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Apresentação
Vamos conhecer, nesta aula, a relação da coluna cervical com o plexo braquial e da coluna lombar com o plexo
lombossacral, relacionando com as possíveis patologias que podem causar danos aos locais, além da realização dos
exames da função nervosa periférica, dos testes clínicos, da palpação e da realização dos exames de superfície.
Bons estudos!
Objetivos
Compreender a relação da coluna cervical com o plexo braquial e da coluna lombar como plexo lombossacral;
Verificar quais são os tipos de exames realizados para verificar a Função Nervosa Periférica;
Aprender quais são os Testes Clínicos Específicos realizados no paciente com disfunções relacionadas a coluna
vertebral.
Palavras iniciais
Fonte: Shutterstock
Como já vimos na nossa terceira aula, a coluna vertebral é o nosso eixo corporal ósseo polissegmentado, formado por
vértebras superpostas, rígidas e que junto com os discos intervertebrais e as curvaturas anteriores e posteriores são capazes
de nos dar flexibilidade em toda a região, cervical, torácica e lombar.
Quando temos uma boa postura, ou seja, o estado de equilíbrio entre os músculos e o esqueleto há uma proteção das
estruturas de suporte do corpo contra lesões e deformidades progressivas independente da atitude nas quais essas estruturas
estão trabalhando ou repousando. Quanto maior for o equilíbrio maior será a possibilidade de se obter uma postura com
menos gasto de energia.
Agora, quando temos uma postura defeituosa com tensões sobre as estruturas de suporte teremos um aumento no gasto de
energia gerando uma má postura que poderá nos acarretar várias lesões e várias patologias na coluna vertebral e que poderão
inclusive irradiar dor para outras partes do corpo.
Plexo braquial
Fonte: Wikipédia
A partir da mistura entre si dos fascículos lateral, medial e posterior, teremos a formação dos principais nervos que são
responsáveis pela motricidade e sensibilidade dos membros superiores.
Nervo musculocutâneo
Axilar
Radial
Músculos tríceps braquial, braquiorradial, ancônio, supinador, extensor radial curto e longo do carpo, extensores dos
dedos, extensor do dedo mínimo, extensor ulnal, extensor longo do polegar, extensor do dedo indicador, abdutor curto e
longo do polegar;
Ulnar
Responsável por inervar os músculos flexor ulnar do carpo, flexor profundo dos dedos, palmar longo, abdutor do dedo
mínimo, flexor curto do dedo mínimo, oponente do dedo mínimo, lumbricais, adutor do polegar, flexor curto do polegar,
interósseos dorsais e palmares;
Mediano
Faz a inervação dos músculos pronador redondo, flexor radial do carpo, palmar longo, flexor superficial e profundo dos
dedos, flexor curto e longo do polegar, pronador quadrado, abdutor curto do polegar, músculos lumbricais.
Testes clínicos especiais da região cervical
Teste de compressão
Também verifica a presença de alguma compressão discal.
Para realizar o presente teste, o paciente deverá estar
sentado, e o fisioterapeuta coloca as mãos espalmadas no
topo da cabeça do paciente. Em seguida, deverá ser
realizado o movimento de pressão para baixo. Se o paciente
sentir um aumento da dor na região cervical e aumento da
parestesia (dormência ou formigamento), é porque há uma
provável compressão nervosa e o teste será positivo.
Teste de Spurling
Também verifica a presença de alguma compressão discal.
O paciente deverá estar sentado, e o fisioterapeuta coloca
as mãos espalmadas no topo da cabeça dele. Em seguida,
deve ser realizado o movimento de pressão para baixo com
lateralização e extensão cervical. No teste positivo, o
paciente relatará dor intensa e parestesia no mesmo lado
para o qual a cabeça foi inclinada.
Teste de Adson
Indica uma provável compressão da artéria subclávia e do
feixe nervoso, pelo músculo escaleno anterior espástico ou
hipertrofiado (síndrome do desfiladeiro cervicotorácico),
pela presença de uma costela cervical a mais ou por um
tumor.
Teste de Wright
Também verifica uma possível síndrome do desfiladeiro
cervicotorácico em um quadro mais avançado. O paciente
deverá estar sentado, e o fisioterapeuta irá primeiro sentir
sua pulsação radial. Em seguida, com o braço do paciente
em abdução acima de 90°, pedimos que ele inspire
profundamente e prenda a respiração. Se o teste der
positivo, a pulsação do paciente some.
Fonte: Gramho
Teste da deglutição
Verifica uma possível protuberância óssea, osteófitos,
hematomas, infecções ou até tumores na região anterior da
coluna cervical. O paciente deverá estar sentado e o
fisioterapeuta irá solicitar que ele faça o movimento de
deglutição. Caso ocorra quadro álgico, o teste será positivo.
Plexo lombossacral
O plexo lombossacral se estende desde o T12 do cóccix, sendo dividido em duas porções: o plexo lombar e o sacral. Por essas
duas porções são formados vários nervos responsáveis por nossa motricidade e sensibilidade da parede abdominal, região
pélvica e de membros inferiores.
Qualquer problema que ocorra nessa região pode acarretar a perda dos reflexos, da propriocepção, incapacidade de sustentar o
peso corpóreo e até paralisia. Por esses motivos, é tão importante conhecermos a região.
Plexo lombar
Formado pelos ramos ventrais das raízes de T12 até L4, formando os nervos:
- Ílio-hipogástrico: formado pelas raízes de T12 e L1 e inerva região inguinal, púbica e a parede lateral e anterior do
abdome;
- Ilioinguinal: formado pela raiz de L1 e inerva a região genital e também a parede anterior e lateral do abdome;
- Genitofemoral: formado pelas raízes de L1 e L2 que inervam a região genital e a região do trígono femoral;
- Cutâneo lateral da coxa: é formado pelas raízes de L2 e L3 inervando a região da coxa;
- Obturatório: formado pelas raízes de L2, L3 e L4 e inerva a região medial da coxa;
- Femoral: também formado pelas raízes de L2, L3 e L4 e inerva a porção anterior da coxa.
