Você está na página 1de 20

Aula 1 - Prof.

Mário Sérgio
Propedêutica da Coluna Vertebral e Articulações Sacroilíacas
Grande parte das queixas envolve a coluna vertebral.
A coluna vertebral é composta por 7 vértebras cervicais (mas há 8
raízes cervicais), 12 vértebras torácicas, 5 lombares, 5 sacrais
(fusionadas) e 3 a 4 coccígeas (também fusionadas).

LORDOSE

CIFOSE

Lâmina junta parte do segmento anterior com o posterior da


vértebra. É importante no acesso à medula vertebral, por meio da
laminectomia – secção da lâmina (abrir o canal vertebral).
LORDOSE
Lembrar que o cordão ou medula espinal só vai até L2. Assim, as
lesões abaixo desse nível não têm o mesmo impacto sobre a
medula. Então, é menos pior uma lesão abaixo de L2, porém ainda
pode ter dano nervoso por causa da cauda equina.
CIFOSE

CV e suas 4 curvaturas:
✓ Cervical e Lombar: Lordose;
✓ Torácica e Sacral: Cifose;

Vértebras Cervicais

C1: Atlas. C2: Áxis. Depois vem C3, C4, C5, C6 e C7. Não existe C8!
C1 (Atlas) e C2 (Áxis) são importantes para pacientes com artrite reumatoide, visto que pode causar uma
instabilidade atlanto-axial. Isso é importante de verificar antes de uma cirurgia em um paciente com artrite
reumatoide, pois causa uma instabilidade atlantoaxial e durante a intubação pode deslocar essas vértebras e
lesionar a medula cervical, causando quadriplegia.

MEDUESPI 42 | Isabel Milanez


O arco neural é formado por dois pedículos inseridos no corpo vertebral e lâminas que se fundem na linha
média para formar o processo espinhoso. Os pedículos ligam o corpo vertebral a parte posterior (as lâminas
e o processo espinhoso).
Alterações no seguimento posterior estão muito
mais relacionadas a doenças neurológicas →
raízes estão localizadas mais posteriormente.
As raízes passam por dentro dos forames
vertebrais, um esquerdo e um direito.
Caso o lado acometido seja o esquerdo, a
sintomatologia motora e sensitiva vai predominar
do lado esquerdo.
Infecção da coluna vertebral, chamada de
osteomielite ou espondilicite - No corpo
(espondilo) e disco vertebral (discite).
Câncer, na metástase, muito acometimento
posterior, na lâmina, na parte posterior do disco.
Infecções também.
Hérnia de disco é quando o núcleo pulposo extravasa o limite
do seu ânulo fibroso, o núcleo está para fora e está
comprimindo uma raiz de nervo espinhal.
Do ponto de vista
clínico há um
destaque para o que
acontece entre um
corpo vertebral e
outro e aquilo que
acontece na
articulação facetária
(articulação cervical).
Grande parte das dores da coluna é decorrente de uma artrite
facetária ou de uma osteoartrite facetária.

MEDUESPI 42 | Isabel Milanez


Perceber que é um equilíbrio de forças,
ocorre uma pressão que predispõe ao núcleo
pulposo sair do lugar, por compressão,
ultrapassando o ânulo fibroso (verificar
imagens acima).

✓ Doença facetária ou hérnia de disco que prolapsa tem tendência a estreitar o forame vertebral
✓ Lesões metastáticas ósseas tem preferência pelo pedículo vertebral.
✓ Alterações na coluna vertebral podem acometer tanto a raiz nervosa quanto a coluna vertebral.
O que tem de mais nobre na coluna vertebral é a medula:

A medula só vai até L2.


