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Tutorial 01 – 401 (Lombalgia) Vitor Bidu de Souza – MED XIV

ANATOMIA TOPOGRÁFICA E  Dobrar para frente causa compressão da


DESENVOLVIMENTO DA COLUNA porção anterior do disco e expansão da posterior. Se
 Plano sagital: o ânulo fibroso posterior estiver enfraquecido devido
lesão ou idade, a PRESSÃO exercida no disco ao se
Lordose cervical;
dobrar para frente e levantar um objeto pesado pode
Cifose torácica (entre 20 e 40 graus);
projetar o núcleo pulposo posteriormente através
Lordose lombar (entre 20 e 40 graus);
do ânulo fibroso >> hérnia de disco ("rompido" ou
Cifose sacral.
disco “deslizado”).

 A cifose faz literalmente a forma de um C,  A protuberância posterior do núcleo pulposo


enquanto a lordose é o oposto. pode causar compressão de um nervo espinhal no
ponto em que ele sai pelo forame intervertebral. Os
ANATOMIA ÓSSEA DA COLUNA locais mais comuns de hérnia de disco são L4 / L5
VERTEBRAL ou L5 / S1, que podem causar dor ciática (formado a
 33 ossos: 7 vértebras cervicais, 12 vértebras partir das raízes nervosas L4-L5-S1-S2-S3),
torácicas, 5 vértebras lombares, 5 vértebras sacrais, dormência generalizada e dor que se irradia.
todas fundidas, formando um osso único (o sacro) e 3
ossos coccígeos, formando um osso único, o cóccix.

 Vértebra tem 2 porções: anterior, o corpo


vertebral, e posterior, o arco vertebral. De cada lado,
encontra-se o processo articular, que o divide em 2
partes: a anterior, denominada pedículo, e a posterior,
chamada lâmina.

 A articulação entre os corpos vertebrais é uma


sínfise formada por 2 platôs vertebrais unidos
pelo disco intervertebral. Um disco intervertebral é
um coxim fibrocartilaginoso que preenche a lacuna
entre os corpos vertebrais adjacentes.

 Disco tem 2 partes: núcleo pulposo (central e


gelatinoso, e não possui vasos ou nervos) e anel
fibroso (periférico, composto por fibras
concêntricas);

 Os discos fornecem acolchoamento entre as


vértebras durante a sustentação do peso. O núcleo
pulposo tem alto teor de água para resistir à
compressão. Com o aumento da idade, o conteúdo
de água do núcleo pulposo diminui gradualmente.
Assim o disco fica mais fino, diminuindo um pouco a
altura total do corpo e reduz a flexibilidade e a
amplitude de movimento do disco, tornando a flexão
mais difícil.
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ASPECTOS RELEVANTES DA VÉRTEBRA


CERVICAL
 Processos articulares são horizontais; o
forame vertebral é o maior; com forames transversos
para passagem das artérias vertebrais.
 Vértebra C7 >>> proeminente, pois possui o
processo espinhoso mais longo e protuberante.
Apresenta formato específico de suas vértebras mais
altas: Atlas (C1) e Áxis (C2)

 O áxis fica centralizado na parte mais anterior


do atlas e é mantido estável pelos ligamentos alares,
que são ligamentos em forma de cruz
ASPECTOS RELEVANTES DAS
VÉRTEBRAS TORÁCICAS
 Estáveis, com um forame vertebral menor
que o cervical, processo espinhoso inclinado, e não
reto, de forma a ficar um apoiado sobre o outro.

 Apresentam facetas articulares


praticamente verticais, orientadas no plano coronal,
e fóveas costais para a inserção das costelas. A
coluna torácica consegue inclinar (plano coronal) até
45 graus para cada lado, e fletir ou estender (plano
sagital) até 45 graus. Não consegue rodar.
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ASPECTOS RELEVANTES DA VÉRTEBRA


LOMBAR ANATOMIA E DESENVOLVIMENTO DA
MEDULA ESPINHAL
 Corpo vertebral maior, forame vertebral
menor, e os processos mamilares, que são  A medula espinhal em si termina no nível de
inclinados, tanto no plano sagital, quanto coronal, T12-L1, ao que chamamos de cone medular. O cone
para permitir a articulação entre os segmentos. medular é preso ao cóccix por uma estrutura fibrosa
Consegue fletir até 60 graus, estender até 35 graus, chamada de filo terminal. As raízes nervosas, porém,
inclinar até 20 graus e rodar até 18 graus. continuam emergindo (já como segundo neurônio
motor!) abaixo do cone medular, na estrutura
conhecida como cauda equina
LOMBALGIA - INTRODUÇÃO
 Dor, sensação de tensão muscular ou
rigidez que ocorre abaixo da margem costal, mas
acima da região glútea. Pode ser acompanhada ou
não de dor em membros inferiores, denominada
ciatalgia.

 A região lombar inclui o território do grande


dorsal e de toda a musculatura abaixo dele, até a
prega glútea. Alguns definem a lombar como a região
entre o fim do gradil costal (T12) e a prega glútea.
 A lombalgia pode se irradiar para os mmii
(60% dos casos) sem se dever a um acometimento do
ANATOMIA MUSCULAR DA COLUNA nervo ciático.
VERTEBRAL
 Musculatura profunda: eretores ou extensores  A musculatura do jarrete é biarticular,
da espinha. É a musculatura mais próxima, inserida inserindo-se na bacia e no joelho, servindo para fletir
nos processos espinhosos. o joelho e estender a coluna e o quadril >>>
 Musculatura mais superficial, que lombalgia pode levar a uma contratura e
desempenha um papel extremamente importante de consequente dor da musculatura posterior da
estabilidade: o core abdominal. Composto pelos coxa.
músculos abdominais (oblíquos, transverso e reto) e
musculatura lombar (grande dorsal, serrátil posterior  Dor lombar não tem características
e os próprios eretores), este core funciona como os neurológicas >>> não pe em queimação, nem tem
anéis de um barril. sensação de parestesia, não obedece dermátomo e
não leva déficit motor ou sensitivo. É uma dor axial,
diferente da lombociatalgia que irradia pelo esqueleto
apendicular. Portanto, o lasègue é negativo, pois não
tem dor neuropática ao se distender o ciático.

 Lombalgia aguda >>> dura menos do que seis


semanas e a lombalgia crônica dura mais do que doze
semanas. Subaguda >>> entre elas.
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EPIDEMIOLOGIA níveis até o gânglio de L2 através dos ramos


comunicantes, adentrando na medula espinal.
 1% aos sete anos de idade, atingindo 21% na
adolescência (o estirão do crescimento está
diretamente relacionado ao aumento da
lombalgia) e se mantendo neste valor pela vida
adulta. 75% da população terá ao menos um episódio
de lombalgia ao longo da vida.

 Mais comum em mulheres, especialmente


gestantes (2/3) e entre 40 e 69 anos. A lombalgia
representa a 2º queixa mais frequente de atendimento
no pronto-socorro.

 Após oito semanas, cerca de 90% dos casos


evoluem para a cura, apesar de uma alta taxa de
recidiva. Fatores de risco cronicidade: clínicos,  As articulações zigapofisárias, ou facetas, são
psicológicos e ocupacionais. inervadas pelo ramo medial do nervo dorsal primário,
responsáveis pela dor facetaria. As alterações
 Do ponto de vista ocupacional, trabalhos que degenerativas das facetas articulares podem gerar
envolvem levantamento de peso superior à dor: destruição da cartilagem articular, gerando
capacidade física do operário, ou em posições dores semelhantes à osteoartrite de qualquer
especiais, favorecem o desenvolvimento de DLB. superfície articular, ou por hipertrofia facetaria
gerando compressão do ramo medial dorsal.
 Quanto ao aspecto psicológico, a histeria, a
neurose e quadros conversivos são causas
freqüentes de DLB, enquanto que a depressão é uma
complicação freqüente das lombalgias crônicas.
Fumo e obesidade estão relacionados com maior
risco para desenvolvimento de DLB. Gêmeos >>>
alto risco de desenvolver dor lombar se o par gêmeo
for portador dessa dor.

 Global Burden os Disease - a dor lombar


resulta em mais incapacidades que qualquer doença.

LOMBALGIA - ETIOLOGIA E
FISIOPATOLOGIA
 A maioria das lombalgias são de origem
muscular, ocasionadas por contraturas musculares.
Pode ter origem em uma síndrome miofascial
dolorosa ou fibromialgia.

