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Manifestações

Rítmicas e Expressivas
Material Teórico
Manifestações da Cultura

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Me. Bruno Fischer Dimarch

Revisão Textual:
Prof.ª Me. Luciene Santos
Manifestações da Cultura

• Introdução;
• O Nascimento do Meme;
• O Cultivo do Espírito;
• O Corpo Cultural;
• A Linguagem da Dança;
• O Ritmo na Linguagem da Música.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Conhecer conceitualmente o que é cultura;
· Identificar manifestações culturais;
· Reconhecer o corpo como lugar da cultura;
· Conhecer a dança sob a ótica da cultura e da linguagem;
· Conhecer o ritmo sob a ótica da cultura e da linguagem.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Manifestações da Cultura

Introdução
Em um tempo antigo, o ser humano começa a se destacar dos demais habitantes do planeta
Explor

Terra: https://youtu.be/ypEaGQb6dJk

Você conhecia o filme 2001: uma odisseia no espaço, de Stanley Kubrick? “Mas
que falta de cultura”!

Uma expressão muito usada, porém, não correta se consideramos a que se


refere, de fato, o conceito de cultura em nossa sociedade.

Você está convidado a adentrar no território desse conceito.

Pegue seus equipamentos de viagem, pois vamos começar a expedição!

O Nascimento do Meme

Figura 1 – Para entender os memes, precisamos olhar para os genes


Fonte: iStock/Getty Images

Observemos o reino animal. A vida, por vezes, é um ato de resistência à morte,


de sobreviver a um ambiente hostil e das mais diversas ameaças. Kubrick, em sua
arte cinematográfica, mostra-nos um caminho evolutivo dos primatas, suas pri-
meiras ferramentas e o domínio do fogo. A evolução parece ser simbolicamente
expressa pelo monólito negro (um elemento importante para a narrativa poética do
filme). O ser humano começa a se diferenciar dos outros animais, refinando os re-
cursos para sua sobrevivência. Ele cria utensílios como facas, potes, roupas, cons-
trói abrigos, aprende a cultivar e a criar animais para sua alimentação, transporte e
auxílio na caça. Conforme o tempo passa, emergem formas de organização social
como aldeias, vilas e cidades. Em 2001: uma odisseia no espaço, Kubrick parte de

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uma imagem de nossos possíveis ancestrais e conecta suas primeiras conquistas (as
ferramentas) a um futuro no espaço. É uma obra repleta de poesia, na qual naves e
estações espaciais dançam ao som de música orquestral, como um balé em gravida-
de zero. Ao final, o monólito reaparece e o inexplicável acontece, incrível, no sen-
tido mais estrito da palavra (e esse é um convite para você assistir a todo o filme).

E os memes?

Algumas necessidades básicas precisam ser atendidas para que os animais não
pereçam. O mesmo era válido para nossos ancestrais. Comer, beber, dormir, buscar
alimento, encontrar abrigo, fugir, caçar, procriar.

Espere um pouco. Procriar? Por que eu preciso procriar para sobreviver?

O biólogo Richard Dawkins (2007) defende uma ideia interessante: procriar (ou
replicar) faz parte do processo de sobrevivência porque quem está interessado em
sobreviver não é exatamente o animal, mas seus genes.

Vamos parar a viagem e ficar aqui um pouco mais. É um pensamento complexo


que envolve a proposta de Dawkins e precisaremos nos concentrar e usar a
imaginação. Por sorte, os artistas nos ajudam a dar forma ao pensamento. Antes
de continuar, recomendamos que assista a um trecho do filme Fantasia, de Walt
Disney, cuja teoria da evolução das espécies é ilustrada sob a música intensa de
Igor Stravinsky.

