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Anatomia: 15 de maio de 2020

Prof.: Jorge Luiz Medeiros Júnior


Aula digitada por Marcelly Carreira

Cabeça e pescoço: ossos e músculos

- Crânio ou cabeça óssea:

Pode ser dividido em viscerocrânio (ossos da face) e neurocrânio (contato com o encéfalo), ou ainda, numa
divisão embriológica, em desmocrânio (origem fibrosa) e condrocrânino (origem cartilagínea, se ossifica
precocemente).

- Neurocrânio: a maior parte dos ossos é ímpar, sendo apenas os parietais e temporais pares.

* a depender da idade, o número de ossos varia, como o frontal, por exemplo, que é dividido e
posteriormente sofre ossificação.

- Frontal, etmoide, esfenoide e occipital são os ossos ímpares do neurocrânio.

- Fontículos: Também chamados de “fontanelas”, são dois superiores, um anterior (região bregmática) e
um posterior (região lamdóidea).

- Viscerocrânio: São os ossos da fase, e tem relação com as vísceras (como a língua, mucosas e globo
ocular, por exemplo) em sua maioria são pares (Maxila, zigomáticos, lacrimais, conchas nasais inferiores,
nasais, palatinos), sendo a mandíbula e o vômer os ossos ímpares.

* As conchas nasais superiores e médias são partes do etmoide.

Na imagem acima à direita, pode-se ver alguns acidentes anatômicos relativos à vascularização encefálica na calota
craniana. Como, por exemplo, no parietal, em que é possível ver os forames para as veias emissárias, que fazem a
drenagem do couro cabeludo, que drenam para os seios da dura-máter. É por essa relação que lesões em couro
cabeludo podem ser perigosas. Outra anastomose importante ocorre na face, entre a veia oftálmica e a dorsal do
nariz, comunicando a vascularização da face à do encéfalo. Também se podem ver algumas das suturas do crânio:
sutura coronal, sutura denteada e sutura lambdóidea.
 A parte arterial da vascularização encefálica é feita pelas artérias carótidas internas e vertebrais (que passam pelos
forames vertebrais das vértebras cervicais e adentram o crânio pelo forame magno) e suas derivadas. Já a parte
venosa é dada pelos seios da dura-máter (Seios são duplicações desse tecido meníngeo no qual corre o sangue
venoso a nível encefálico. Não podem ser caracterizados como veias por não terem a composição histológica de
uma veia – túnica íntima, túnica média túnica adventícia). Esses seios drenam para a veia jugular interna.
 Em procedimentos de injeção intramuscular, como botox, por exemplo, é necessário aspirar sempre, e conhecer
muito a anatomia, pois um erro no local de puntura da agulha pode fazer com que o produto aplicado caia na
corrente sanguínea e cause danos ao paciente.

Aqui é possível ver outras faces dos ossos


crânio e suturas, como a sutura lambdóidea
e o occipital e seus acidentes anatômicos,
como a linha nucal, a protuberância
occipital externa, na qual se fixa o ligamento
nucal. Também pode se ver a porção
mastoidea (pneumática), escamosa, o
processo zigomático e estilóide e o meato
acústico externo, pertencentes ao temporal.

A base do crânio é dividida em andares:


andar superior, médio e inferior. As
estruturas do SNC se relacionam com esses
andares, outra relação muito importante
são com os 12 pares de nervos cranianos.
No osso frontal é possível ver as impressões
deixadas pelos giros do lobo frontal e
denota a relação íntima do encéfalo e a
base.

Andar superior: frontal, etmoide, parte do esfenoide. (acima) Andar médio: esfenoide e porção petrosa do temporal. (acima)

Andar inferior (figura à esquerda): occipital e parte


Porção petrosa do temporal. Tem relação não com o
cérebro, como os anteriores, e sim com o cerebelo.
Forames da base e os nervos que os atravessam:

- Lâmina crivosa do etmoide: Nervo olfatório (l)


- Canal óptico: Nervo óptico (ll)
- Fissura orbitária superior: Nervo oculomotor (lll), Nervo troclear (lV), Nervo oftálmico (V1), Nervo abducente (Vl)
- Forame redondo: Nervo maxilar (V2)
- Forame oval: Nervo mandibular (V3)
- Meato acústico interno: Nervo Facial (Vll; esse nervo sairá, posteriormente, pelo forame estilomastóideo), Nervo
vestibulococlear (Vlll; permanece dentro do processo petroso do temporal, pois ali se encontra a orelha média e
interna.).
- Forame jugular: Nervo glossofaríngeo (lX), Nervo vago (X), Nervo Acessório (Xl).
- Canal do hipoglosso: Nervo hipoglosso (Xll)

 O Vll par é a junção do nervo facial (motor) com o nervo Corda do tímpano (ramo do Intermediário, sensitivo,
inerva parte da língua), sendo, por esse motivo, misto. Ele passa pela glândula parótica e vai inervar os músculos
da face.
 O nervo vestibulococlear (Vlll) é a junção do nervo vestibular com o nervo Coclear.
 Pelo forame espinho passam alguns vasos meníngeos (oriundos de carótida externa), não nervos cranianos.