Como se estrutura a inervação periférica:
As raízes nervosas emergem tanto no segmento anterior quanto no segmento posterior e se juntam formando
os nervos espinhais.
Vale lembrar que o corpo do neurônio motor fica no corno anterior da medula, já o corpo do neurônio
sensitivo fica em gânglios.
Corpo do neurônio motor ➜ localizado no corno anterior da medula, ainda dentro da medula
Corpo celular da fibra sensitiva ➜ localizado fora da medula, no gânglio da raiz dorsal
RAIZ MOTORA + RAIZ SENSITIVA ➜ SE JUNTAM PARA FORMAR O NERVO PROPRIAMENTE DITO

MEDUESPI 42 | Isabel Milanez


E a parte motora desse nervo vai até uma fibra motora, se liga a ele na placa mioneural. Esse conjunto de
fibra nervosa e as fibras musculares inervadas é denominada unidade motora. Uma fibra nervosa é
responsável por várias fibras motoras.
Relação das raízes nervosas com a parte da pele (somática sensorial) e motora (somática motora) →
Dermátomo ou miotómo (determinados músculos são inervados por determinados nervos)

A inervação motora:
✓ Região nervosa cervical: diafragma, braços e mãos.
o Importante porque, se eu tenho um paciente com dor cervical que irradia para o membro
superior ou uma braquialgia, porque o seguimento cervical ou as raízes que surgem da coluna
cervical são responsáveis desde a parte proximal até a distal do membro superior. Ou seja,
uma lesão em uma raiz cervical não explicaria uma ciatalgia.
✓ Região nervosa torácica: Mm. Torácicos, respiração, Mm. abdominais;
✓ Região nervosa lombar: Pernas e pés;
✓ Região nervosa sacral: Controle do intestino e bexiga, ereções penianas.

Nível da lesão e sua consequência:

✓ C4: quadriplegia incluindo pescoço;


✓ C6: Quadriplegia (mantem pescoço e parte das costas superiormente)
✓ T6: Paraplegia ➜ com paralisia incluindo região lombar inferior.
✓ L1: Paraplegia ➜ Pernas
✓ Abaixo de L2 (não tem mais medula): Disfunção erétil, incontinência urinária, parestesia em sela...

MEDUESPI 42 | Isabel Milanez


Quanto a nomenclaturas:
✓ Dor na coluna cervical, cervicalgia, se lombar, lombalgia.
✓ Cervicobraquialgia: Dor que se irradia do pescoço para MS, podendo se irradiar para o braço,
antebraço e mão, dependendo da região atingida.
✓ Lombociatalgia: dor lombar que irradia para o MI.
✓ A maioria das cervicalgias/ lombalgias é unilateral.
✓ Pode haver cervicobraquialgia ou lombociatalgia bilateral.
✓ Não específica quando não consigo determinar o mecanismo fisiopatológico, o que é diferente de uma
Radiculopatia.

A maioria das dores cervicais: distensão de músculos e/ou ligamentos, artrite facetária, hérnia discal, etc
(sempre é importante verificar o contexto epidemiológico, em mais jovens é mais comum distensão muscular
ou ligamentar, por exemplo por uso excessivo de telas, já em idosos é mais por artrose, degeneração...)
• Também caem, na maioria, em dor de natureza mecânica (compressão de músculos ou ligamentos,
ou alterações na coluna vertebral, seja por osteófitos, seja por alterações na articulação facetária).
• Se o osteófito está lesionando um músculo ou ligamento, é mecânica, se está lesionando um
nervo/raiz, é neuropática.
• A dor neuropática vem da compressão de nervos ou raízes nervosas, ou da medula espinal, podendo
também ser causada por compressão por osteófitos.
Na grande maioria das vezes, distensão de músculos e ligamentos -> autolimitado
A artrite facetária se refere à inflamação das articulações da coluna. São tratadas com anti-inflamatórios,
fisioterapia e mudança de hábitos diários. A infiltração lombar é uma ótima opção terapêutica em casos
refratários. Cirurgias são indicadas em casos de exceção.

A maioria das dores em CV atende à categoria: dor cervical ou lombar, não específica, aguda.
• Aguda < 6 sem < Subaguda < 3 meses < Crônica.
• Em até 85% desses pacientes não é possível um diagnóstico anatômico definitivo.