Obs.: entre as duas porções do plexo lombossacral, temos a formação do tronco lombossacral, formado pelas raízes de
L4 e L5.
Plexo sacral
- Nervo glúteo superior: formado pelas raízes de L4, L5 e S1, faz a inervação da região glútea e da parte lateral da coxa;
- Nervo glúteo inferior: formado pelas raízes de L5, S1 e S2, inerva a região glútea, períneo e coxa;
- Nervo isquiático: também chamado de ciático, é o nervo de maior calibre e o mais longo do corpo, sendo formado pelas
raízes de L4, L5, S1, S2 e S3. É capaz de inervar a região posterior da coxa e a maior parte da perna e o pé, sendo um dos
mais atingidos por compressão de hérnias de disco;
- Cutâneo femoral posterior: formado pelas raízes de S1, S2 e S3, inerva a porção posterior da coxa;
- Nervo pudendo: formado pelas raízes de S2, S3 e S4, inerva a região do períneo e região genital externa;
- Tibial: formado pelas raízes L4, L5, S1, S2 e S3, inerva a região posterior da perna;
- Fibular comum: formado pelas raízes L4, L5, S1 e S2, inerva a região anterior e inferior da perna.
Reflexo de Aquileu
É um reflexo profundo mediado pelo músculo gastrocnêmio.
O paciente deverá estará em decúbito ventral ou sentado
com os pés para fora da maca. O fisioterapeuta solicita que
ele realize uma dorsiflexão do pé. Com um martelo de
reflexos, ele percute a região do tendão de calcâneo. O
normal é que o paciente faça uma flexão plantar súbita.
Caso isso não ocorra, pode configurar alguma lesão
nervosa.
Fonte: Famaz
Reflexo abdominal superficial
É realizado quando se quer verificar alguma lesão no
primeiro ou segundo neurônio motor. O paciente deverá
estar em decúbito dorsal; utilizando a parte mais aguda do
martelo de exame, o fisioterapeuta irá percutir cada
quadrante do abdômen, observando se a cicatriz umbilical
se desvia em direção ao ponto que foi percutido.
Teste de Laségue
Verifica se o paciente é portador de neuralgia do nervo
isquiático. Ele deverá estar em decúbito dorsal, e o
fisioterapeuta irá realizar passivamente uma flexão de
coxofemural com extensão de joelho no membro em que há
parestesia. O teste só será considerado positivo se houver
um aumento da dor do paciente de 45º a 60º de flexão.
Fonte: O que é
Teste de Bragard
É uma confirmação do teste de Laségue. Caso dê positivo, o
paciente relatará um aumento do quadro álgico na região do
trajeto do nervo isquiático. Ele estará em decúbito dorsal,
enquanto o fisioterapeuta realiza passivamente uma flexão
coxofemoral, com extensão de joelho e dorsiflexão do pé no
membro em que há parestesia.
Fonte: Professor Adriano
Teste de Milgram
Verifica se o paciente é portador de hérnia de disco. Ele
deverá estar em decúbito dorsal. O fisioterapeuta irá instruí-
lo para elevar as duas pernas até que elas estejam em torno
de 45º. O teste será positivo se o paciente não conseguir
permanecer 30 segundos na posição por conta de um
quadro álgico intenso.
Para avaliarmos a sensibilidade do paciente, utilizamos muito os dermátomos, que são áreas específicas que se
espalham no nosso corpo de acordo com a inervação vinda dos nervos espinhais.
Quando o paciente apresenta algum processo patológico capaz de afetar os nervos espinhais, sua sensibilidade
poderá ser afetada. É aí que a análise dos dermátomos se faz importante, pois através dela podemos verificar quais
são os nervos e raízes nervosas prejudicados.
Avaliamos o paciente fazendo a utilização do estesiômetro, que é um instrumento com cerca de sete filamentos, cada
um com uma cor e espessura diferente. Fazemos a análise da sensibilidade passando por esses filamentos no trajeto
dos dermátomos.
Atividades
1. Sobre o teste ortopédico da região lombar para identificar a ausência de dor irradiada em membros inferiores, assinale a
alternativa correta:
a) Teste de Lasègue
b) Teste de Schober
c) Teste de Hoover
d) Teste de Thomas
e) Teste de Phalen
2. (UNIFESP- SP/ 2014) O plexo braquial é composto por nervos que provêm dos seguintes níveis:
a) C1-C6
b) C2-C4
c) C3-T1
d) C4-C5
e) C5 a T1
Referências
Notas
CIPRIANO, J. Manual Fotográfico de Testes Ortopédicos e Neurológicos. 4. ed. São Paulo: Manole, 2001.
CONCEIÇÃO, Fátima Figueiredo. Avaliação cinético-funcional. 1. ed. Rio de Janeiro: SESES - Universidade Estácio de Sá, 2016.
Disponível em: http://portaldoaluno.webaula.com.br//repositorio/LD153.pdf. Acesso em: 3 ago. 2020.
HOPPENFELD, S. Exame do cotovelo: propedêutica ortopédica. Coluna e Extremidades. Rio de Janeiro: Atheneu, 2008
MOORE, Keith L.; DALLEU, Arthur F.; AGUR, Anne M.R. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2014.
NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
Próxima aula
Verificando os sinais vitais (temperatura, frequência cardíaca e respiratória e verificação da pressão arterial);
O tipo de padrão e ritmos respiratórios, assim com as disfunções que acometem um bom funcionamento dos pulmões.
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