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1. Introdução...................................................................... 3
2. Etiologia ......................................................................... 5
3. Abordagem diagnostica.........................................11
4. Exames complementares......................................21
5. Diagnóstico diferencial ..........................................25
6. Tratamento .................................................................28
Referências bibliográficas .........................................32
DOR LOMBAR 3
Vista
Vista Vista
lateral
anterior esquerda posterior
Atlas (C1) Atlas (C1)
Áxis (C2) Áxis (C2) Vértebras
cervicais
C7 C7
T1 T1
Vértebras
torácicas
T2
T2
L1
L1
Vértebras
lombares
L5
L5
Figura 1. Coluna vertebral. Fonte: NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana. 6ed. Porto Alegre: Artmed (2015)
Postura estática
Escoliose severa
por longos períodos
2. ETIOLOGIA
SE LIGA! É de grande importância sa-
lientar que cerca de 4% dos pacientes A dor lombar pode ser subdividi-
com queixa de lombalgia em atendi- da em quatro tipos localizada, irra-
mento primário apresentam fraturas de diada, referida e mecânica. Os pa-
compressão, e cerca de 1 % apresentam
cientes com dor lombar aguda, mais
tumores. Outras causas importantes de
risco no departamento de emergência frequentemente os que apresentam
incluem processos infecciosos como in- aumento de tensão nos músculos pa-
fecções espinhais; contudo, são menos raespinhais relacionado à atividade
comuns.
física, como levantar pesos, podem
sofrer de avulsão dos ligamentos ten-
díneos desses músculos em relação
a estruturas ósseas. Alguns aspec-
tos na apresentação são importan-
tes de serem abordados, pois podem
ser indicativos de etiologias de maior
gravidade.
DOR LOMBAR 6
LOMBALGIA
Mediada primariamente
pelo ramo posterior do Mediada pelos Causada por processos que
Degenerações
nervo espinhal e nervos nervos espinhais acometem vísceras Estruturas musculares
discais e articulares
sinovertebrais
Herniação discal,
Avulsão ligamentos
degeneração e inflamação
tendíneos musculares em
das facetas articulares
relação a estrutura óssea
e espondilose
DOR LOMBAR 7
NORMAL ARTROSE
Disco Osteófito
Nervo
Disco
desidratado
Vértebra
SAIBA MAIS!
A espondilose representa um processo natural degenerativo e por volta de 80 anos de idade
100% dos indivíduos evoluem com algum grau de espondilose e aos 50 anos 60% das mu-
lheres e 80% dos homens apresentam osteófitos na radiografia, mas a presença de espondi-
lose em exames de imagem tem pobre correlação com sintomas de dor lombar.
ETIOLOGIAS
Endocrino-
Mecânica Infecciosas Inflamatórias Tumorais Referida
lógicas
Patologias
Estruturas degenerativas Espondilite Neuropatia Intradurais/
Sarcoidose Vascular Genito-urinário Gastrointestinal
musculares discais e anquilosante diabética Extradurais
articulares
Trauma direto
Osteoartrose Benignos/ Aneurisma
ou esforços da Osteomielite Vasculites Acromegalia Endometriose Pancreatite
de coluna lombar malignos da aorta
musculatura
Doença
Espondilose Sífilis terciária Prostatite
de Paget
Herniação Gravidez
discal lombar tubaria
DOR LOMBAR 10
SAIBA MAIS!
O exame do abdome deve procurar massa palpável abdominal sugestiva de aneurisma de
aorta, assim como a presença de sopro abdominal. O diâmetro da aorta abdominal maior do
que 3 cm é considerado aneurismático; é raro em pacientes com menos de 60 anos de idade
e sua taxa de ruptura aumenta com o tamanho, sendo de 3 a 15% ao ano com aneurismas
entre 5 e 5,9 cm. O aneurisma da aorta abdominal pode se tornar sintomático por trombose,
embolização distal ou ruptura. A ruptura contida pode causar dor abdominal, lombalgia ou
mesmo dor inguinal e pode ser associada com náuseas, sudorese ou sintomas de síncope. O
diagnóstico deve ser considerado em idosos com lombalgia e uma avaliação rápida do tama-
nho da aorta pode ser feita à beira do leito por ultrassonografia. Existe risco nesses pacientes
de evoluírem com hemoperitônio e exsanguinação.