Assista ao trecho do filme Fantasia, de Walt Disney, lançado em 1940, que aborda a
Explor

evolução das espécies, a formação do planeta e o domínio dos dinossauros sobre a Terra:
https://youtu.be/EiAFUJ4Shao

Em 1976, Richard Dawkins, publicou um livro sobre a teoria da evolução por


seleção natural, o grande legado de Charles Darwin (1809-1882), mas com uma
mudança de foco radical, a visão da evolução centrada nos genes. O autor, forte
entusiasta das ideias de Darwin, defende que o aumento da complexidade nas
formas de vida terrestres se deve à luta evolutiva de algo quase invisível, mas que
determina a diversidade biológica da terra.

Vamos contar melhor essa história. Na época em que as moléculas nadavam


em um grande oceano, digamos, uns 4 mil milhões de anos atrás, ter uma
membrana, ou seja, algo que a separava das demais seria uma boa vantagem.
Todavia, aquelas que também conseguissem se reproduzir teriam uma poderosa
vantagem: o caminho para a eternidade! Seria tudo muito tranquilo, não houvesse
uma disputada competição para ver quem realmente permaneceria se replicando.

A luta pela sobrevivência não favorece a todos. Em nossa remota história, as


melhores membranas eram determinantes para se dar bem nessa corrida. Fronteiras
mais eficientes e mais complexas eram fundamentais. As areias do tempo deslizam
e os pequenos replicadores começam a ter máquinas de sobrevivência cada vez

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mais sofisticadas. A arena da sobrevivência fica mais disputada. E, atualmente,


uma dessas máquinas está lendo este texto que outra máquina de sobrevivência
escreveu. E, mesmo depois de darmos nosso último suspiro, teremos contribuído
com nossos camaradas replicadores, que continuarão se perpetuando enquanto
a humanidade existir: o gene humano. E não somos apenas nós as máquinas de
sobrevivência, todo ser, toda espécie, toda vida gerada pelos genes é uma máquina
dos próprios genes.

A esta altura você deve estar se perguntando: o que isso tem a ver com cultura?
Dawkins não foi o primeiro a tentar estabelecer uma relação entre a teoria evolutiva
de Darwin e a cultura, mas, com sua mudança de foco (colocando o gene e sua
capacidade replicadora na base da evolução), nasceu uma ideia que está fazendo
muita gente repensar o patrimônio do espírito humano. Em uma analogia ao gene,
Dawkins inventou o meme, o replicador cultural.

Tal como o gene, o meme está na corrida da sobrevivência. Ele pula de mente
em mente e utiliza os mais diversos recursos para se manter replicando. A teoria
construtivista, a power ioga, os X-men são memes e, como tais, fazem parte da
competição. Como seres moralmente guiados, nós gostaríamos de acreditar que
apenas os memes mais sadios para a espécie humana e sua vida em sociedade
sobrevivem, mas sabemos que não é bem assim – o meme da superioridade racial
(ou de gênero), por exemplo, persiste sob várias formas em diferentes culturas.

A ideia de Dawkins está fazendo muita gente repensar a cultura, a comunicação,


a cognição, a computação e tantas outras áreas que investigam e desconfiam do
darwinista. Já há quem pense em uma ciência da memética! Afinal, uma vez lançada
uma ideia, ela foge das mãos de seu autor. O meme do meme está pulando de
mente em mente e fazendo muito barulho. Susan Blackmore (1999), por exemplo,
escreveu o livro The meme machine (“A máquina de meme”, em tradução livre) e
você pode conferir algumas de suas principais ideias no vídeo disponível ao final
desta unidade.

Ao final do livro, acabamos desconfiando de que ser uma máquina de sobrevi-


vência de genes e memes pode ser algo bem menos imponente do que comumente
bradamos em relação à espécie humana. Ainda assim, Dawkins conclui “temos o
poder de desafiar os genes egoístas de nosso nascimento e, se necessário, os me-
mes egoístas de nossa doutrinação [...]. Somos construídos como máquinas gênicas
e cultivados como máquinas mêmicas, mas temos o poder de nos revoltarmos con-
tra nossos criadores. Somente nós, na Terra, podemos nos rebelar contra a tirania
dos replicadores egoístas” (2007, p. 129).