 O disco intervertebral inervado em seu ânulo


fibroso pode ser fonte também >>> dor axial ou  MECÂNICAS: anomalias congênitas
discogênica, devido a irritação dessas terminações (espinha bífida; sacralização); degenerativas
nervosas livres por substâncias do núcleo pulposo, (espondiloartrose); síndromes discogênicas (prolapso
que com elas vem a entrar em contato por fissuras no discal) e traumatismos.
ânulo fibroso quando o disco é submetido a carga
axial constante. 
 Os discos intervertebrais e o ligamento LOMBALGIA - ANAMNESE
longitudinal têm seus impulsos dolorosos levados
pelos nervos sinovertebrais até os gânglios
simpáticos do tronco paravertebral e ascendem vários
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 Triângulo do tale + desalinhamento da


crista ilíaca (escolisose): acima de 10 graus.
Tratamento cirúrgico antecipado em casos graves.
 Usar apoio para comparar se é dismetria
de MMII

 1) Raça, idade e sexo


 2) Início da dor: quadro súbito e intenso
sugere uma hérnia discal, enquanto que
sintomatologia insidiosa sugere patologias
degenerativas.
 3) Localização da dor: difusa ou localizada
em algum segmento específico da coluna;
 4) Irradiação da dor: com ou sem trajeto 
radicular específico. A dor irradiada abaixo do
MOBILIZAÇÃO
joelho geralmente é radicular. Dor irradiada apenas
até o joelho pode estar relacionada com estruturas
próprias da coluna (articulações posteriores,
músculos e ligamentos).
 5) Ritmo da dor: dor que piora ao repouso e
melhora com o movimento sugere patologia
inflamatória como as espondiloartropatias. A dor
que piora aos movimentos e melhora pelo menos
parcialmente ao repouso sugere patologia mecânico-
degenerativa. A dor fixa, de intensidade crescente,  Flexão anterior, extensão e flexão lateral.
sem melhora, sugere patologia infecciosa ou tumoral; Na flexão anterior, observa movimento suave de
 6) Características da dor: a dor radicular reversão da lordose lombar normal. As vezes, o
costuma ser lancinante, acompanhada de parestesias. paciente mantêm a lordose e flexiona os quadris.
Já a dor psicogênica costuma ser descrita em termos
de sofrimento ou punição e não segue um trajeto  Dor na flexão 40 a 60 graus: considerada
dermatomérico específico, a dor da lombalgia originária dos elementos anteriores, como o disco,
mecânica costuma ser descrita como uma dor enquanto a dor à extensão se relaciona com os
“surda”, profunda e mal delimitada; elementos posteriores, principalmente, articulações
 7) Presença de febre e perda de peso: são facetárias.
sinais de alerta para a pesquisa de infecção e
tumores;  Dor à extensão com melhora à flexão sugere
 8) Apreciar o envolvimento psico-afetivo; estreitamento do canal lombar. Na flexão lateral, se
 9) Avaliação da situação sócio-profissional deve observar uma curva harmoniosa, que pode
com suas possíveis conseqüências no diagnóstico e estar interrompida na contratura muscular localizada.
tratamento;
 10) Avaliação dos antecedentes pessoais e  Espondilite anquilosante: coluna em bambu
familiares.
EXAME FÍSICO  Dor por extensão: espondilolistese em jovens
e estenose e artrose facetária nos idosos
INSPEÇÃO
PALPAÇÃO
 Visão posterior - desvios no plano sagital,
assimetria das cristas ilíacas, pregas glúteas e joelhos.  Crista ilíacas/espinhas ilíacas
Visão lateral - hiperlordose ou retificação da  Musculatura paravertebral: nódulos e
lordose. Atenção - pele: sinais inflamatórios, como tumoração
edema e eritema, ao trofismo muscular e à obesidade.  Nervo ciático: nádegas à região poplítea:
 Analisar escoliose/dismetria dos membros. compressões nervosas.
 Escoliose: pode ocorrer em processos álgicos MARCHA
(atitude antálgica) >>> hérnia.....
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 O exame da marcha observar atitudes


viciosas, alterações das estruturas do membro
inferior. A lesão da raiz S1 dificulta a marcha na
ponta dos pés. Já a lesão da raiz L5 dificulta a
marcha nos calcanhares.

 A lesão de L5 também pode ser investigada


pelo teste de Trendelenburg. Pede-se ao paciente
para ficar apoiado sobre apenas um pé. A queda
da bacia para o lado oposto da perna afetada revela
fraqueza dos abdutores da coxa.

 L1: associada a dor em região inguinal,


fraqueza de flexão do quadril, diminuição de
PALPAÇÃO sensação em região inguinal e pode afetar reflexo
cremastérico (tração superior do testículo por suave
 Decúbito ventral, com travesseiro sob o ABD
toque na face interna da coxa).
para diminuir a lordose lombar. Palpa-se planos
musculares, apófises espinhosas e espaços discais
buscando pontos dolorosos e alterações ósseas.  L2: a dor pode aparecer em região inguinal e
anterior da coxa, alterações sensitivas em região
EXAME OSTEOARTICULAR anterior da coxa, fraqueza muscular para flexão e
 Diferenciar problemas oriundos da coluna adução do quadril (músculo iliopsoas) e podem
lombar daqueles provenientes de outras estruturas alterar-se os reflexos cremastéricos e adutor da coxa.
articulares. ATENÇÃO: quadril e articulações
sacrilíacas. A medida do comprimento dos membros  L3: dor em região anterior da coxa e joelho,
permite identificar diferença. alterações sensitivas em região anteromedial distal de
coxa incluindo joelho, alteração de força muscular
EXAME NEUROLÓGICO para extensão do joelho e flexão e adução do quadril
 As raizes acometidas com mais frequência são (músculo quadríceps), com alteração de reflexo
as raízes L4, L5 e S1. A força de flexão da coxa é patelar e adutor da coxa.
papel da raiz L4, enquanto a dorsiflexão do pé é
função da L5. A função motora da S1 pode ser  L4: dor em região anterior de coxa e parte
examinada pela marcha nas pontas dos pés. A medial da perna, alterações sensitivas em perna
sensibilidade deve ser examinada ao longo dos medial, alteração de força muscular para extensão do
membros inferiores. joelho e flexão e adução do quadril (músculo tibial
 Quando há suspeita de síndrome da cauda anterior) e pode ocorrer alteração do reflexo patelar.
equina, deve-se investigar a sensibilidade da região
perianeal.  L5: dor em região posterolateral de coxa,
lateral de perna e medial de pé, com alterações
sensitivas em região lateral da perna, dorsal de pé e
em primeiro artelho do pé, diminuição de força
muscular para dorsiflexão de pé e artelhos, flexão de
joelho e extensão de quadril (músculo extensor longo
do hálux), sem alteração de reflexos.
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 S1: região posterior de coxa e perna e lateral quando houver dor entre 30 e 60º de extensão,
de pé, alterações sensitivas posterolateral de perna e indicando compressão radicular L5 ou S1.
lateral do pé, com diminuição de força muscular para
flexão plantar de pé e artelhos, flexão de joelho e
extensão do quadril (músculo tríceps sural), além de
alteração de reflexo aquileu.

TESTE DO ESTIRAMENTO FEMORAL


 Decúbito ventral e o joelho fletido, a coxa é
elevada acima da cama. A presença de dor na região
anterior da coxa sugere compressão radicular L2 ou
L3 e a dor na face medial da perna sugere
envolvimento da raiz L4.

TESTE DE BABINSKI
 Ocorre quando o dedo grande do pé se
movimenta em direção à parte superior do pé e os
outros dedos do pé abrem para fora após a planta
do pé ter sido pousada com firmeza. Este reflexo
ou sinal é normal em crianças pequenas, mas anormal
após os 2 anos de idade.

 Teste de elevação do MMI com joelho com


completa extensão
 Musculo

Estiramento nervo femural (raiz L2 e L3): deitar faz


flexão máxima do joelho

SINAL DE LASÊGUE
TESTE DE PATRICK
 Aplica-se as raízes baixas do ciático: avalia de
L4 a S1. Dor irradiada pela região posterior da
coxa, sem característica neuropática, não é um
teste positivo; deve-se somente a contratura
muscular. A dor tem de ser neuropática.
 Decúbito dorsal, eleva-se o membro,
mantendo o joelho estendido. O teste é positivo
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 Diferenciar patologias do quadril e patologias


da sacroilíaca.