Temperatura
Inspeção da coluna
SAIBA MAIS!
A dor de compressão do nervo ciático é denominada ciática. Os pacientes com ciática des-
crevem dor, ardência ou dolorimento nas nádegas irradiando-se para baixo, pela coxa pos-
terior para a face posterolateral da panturrilha. A dor piora por espirro, risada ou fazer força
ao defecar; uma das manobras para ciática é o teste de elevação da perna reta. Pede-se ao
paciente para ficar deitado enquanto o examinador flexiona a perna estendida sobre o tronco
e o quadril a presença de dor. Quando isso ocorre, diz-se que o paciente apresenta sinal de
Laségue positivo.
SINAL DE
LASÉGUE
Acometimento radicular
Dor contralateral à elevação
por hérnia discal
Manobra
de Valsava
Radiculopatia lombar
Sacroileíte Espondiloartropatias
L1 L2 L3
L4 L5 S1
Dor em região
posterolateral de coxa, lateral
Dor em região anterior de
de perna e medial de pé Alterações sensitivas
coxa e parte medial da perna
Alterações sensitivas posterolateral de
Alterações sensitivas perna e lateral de pé
em região lateral da
em perna medial
perna, dorsal de pé e em Diminuição de força muscular
Alteração de força muscular primeiro artelho do pé para flexão plantar de pé e
para extensão do joelho e artelhos, flexão de joelho e
Diminuição de força muscular
flexão e adução do quadril extensão do quadril
para dorsiflexão de pé e
Pode ocorrer alteração artelhos, flexão de joelho e Alteração de reflexo aquileu
do reflexo patelar extensão de quadril
Sem alteração de reflexos
SAIBA MAIS!
Em pacientes com esses sintomas é importante mensurar o resíduo urinário pós-miccional,
com colocação de sonda vesical. Caso este seja superior a 300 mL, invariavelmente significa
alteração de função de bexiga, e resíduos maiores do que 100 mL são suspeitos. Na suspeita
diagnóstica é necessária a realização de exame de imagem para confirmar o diagnóstico.
Estenose lombar
Canal vertebral
Normal
SAIBA MAIS!
Abscessos epidurais posteriores tendem a ser associados a metástases de infecção em foco
a distância; já as infecções epidurais anteriores estão geralmente relacionadas a osteomielite
ou espondilodiscite. Os achados diagnósticos são geralmente inespecíficos e incluem febre,
dor nas costas e mal-estar. Podem ocorrer hipersensibilidade focal e leucocitose. A ressonân-
cia magnética e, na sua falta, a tomografia computadorizada são os exames diagnósticos de
escolha.
DOR LOMBAR 20
DIAGNÓSTICO
Idade
Exame neurológico Exame Ectoscopia Inspeção
Duração da dor (<20 anos ou Temperatura Manobras
completo abdominal da pele da coluna
> 50 anos)
Caracterização História de
da dor neoplasia Sinal de Manobra de
Laségue Valsava
Localização Acometimento
Perda de peso Radiculopatia
da dor radicular por
lombar
hérnia discal
Febre
persistente e
sudorese noturna
NÃO
Musculoesquelética: distensão
lombossacral, distensão dos músculos paraespinais,
fratura vertebral (patológica ou traumática),
herniação do núcleo pulposo, tumor
Dor sem evidência de
déficit neurológico
Visceral: embolia pulmonar,
cólica renal ou biliar, doença ulcerosa péptica,
pancreatite, prostatite, DPI
Lombalgia aguda
no departamento
de emergência
• Hemograma,
• USG de hemoculturas,
beira de leito TC ou RM
• RM imediata
Imagem de coluna • Se suspeita de
• Acesso venoso • Consulta urgente
RX e/ou TC cólica renal: exame
• Estabilizar o com neurocirurgião
de urina, USG ou
paciente TC multidetector
sem contraste
Emergências Clínicas -
TRATAMENTO ESPECÍFICO Abordagem Prática - USP - 2019
DOR LOMBAR 24
EXAME CARACTERÍSTICAS
Raio x de coluna Fácil e altamente disponível, baixa sensibilidade
Altamente sensível para doenças infecciosas e neoplásicas, bom teste
Velocidade de sedimentação (VHS)
para rastreamento
Os exames com gálio e pirotosfato de tecnécio são particularmente
Cintilografia óssea úteis para patologias inflamatórias da coluna lombar, com sensibilida-
de de 95% para osteomielite vertebral
Pode mostrar alterações sugestivas de mieloftise (hemácias e leucóci-
Hemograma
tos em formas jovens) e mieloma (hemácias em rouleaux)
Exame com melhor performance diagnóstica, principalmente para
lesões em partes moles.