Em resumo, as desordens cervicais mais comuns, são:


1. Dor cervical aguda, não específica, não complicada.
2. Espondilose ou espondilodiscoartrose degenerativa cervical (especialmente acima de 50 anos, pois
são alterações estruturais, degenerativas);
3. Radiculopatia cervical;
4. Lesão em chicotada (acidentes automobilísticos, vai pra frente de forma abrupta);

DOR CERVICAL AGUDA NÃO COMPLICADA


Investigar se o paciente não dormiu de mal jeito, se não usa tela de computador/celular que precisa estender
demais o pescoço.
Dor em pontada ou contínua. Distribuição posterior ou lateral. Distribuição occipital até T1. Geralmente não
irradias para membro superior, mas pode irradiar para o ombro. Em geral, terá amplitude de movimentos
reduzida, sensibilidade dolorosa difusa e espasmo sobre a coluna cervical. Cervicalgia aguda é muito por
estresse. Desaparece em até 2 semanas. Melhora com mudanças de atividade, repouso, relaxante muscular
(mais forte, ciclobenzapina)
Na maioria das vezes, não precisa saber exatamente o que causou, basta observar aspectos epidemiológicos
Se não melhora com analgésicos tem febre, dor insuportável, afastar câncer, infecção, doença visceral,
aneurisma de aorta, colecistite, etc

MEDUESPI 42 | Isabel Milanez


ESPONDILOSE CERVICAL
Espondilose degenerativa cervical é termo genérico para desgastes na coluna. Espondilose pode ocorrer em
qualquer parte da coluna (cervical, torácica ou lombar) sendo discos e articulações os locais mais frequentes.
Alterações degenerativas dos corpos vertebrais, secundárias à doença discal degenerativa cervical, e a
osteoartrite uncovertebral e das articulações facetárias são chamadas de espondilose cervical.
Rigidez e crepitação ao movimento, dor posicional e dificuldade para dormir também podem estar presentes.
O exame físico revela sensibilidade dolorosa, espasmo muscular e amplitude de movimentos cervicais
reduzida.
É comum a espondilose (que significa artrose do corpo vertebral e articulação facetária) vir associada à
degeneração do disco e da faceta articular (é comum vir em laudos o nome Espôndilodiscoartrose)..

• Espondilodiscoartrose é uma doença degenerativa decorrente do envelhecimento normal das


articulações afetando principalmente o corpo vertebral da coluna dorso-lombar. Ela pode aparecer
em porções específicas ou em toda a coluna.

RADICULOPATIA CERVICAL
Compressão da raiz nervosa, quadro clínico unilateral, eventualmente bilateral. Dor, parestesia, fraqueza.
Pode ter sensitivos e/ou motores. Inclusive com alterações dos reflexos → Dor no pescoço + Dor neurogênica
na extremidade superior
• Espondilose (degeneração que acontece com o passar dos anos)
• Reflexo de C5 → Necessário o martelinho para radiculopatia

DOR DISCOGÊNICA CERVICAL:


MUITA COISA QUE TA SENDO DITA SOBRE CERVICAL VALE PARA LOMBAR, POIS O MECANISMO DE PRODUÇÃO
DE DOENÇA É MUITO PARECIDO.
A doença discogênica cervical é uma dor causada pela degeneração do disco.

MEDUESPI 42 | Isabel Milanez


✓ É mais uma entidade radiológica (dissociação clínico-radiológica, paciente não tem sintomas, mas
exibe alteração na imagem)
✓ Por outro lado, a doença cervical discogênica pode ser a causa mais comum de dor cervical; A
degeneração no disco, altera o regime de força entre os discos, facetas e endplates vertebrais
o Degeneração ➜ altera o regime de força entre os corpos vertebrais ➜ dor
✓ A dor não tem um trajeto cervical estereotipado. No máximo vai à região interescapular e o ombro.
Não tem característica de dor neuropática ou alteração de reflexo.

✓ Perda da rotação, na doença da coluna cervical: comum em pacientes mais idosos com doença
discogênica ou em conjunto com doença nas facetas articulares.

✓ Vista do RX
o Metástases em CV são mais comuns em pedículos, por outro lado, infecções são mais comuns
nos corpos vertebrais (espondilodiscite, geralmente envolve dois corpos vertebrais e o disco
entre esses dois corpos).

SÍNDROME DA DOR MIOFASCIAL


• Dor regional associada com tender points;
• Ocorre principalmente em pacientes com fibromialgia (ocorre mais em mulheres, principalmente as
que tem mais componente ansioso ou depressivo)
• Ocorre numa região anatômica, ex: lado D do pescoço e do ombro;
• Paciente tem exame neurológico normal.