 Paciente em decúbito dorsal e fazendo a


forma de 4 com a perna (o quadril a ser
examinado abduzido, fletido e rodado
externo, com o tornozelo apoiado sobre o
joelho contralateral), faz-se pressão contra o
joelho do lado avaliado e a crista ilíaca
contralateral, em direção à maca.

 No teste positivo para doenças do quadril


(coxartrose), irá doer na região inguinal do
lado do joelho pressionando; quando há
sacroileíte, a dor ocorre apenas na região
sacral da crista ilíaca pressionada.
 FABRE, posição em que é feito: Flexão,
Abdução, Rotação Externa.

TESTE DE YEOMAN

 Específico para sacroileíte. Com o paciente


em decúbito ventral, estabiliza-se a pelve
contra a maca e se faz a extensão de um dos  Início gradual; idade < 20 ou > 50; Dorsalgia
quadris, para se avaliar a sacroilíaca associada; duração > 6 semanas; história de trauma;
ipsilateral. Em caso de dor na região sacral, o febre, calafrios e suor noturno; perda de peso; piora
com o repouso; analgesia ineficaz; história de
teste é considerado positivo para sacroileíte.
neoplasia; imunossupressão; procedimentos –
bacteremia; uso de drogas EV; hipotensão; palidez;
hipertensão extrema; massa abdominal pulsátil;
sensibilidade das apófises espinhosas; sinais
neurológicos focais; retenção urinária aguda.
 Dor refratária após 30 dias de tratamento é
sinal de alarme.
YELLOW FLAGS
RED FLAGS LOMBALGIA
 Recuperação lenta que pode resultar de
fatores psicossociais não detectados ou não
relevantes; Culpabilização de determinadas tarefas e
atividades; Aversão ao trabalho.

 Dor discal – dor lombar baixa que se


exacerba com a posição ereta mantida e,
principalmente, sentada, podendo piorar com a flexão
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(Dor axial), acometendo pacientes mais jovens, entre
a terceira e quintas décadas de vida;
 Dor facetaria – piora com movimentos de
extensão. Normalmente acomete pacientes com
idades mais avançadas, da sexta década em diante.
 Dores relacionadas com neoplasias – as
dores noturnas ou que não melhoram com repouso
devem alertar para neoplasias.
INESTIGAÇÃO

 AP (anteroposterior):

 Nas linhas amarelas tracejadas, o alinhamento


coronal da coluna (desvio de até 10°).
 Nos círculos verdes, os processos transversos
>> “olhos de coruja”. O apagamento de um
deles (coruja caolha) indica tumor.
 No triângulo vermelho, temos o processo
espinhoso (o “bico da coruja”), cujo
RAIO X apagamento também indica tumor.

 Radiografia em perfil:

 As linhas amarelas tracejadas indicam, da


esquerda para a direita:
 • O alinhamento anterior dos corpos
vertebrais;
 • O alinhamento posterior dos corpos
vertebrais;
 • O alinhamento dos processos espinhosos.

 Entre a segunda e a terceira linhas, observa-se


os processos transversos, a pars interarticularis
(seta amarela) e os processos espinhosos. Uma
 1º etapa da investigação radiológica. Quando
alteração da pars interarticularis pode indicar
existe suspeita de instabilidade, raiox em flexão e
espondilólise. Ao mesmo tempo, também é possível
extensão são indicadas. Alterações degenerativas
ver destruição por ação tumoral, tanto nos processos
presentes ao RX, como vértebras transicionais,
posteriores, como no corpo vertebral.
espinha bífida, nódulos de Schmorl, artrose facetária,
discopatia e escoliose leve, ocorrem com freqüência
 A linha vermelha tracejada indica a relação
na população assintomática.
entre L5 e S1. Este é o principal nível afetado pela
espondilolistese; nesta doença, a vértebra L5
 MODOS: decúbito dorsal e ortostatismo; no
escorrega sobre a S1 e é possível medir a
decúbito dorsal, curvas sagitais e coronais são
porcentagem de escorregamento por meio da
reduzidas e não se podem observar os efeitos da
radiografia de perfil da coluna.
gravidade na coluna.
 A seta azul roxa de duas pontas indica o
tamanho do corpo vertebral, que pode estar afetado
por fraturas.
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 A seta azul aponta para a esclerose  Artrose, se houver sintomas meramente


subcondral, característica do processo de mecânicos (isso não exclui a possibilidade de
envelhecimento e artrose vertebral. lombalgia mecânica musculo ligamentar em
idosos!)
 As setas vermelhas apontam para a
osteofitose, também do processo reativo degenerativo
e que pode comprimir o canal vertebral ou a saída de
raízes nervosas.

 Os quadrados azuis indicam os espaços


discais. Você vê como o espaço de T12-L1 está
menor que o de L1-L2, que também está menor que
os outros mais inferiores.
TC
 Imagens coronais e sagitais. Melhor para
arquitetura óssea. Os limites do canal medular são
bem visualizados com o corpo vertebral e o disco SÍNDROMES CLÍNICAS
anteriormente, e o arco posterior, as articulações
facetárias e o ligamento amarelo posteriormente.
Ruim para disco e medula espinha

 Disco intervertebral - opacificidade


homogênea e densidade de 60 a 100 (UH). Seu
bordo posterior é côncavo na parte alta da coluna
lombar, tornando-se retilíneo ou mesmo convexo nos
segmentos inferiores.
 Não consegue ser definida em até 80% dos
casos, e nem nas crônicas essa definição é tão clara.
 O saco dural apresenta-se como uma
A maioria das lombalgias são de origem muscular -
superfície homogênea bem limitada, envolto pela
contraturas musculares.
gordura epidural hipodensa. As raízes nervosas são
visualizadas anteriormente ao saco dural. LOMBALGIA MECÂNICA COMUM
 Dor lombar baixa, normalmente unilateral, às
 A visualização de lesões dos tecidos moles é vezes central, irradiando-se para a região sacral e
inferior a da RNM. A TC não permite a visualização nádegas. Ocorre após um esforço físico maior ou
de lesões intra-durais sem a injeção de contraste esforços repetidos em posições de estresse para a
intra-tecal, expõe o paciente à radiação e não permite coluna. A LOMBALGIA MECÂNICA COMUM
exame dinâmico ou em ortostase. É A FORMA MAIS FREQÜENTE DE DLB >>>
CORRELAÇÕES 90% DOS CASOS (SEM IRRADIAÇÃO). Não faz
RNM.
 Se o Lasègue é positivo, trata-se de
compressão radicular. Em pacientes jovens, isso é
uma hérnia discal; em pacientes idosos, deve se tratar
de metástase.
 Se a dor é pior à noite e melhora quando anda
>>> caráter inflamatório.
 Se não há características de compressão
radicular ou dor inflamatória e o paciente é jovem,
trata-se de uma lombalgia mecânica.
 IDOSOS:

 Metástase óssea, se houver sinais


consumptivos, associado ou não a compressão
radicular;
 Estenose lombar, se a dor piorar ao caminhar
(com Lasègue negativo!).
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TRATAMENTO GERAL
 Repouso no máximo 3 ou 4 dias. Atv física:
flexão, extensão, alongamento, aeróbico e
fortalecimento muscular podem ser utilizados>>
fortalecimento do core.
 Miorrelaxantes (carisoprodol, ciclobenzapina
 Repouso relativo: decúbito supino, joelhos – ação central e tiocolchicosídeo): utilizados quando
fletidos e pés apoiados sobre o leito e/ou com existe espasmo muscular, em associação aos AINH.
flexão das pernas num ângulo de 90º com as coxas Para crises agudas.
e, um mesmo ângulo destas com a bacia, objetivando  Cuidado para ação central: risco de queda em
a retificação da coluna lombar (posição de idosos, perda de atenção
Zassirchon). Reduz a pressão sobre os discos  Carisoprodol (não tem efeito central)
intervertebrais e a musculatura paravertebral lombar. +paracetamol + cafeína
 Gelo: diminui o edema, a dor e o espasmo.
 Antidepressivos: os antidepressivos triciclos
Calor: fase crônica. Produz analgesia, melhora a
têm sido utilizados em doses baixas (10 a 25 mg de
rigidez. Calor superficial (infravermelho,
amitriptilina). São particularmente úteis quando há
compressas) ou profundo (ultrassom).
distúrbio do sono, porém o início de ação é lento,
devendo ser utilizados por períodos prolongados
 Estimulação elétrica transcutânea: estimula as em portadores de lombalgia crônica.
fibras alfaA de baixo limiar, o que inibe os impulsos
nociceptivos das pequenas fibras C e alfa· D.
 Anticonvulsivantes: indicados principalmente
para dor neuropática, temos a gabapentina e a pré-
 Analgésicos: a maioria dos pacientes se gabalina (modulam a neurotransmissão aumentada).
beneficia do uso de analgésicos comuns não Melhor quando associados aos opioides.
narcóticos, como o paracetamol. O uso de
analgésicos narcóticos, como a codeína, está
 As injeções locais de anestésicos e
reservado aos casos mais graves, particularmente
corticosteroides têm sido indicadas em casos de dor
na hérnia discal, e por curtos períodos.
localizada em pontos gatilho musculares ou
ligamentares.
 Paracetamol (anilina): Baixo custo/Rápida
absorção oral/ 500-1000mg 8/8h ou 4000mg/dia.