Ressonância magnética da coluna
Exame caro e que também encontra alterações em pacientes assinto-
lombar
máticos. Indicar na emergência apenas em casos com boa probabili-
dade de diagnóstico de doenças secundárias ou com sinais de alarme
Eletroneuromiografia Pode avaliar denervação de grupos musculares com radiculopatia
Avaliação de diagnósticos diferenciais, como aneurisma de aorta e
Ultrassonografia de abdome
cólica nefrética
Tabela 3. Exames complementares na lombalgia. Fonte: Emergências Clínicas - Abordagem Prática - USP - 2019
HORA DA REVISÃO!
Nos sinal de Giordano, a dor pode ser
detectada durante a palpação abdomi-
nal, mas deve também ser pesquisada
nos dois ângulos costovertebais. A sim-
ples compressão da região com as pon-
tas de seus dedos pode ser suficiente
para desencadear dor, mas, se isso não
ocorrer, recorra à punho-percussão. Co-
loque a mão espalmada sobre o ângulo
costovertebral e, a seguir, desfeche um
golpe com a superfície ulnar de seu pu-
nho. Use apenas força suficiente para
produzir abalo/vibração perceptível, po-
rém indolor.
Avaliação de diagnósticos
Fácil e altamente disponível diferenciais, como aneurisma
Baixa sensibilidade de aorta e
cólica nefrética
Bom para
Pode mostrar alterações
herniações discais.
sugestivas de mieloftise
Exame sensível que
(hemácias e leucócitos
encontra alterações em
em formas jovens)
pacientes assintomáticos
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DEPENDE
DA CONDIÇÃO
DE BASE
FLUXOGRAMA – ANTI-INFLAMATÓRIOS
MAIS COMUNS Ibuprofeno 600-800mg 3x/dia
SAIBA MAIS!
O tratamento é dependente da etiologia. No caso de pacientes com hematoma espinhal epi-
dural espontâneo, em uso de anticoagulação ou coagulopatia, necessitam de reversão ime-
diata dela. Já pacientes com abscesso epidural têm indicação de antibioticoterapia apropriada
e prolongada e na maioria dos casos de descompressão cirúrgica. Pacientes com suspeita
de compressão medular apresentam quadro emergencial com necessidade de intervenção
imediata, pois podem apresentar dano neurológico irreversível. A intervenção apropriada em
pacientes com quadros agudos de lombalgia previne a cronificação deles e suas consequ-
ências, como quadros depressivos. As modalidades terapêuticas incluem o uso imediato de
corticosteroides e usualmente dexametasona em dose de 24 a 40 mg ao dia, radioterapia e
cirurgia.
ETIOLOGIA DEFINIÇÃO
Crônica: superior a 12 semanas
Endocrinológicas
DIAGNÓSTICO CLASSIFICAÇÃO
Neoplásicas
Estruturas musculares,
Exame neurológico degenerações discais
completo TRATAMENTO Mecânica
Referida e articulares
Inspeção da coluna
Dor aguda, aumento de
Opoides Localizada
tensão, relacionada
a atividade física
Exame abdominal
Anti-inflamatórios
Manobras
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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Bates - Propedêutica Médica - Lynn S. Bickley. 11ª Edição. 2015
Medicina de emergência - revisão rápida - Martins et al. - 1 ed. (2017)
NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 6ed. Porto Alegre: Artmed (2015)
Tratado de Semiologia Medica - SWARTZ, MARK H. 7ª Edição (2015)
Emergências Clínicas - Abordagem Prática - USP - 2019
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