MEDUESPI 42 | Isabel Milanez


RADICULOPATIA CERVICAL POR HERNIAÇÃO DE DISCO
Diferente da doença discogênica, ocorre herniação do disco, a dor segue o território da raiz comprimida, a
dor tem caráter neuropático e pode haver alteração de reflexo.

Dois grandes mecanismos de radiculopatia


1. Radiculopatia por hérnia de disco (Herniação do núcleo pulposo - principalmente em pessoas jovens)
2. Radiculopatia por osteófito (principal causa de radiculopatia em idosos com osteoartrite) - Famoso
bico de papagaio.
Ambos com manifestação clínica semelhante. Pode machucar a
medula (como uma mielopatia). Também pode ser causada por
hipertrofia da articulação facetária.
A radiculopatia pode ser somente sensitiva, pode haver a
compressão somente do segmento sensitivo da raiz. Pode haver
também a radiculopatia sensitiva e motora.
Em casos extremos, a herniação pode ser tamanha que alcança a
medula, causando mielopatia, mas não é comum.
Um espessamento do ligamento flavo também pode comprimir as
raízes nervosas
Não é necessário testar todo o dermátomo, basta testar somente o
1º dedo no exame de C6, ou somente o 5º dedo no exame de C8-T1,
por exemplo.
Teste para compressão radicular (Teste de Spurling): examinador coloca a palma da mão sobre a cabeça do
paciente, fazendo uma leve extensão e lateralização do pescoço. Então, o examinador deve pressionar a
cabeça, estreitando mais o forame intervertebral, intensificando a dor numa região que já possui compressão,
verificando se há reprodução da dor radicular. MANOBRA PROVOCATIVA -> Aumenta a dor.

MEDUESPI 42 | Isabel Milanez


Raízes e alterações
C5: dor em região de pescoço, ombro e escápula, com sensação de parestesia; fraqueza na abdução e rotação
externa; reflexo bicipital diminuído ou abolido;
C7: dor em pescoço, ombro e dedo médio da mão; reflexo tricipital diminuído ou abolido; fraqueza na
extensão do braço.

Radiculopatia causa dor, parestesia, perda de força e perda de reflexos.


EXAME NEUROLÓGICO – AVALIAR FORÇA MOTORA
• Grupos musculares chave – raízes cervicais:
o C4: Elevação dos ombros. Exemplo: Pede para o paciente elevar os ombros e você faz uma
resistência.
o C5: Abdução dos ombros. Exemplo: Braço horizontal, ao lado do corpo e você eleva até 90°.
o C6: Flexão do cotovelo, extensão do punho
o C7: Extensão do cotovelo, flexão do punho
o C8: Extensão do polegar e dedos
o T1: Músculos intrínsecos da mão
EXAME NEUROLÓGICO – AVALIAR SENSIBILIDADE
• Membros superiores
o C4: base do pescoço e ombro
o C5: epicôndilo lateral
o C6: polegar
o C7: dedo médio
o C8: dedo mínimo
o T1: epicôndilo medial
o T2: axila

MEDUESPI 42 | Isabel Milanez


Os exames complementares:
• Nem todos os pacientes precisam de exames de imagem, a maioria dos casos é agudo e autolimitado.
• No entanto, os exames são mais indicados em algumas situações, como pacientes com quadro
progressivo, em especial da queixa neurológica; em pacientes com dor intratável, ou pacientes com
os Red-Flags
o Red-Flags: perda de peso, dor refratária, piora noturna, etc. (pensar desde uma neoplasia até
uma complicação neurológica mais grave)
• Rx da coluna cervical em AP, P e Oblíquas: Não é bom para casos agudos.
• CT e RNM: paciente piorando ou não melhora, sinais neurológicos piorando, mais de 6 semanas
• Eletroneuromiografia (ENMG): Informa qual o nervo e o qual segmento, muito informativa quanto a
topografia. Distinguir radiculopatia (compressão axial) de uma neuropatia (compressão distal).

