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GINÁSTICA AERÓBICA
Aspectos fundamentais
O nome tem raízes na atividade aeróbia, isto é, aquela cuja energia
provém do metabolismo aeróbio ou oxidativo, que é o principal sistema de
obtenção de energia.
Os melhores movimentos para o trabalho aeróbio são os globais e
dinâmicos; movimentos que envolvem a participação de grandes grupos
musculares.
Objetivos da ginástica aeróbica por área de atuação:
Fisiológicos melhoria da composição corporal; melhoria das qualidades
físicas; prevenção de moléstias cardiovasculares e respiratórias; melhoria da
capacidade de produção, transporte e consumo de oxigênio.
Motores aprendizagem e desenvolvimento de habilidades motoras
específicas; maior consciência corporal; prevenção de problemas e vícios
posturais.
Socioafetivos maior sociabilização.
Psicológicos melhorar a autoestima; adquirir hábitos saudáveis;
combater o estresse e a depressão.
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amplitude dos movimentos e pelos grandes deslocamentos. Cuidados devem
ser tomados para que a música não seja tão rápida a ponto de os praticantes
perderem o controle dos movimentos. Deve-se evitar também a hiperextensão
das articulações (hiperexposição através de movimentos repetitivos),
principalmente a dos membros superiores, uma grande causadora de lesões no
baixo impacto. Assim, também em vista dos inconvenientes, surge a aeróbica
com combinação de impactos.
Aeróbica com combinação de impactos (high-low impact aerobics)
surgiu para unir os benefícios das duas formas anteriores, minimizando os
inconvenientes das mesmas. Baseia-se em coreografias que combinem
elementos de alto e baixo impacto, seguindo regras específicas e científicas
quanto a sua estruturação (o grifo é meu).
Assim, a ginástica aeróbica de baixo impacto e com combinação de
impactos são as formas mais indicadas, inclusive em programas alternativos
como o step.
Dentre os programas alternativos, o step obteve grande projeção no
mercado, apesar de atualmente se ver amarrado pelas inúmeras pesquisas
realizadas sobre as lesões ocasionadas pela sua prática, principalmente no
joelho (quando era utilizado como material de apoio à ginástica aeróbica isto
não acontecia pela minimização do tempo de execução).
Quanto aos programas combinados da ginástica aeróbica temos o
aerobuilding, uma atividade que combina ginástica aeróbica e “musculação”, e
o aerospinning, que se caracteriza por combinar ginástica aeróbica com
ciclismo.
Pode-se constatar que a ginástica aeróbica abriu muitos caminhos
dentro do “mundo do fitness”. Além das variações e combinações já citadas,
temos a lambaeróbica, aeroaxé, aeroboxe, sambaeróbica etc. Enfim, o aero,
por si só ou combinado, foi e continua sendo responsável pela adesão de
pessoas à prática da ginástica no campo do lazer.
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O princípio da sobrecarga na ginástica aeróbica
Este princípio preconiza a aplicação de um aumento progressivo na
carga de trabalho.
A sobrecarga poderá ser aumentada em duas situações distintas:
volume e intensidade. O incremento do volume refere-se a maior quantidade,
que na ginástica aeróbica seria o aumento da duração da sessão e frequência
semanal. Quanto à intensidade, interpreta-se como qualidade, que na ginástica
aeróbica seria uma maior velocidade, amplitude, isto é, todos os atributos que
elevam a frequência cardíaca.
Frequência
A frequência de treinamento está relacionada ao número de vezes que
se pratica a atividade durante a semana. As recomendações do American
College Sports of Medicine (ACSM) são de 3 a 5 vezes semanais. No caso de
indivíduos destreinados, o programa pode ser iniciado com 2 vezes semanais.
Após a fase de adaptação aumenta-se a frequência gradativamente.
A realização de atividades com frequências maiores que 5 vezes
semanais não apresenta benefícios extras significativos, em compensação,
pode aumentar exponencialmente a possibilidade de lesões ortopédicas.
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Diferentemente de como a ginástica aeróbica era desenvolvida no início,
recomenda-se a utilização de uma maior quantidade de movimentos de baixo
impacto, mesmo para praticantes avançados.
Valores coerentes da quantidade de movimentos em relação ao impacto:
Iniciados = 90 a 100% de baixo impacto.
Intermediários/avançados = 70% de baixo impacto.
Vale notar que quanto maior a porcentagem de baixo impacto nas
coreografias, maior o tempo em que se pode realizar os exercícios sem
comprometer o sistema articular.
Uma escala considerada ideal para os diferentes níveis quanto à
velocidade da música seria:
Iniciantes = 135 a 145 BPM.
Intermediários = 145 a 150 BPM.
Avançados = 150 a 155 BPM.
Diz-se que uma sessão está bem preparada quando se leva em
consideração o “princípio da perna pronta”, onde o praticante “não tem que
pensar” para saber qual o lado de seu deslocamento ou qual a perna que deve
iniciar o próximo movimento. A elaboração baseada neste princípio e na
perfeita utilização das transições induz o praticante a movimentar-se
corretamente.
Uma característica que deve ser considerada em uma sessão de
aeróbica é não desmotivar o praticante com falta de fluidez, pois o ideal é que
uma progressão não pare. O procedimento correto é ensinar: 1) movimento de
pernas; 2) acrescentar o movimento de braços.
O modelo a seguir foi desenvolvido durante a época evolutiva da
ginástica aeróbica na década de 1980, sendo denominada de aeróbica de
inversão por se praticar primeiro a fase localizada e depois a aeróbia. Esta
proposta foi desenvolvida mediante as evidências científicas que mostravam
uma aplicação do exercício aeróbio de baixa intensidade após uma sessão de
treinamento com solicitação do sistema glicolítico (treinamento de força nas
sessões de ginástica localizada e musculação, por exemplo), como fator de
favorecimento na remoção acelerada do lactato acumulado nos músculos e na
corrente sanguínea, tornando o processo de recuperação mais rápido.
Fisiologicamente este raciocínio está correto, porém deve-se analisar que a
atividade aeróbia indicada para essa “recuperação ativa” é aquela que requer
habilidade motora simplificada como a corrida e o ciclismo. No caso da
ginástica aeróbica, estas características podem se diferenciar e um processo
de fadiga instalada na fase localizada pode ser prejudicial na fase aeróbia, pois
a perda de coordenação motora está ligada a esse processo.
O fitness moderno prega o cross-training, isto é, não se fala em fazer
localizada, aeróbica, alongamento, natação etc., mas em participar de um
programa onde a modalidade objetivada, ou cada modalidade objetivada, tem
sua frequência durante a semana e sua carga previamente recomendada,
contribuindo para uma melhoria na qualidade de vida.
REFERÊNCIA
POGERE, E. Ginástica aeróbica e saúde: fisiologia e metodologia
aplicada. Paraná: Ed. Jornal de Beltrão SA., 1998.