posição que a estática,
no entanto seu teste só começa a ser cronometrado em torno de 3 a 5 metros
depois que iniciou a corrida.
É importante que o avaliado tenha um espaço após a linha de chegada
para iniciar a frenagem da corrida, senão os resultados poderão ser mascarados
pela frenagem antecipada do avaliado.
Os equipamentos que avaliam a velocidade com a maior validade são os
chamados sistemas de fotocélulas, no entanto são equipamentos que exigem
um custo maior na aquisição do equipamento e no treinamento para seu uso.
Outra possibilidade mais acessível é o uso do cronômetro, que, se utilizado por
um avaliador treinado, pode obter medidas bastante precisas. Para tanto,
sugere-se que o avaliador cronometrista fique posicionado na linha de chegada
e que seja ele mesmo que dê a saída.

TEMA 5 – AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE

A flexibilidade trata da capacidade que o sistema musculoesquelético


possui em movimentar-se utilizando-se da máxima amplitude de movimento.
Tritschler (2000) conceitua como a “capacidade de uma articulação se mover em
uma amplitude ótima de movimento”. Existem diversos fatores que influenciam
nas amplitudes de movimento, como fatores genéticos, idade, sexo, estrutura

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articular, ligamentos, tendão, musculatura, pele, superfície óssea, assim como
outros, como lesão tecidual, quantidade de tecido adiposo, temperatura corporal
e nível de atividade física.
Amplitudes de movimentos que condizem com bons níveis de flexibilidade
são ideais para a realização adequada de movimentos, devido à melhor
economia de energia e menor possibilidade de lesão tanto na vida diária quanto
no ambiente esportivo (Monteiro et al., 2010).
A flexibilidade pode ser avaliada por testes dinâmicos ou estáticos. Os
testes dinâmicos são realizados em laboratório e com equipamentos específicos,
utilizados em geral para avaliar o desempenho de atletas. Os testes estáticos
são os usualmente utilizados no ambiente escolar e em academias e clubes. Em
cada um desses tipos, há os que são realizados de forma passiva ou ativa. A
flexibilidade avaliada de forma passiva é quando a musculatura recebe auxílio
externo, como o auxílio de um equipamento como uma corda, um elástico, ou de
uma pessoa. A flexibilidade avaliada de forma ativa é quando a amplitude de
movimento é suportada ativamente pelo o tecido musculoesquelético avaliado,
ou seja, não possui auxílio.
Os testes de flexibilidade podem ainda ser classificados conforme o
procedimento para obtenção da medida como angulares, lineares e
adimensionais.
Os testes angulares medem articulações isoladas em um único eixo de
movimento, e o equipamentos utilizado chama-se goniômetro universal e ou
goniômetro pendular, também chamado de flexímetro.
Nos testes lineares e adimensionais, o avaliado realiza movimentos que
utilizam mais de uma articulação, sendo considerados testes que avaliam a
flexibilidade de forma mais geral.
O teste de flexibilidade mais conhecido e utilizado na educação física é o
teste de sentar-alcançar, utilizando-se o banco de Wells, pela sua facilidade na
aplicabilidade e da rapidez em obter uma resposta indireta da flexibilidade geral
dos músculos da cadeia posterior.

5.1 Teste de sentar e alcançar

Inicialmente é necessário um banco de Wells, instrumento próprio para


avaliar a flexibilidade e proposto em 1952 por Wells e Dillon (citados por Ribeiro
et al., 2010). Trata-se de caixa de 30,5 cm de altura por 30,50 cm de largura por
10
30,50 cm de base inferior. A base superior possui 56,5 cm e ficará a 23 cm
afastada da marca zero.
Para realizar o teste, o avaliado deverá estar sem os calçados. Na posição
inicial, o avaliado deverá sentar com os joelhos estendidos e o tronco formando
um ângulo de 90º (se possível) com as pernas. A sola dos pés deverá estar
encostada na caixa do banco. As mãos deverão estar uma ao lado da outra com
os indicadores unidos e, se possível, apoiados na base do banco com os ombros
fletidos e cotovelos estendidos. O teste inicia quando o avaliado flexiona o tronco
e o quadril, deslizando as mãos à frente na base do banco até a amplitude
máxima, sem que os joelhos flexionem. O avaliado deverá manter essa posição
por pelo menos dois segundos antes de retornar à posição inicial. Será
considerado o ponto mais distante aquele alcançado pelo avaliado após 3
tentativas.

NA PRÁTICA

Diante de tantos testes expostos nesta aula, imagine que você precisará
avaliar em um dia os seguintes testes: teste de força de preensão manual, teste
de salto horizontal, teste de velocidade de 40m lançado e teste de sentar e
alcançar com banco de Wells. Defina qual é a ordem em que os testes devem
ser organizados para que um teste não prejudique o teste seguinte.

FINALIZANDO

Nesta aula, são pontos importantes para serem ressaltados:

1. A avaliação dos componentes neuromusculares é de grande importância


tanto para a aptidão física relacionada a saúde quanto para desempenho
atlético, sendo necessário para a comparação dos valores iniciais com a
média da população em geral; acompanhamento da evolução de
treinamentos; prescrição de exercícios apropriada.
2. Os testes de força podem ser divididos em testes de força máxima
estática e dinâmica, testes de força de resistência e testes de potência.
Em geral, os testes de força devem ser avaliados em uma segunda
avaliação, principalmente em se tratando de iniciantes, devido à
necessidade de conhecimento do gesto motor para alcançar resultados
adequados e sem risco ao avaliado.

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3. Os testes de velocidade são realizados especificamente no ambiente
esportivo, e as distâncias a serem percorridas dependem da modalidade
a ser avaliada. Em geral, as distâncias de 20 e 40 metros são as mais
usuais.
4. Uma boa amplitude de movimento das articulações oferece vantagem
mecânica e consequentemente fisiológica, contribuindo com economia de
energia dos movimentos da vida diária e principalmente de movimentos
de alta performance. Avaliar a flexibilidade poderá ser útil nas
comparações com a média da população, assim como para a prescrição
de treinamento e acompanhamento da evolução de programa de
treinamento.

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REFERÊNCIA

BRZYCKI, M. Strength testing – predicting a one-rep max from reps-to-fatigue.


Journal of Physical Education, Recreation & Dance, v. 64, n. 1, p. 88-90,
1993.

GUEDES, D. P.; GUEDES, J. E. R. P. Manual prático para avaliação em


educação física. Barueri: Manole, 2006.

KRAEMER, W. J. et al. Treinamento de força: desenvolvimento e avaliação da


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condicionamento físico humano. 2. ed. São Paulo: Phorte, 2009.

MONTEIRO, G. A. et al. Medidas neuromotoras. In: CHARRO, A. M. et al.


Manual de avaliação física. São Paulo: Phorte, 2010.

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de Cineantropometria e Desempenho Humano. Florianópolis, v. 12, n. 6, p.
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TRITSCHLER, K. A. Barrow & McGee’s practical measurement and


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WELLS, K. F.; DILLON, E.K. The sit and reach: a test of back and leg flexibility.
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