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TOPOGRAFIA DA CABEÇA
Visão geral
A cabeça é a parte superior do corpo que está fixada ao tronco pelo pescoço.
Abriga o encéfalo, contém também receptores sensitivos especiais (olhos, orelhas, boca
e nariz), dispositivos para transmissão da voz e expressão, além de aberturas para a
entrada de nutrientes, água e oxigênio e a saída de dióxido de carbono.
Esqueleto da cabeça
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O neurocrânio tem um teto abobadado, a calvária, e um assoalho ou base do crânio.
Os ossos que formam a calvária são basicamente planos (frontal, temporal e parietal).
Os ossos da base do crânio são basicamente irregulares e têm grandes partes
planas. A base do crânio é dividida em 3 fossas cranianas: anterior (frontal, etmoide e
esfenoide), média (esfenoide e temporal), e posterior (temporal e occipital).
Por meio da base do crânio diversos vasos e nervos atravessam da região extra-
craniana para a intra-craniana (e vice-versa), assim, podemos localizar os principais
forames/aberturas da base craniana com seu respectivo conteúdo (estrutura que
atravessa), no quadro abaixo:
Forames/Aberturas Conteúdo
Fossa anterior do crânio
Lâmina cribriforme Nervos olfatórios
Fossa média do crânio
Canais ópticos Nn.ópticos (NC II) e Aa. oftálmicas
Fissura orbital superior Vv. oftálmicas
N. oftálmico (NC V1)
N. oculomotor (NC III)
N. troclear (NC IV)
N. abducente (NC VI)
Forame redondo N. maxilar (NC V2)
Forame oval N. mandibular (NC V3)
Forame espinhoso A. e V. meníngeas médias
Fossa posterior do crânio
Forame magno Bulbo e meninges
Aa. vertebrais
N. acessório – parte espinal (NC XI)
Aa. espinais anterior e posterior
Forame jugular N. glossofarígeo (NC IX)
N. vago (NC X)
N. acessório (NC XI)
V. jugular interna
Canal do N. hipoglosso N. hipoglosso (NC XII)
Fontículos
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A palpação dos fontículos durante o primeiro ano de vida, sobretudo do anterior e
do posterior, permite determinar:
•O progresso do crescimento dos ossos frontal e parietais
•O grau de hidratação de um recém-nascido/lactente (a depressão do fontículo indica
desidratação)
•O nível de pressão intracraniana (a projeção do fontículo indica aumento da pressão
intracraniana).
A consistência amolecida dos ossos cranianos nos fetos e suas frouxas conexões
nas suturas e nos fontículos possibilitam a moldagem do crânio durante o parto. Durante
a passagem do feto através do canal do parto, as metades do osso frontal tornam-se
planas, o occipital é alongado e um parietal cavalga discretamente o outro. Alguns dias
após o parto o formato do crânio do recém-nascido volta ao normal. A resiliência dos
ossos cranianos dos recém-nascidos/lactentes permite que resistam a forças que
causariam fraturas em adultos. As suturas fibrosas da calvária também permitem o
aumento do crânio durante a infância.
Ossos pneumáticos
Alguns ossos do crânio (frontal, temporal, esfenoide, etmoide e maxila) são ossos
pneumáticos, contendo espaços aéreos (células aéreas ou seios grandes. O volume total
dos espaços aéreos nesses ossos aumenta com a idade. As cavidades aéreas dos ossos
frontal, esfenoide, etmoide e maxila se comunicam com a cavidade nasal. Esses espaços
são denominados de seios da face (seio frontal, seio esfenoidal, seio maxilar e células
etmoidais). As pequenas cavidades aéreas localizadas no osso temporal (o que faz desse
osso um osso pneumático), não estão relacionadas com a cavidade nasal, sendo essas
cavidades (células mastoideas) importantes para o processo da audição.
Face
Para melhor identificar e localizar as lesões o mapa abaixo pode ser utilizado, facilitando
a descrição:
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O suprimento nervoso sensorial da face (térmico, tátil e doloroso) é captado pelos
ramos do nervo trigêmeo (quinto para de nervo craniano), seus ramos são: oftálmico,
maxilar e mandibular.
A maioria das artérias superficiais da face é ramo ou derivada de ramos da
artéria carótida externa, como a artéria facial, que é o principal vaso responsável pelo
suprimento arterial da face. As veias faciais, que seguem com as artérias faciais ou
paralelas a elas, são veias avalvulares responsáveis pela drenagem superficial primária
da face.
A veia facial faz conexões clinicamente importantes com o seio cavernoso através
da veia oftálmica superior. Em razão dessa conexão, a infecção da face pode propagar-
se para o seio cavernoso.