 AINH (naproxeno): utilizados isoladamente


ou com os analgésicos. Risco ou à presença de
efeitos colaterais, sobretudo gastrointestinais e
renais. Avaliar risco renal (paciente hipertenso não é
bom tomar)
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 Lombalgia em crianças: ½ deve-se a


espondilólise. Dor axial que piora com extensão e
melhora com flexão. Exame físico: retificação
lombar (especialmente quando já ocorreu a
espondilolistese), dor à palpação da faceta articular e
encurtamento dos isquiotibiais (contratura muscular).
Teste: pct em apoio monopodálico faz a extensão da
coluna >>> gera dor.

 Forma adquirida - fratura do pars


ESPONDILOLISTESE E ESPONDILÓLISE interarticularis (espondilólise), + em crianças a partir
dos 5 a 7 anos de idade. Esta forma de
espondilolistese tem forte fator hereditário. Mas,
esta fratura pode ocorrer após um trauma grave.

 Espondilolistese degenerativa - resulta de


uma instabilidade crônica de um segmento da coluna
lombar. É 6 vezes mais frequente nas mulheres e sua
incidência aumenta após a 4° década de vida.

 Espondilolistese com ou sem espondilólise é


uma observação radiológica comum em portadores
 Espondilolistese: deslizamento parcial ou de lombalgia com dor principalmente à extensão da
total de uma vértebra sobre a outra. Ocorre + no nível coluna.
L5-S1. Ocorre compressão medular.
 Espondilólise: fratura do pars interarticularis  A gravidade da situação é medida através do
(articulação entre duas vértebras, existindo um par de grau da listese. Um escorregamento de até 25%
cada lado). A espondilolistese pode ser classificada representa o grau I, de 25 a 50% grau II. Raio x
em: congênita, adquirida, traumática, iatrogênica, diagnostica 80% dos casos. A cintilografia é o
patológica e degenerativa. melhor, depois RNM. TC é boa para definir a
anatomia da lesão.
 Tipo + comum: ístmica >> lesão na porção
interarticular, que pode estar fraturada (espondilólise)  Raio x oblíqua: sinal do Scotty Dog: a seta
ou alongada. Acredita-se que seja decorrente de está apontando para o que parece ser a forma de um
múltiplos processos de microfraturas e consolidações, cachorro, criada pela posição da pars. A cabeça seria
que alteram a morfologia das vértebras, tornando-a a faceta superior, e a parte anterior do corpo, a
mais alongada (hiperextensão em ginastas e faceta inferior; quando a cabeça se separa do corpo,
halterofilistas). Pode ser por defeito anatômico. como se o cachorro estivesse de coleira, temos a
fratura da pars (indicada pela seta).

 Tratamento conservador: suficiente. Casos


 Forma congênita - processos articulares
graves/dor intratável/manifestações neurológicas:
displásicos ou outras alterações anatômicas que se
fusão vertebral.
tornam instáveis, permitindo o desligamento.
Tutorial 01 – 401 (Lombalgia) Vitor Bidu de Souza – MED XIV
tardiamente. O diagnóstico precoce pode ser feito
pelo mapeamento ósseo ou pela RNM. A
velocidade de hemossedimentação está
consistentemente alterada .

 O tratamento é sempre conservador no


início: repouso no leito e antibioticoterapia.
Monitoramento: dor, espasmo muscular e velocidade
de hemossedimentação. Cirurgia: casos com
comprometimento neurológico ou resistentes ao
tratamento antibiótico.
OSTEOARTROSE E DISCOPATIA
 As alterações de disco e facetas são  Discite infecciosa: infecção de bom
extremamente comuns. A maioria dos pacientes prognóstico quando ocorre na infância. No adulto a
portadores de osteoartrite radiológica são discite infecciosa costuma ser iatrogênica e grave.
assintomáticos. Sintomas: dor mecânica, podendo Esta forma de complicação pode ocorrer após
ser observado um grau de rigidez matinal – qualquer procedimento que aborde o disco
doenças reumatológicas+ formigamento, dormência intervertebral. Sintoma: dor intensa sem fatores de
ou perda de sensibilidade. Trat: analgésico e AINH. melhora, que piora com qualquer tentativa de
mobilização. Diagnóstico: RNM. Tratamento:
 Passíveis de tratamento conservador - antibiótico - agente infeccioso isolado.
discopatias posterolaterais e as anteriores, com ou
sem comprometimento radicular, e as osteoartrites  Tuberculose: afeta a coluna secundariamente
uncovertebrais e interapofisárias. A abordagem a um foco primário, em geral pulmonar >>>
conservadora não está indicada para artroses com lombalgia + gibosidade (convexidade em qualquer
comprometimento medular (indicação cirúrgica). superfície; proeminência, saliência) , porém pode ser
INFECÇÕES DA COLUNA insidioso, levando meses ou anos para o diagnóstico.

 Estruturas acometidas: região peri-discal,


região central do corpo vertebral e região anterior da
vértebra, freqüentemente associadas a abcesso em
psoas. O disco só costuma ser acometido
tardiamente na evolução do processo. As
alterações vertebrais podem levar a deformidades e,
quando ocorre colapso da vértebra, pode se
desenvolver paraplegia.

 O tratamento da fase ativa da doença é


conservador, com quimioterapia antituberculosa. A
 Dor persistente, presente no repouso e
má resposta terapêutica, a presença de abscessos
piorando aos movimentos, associada ou não à febre.
ou a progressão de sintomas neurológicos indicam
Os quadros bacterianos costumam ser agudos. Exame
tratamento cirúrgico para debridamento. Na
físico: diminuição da mobilidade, espasmo muscular
infância, recomenda-se a artrodese posterior para
e dor à percussão local. Febre em 50% dos casos.
impedir a progressão da cifose.
 Principal agente da osteomielite vertebral:
Staphylococcus aureus. A infecção da vértebra  A brucelose (infecção bacteriana), rara em
ocorre por disseminação hematogênica de outro nosso meio, é observada principalmente em
foco, geralmente geniturinário, cutâneo ou trabalhadores que manipulam carne e derivados.
respiratório. O disco intervertebral costuma ser TUMORES DA COLUNA
atingido secundariamente à infecção vertebral. Nos
idosos ou imunossuprimidos, germes Gram-negativos
também costumam ser encontrados.

 Radiografia: revela presença de osteopenia


localizada, mas as lesões radiológicas aparecem
Tutorial 01 – 401 (Lombalgia) Vitor Bidu de Souza – MED XIV
esclerótico. O tratamento é cirúrgico com retirada do
nidus e da área esclerótica ao redor. A retirada
incompleta pode favorecer a recidiva. Raramente, o
osteoma osteóide evolui para cura espontânea.

 Raros: diag com alta suspeita. Sintomas: dor  Outros tumores benignos: osteoblastoma,
persistente e progressiva na intensidade como 1º osteocordoma, tumor de células gigantes, cisto ósseo
sintomas. Os tumores benignos da coluna geralmente aneurismático e granuloma eosinofílico.
produzem dor localizada, enquanto que as
neoplasias malignas produzem dor mais difusa.  As metástases são 25 vezes mais freqüentes
que os tumores primários na coluna: mama, pulmão,
 T benignos: arco posterior da vértebra próstata, rim, tireóide, bexiga e cólon.
 T malignos: corpo vertebral.
 A radiografia pode revelar lesões osteolíticas
 T benigno mais comum na coluna lombar é o (tumores de rim e tireóide), osteoblásticas (tumores
hemangioma. Trata-se de uma lesão geralmente de cólon) ou mistas (tumores de mama, pulmão,
assintomática encontrada em cerca de 10% da próstata e bexiga).
população .
 O MM e sua forma localizada – o
plasmocitoma – são os tumores malignos mais
frequentes na coluna. Ocorre preferencialmente nos
pacientes com mais de 50 anos de idade.