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Você Sabia? Importante!

“Eu pensei que ‘meme’ eram aquelas coisas engraçadas que circulam nas redes sociais.”.
Se você pensa assim, não está totalmente errado. Na teoria de Dawkins, o meme é
considerado algo que se replica por contaminação. Ele “pula” de mente em mente, faz
dela sua hospedagem e ponto de partida para a próxima mente. Sabe aquele momento
em que você ouve uma música e, um tempo depois, você está cantarolando ou assoviando
ela? Pois foi o meme da música criado por uma mente que pulou para a sua mente e,
se alguém lhe ouvir assoviar, vai contaminar também a mente daquela pessoa. Quando
as primeiras publicações virais surgiram no mundo digital, foi dada a elas o nome de
“memes” em referência à teoria de Dawkins. Portanto, esta palavra, amplamente usada
nas redes sociais, nasceu desse novo conceito da teoria da evolução (agora não apenas
das espécies, mas também da cultura).

O Cultivo do Espírito
O ser humano vivia daquilo que a natureza lhe oferecia, alimentava-se dos frutos
que estavam nas árvores, de vegetais e animais, em uma vida nômade. Ele então
aprende a lavrar a terra, a plantar e cultivar seu próprio alimento. Desse modo,
não mais se dependeria de encontrar na natureza os alimentos, pois o ser humano
criaria suas próprias fontes de subsistência.

Supridas suas necessidades básicas de sobrevivência, o ser humano passa a


desenvolver outras formas de cultivo. Ele percebe que pode criar imagens, formas
e sons. Suas novas habilidades artísticas são desenvolvidas com o propósito de
controlar a natureza e dela obter favores. Os desenhos feitos nas paredes das
cavernas não são ilustrações para deixá-las bonitas e sim criações mágicas. Ter o
desenho de um bisão poderia significar ter poder sobre o animal real, por exemplo.

Trocando ideias...Importante!
Que tal fazer uma experiência para testar o poder de uma imagem? Escolha uma
fotografia (impressa) de alguém que você ama. Agora, pegue uma agulha e tente furar
os olhos da pessoa por quem você nutre amor. De fato, a agulha estará perfurando um
pedaço de papel, mas a presença da imagem inibe a ação. Temos a impressão de fazer à
própria pessoa. Em pleno século XXI, algo que parece tão primitivo, continua a exercer
alguma força sobre nós.

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Da mesma forma, a dança, a música e toda forma cênica se constituía como


uma forma de pedir favores e/ou barganhar com a natureza. Esse é o caso da
(muitas vezes satirizada) dança da chuva. O que é ela afinal, se não colocar o corpo
em movimento, de determinada forma, ao som de música específica, a fim de
invocar ou controlar um fenômeno grandioso da natureza, muito maior que o ser
humano, como a chuva?

Então se desenvolve uma forma de cultivo diferente, não de alimentos (como a


cultura do arroz, cultura da batata ou do trigo), mas de seu espírito. A esse cultivar
foi atribuído o singular título: cultura.

Quando dizemos que cultura é o cultivo do espírito, não estamos nos referindo
à alma, a uma consciência sem corpo, mas do espírito humano, das artes, letras,
filosofia, ciências e práticas corporais elaboradas.

Se, antes, o ser humano corria para fugir de predadores, ou para caçar animais,
com o crescimento da cultura, ele passará a correr como forma de se exercitar, trei-
nar e competir. É muito diferente a corrida de caça e a de uma maratona olímpica.

Foi por meio da cultura também que pudemos driblar a morte. A imagem de
uma pessoa pode existir durante muito mais tempo que sua curta vida. Ainda hoje,
por exemplo, encontramos máscaras mortuárias de ouro de pessoas que viveram
Egito antigo. O faraó já não vive mais, mas sua imagem atravessa os tempos.