Sumário:
• Doença da coluna cervical pode causar dor no pescoço e/ou na extremidade do membro superior,
com ou sem disfunção neurológica;
• As raízes mais afetadas são C5, C6 e C7;
• Doença degenerativa é a principal causa de dor cervical, seguida por dor miofascial.
• O exame: movimentos da coluna, grau de movimentação, palpação dos trapézios, paraespinais e
exame neurológico;
• RNM se há sinais de progressão neurológica ou suspeita de infecção ou malignidade, ou se os sintomas
progridem além de 6 semanas, com RX simples normal;
• ENMG serve para distinguir neuropatia compressiva e radiculopatia, ou se há a dor e a parestesia é
mais na extremidade que no segmento cervical;

MEDUESPI 42 | Isabel Milanez


COLUNA LOMBOSSACRA

Etiologias principais
1. fatores mecânicos
2. doenças sistêmicas
3. doenças viscerais (doenças Gastrointestinais, Genito-urinárias (cálculo renal), ginecológicas
(endometriose...) e vascular aterosclerótica)
Mais comum é a dor lombar aguda inespecífica. Mas também pode acontecer uma dor lombar causada por
uma doença sistêmica, como malignidades e infecções.
Disco intervertebral ficam entre as vértebras, servem como almofadas de absorção de choque entre os corpos
vertebrais. Possuem um núcleo pulposo e o ânulo fibroso.
Exame físico
• Inspeção
• Avaliação da amplitude de movimento
• Manobras provocativas
• Exame neurológico

LOMBOCITALGIA:
Imagem que mostra para onde irradia a dor, a grande maioria tem esse
padrão de distribuição anatômica → começa na parte posterior do glúteo,
coxa, desce pela face posterior da perna, vai para a lateral e chega ao pé.
No exame físico, fazer manobras provocativas, para ver se aumenta a dor.

Manobra provocativa – flexão e extensão do tronco.

MEDUESPI 42 | Isabel Milanez


Manobra provocativa – Lateralização do tronco,
quando dobro pra esquerda eu diminuo o
forame do lado esquerdo (aumentando a dor) e
aumento o forame do lado direito, o inverso é
verdadeiro.

Doença do disco → manobra provocativa de flexão para frente


Doença na articulação facetária → manobra provocativa de extensão

GRADUAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR

Suspeita de acometimento de raiz L5-S1 → pede para o paciente para andar nos calcanhares e na ponta dos
pés → paciente não consegue, pode cair.
L1-3 → flexores do quadril → paciente sentado, você
bota força na coxa pra baixo e pede para ele levantar a
coxa em direção ao tronco.

L2-4 → quadríceps → paciente sentado, você pede para


ele chutar contra sua mão que está na perna,
estendendo o joelho.

L4-L5 → tibial anterior → dorsiflexão do pé → tirar a


ponta do pé do chão

L5 → extensor longo do hálux

S1 - tríceps Sural → flexão plantar

L4 – maléolo medial

L5 – dorso do pé

S1 – face lateral do calcanhar

MEDUESPI 42 | Isabel Milanez


Outras manobras provocativas
MANOBRA DE VALSAVA: Manobra de valsalva imprime um aumento da pressão intrabdominal → pressão
deslocada para as estruturas da coluna vertebral → na radiculopatia o esforço defecatório é provocador de
dor.
TESTE DE THOMAS: Avalia o encurtamento dos músculos flexores do quadril. Músculo muito importante na
flexão do quadril → iliopsoas → encurtamento dele pode causar dor nessa manobra de Thomas.

Encurtamento dos isquiotibiais → ao contrário, decúbito ventral.

- Diferenciar a dor da coluna e uma dor da sacroilliaca (quadril) e sacro ilíaca.


- FABERE - Flexão, abdução e rotação do quadril.