 A presença de lombalgia é o sintoma inicial


em 35% dos casos + sintomas sistêmicos: púrpura,
artralgias e hipercalcemia. A radiografia demonstra
áreas de osteólise sem esclerose reativa, poupando os
elementos posteriores.

 O plasmocitoma isolado pode ter inúmeros


aspectos radiológicos diferentes. Ao contrário da
maioria das lesões de origem tumoral, a cintilografia
é negativa para MM. O tratamento é quimioterápico.
Cirurgia para casos de compressão nervosa.

 O osteoma osteóide ocorre em adultos  Condrossarcoma, cordoma e linfoma são


jovens. A dor piora tipicamente à noite e melhora outros tumores malignos. Finalmente, existem ainda
com doses baixas de antiinflamatórios não- os tumores intra-durais, que podem levar a quadros
hormonais. Quadro sugestivo: escoliose de início neurológicos variados como o neurofibroma,
recente associada a espasmo muscular em um meningioma, ependimoma e astrocitoma.
paciente jovem. Dor + intensa à noite. A radiologia DOENÇAS INFLAMATÓRIAS
tem aspecto característico de nidus radioluscente
rodeado de uma área bem definida de osso
Tutorial 01 – 401 (Lombalgia) Vitor Bidu de Souza – MED XIV

 As espondiloartropatias levam a lombalgia


tipicamente inflamatória. Os pct relatam rigidez
matinal importante com mais de 1 hora de duração.
Dor noturna pode está presente.

 Doenças: espondilite anquilosante, síndrome


de Reiter, artrite psoriásica e artropatia enteropática
(relacionada à doença de Crohn e RCU).

 Portadores de espondiloartropatias
tipicamente apresentam elevação da velocidade de
hemossedimentação associada à sacroileíte
precoce.

 O diagnóstico de polimialgia reumática


também deve ser lembrado nos pacientes idosos com
aumento do VHS e lombalgia. Trata-se de pct com
quadros poliálgicos afetando + as cinturas pélvicas e
escapulares. A resposta a doses baixas de prednisona
auxiliam o diagnóstico.

ESPONDILITE ANQUILOSANTE

 Espondilite anquilosante: torna a coluna


vertebral mais rígida. marcação de cinco
centímetros abaixo da vértebra L5 e dez
centímetros acima. Pede-se que o paciente
faça uma flexão e se mede a distância entre os
pontos, que deve ser maior do que 21cm.
 Entesite – inflamação dos pontos de inserção
dos ligamentos e tendões. Acomete + a coluna, com  Teste de Volkmann: compressão
caráter ascendente (sacroileíte para cima). concomitante das cristas ilíacas anterossuperiores
 Homens jovens antígeno e associada ao HLA com o pct em decúbito dorsal >>> gera dor.
– B27 >>> 5% dos casos de lombalgia crônica.  Teste de Flesche: calcanhares e nádegas na
 Ocorre a inflamação da êntese e erosão do parede, mede-se a distância occpital-parede.
osso subcondral >>> neoformação óessea >>>
protuberância (sindesmófito) >>> união >>>
anquilosante (fusão vertebral) >>> coluna rígida em
cifose.
 CLÍNICA: Dor lombar crônica + rigidez
matinal aliviada por atv física e precipitada por
frio e repouso. Começa no interglúteo, podendo
irradiar. Tem hipersensibilidade óssea e rigidez da
coluna: frágil e pouca mobilidade (risco de
fraturas). É pior ao repouso e à noite, melhor com
os movimentos, provocando rigidez de progressão
caudo-cefálica.
Tutorial 01 – 401 (Lombalgia) Vitor Bidu de Souza – MED XIV
Tratamento: analgesia, repouso e tratamento
específico da doença de base.
FIBROMIALGIA
 Quadro poliálgico, articular e muscular
acompanhado de sono não reparador, cefaleia e
fadiga persistentes. A lombalgia é uma queixa
comum entre os pacientes fibromiálgicos. Presença
de dor em uma série de pontos preestabelecidos para
o seu diagnóstico. Tratamento inclui antidepressivos
tricíclicos e exercícios.
DOR DISCOGÊNICA
 DIAGNÓSTICO: Critérios de Asas:
 Maior parte das lombalgias: origem nos
 Sacroileíte diag por imagem (inicial: raio x discos intervertebrais >> microrrupturas no interior
de quadril) + 1 ou mais critérios para EA do espaço discal e alterações na matriz do disco e nas
ou HLA B27 positivio + 2 ou maiscritérios placas vertebrais adjacentes.
para EA  39% das lombalgias crônicas tem origem
discogênica, em 20% dos pct, nenhum sítio
anatômico pode ser identificado.
 Nos discos saudáveis, a inervação do disco
permanece de 2 a 3 mm da lamela externa do ânulo
fibroso, com a degeneração discal, a fissura anular
perde sua pressão interna, permitindo que por essa
fissura ocorra uma neovascularização e uma nova
inervação no interior.

 A inervação responde aos estímulos


mecânicos de maneira dolorosa, com a liberação de
mediadores inflamatórios e formação de tecido de
 TRATAMENTO: Fisioterapia, AINE, granulação >>> mecanismo de dor lombar crônica
neutralizador do TNF-alfa (inflixmab). Evitar o (difusa, mal definida e de caráter insidioso). Piora
corticoide sistêmico. com a flexão do tronco, quando o indivíduo está
sentado, mas alivia em repouso ou com a extensão do
FRATURAS PATOLÓGICAS DAS tronco.
VÉRTEBRAS
 Desmineralização óssea vertebral gera  Discografia é um método invasivo com boa
fraturas espontâneas ou após trauma mínimo. A sensibilidade: a dor é reproduzida pela discografia do
osteoporose é a principal causa, particularmente em nível correto + detecção de rupturas anulares pelo
mulheres na pós-menopausa. Outras: osteomalácia e extravasamento do contraste. Desvantagens: método
o hiperparatireoidismo + doença de Paget, a invasivo com injeção de contraste e possíveis
sarcoidose e inúmeras doenças hematológicas. complicações (alergia ao contraste, abscesso e
perfuração dural).
 A maioria dos pacientes apresenta dor súbita
e intensa, localizada no segmento afetado. Melhora  A RM, não invasiva, fornece informações
com repouso e piora mesmo aos pequenos quando há suspeita de dor lombar crônica de origem
movimentos. O quadro evolui com melhora discogênica. Interior do disco afetado com baixo
progressiva após 2 a 3 meses. sinal na ponderação T2, zona de alta intensidade e
alterações de sinal nos platôs vertebrais.
 Observa-se dor à palpação local com
espasmo muscular reativo. A investigação
laboratorial deve incluir a pesquisa do metabolismo
do Ca e vit D, fosfatase alcalina (muito aumentada na
doença de Paget), estudo hemato. Exame
radiológico : auxilia no diagnóstico da
osteoporose/alterações típicas da doença de Paget.
Tutorial 01 – 401 (Lombalgia) Vitor Bidu de Souza – MED XIV
radiculalgia costuma aparecer cerca de 10 anos após
os primeiros episódios de lombalgia. A maioria das
hérnias de disco ocorre na região superior da parte
posterolateral do disco.
FISIOPATOLOGIA
 DISFUNÇÃO: 15 – 45 anos. Roturas do
ânulo: estrutura se desfaz e >>> abaulamento,
 A presença de “discos pretos” na ponderação protrusão e herniação. A maioria das hérnias são
T2 da RM corresponde a alterações degenerativas reabsorvidas, enquanto abaulamento e protusão
discais. Zona de alta intensidade >>> representada raramente regridem.
por um trecho de alta intensidade cercado por um
halo de baixo sinal na ponderação T2 na região  INSTABILIDADE: 35 – 70 anos.
posterior de um disco intervertebral (inflamação Rompimento do anel fibroso do disco >>>
devido perda da integridade do ânulo fibroso). reabsorção >>> degeneração articular. Fase mais
ALTERAÇÕES DE SINAL DO PLATÔ sintomática.
VERTEBRAL (MODIC)
 ESTABILIZAÇÃO: >60 anos. Disco perde
 Tipo I: Fase inflamatória, representada pelo capacidade de absorver impacto e de estabilizar.
baixo sinal em T1 e alto sinal em T2, denotando Resposta: osteoartrose (esclerose subcondral, perda
inflamação do tecido fibroso. de osso trabecular e osteofitose reativa, com a
 Tipo II: Também denominado fase da intenção de estabilizar o segmento afetado).
deposição de gordura. Ocorre depósito de células de
gordura nos platôs vertebrais e regiões adjacentes,
 Dor: mais axial do que irradiada e bem
representadas por alto sinal em T1 e sinal alto ou
menos intensa do que a herniação; contudo, há um
moderado em T2.
maior risco de estenose do canal pela osteofitose e
 Tipo III: Ocorre esclerose do osso adjacente
reação da pars interarticularis à instabilidade do
ao platô vertebral, demonstrado pelo baixo sinal em
segmento.
T1 e T2.