Figura 2 – Máscara mortuária do faraó Tutancâmon


Fonte: iStock/Getty Images

O cultivo do espírito, portanto, é maior que o tempo de vida de uma pessoa.


Podemos hoje conhecer como os gregos pensavam acerca do corpo e da ginástica
por meio de registros feitos há mais de 2.000 anos, mesmo sem a presença física
daqueles que viveram na Antiguidade Clássica.

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O Corpo Cultural
O ser humano estendeu sua cultura para além de seu corpo, criando pinturas,
esculturas, monumentos, templos, livros, veículos, roupas, utensílios e toda farta
aparelhagem tecnológica de que hoje dispomos. Apesar desse alargamento, é o
corpo a origem e a quem, em última instância, se destina a cultura.

Tudo parte do corpo e retorna ao corpo no universo cultural. Se não houver


uma mente que possa ler o livro, um ser humano capaz de ler as informações que
nele estão escritas, ele não passa de um objeto de papel. Portanto, tudo que é
criado na cultura (os memes de Richard Dawkins) acaba sendo uma relação entre
seres humanos.

Com o desenvolvimento da cultura, o corpo não pode ser mais pensado apenas
por suas características biológicas. O corpo ganha uma dimensão cultural. Um
exemplo claro são as ideias acerca do que é um corpo belo. Cada contexto (histórico,
geográfico, étnico, identitário) pensará a beleza de uma forma diferente. A mulher
do romantismo, pálida, languida, magra, com olheiras, que acaba por ficar doente
para conformar-se aos ideias de beleza da época, em muito difere da mulher fitness
contemporânea, cuja expressão da boa saúde e do vigor físico estabelecem uma
beleza corporal desejada quase oposta da romântica.

O corpo, suas extensões e complementos, como roupas, adornos, acessórios,


dispositivos digitais, próteses e outros equipamentos são inevitavelmente culturais.
É por via desse corpo cultural que passaremos a investigar as manifestações rítmicas
e expressivas do ser humano.

Norval Baitello Junior (1999, p. 28) delimita, sob o ponto de vista da semiótica,
qual é o campo de estudo da cultura:
Interessa-nos [...] aquele momento em que a autoconsciência se mani-
festa, ou seja, quando o homem é objeto do cultivo do próprio homem.
Este momento do voltar-se a si mesmo apontando para a possibilidade do
construir-se, do refazer-se, do melhorar-se ou piorar-se, do embelezar-se
ou enfeitar-se, constitui a ponte para a superação das amarras da realida-
de físico-biológica. [...] Esquecer a mera sobrevivência física e permitir-se
o ócio da autoconsciência e ainda mais, da metaconsciência, constitui o
traço principal desse setor cuja denominação mais adequada parece ser
exatamente “cultura”.

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A Linguagem da Dança
No universo cultural, estabelecemos códigos, maneiras pelas quais podemos re-
alizar algo em colaboração, ou compartilhamento com outras pessoas. Você está
lendo este material didático em língua portuguesa. Ele foi escrito neste código e
você, por também conhecê-lo, pode ler o que está escrito aqui. O mesmo não
aconteceria se este material estivesse escrito em sânscrito.

Os códigos, seus modos de operar, os sentidos que eles geram, suas funções
criam algo que chamamos de “linguagem”. Para ler uma história em quadrinhos
você, precisa conhecer a linguagem, identificando as falas das personagens nos
balões, as narrativas em espaços que não são balões (em geral dentro de retângulos),
as onomatopeias, o sentido da leitura (de cima para baixo, da esquerda para a
direita) etc. Se, ao invés de uma obra ocidental, você tiver contato com um mangá
(as histórias em quadrinhos japonesas), você perceberá diferenças de linguagem
(como o sentido de leitura da direita para esquerda e o início da história na parte
da encadernação que, para os ocidentais, seria o final).