Em geral, o sangue do ângulo medial do olho, nariz e lábios drena inferiormente
pela veia facial, sobretudo quando a pessoa está em posição ortostática. Como a veia
facial não tem válvulas, o sangue pode atravessá-la na direção oposta.
Consequentemente, o sangue venoso da face pode entrar no seio cavernoso. Em
indivíduos com tromboflebite da veia facial – inflamação da veia facial com formação
secundária de trombos –, fragmentos de um coágulo infectado podem estender-se para
o sistema venoso intracraniano e causar tromboflebite do seio cavernoso (no interior do
seio cavernoso estão os nervos: oculomotor, abducente, troclear, oftálmico e maxilar, que
podem ser comprimidos pelo processo inflamatório). A infecção das veias faciais que se
disseminam para os seios venosos da dura-máter pode ser provocada por lacerações do
nariz ou pela expressão de pústulas (espinhas) na lateral do nariz e no lábio superior.
Consequentemente, a área triangular do lábio superior até a ponte do nariz é considerada
o triângulo perigoso da face.
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Couro cabeludo
O couro cabeludo tem cinco camadas, sendo que as três primeiras são muito
próximas e se movem como uma só (couro cabeludo propriamente dito, constituído pelas
três primeiras camadas – pele, tecido conjuntivo e aponeurose epicrânica). As cinco
camadas são:
1.Pele: fina, exceto na região occipital; contém muitas glândulas sudoríferas e sebáceas,
além de folículos pilosos. A irrigação arterial é abundante e há boa drenagem venosa e
linfática
2.Tecido conjuntivo: forma a tela subcutânea espessa, densa e ricamente vascularizada,
bem suprida por nervos cutâneos
3.Aponeurose (aponeurose epicrânica): a lâmina tendínea larga e forte que cobre a
calvária e é o local de inserção dos ventres musculares que convergem da fronte e do
occipício (o músculo occipitofrontal).
4.Tecido conjuntivo frouxo: uma camada esponjosa contendo espaços virtuais, que
podem ser distendidos por líquido em caso de lesão ou infecção. Essa camada permite o
livre movimento do couro cabeludo sobre o crânio
5.Pericrânio: uma camada densa de tecido conjuntivo que forma o periósteo externo do
neurocrânio.
Meninges cranianas
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•Compõem a estrutura de sustentação das artérias, veias e seios venosos
•Encerram uma cavidade preenchida por líquido, o espaço subaracnóideo, que é
fundamental para a função normal do encéfalo.
As meninges são formadas por três camadas de tecido conjuntivo membranáceo:
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TOPOGRAFIA DO PESCOÇO
Visão geral
Esqueleto do pescoço
Sete vértebras cervicais formam a região cervical da coluna vertebral, que encerra
a medula espinal e as meninges. Os corpos vertebrais empilhados e posicionados
centralmente sustentam a cabeça, e as articulações intervertebrais proporcionam a
flexibilidade necessária para permitir o posicionamento da cabeça.
O hioide é um osso móvel situado na parte anterior do pescoço, no nível da
vértebra C III, no ângulo entre a mandíbula e a cartilagem tireóidea. É suspenso por
músculos que o unem à mandíbula, aos processos estiloides, à cartilagem tireóidea, ao
manúbrio do esterno e às escápulas.
Do ponto de vista funcional, o hioide é um local de inserção para os músculos
anteriores do pescoço e atua como suporte para manter a via respiratória aberta.
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Tela subcutânea e músculo platisma
Regiões do pescoço
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A região cervical lateral (trígono cervical lateral) é limitada:
O trígono carótico é uma área vascular limitada pelo ventre superior do músculo
omo-hióideo, o ventre posterior do músculo digástrico e a margem anterior do músculo
ECM Esse trígono é importante porque a artéria carótida comum ascende até seu interior.
Seu pulso pode ser auscultado ou palpado. No trígono carótico estão localizados:
•Seio carótico: uma dilatação da parte proximal da artéria carótida interna, que pode incluir
a artéria carótida comum. Ele é um barorreceptor(pressorreceptor) que reage a alterações
da pressão arterial.
•Glomo carótico: uma pequena massa de tecido ovoide marrom-avermelhada em vida,
situada na face medial (profunda) da bifurcação da artéria carótida comum em íntima
relação com o seio carótico. É um quimiorreceptor que monitora o nível de oxigênio no
sangue.
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As estruturas neurovasculares do trígono carótico são circundadas pela bainha carótica:
as artérias carótidas medialmente, a VJI lateralmente, e o nervo
vago posteriormente.
Referências
Moore, Keith, L. et al. Anatomia Orientada para Clínica, 8ª edição. Disponível em: Minha
Biblioteca, Grupo GEN, 2018.
https://anatomia-papel-e-caneta.com
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