 Alterações de Modic I e II: lombalgia crônica


e pouco encontradas em pacientes assintomáticos.
Alterações de Modic I: + dor lombar crônica que as
demais por conta da sua característica inflamatória,
caracterizando um sinal de alta sensibilidade e baixa
especificidade.
HÉRNIA DISCAL
 Deslocamento do
núcleo pulposo (colágeno II CLÍNICA
+ proteoglicanos) além dos
 Lombalgia, lombociatalgia, ciática isolada e
limites do anel fibroso
síndrome da cauda equina. O início é marcado por
(colágeno I). O núcleo
episódios de dor lombar isolada (axial – origem
herniado pode permanecer
mecânica/radicular – irradiada pelo trajeto da raiz
sob o ligamento comum
comprimida e tem caraterísticas neuropáticas:
posterior, migrar em
queimação, dormências e alterações de função
direção cefálica ou caudal,
muscular e sensitiva), anterior ao aparecimento da
ou ainda romper o
dor irradiada para um ou ambos os mmii.
ligamento, quando é
chamada de hérnia extraligamentar. A hérnia é dita
exclusa quando ocorre uma solução de continuidade  Dor: aumenta após atv física ou tempo
do núcleo. Pico de idade: 30 – 50 anos (H>M 3x). sentado e alivia em decúbito lateral na posição de
semi-Fowler. ATENÇÃO: perda de força muscular
ou cauda equina exigem trat cirúrgico urgente.
 Manifestação comum da doença degenerativa
discal e tem pico de incidência entre a 3º e a 4º
década de vida. A maioria das condições de hérnia
ocorre entre L4 e L5, seguida por L5-S1. A
Tutorial 01 – 401 (Lombalgia) Vitor Bidu de Souza – MED XIV

SÍN DR OME DA CAUD A EQUINA: AN ESTESIA EM SELA  Hérnias protusas: abaulamento no disco
(REGI ÃO INTE RN A DA CO XA PE RÍ NE O E PERIA NAL) + intervertebral sem a ruptura completa do
P ERD A DE C ON TR OLE DE ESF ÍN CTER ES DFINEM BEM.
ânulo fibroso.
ORD EM DECRESC EN TE DE FR EQUÊNC IA : LOMBALGIA;
D OR ES NAS PERNA S; P ARESTESIA P ER IAN AL;
 Hérnias extrusas: extravasamento do
D ISFU NÇÃ O DA BEXIGA (BEX IGA N EUR OGÊN IC A E conteúdo discal pelo ânulo fibroso para o
INCONTIN ÊN CIA POR TR ANSBORD AM EN TO); interior do canal vertebral, mas mantendo
IM POTÊNC IA ; PERDA SEN SORIMOTORA D OS MEM BR OS
INF ER IORES.
contato com o núcleo pulposo do espaço
intervertebral.
FA ZER TOQUE R ETAL E AVA LIAR TÔN US
ESF IN CTER IA NO >>> COMP ROVAD O >>> CIR URGIA EM
 Hérnias sequestradas: o fragmento herniário
A TÉ 48H PAR A BOM PROGN ÓSTICO. extravasa formando um fragmento livre sem
 Exacerbação: alongar, tossir ou espirrar. contato com o núcleo pulposo remanescente
Fraqueza e parestesia são transitórias e respeitam um (perde contato com o disco original).
trajeto determinado pelo dermátomo e pelo miótomo
correspondentes à raiz comprimida pela herniação.
Lasegue postivo. DOR: pontada, queimação, cãibras
ou disestesia.

 Ciática clássica: segue o dermátomo


correspondente à raiz comprimida da lombar até o pé.
Uma ciática de S1 estende-se da região glútea pela  fraqueza motora nos níveis abaixo da
região posterior da coxa, panturrilha e parte compressão e disfunção dos esfíncteres >> retenção
lateral da planta do pé, enquanto a ciática de L5 ou incontinência fecal e urinária.
corresponde à face lateral da coxa, perna e dorso EXAME FÍSICO
do pé.
 Atitude antálgica, com contratura
paravertebral importante do lado da hérnia e mesmo
 As raízes mais altas não produzem dores que diminuição da lordose lombar fisiológica. Os
se estendem até os pés >>> diag diferencial com movimentos da coluna estão limitados.
doenças do quadril. O edema e a congestão da raiz
TB gera sintomas. Marcha: claudicação com escoliose antálgica
AT ENÇÃO! A S DO RE S POD EM SER CARACTE RI ZADA S
COMO PO NTA DA, QU EIMAÇÃO , CÃI BRAS OU DI SE ST ESIA E
SÃO EX ACERBA DA S PEL OS ATOS DE TO SSIR, ESPI RRAR,  Marcha de Trendelemburg (devido à
PERMA NE CE R SEN TAD O OU CA RREG AR PE SO compressão grave da raiz de L5 >>> fraqueza
abdutora): pct fica em pé sobre uma perna. + se
CLASSIFICAÇÕES houver queda da pelve sobre o lado sem apoio. Indica
 LOCALIZAÇÃO: central (comprime o fraqueza ou inatividade dos músculos glúteos.
canal/dor axial/transeunte – raiz de baixo), recesso
lateral (igual a central), foraminal (raiz emergente –
mesmo nível/comprime diretamente o gânglio da raiz
dorsal: + dor que a posterolateral) e extraforaminal.
Forminal – a pior/cirurgia

 Marcha com pé caído (devido à paresia


extensora do pé por compressão das raízes L4 e L5)
ou marcha de base alargada (pernas projetadas para
 MORFOLOGIA: frente e para o lado)>>> compressão mais superior.

 Disco degenerado: desidratação discal.


Tutorial 01 – 401 (Lombalgia) Vitor Bidu de Souza – MED XIV

TESTE DE SPURLING

 O pct pode andar com o tronco curvado para


frente e a mão nas costas. O sinal de Lasègue é
positivo.

 Força motora: 0 – ausência de contração  Ao se comprimir o crânio axialmente,


muscular/ 1 – contração visível, movimentação reproduzem-se os sintomas de compressão
ausente/ 2 – capaz de mover, mas não vence a força radicular. Isso pode ser feito em posição neutra, ou
da gravidade/ 3 – vence a força da gravidade, mas é com sensibilização, associando-se extensão, rotação e
incapaz de vencer resistência 4 – vence a resistência, inclinação para o lado testado. Segunda fase:
mas abaixo do normal 5 – força normal distração; após a compressão e reprodução dos
sintomas, traciona-se a cabeça para cima, apoiando-
Os níveis lombares podem ser testados de L2 a S1: se as mãos na mandíbula, o que alivia os sintomas.

 O teste da elevação do mmii em extensão é


provocativo, realizado com pct em decúbito dorsal
>>> eleva o mmii segurando pelo calcanhar com o EXAMES DE IMAGEM
joelho estendido. É considerado + se a dor ciática
for reproduzida entre 35 e 70° de elevação.  Lombo-ciatalgia com topografia radicular
típica afetando um membro, sem sinais de doença
 Útil para detectar compressões das raízes sistêmica subjacente >>> tratar
de L4, L5 e S1, e sua + é indicativa de compressão  Pesquisa da velocidade de
radicular em 90% dos casos. Deve ser realizado hemossedimentação e o RX da coluna lombar são
bilateralmente; suficientes >>> afastar TIT: Tumor, Infecção,
Trauma
AT ENÇÃO : SE A ELEV AÇÃO DO ME MBRO
CONT RA LAT ERAL REPRO DU ZIR A DOR NO MEMBRO
IN FE RI OR IPSI LAT ERAL , É SIN AL PA TO GNO MÔNI CO D E TOMOGRAFIA
HÉ RN IA DISCA L, PROV AVE LMENT E LOCALI ZADO NA
AXI LA DA RAIZ NE RV OSA.