As linguagens, portanto, nos permitem estabelecer relações, como a troca, a


leitura, o compartilhamento, a criação. O corpo (como lugar da cultura) se constitui
de uma multiplicidade de linguagens. Dentre elas, a dança, uma linguagem do
corpo em movimento, que fará parte de nossos estudos.

É importante estudar a dança enquanto linguagem, afinal, a Educação Física é


estabelecida dentro de uma área de estudos denominada “Códigos, Linguagens e
suas Tecnologias” (BRASIL, 1998) na educação básica. Mas como podemos fazê-lo?

Em muitas danças de salão, quando o cavalheiro leva as mãos da dama para o alto
é um sinal para a realização de um giro. Isso não é algo que está na programação
genética do corpo, é um código por ele aprendido. Cavalheiros e damas de dança
de salão realizam certas ações a partir de gestos combinados.

Figura 3 – Os movimentos do cavalheiro permitem a condução


do movimento da dama durante a dança de salão
Fonte: iStock/Getty Images

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Há na dança, portanto, uma relação de comunicação, de relações e significados.
O corpo está constantemente se comunicando, ou por gestos, posturas, falas,
ou por meio de expressões artísticas. Até mesmo nosso modo de olhar pode
estabelecer uma série de significados (medo, ciúmes, indiferença, raiva, paixão
etc.). Este comunicar do corpo cultural é a base para a constituição de diversas
manifestações rítmicas e expressivas.

Para saber mais, consulte os livros indicados no material complementar desta unidade.

O Ritmo na Linguagem da Música

Figura 4 – Tocador de Bongô, República Dominicana, 2016


Fonte: iStock/Getty Images

Além da dança, a música será tema de nossos estudos, em especial no que se


refere a seus aspectos rítmicos. A linguagem da música explora como o ritmo pode
configurar diferentes efeitos, sensações, provocar emoções e inspirar movimentos.
Há algo no ritmo que parece nos conectar a tempos ancestrais, um pulsar das eras,
que entra em consonância com as batidas de nosso coração e os fluxos compassa-
dos do corpo.

Encontramos o ritmo como manifestação da cultura em diversos povos, no culto,


na diversão e na exposição (dos shows, concertos e apresentação). Ainda que não seja
apenas do território da música, é nela que o ritmo encontra sua mais forte expressão.

Em Síntese Importante!

Exploramos uma forma de pensar a cultura como aquilo que extrapola as necessidades
básicas de sobrevivência dos seres humanos, como o cultivo do espírito, “quando o objeto
de cultivo é o próprio sujeito cultivador” (BAITELLO JUNIOR, 1999, p. 27). Numa cultura
povoada de memes, replicadores criados por nós, que pulam de mente em mente, visando
sua própria sobrevivência, emergem diversas linguagens, partindo em especial do corpo,
que ampliam nossas possibilidades de nos comunicar, expressar e poetizar. Destacamos
duas linguagens caras às manifestações rítmicas e expressivas: a dança e a música.

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UNIDADE Manifestações da Cultura

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Livros
Comunicação do corpo
RECTOR, Mônica; TRINTA, Aluizio Ramos. Comunicação do corpo. São Paulo:
Ática, 1999.
Corpo e comunicação: sintoma da cultura
SANTAELLA, Lúcia. Corpo e comunicação: sintoma da cultura. São Paulo: Paulus, 2004.

 Vídeos
Assista à conferência de Susan Blackmore para o TED
https://youtu.be/fQ_9-Qx5Hz4
Daniel Dennett discorre sobre os memes no TED
https://youtu.be/KzGjEkp772s

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Referências
BAITELLO JUNIOR, Norval. O animal que parou os relógios: ensaios sobre
comunicação, cultura e mídia. São Paulo: Annablume, 1999.

BLACKMORE, Susan. The meme machine. Oxford (UK): Oxford University


Press, 1999.

BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: educação física. Brasília: MEC/


SEF, 1998.

DAWKINS, Richard. O gene egoísta. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

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