- Espera-se que o paciente refira dor descendo para todo o membro inferior → irradiando descendo pelo
glúteo, passando pela parte posterior da coxa e descendo da perna e chegando no pé.
- Positividade entre 30-70º

MEDUESPI 42 | Isabel Milanez


Lasegue tem o propósito de ver raízes L4, L5, S1 (raízes baixas)

Reflexo aquileu (S1) é um reflexo que ocorre quando o


tendão de Aquiles (também conhecido como tendão
calcâneo) é percutido enquanto o pé está em flexão
plantar. Reflexo patelar → L3-L4. Não existe para L5

Fatores mecânicos de compressão são similares aos da coluna cervical, com mais alguns como:
▪ Espondilolistese: Quando um corpo vertebral desliza sobre o outro;
▪ Espondilólise: fratura do componente posterior do conjunto vertebral, a nível da lâmina
vertebral.

Fatores de risco da Dor Lombar: stress músculo ligamentar


• Fatores de risco psicossociais, educacionais, tabagismo, trabalho realizado em condições inadequadas,
postura inadequada, condições psiquiátricas...

● Epidemiologia da lombalgia:
1. Frequência alta: cerca de 84% dos adultos;
2. Na maioria das vezes é autolimitada: não mais que 4 semanas (aguda);
3. Se dura de 4 a 8 semanas: subaguda. Também pode ser crônica.

● Fatores de risco:
1. Tabagismo, obesidade, idade;
2. Sexo feminino, tipo de trabalho (trabalho insalubre), sedentarismo;
3. Estresse psicológico (como somatização), litígio trabalhista.

● Etiologia:
1. A maioria é Dor lombar não específica;
2. Cerca de 1% apenas tem Doença ameaçadora como câncer, infecção, síndrome da cauda
equina.

MEDUESPI 42 | Isabel Milanez


● História:
1. Aspectos psicológicos e sociais. (essas dores são um evento biopsicossocial, como na
fibromialgia);
2. Falha a tratamentos prévios;
3. Possibilidade de ganho secundário, via litígio
4. Fatores que sugerem doença sistêmica:
▪ Idade> 50 anos;
▪ Perda de peso inexplicável;
▪ Duração da dor > 1 mês.
▪ Dor noturna;
▪ Falha de resposta a terapias prévias (já tentou de tudo, já tomou opióide, e não
melhora);
▪ Febre, droga injetável e bacteremia prévia (pessoa que passou por procedimentos
prévios, o uso de cateter parenteral por exemplo

● Exame Físico:
1. Princípio básico: identificar achados que sugerem avaliação propedêutica adicional, seja por
exames de imagem, estudo ENMG, estudos do líquor ou outros testes.
▪ ENMG para distinguir radiculopatia de neuropatia mais distal;
▪ RNM para identificar mielopatia ou sinal sugestivo de infecção/ malignidade/
metástase;
▪ Líquor para verificar meningite, meningoencefalite...
2. Inspeção e postura: escoliose ou hipercifose
3. Palpação e percussão
4. Exame neurológico: explorar bem os dermátomos, os reflexos.
5. Atenção no EF:
▪ Checar se os achados sensitivos e/ou motores seguem (ou não), uma base
neuroanatômica.
▪ A falta de lógica neuroanatômica indica estresse psicológico. (Por exemplo, dor no
braço INTEIRO. Isso não é possível neuroanatomicamente)

DOR LOMBAR MECÂNICA DOENÇAS DA COLUNA DOENÇAS VISCERAIS


VERTEBRAL NÃO MECÂNICAS
Tensão lombar Neoplasia Órgãos pélvicos
Doenças degenerativas • Mieloma múltiplo • Prostatite
• Discos (espondilose) • Carcinoma metastático • Endometriose
• Articulações facetárias • Linfoma e leucemia • Doença inflamatória
(osteoartrite) • Tumores da medula pélvica crônica
espinhal
• Tumores retroperitoneais
Espondilolistese Infecção Doença renal
• Osteomielite • Nefrolitíase
• Discite séptica • Pielonefrite
• Abscesso paraespinhoso • Abscesso perinefrico
• Abscesso epidural
Hérnia de disco Artrite inflamatória (muitas vezes Aneurisma de aorta
associada ao HLA-B27)