TESTE DE HOOVER
 Decúbito dorsal: membros esticados, apoiam-
se os calcanhares sobre as palmas das mãos do
examinador e se pede que o paciente tente erguer,
sem dobrar o joelho, uma das pernas (avalia reto
femoral, portanto, o quadríceps).

 No paciente com verdadeira perda de força


motora, o esforço feito o levará a comprimir a mão  Fratura na seta amarela na janela de partes
do examinador do lado não examinado, enquanto ósseas: esclerose (área mais esbranquiçada), o que
tenta elevar a perna contralateral. indica mais uma doença óssea, do que uma fratura
por trauma. Pouco indica para hérnia.
 Pacientes que estão simulando, porém, não
saberão que esta é uma reação automática do  Janela de partes moles: osso está muito mais
organismo e, portanto, não farão a compressão do esbranquiçado, o que denota uma infecção ou tumor.
lado supostamente saudável.
Tutorial 01 – 401 (Lombalgia) Vitor Bidu de Souza – MED XIV
Pequenos pontos brilhantes dentro do corpo
vertebral; provavelmente, são hemangiomas.

RNM >>> PADRÃO OURO

QUANDO SOLICITAR: Dor refratária ao


tratamento conservador com mais de um mês de
duração (diagnóstico diferencial de outras patologias
compressivas + planejamento cirúrgico). Avaliação
diagnóstica da suspeita de TIT: Tumor, Infecção ou
Trauma. Geralmente é um exame mais detalhado,
após a radiografia inicial.
 Modic é um termo que se refere a
alterações patológicas na coluna que ocorrem
em vértebras adjacentes a discos intervertebrais
que passaram por um processo degenerativo.

 Modic tipo I - alteração aguda, devido ao


processo degenerativo, com fissura da placa terminal
e tecido fibroso e vascularizado na medula óssea.
Com isso, o sinal fica hiperintenso em T2
(brilhante) e hipointenso em T1 (escuro). As
vértebras adjacentes ao disco vertebral
danificado apresentam alterações na forma e
edema. Há o começo de um processo
inflamatório decorrente da degeneração discal e
óssea. Esse é o tipo mais doloroso, devido a
instabilidade local (micromovimento entre as
vértebras);

 Modic tipo II - processo já crônico, com


 Ponderação T2 (partes moles): tudo que tem substituição deste tecido fibroso por tecido adiposo, e
líquido brilha. A medula espinhal ficará de um da MO, por medula amarela. Ele é hiperintenso em
branco muito claro (o que chamamos de T2, e iso ou hipointenso em T1. Ocorre quando,
hiperintensidade), especialmente na parte em que após a fase de edema inicial, o organismo
possui axônios, enquanto o osso ficará passa a depositar tecido gorduroso na área
predominantemente escuro. danificada da vértebra. Nesse estágio
 Núcleo pulposo: asteriscos azuis, devido a geralmente há alívio da dor;
presença de líquido.
 Seta vermelha: hérnia discal, pois rompeu o
 Modic III - reação esclerótica
ânulo fibrose e o núcleo extravasou, saiu da região
(endurecimento do osso na camada mais
forminal.
externa da vértebra), denotando um processo de
 Asterisco amarelo: hemangioma >>> círculo osteoartrose. A alteração é hipointensa em ambas as
hiperintenso no meio do corpo vertebral. ponderações, e, à radiografia, a esclerose é bem
 Tem abaulamento posterocentral e visível. É mais comum em idosos e a
protusão foraminal. instabilidade inicial se transforma em
estabilização (rigidez).
MODIC
 INDICAÇÕES ABSOLUTAS
TRATAMENTO CIRÚRGICO: ATENÇÃO >>>
síndrome de cauda equina e síndrome de compressão
medular, agudas. A cirurgia deve ser precoce, assim
como em casos de déficit neurológico radicular
agudo com força menor que 3 e dor gravemente
incapacitante resistente a medicações.
Tutorial 01 – 401 (Lombalgia) Vitor Bidu de Souza – MED XIV

TRATAMENTO
 Cinta abdominal – primeiras semanas.

 Tratamento medicamento: analgésicos,


antiinflamatórios não-hormonais e miorrelaxantes.
Dor que dura mais de 4-6 semanas >>> investigar
mais profundo. Pós confirmação da causa da
compressão é indicada a injeção epidural de
corticoide (ambulatorial). Anticonvulsionantes
(pregabalina e gabapentina) – dor neuropática.

 Reabilitação fisioterápica >>> correção de


hábitos e posturas, bem como no fortalecimento de
musculatura e alongamento. Mais de 6-8 semanas
com dor – iniciar atv física: limitar atv que aumentem
a pressão intra-discal.
 Principal causa: hérnia discal L3-L4.
Atenção as causas tronculares: tumores anexiais
 Prazo para tratamento conservador
(mulher com diagnóstico de cruralgia deve passar por
funcionar: 6 meses. Depois disso considera a
exame ginecológico.
cirurgia.
 Meralgia parestésica (ou neuralgia fêmoro-
cutânea): fêmoro-cutâneo. Nervo só sensitivo, que
CIRURGIA gera dor e parestesia na topografia do nervo.
 Indicação absoluta: síndrome de cauda  Neuralgia do obturador: Produz um quadro
equina e síndrome de compressão medular – cirurgia sensitivo-motor. O quadro sensitivo situa-se na face
precoce/Déficit + força menor que 3/ Dor gravemente interna da coxa e o quadro motor caracteriza-se por
incapacitante resistente a medicações. alterações nos músculos abdutores da coxa.

 Avaliar cuidadosamente (estudos ESTENOSE DO CANAL LOMBAR (IDOSOS)


eletrofisiológicos/mielograma) >>> refretariedade  Estreitamento do canal medular que resulta
ao tratamento ou presença de déficit neurológico/não em compressão das raízes nervosas lombossacrais ou
trata dor axial, somente a irradiada/imobilização de cauda equina. + comum em homens e no nível L4-
um segmento – sobrecarga dos outros – aumento da L5. Se associa a doenças congênitas da coluna em
dor axial/contraindicada em pct psiquiatras. apenas 20% dos casos.

 Microdiscectomia: cirurgia de  Principal causa de cirurgia lombar em mais de


hemilaminotomia. Acesso mediano de 3 a 5 cm, com 65 anos. Causa comum de dor ciática e lombar nos
dissecção subperiosteal unilateral sobre o nível do indivíduos com mais de 60 anos – 69 anos.
disco herniado. Complicações: fístula liquórica,
lesão neurológica, lesões vasculares e intestinais,  Ocorre devido aos processos degenerativos
recidiva da hérnia, cirurgia de nível errado e fibrose articulares da osteoartrite, que é a degeneração das
epidural. cartilagens articulares, ainda mais naquelas sujeitas à
carga e ao estresse mecânico. As articulações sofrem
CRURALGIA inflamações repetidas, o que provoca dor, rigidez,
 Nervo: união, na altura do músculo psoas, redução da amplitude de movimento, derrame
da terceira e quarta raízes lombares. articular, deformidade e formação de osteófitos
 Compressão radicular ou troncular >>> (ossos que crescem).
dor na face anterior da coxa. Sinal de crural:
extensão da coxa sobre a bacia produz dor.  Processo de envelhecimento: alterações do
 Sofrimento da raiz L4: dor irradia-se pela colágeno e dos proteoglicanos causam a desidratação
crista tibial e o reflexo rotuleano pode estar discal >>> gera perda da altura do disco.
diminuído. Casos mais graves podem desenvolver
uma amiotrofia do quadríceps.  ATENÇÃO! A destruição articular causa um
processo inflamatório com formação de exsudato e
sinovite capsular, gerando mais instabilidade, o que
Tutorial 01 – 401 (Lombalgia) Vitor Bidu de Souza – MED XIV
cria um círculo vicioso de degeneração e hipertrofia DIAG DIFERENCIAL
articular.

 Acometimento na coluna: facetas articulares e


discos >>> hipertrofia facetaria + degeneração do
disco + ligamento amarelo se dobra >>> redução do
canal vertebral.

