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Controle de fadiga e desenvolvimento


de força e potência no futebol:
aplicações do Treinamento Baseado em
Velocidade (VBT)

Autores

Dr. Fábio Yuzo Nakamura – @fabionakamura_sportscientist

Professor da Universidade Federal da Paraíba – Brasil

Dr. Fabiano de Souza Fonseca – @treinamento.esportivo

Professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco – Brasil

O desenvolvimento ótimo da força/potência muscular pressupõe que o atleta treine com níveis muito
baixos de fadiga, já que esta última reduz agudamente a capacidade contrátil e, portanto, a própria
geração de potência. Uma diminuição demasiadamente grande da velocidade de execução durante o
treino de força, como a que ocorre durante as repetições até a falha concêntrica, faz com o que o tem
para recuperação do desempenho e dos marcadores de dano muscular pós-treino seja superior a 48
[1]. Os jogadores de futebol de alto nível não têm esse tempo para se recuperar entre treinos ou para
jogo. Dessa forma, as abordagens tradicionais de treinamento resistido podem não ser adequadas no
futebol competitivo. Já a recuperação após treino com volume controlado pela redução da velocidade
execução durante o VBT demanda poucas horas para ocorrer. Portanto, o controle da velocidade é
essencial para manter a fadiga reduzida tanto durante quanto após a sessão de treino.

O VBT se baseia na execução de repetições de exercícios com velocidade próxima da máxima possíve
para a carga (por exemplo, meio-agachamento a 0,93 m/s na fase propulsiva, com redução de 15% ao
longo das repetições, para interromper a série). Assim, esta estratégia se baseia mais na velocidade de
execução do que na carga, e exige que o atleta sempre execute com a intenção de deslocar a barra n
maior velocidade possível. A aplicação do VBT tem sido facilitada pelos avanços tecnológicos e
disponibilidade de diferentes dispositivos no mercado que realizam a mensuração de diferentes variá
derivadas do deslocamento da barra (figura 1). Por meio de acelerômetros, encoders e aplicativos par
celular é possível calcular a velocidade da execução de exercícios e suas derivações, principalmente
naqueles em que a barra ou as placas se deslocam verticalmente em relação ao plano do solo.

Figura 1. Dispositivos tecnológicos para medir a velocidade de execução em exercícios de força e


respectivas características.

Quando o atleta executa determinado exercício dinâmico de força com máxima velocidade voluntária
esperado um decréscimo não intencional de força, potência e velocidade à medida que a fadiga se
desenvolve em função do aumento do número de repetições (proximidade da falha muscular – figura
Há evidências demonstrando que a perda de velocidade ao longo das repetições de uma série está
associada com aumento de marcadores de estresse metabólico e perda de desempenho mecânico em
tarefas como o salto vertical [2]. Então, monitorar a perda de velocidade pode ser uma estratégia útil
objetiva para o controle do volume do treinamento e o excesso de fadiga. Uma questão prática releva
nesse contexto é a identificação de faixas ótimas de volume de repetições através da magnitude da p
de velocidade, de modo que os níveis de fadiga sejam baixos, mas sem comprometer os ganhos de
força/potência muscular.

Figura 2. Exemplo da relação entre velocidade e fadiga em uma série de repetições até a falha muscu
concêntrica. A velocidade reduz linearmente em decorrência do desenvolvimento da fadiga.

Um estudo com 16 atletas profissionais de futebol buscou solucionar essa questão mediante compara
dos efeitos de dois programas de VBT com diferentes percentuais de perdas velocidade sobre o
desempenho neuromuscular [3] (Figura 3). Os programas de treinamento diferiram apenas em relação
magnitude da perda de velocidade entre as repetições em cada série: 15% vs. 30%. Os resultados
evidenciaram que o programa caracterizado pelo baixo nível de fadiga (15% de perda da velocidade)
mais eficaz em promover ganhos de força e potência muscular em relação ao grupo com maior nível
fadiga (30% de perda de velocidade). Resultados similares são encontrados em outros estudos [4]. Em
conjunto, esses achados sugerem que é possível maximizar as adaptações e desempenho neuromusc
de futebolistas com volumes reduzidos de treinamento de força (até 40% menos repetições) e baixos
níveis de fadiga (menores que 20% de perda de velocidade).

Figura 3. Desenho esquemático comparativo de dois programas de VBT com diferentes níveis de fadig
para futebolistas. PV15 – 15% de perda de velocidade; PV30 – 30% de perda de velocidade (baseado
estudo de Pareja-Blanco et al. [3]).

Aplicações Práticas

Para os preparadores físicos e treinadores que atuam no futebol, o VBT é uma abordagem prática cap
de maximizar o aumento de desempenho neuromuscular dos atletas. É comum no futebol a estrutura
dos programas de treinamento de força usando a prescrição do volume de repetições por série de fo
pré-determinada. Nesse tipo de abordagem, não há como controlar o índice de fadiga aguda
experenciada pelo atleta durante o treino. Então, o controle da dose ótima de trabalho neuromuscula
pode ser comprometido e afetar negativamente as respostas adaptativas. O monitoramento da perda
velocidade entre as repetições do exercício de força usando o VBT é uma maneira eficiente de solucio
esse problema. Mas, para a adequada utilização dessa estratégia na rotina de treinamento, alguns
aspectos importantes devem ser considerados:

• Optar por dispositivos tecnológicos validados cientificamente para o monitoramento da velocidade;


• Familiarizar os jogadores para executarem os movimentos com máxima velocidade independenteme
da carga;

• Usar preferencialmente a velocidade média propulsiva como medida para o controle do volume de
repetições;

• Adotar percentuais de 15 a 20% de perda de velocidade como parâmetro de magnitude para garan
baixos níveis de fadiga sem prejudicar os ganhos de força e potência muscular.

Observação: posso enviar as figuras 1 e 3 por e-mail (fabioy_nakamura@yahoo.com.br)

Referências

[1] Pareja-Blanco, F., Villalba-Fernández, A., Cornejo-Daza, P. J., Sánchez-Valdepeñas, J., & González-
Badillo, J. J. (2019). Time course of recovery following resistance exercise with different loading
magnitudes and velocity loss in the set. Sports, 7(3), 59.

[2] Sanchez-Medina, L., & González-Badillo, J. J. (2011). Velocity loss as an indicator of neuromuscular
fatigue during resistance training. Medicine & Science in Sports & Exercise, 43(9), 1725-1734.

[3] Pareja-Blanco, F., Sánchez-Medina, L., Suárez-Arrones, L., & González-Badillo, J. J. (2017). Effects of
velocity loss during resistance training on performance in professional soccer players. International
Journal of Sports Physiology and Performance, 12(4), 512-519.
[4] Pareja?Blanco, F., Rodríguez?Rosell, D., Sánchez?Medina, L., Sanchis?Moysi, J., Dorado, C., Mora?
Custodio, R., … & González?Badillo, J. J. (2017). Effects of velocity loss during resistance training on
athletic performance, strength gains and muscle adaptations. Scandinavian Journal of Medicine & Sci
In Sports, 27(7), 724-735.

  

Uma resposta

26/02/2022 às 21:49 (https://futstage.com/2020/04/08/controle-de-fadiga-e-desenvolvimento-de-forca-e-


CARLOS EDUARDO potencia-no-futebol-aplicacoes-do-treinamento-baseado-em-velocidade-vbt/#comment-5014)
AMORIM FARIAS
diz:

Excelente abordagem, gostaria de mais artigos sobre o assunto.

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