MEDUESPI 42 | Isabel Milanez


• Espondilite anquilosante
• Espondilite psoriática
• Artrite reativa
• Doença inflamatória
intestinal
Estenose espinal Doença de Scheuermann Doença gastrointestinal
(osteocondrose) • Pancreatite
• Colecistite
• Úlcera penetrante
Osteoporose Doença de Paget Hérnia gordurosa do espaço
lombar
Fraturas
Doença congênita
• Cifose grave
• Escoliose grave
• Possível vértebra
transicional tipo II ou tipo
IV*
Possível espondilólise
Possível assimetria da articulação
facetária

● Diagnóstico diferencial:
1. Dor mecânica: facetas, discos, espondilolistese, estenose do canal espinal, fratura, estresse
físico na lombar...
2. Causas infecciosas, destaque para osteomielite;
3. Causas inflamatórias não infecciosas, destaque para espondiloartrites (presença do HLA-B27...)
4. Disfunções de órgãos pélvicos: endometriose, doença inflamatória intestinal...
5. Doenças renais: nefrolitíase, pielonefrite, abcesso peripélvico...
6. Doenças vasculares: aneurisma aórtico...
7. Doenças viscerais: pancreatite, colecistite...
8. Neoplasias: ovários...

A dor é do tipo ciática?


1. A dor desce em padrão dermatomérico pelo membro inferior, podendo haver somente componente
sensitivo ou sensitivo e motor.
2. Priorizar as raízes L5 e S1 ➜ pode haver reflexo aquileu (S1) abolido ou hipoativo. Não há reflexo para
avaliar L5. Há alteração sensitiva relacionada a S1, região lateral do pé. Pode haver uma fraqueza na
dorsiflexão do pé.

MEDUESPI 42 | Isabel Milanez


● Exames Complementares:
1. Cerca de 90% dos casos de dor lombar se resolvem espontaneamente;
2. Exames de imagem só após 4 a 6 semanas sem melhora, ou se há piora neurológica ou doença
sistêmica;
3. RX da coluna lombossacra em AP e P;
4. CT, RNM, ENMG;
5. Hemograma e VHS.

SACROILÍACAS
O grande diferencial das espondiloartrites (artrite da coluna vertebral) é o acometimento das articulações
sacroilíacas, mas as articulações facetarias também são acometidas.

MEDUESPI 42 | Isabel Milanez


As articulações sacroilíacas:
1. O mais importante de ter em mente são as sacroileítes, que ocorrem muito em espondiloartrites
(família de doenças, inflama a coluna vertebral e as sacroilíacas)
2. Nesse grupo de doenças, a principal é a espondilite anquilosante (é o protótipo, é a mais comum), mas
também há a espondiloartrite psoriásica, a espondiloartrite reativa (Crohn e retocolite) e a
espondiloartrite indiferenciada.
3. O acometimento costuma ser bilateral, especialmente na anquilosante, eventualmente é unilateral.
4. Dor de característica inflamatória, o paciente desperta de madrugada (rigidez matinal, mais de meia
hora, não melhora com repouso, melhora com movimento) é diferente da dor mecânica (paciente
melhora com repouso).
5. População mais jovem, menos de 45 anos, predomina no sexo masculino.
Como examinar:
• Paciente em decúbito dorsal: pressionar as espinhas ilíacas ântero-superiores (EIAS), lateralmente.
• Paciente em decúbito lateral: pressionar a pelve para baixo, se houver dor, há sacroileíte;
• Manobra de Patrick ou Manobra de FABERE (ou FABER): Não é epônimo, é acrônimo para: Flexão,
Abdução e Rotação Externa do quadril. Se o examinador fizer pressão na EIAS e no joelho enquanto o
paciente faz esse movimento, força ainda mais e há dor.

Testes laboratoriais:
• VHS e PCR: aumentados indicam doença inflamatória;
• HLA-B27: mais presente na espondilite anquilosante, que ocorre em mais de 90% dos casos (nas outras
espondilites a frequência do HLA é menor).
Radiografias:
• RX da bacia em AP é o exame mais importante para espondilite anquilosante, observa-se alargamento,
erosão, esclerose, anquilose.

MEDUESPI 42 | Isabel Milanez


• RNM: muito importante pois muitos pacientes não têm expressão no RX simples, especialmente
quando é mais inicial.

MEDUESPI 42 | Isabel Milanez


MEDUESPI 42 | Isabel Milanez

Você também pode gostar