Aqui é possível ver o palato duro, composto pelo processo palatino


da maxila e pelos ossos palatinos. Posteriormente aos incisivos
centrais, podemos ver o forame incisivo, importante acidente
anatômico, no qual bloqueios anestésicos são realizados. Nos ossos
palatinos encontramos os forames palatinos também relevantes
para fins cirúrgicos e anestésicos em odontologia. Observamos
também duas suturas: a sutura palatina mediana (divide as duas
maxilas) e a sutura palatina transversa (separa as maxilas dos
palatinos). Os processos pterigoideos do osso esfenoide (direito e
esquerdo, em amarelo) também são visíveis. Tem duas laminas:
uma lateral e outra medial. São importantes pontos de fixação para
músculos ativadores da mandíbula.
 O processo petroso do temporal é muito rígido e mesmo com o crânio desarticulado ela permanece íntegra,
tornando a retirada dos ossículos do ouvido médio (Martelo, bigorna e estribo) muito difícil. Dentro dele,
encontramos o labirinto e a cóclea, que tem relação com o Nervo vestíbulo coclear.
Aqui é possível ver o etmoide e suas relações. As
conchas nasais superiores e médias são partes
desse osso, enquanto as conchas nasais inferiores
são ossos à parte. Entre as conchas, encontram-se
os meatos nasais, que se comunicam com os seios
da face através de forames. A lâmina perpendicular
do etmoide se articula com o vômer, constituindo o
septo nasal. Tudo em verde na figura ao lado é o
osso etmoide.

A mandíbula é um osso ímpar e irregular, composta por um corpo, um ramo, e no


ram os ramo, os processos coronóide e condilar, entre eles há uma incisura. Na face medial
do ramo há o forame da mandícula, pelo qual passa o feixe vásculo-nervoso
Alveolar inferior, que vão para a arcada dentária inferior. No corpo encontram-se os
Processos alveolares, nos quais se articulam os dentes. No corpo também há o
Forame mentual.

Embriologia da face e arcos branquiais; Em se tratando de musculatura da cabeça, há basicamente dois grupos –
os músculos que acionam a mandíbula (mastigatórios) e os músculos cuticulares (da mímica facial). Suas origens
embriológicas são distintas, as saber, do primeiro arco branquial e do segundo arco branquial (ou arcos faríngeos,
são sinônimos). Os elementos musculares e nervosos que tem origem embrionária do mesmo arco terão relação na
inervação. Dessa forma, temos que o primeiro arco tem relação com o trigêmeo (V) e o segundo arco com o Facial
(Vll), então, os músculos cuja origem está no primeiro arco serão inervados pelo trigêmeo, e aqueles cuja origem
está no segundo arco serão inervados pelo facial. Alguns autores consideram quatro músculos como sendo os
mastigatórios: masseter, temporal, pterigoideo lateral e pterigoideo medial. Contudo, há dois músculos
suprahioideos que tem origem no primeiro arco e movem a mandíbula: milohioideo e ventre anterior do digástrico.
Portanto, pela origem embriológica, são também músculos mastigatórios. Ademais, os músculos da face tem
origem no segundo arco branquial e são, portanto, inervados pelo Facial. Há também músculos que, mesmo tendo
origem no segundo arco, migraram durante o desenvolvimento embrionário e são suprahioideos, mas ainda assim
são inervados pelo facial, como é o caso do estilohióideo.

- Músculos da face: Inervados pelo facial, tem origem no segundo arco branquial. São músculos que não tem fáscia
que movem a pele. Seus nomes, via de regra, denotam sua função.
Aguns dos músculos cuticulares são: occipitofrontal (move o couro cabeludo), auriculares, nasal, orbicular dos
olhos, levantador do lábio superior e da asa do nariz, levantador do ângulo da boca, abaixador do ângulo da boca,
mentual, orbicular da boca, depressor do lábio inferior, risório, corrugador do supercílio, prócero, bucinador (limite
lateral da cavidade oral, é perfurado pelo ducto parotídeo).

- Glandulas salivares maiores: parótida, sublingual e submandibular.


Músculos mastigatórios: Também chamados de acionadores da mandíbula. São eles: Temporal (elevador da
mandíbula), masseter (elevador da mandíbula, muito relevante para a oclusão), pterigoideos lateral e medial
(importantes para movimentos de protrusão e lateralização).

 Digástrico: seu ventre anterior tem origem no primeiro arco branquial, e é inervado pelo trigêmeo e seu ventre
posterior tem origem no segundo arco branquial e é inervado pelo facial.

Músculos supra e infrahioideos: Os suprahioideos tem função ou de deprimir a mandíbula ou de elevar o hioide.
Ambos os grupos musculares, supra e infrahioideos tem papel importante na deglutição.
- suprahioideos: milohioideo, digástrico, estilohióideo.
- infrahióideos: esternohióideo, esternotireóideo, tireohióideo, omohióideo (papel principal é o abaixamento do
hioideo)

- Trigono submandibular: borda inferior da mandíbula, o ventre posterior e o ventre anterior do digástrico. Nesse
trígono está a glândula submandibular, na face externa do músculo milohióideo.
- Trígono carotídeo: omohióideo, esternocleidomastóideo, ventre posterior do digástrico. Contém o feixe vásculo-
nervoso carotídeo (veia jugular interna, artéria carótida comum, nervo vago (X)).
* a glândula sublingual está acima do milohioideo, dentro da cavidade oral.
* Esternocleidomastóideo: pode ser abreviado por ECOM (esternocleidooccipitomastóideo).

PARA A PROXIMA AULA: Estudar esses trígonos, seus limites e conteúdos:

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