 Claudicação neurogênica # vascular (dor


causada, após esforço físico, pela má circulação do
sangue que sai do coração e, através das artérias, vai
em direção às pernas e aos braços).
 As hérnias discais afetam uma população
mais jovem e apresentam quadro clínico mais agudo
e localizado, e o sinal de Lasègue tende a ser
 O estreitamento do canal vertebral pode positivo.
ocorrer na região central, no recesso lateral ou no
forame. Os sintomas depende da estrutura neural. RADIOLOGIA E LABORATÓRIO
QUADRO CLÍNICO
 Dor lombar insidiosa, radiculalgia e RAIO X
claudicação neurogênica (+característico): dor ou  Frente: observar e mensurar escoliose,
desconforto nos membros inferiores que é laterolistese, obliquidade pélvica, osteofitose e
exacerbada pela extensão da coluna lombar qualidade óssea.
durante a ortostase prolongada ou a marcha, e que  Perfil: presença ou ausência de
melhora com a flexão da coluna. Piora ao andar. espondilolistese, qualidade óssea, altura dos espaços
foraminais e discais.
 “Prevenção” da ocorrência dos sintomas ao  Raio X dinâmico: análise da instabilidade
se fletir o tronco: andando inclinado para frente e ao entre corpos vertebrais (geram estenose).
subir ladeiras também para manter o equilíbrio. Na  Padrão do exame: posição ortostática, pois
claudicação vascular, como subir ladeira exige mais permite uma análise adequada do equilíbrio espinal e
consumo energético e de oxigênio, a dor ocorre espinopélvico nas incidências laterais.
mais rapidamente. Enquanto descer leva a menos
esforço na claudicação V, leva a mais dor na MIEOLOGRAFIA
neurogênica, devido à extensão do tronco.  Aplicação de contraste no local e realização
de uma radiografia ou tomografia computadorizada
 Sinal de carrinho de supermercado: em seguida. Faz estudo dinâmico.
melhora dos sintomas ao se apoiar no carrinho para
fazer compras, devido à flexão do tronco.  Nas estenoses centrais, revela uma
deformidade em “relógio de areia” enquanto nas
 Teste de van Gelderen: Pede-se que o laterais, falhas de enchimento podem ser observadas.
paciente faça dez minutos de esforço em uma Não permite a visualização do forame distal, além de
bicicleta ergométrica. Na claudicação V, devido ao ser um exame extremamente agressivo, o que tem
comprometimento de oxigenação, ocorrerá dor; na limitado seu uso para casos selecionados
neurogênica, com o tronco fletido e sentado, não tem
dor. Excluir doença aa obstrutiva (pulso, pele e TC
fâneros).
 Estruturas ósseas: diâmetro dos pedículos
intervertebrais, osteófitos e artrose facetaria. Pct com
 Dor nos membros: + comum >>> uni ou
contraindicação para RNM: fazer TC com
bilateral, mal localizada ou com padrão radicular
mielograma.
típico. Não respeita os dermátomos. Raro ter
alterações neurológicas leves das raízes envolvidas
>>> teste de laségue normal em geral. O exame deve RNM
envolver ortostase e após a marcha.
Tutorial 01 – 401 (Lombalgia) Vitor Bidu de Souza – MED XIV

 Pacientes com queixa de claudicação


neurogênica e ciática: boa visualização das estruturas
neurais, discais e ligamentares, assim como a
presença de sinais inflamatórios, como derrame
articular e edema ósseo. Não usa para
rastreamento, pois existe um grande número de
pacientes assintomáticos.
TRATAMENTO
 Tratamento conservador: repouso relativo
de até dois dias em crises álgicas, manejo da dor com
anti-inflamatórios e analgésicos, programas de
exercícios para estabilização da musculatura
paravertebral e abdominal, alongamentos da
musculatura isquiotibial e atividades aeróbicas
progressivas.

 Infiltrações epidurais: aliviar a dor radicular


causada pela compressão neural. Pacientes que
 Ponderação T2 no corte sagital: avaliação apresentam grande melhora após esse tipo de
inicial do canal vertebral >> compressões centrais procedimento são bons candidatos à descompressão
pelo disco intervertebral degenerado e pelo ligamento cirúrgica.
amarelo hipertrófico
 Tratamento cirúrgico: A estenose do canal
 Ponderação T1 no corte sagital: avaliação de vertebral é a principal causa de cirurgia da coluna em
compressões na região foraminal. A perda do sinal acima de 65 anos. Indicação: falha do tratamento
da gordura ao redor da raiz no interior do forame conservador + deterioração neurológica progressiva
costuma ser sinal de compressão.
DEFORMIDADE DO ADULTO
 Cortes axiais são úteis em ambas as
ponderações, permitindo avaliação do conteúdo do  A maioria da população acima de 60 anos
canal vertebral, de estruturas neurais, local, apresenta algum grau de deformidade na coluna
lateralidade da compressão e estruturas que a causam. vertebral. Classificação de AEBI:
Tb derrame articular e cistos facetário.
 Escoliose degenerativa (“de novo”): inicia-
se aos 40 anos em indivíduos que não tinham
deformidade preexistente. Ocorre em consequência
de alterações degenerativas discais em múltiplos
níveis da coluna lombar de maneira assimétrica,
criando uma deformidade tridimensional.

 Escoliose idiopática: o paciente adulto


apresenta progressão de uma deformidade
preexistente na juventude, decorrente de escoliose
idiopática juvenil ou do adolescente. Geralmente
associada a outros processos, como estenose do
recesso lateral e foraminal, espondilolisteses, hérnias
discais, osteoporose, hipolordose ou cifose.

 Escoliose secundária: desenvolvem em


detrimento de uma doença muscular ou óssea.
QUADRO CLÍNICO
 Dores lombares de causa multifatorial de
intensidade variável, associada ou não à dor ciática,
que pode ser por compressão radicular no lado
Tutorial 01 – 401 (Lombalgia) Vitor Bidu de Souza – MED XIV
côncavo ou por estiramento no lado convexo, assim ramo dorsal medial inerva 2 facetas: do seu nível e
como estenose do recesso lateral ou do forame. inferior. Cada faceta articular recebe dois nervos
sensitivos.
 Descompensação do tronco para frente,
fadiga muscular, limitações das atividades diárias,  Cada ramo somático corresponde ao nível
quedas frequentes, dificuldade para levantar-se ou medular, portanto, a dor facetária pode ser uma
permanecer de pé. sensação localizada, mas os ramos autonômicos
podem ocasionar dor referida mal localizada e
 Nos pacientes com curvas lombares típicas, difusa. A dor pode vir do osso subcondral, mas, em
ocorre a compressão foraminal nas raízes de L3 e geral, é atribuída a um evento desencadeado por uma
L4 no lado côncavo; as raízes de L5 e S1 sofrem o reação sinovial ocasionada por trauma, que causa
estiramento no lado convexo, geralmente no recesso distensão ou ruptura capsular com derrame articular.
lateral.
 A síndrome de coluna travada pode ocorrer
EXAMES DE IMAGEM
pelo aprisionamento do meniscoide fibroso entre as
 Raio X facetas articulares ou por um pequeno fragmento.
 RNM: avaliar os sintomas
neurológicos com radiculopatia ou  Raio x: componentes degenerativos e
claudicação neurogênica. Quando proliferativos >> estreitamento do espaço articular,
não puder ser realizada, a esclerose do osso subcondral, erosões, cistos
mielotomografia é o exame de subcondrais, osteófitos e hipertrofia das articulações.
escolha. RNM: irregularidade da superfície articular, derrames
articulares e espessamento sinovial.
TRATAMENTO
 TRATAMENTO
CONSERVADOR: pct pouco
sintomáticos ou que têm comorbidades com risco
cirúrgico aumentado. Fortalecimento da musculatura
lombar e abdominal, alongamento dos membros
inferiores, treino de equilíbrio, escola de coluna e
correção postural.

 O uso de órteses e coletes não impede a


progressão da deformidade e estes são objetos
pouco tolerados pelos pacientes idosos. Bloqueios e
infiltrações apresentam resultados limitados.

 TRATAMENTO CIRÚRGICO: melhorar a


dor, restaurar as funções, descomprimir estruturas
neurológicas, corrigir a deformidade coronal e
restabelecer o equilíbrio sagital. Laminectomia:
ressecção da estrutura posterior que serve de parede
para o canal (melhor para dor radicular do que axial).
DOR FACETÁRIA
 Origem: articulações zigoapofisárias ou
facetas articulares, que são articulações diartroidais
localizadas na porção posterior das vértebras, as
únicas verdadeiras articulações sinoviais da coluna.
Acometidas por osteoartrite na idade adulta.

 A cápsula e o osso subcondral das facetas


articulares tem dupla inervação somática e
autonômica, pelo ramo medial e intermédio dos
ramos primários dorsais dos nervos espinais. Cada

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