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ROTEIRO

 AULA  PRÁTICA  DE  PELVE  

Observação  

  Na   avaliação   postural,   além   de   observar   os   outros   segmentos   corporais  


relevantes  (e.g.  pé),  observar:  

•   No  plano  frontal:  alinhamento  de  EIAS,  EIPS  e  Cristas  Ilíacas  

Paciente:   O   paciente   fica   em   pé,   na   sua   postura   relaxada,   natural   e   com   os   pés   na  
mesma  linha  de  forma  que  o  peso  do  corpo  esteja  distribuído  de  maneira  uniforme  nos  
dois  membros  inferiores.  Para  avaliar  o  alinhamento  das  EIAS,  o  fisioterapeuta  posiciona  
os  polegares  na  borda  inferior  das  duas  espinhas.  Para  avaliar  o  alinhamento  das  EIPS,  o  
fisioterapeuta   palpa   primeiro   as   cristas   ilíacas   e   desliza   os   polegares   inferiormente   até  
encontras  as  EIPS.  

•   No   plano   sagital:   anteversão,   retroversão,   antepulsão,   torção   pélvica   (entre  


inominados)  

Fisioterapeuta:  ao  lado  do  paciente  e  observar  a  postura  da  pelve,  coluna  e  joelhos.  

  Joelhos   Quadris   Coluna  Lombar  

Antervesão   Hiperestendidos   Fletidos   Aumento  da  Lordose  lombar  

Antepulsão   Hiperestendidos   Estendidos   Aumento  da  lordose  lombar  baixa  e  retificação  lombar  alta  

Retroversão   Levemente  fletidos   Estendidos   Retificação  da  Lordose  lombar  

 
víduos recrutados assinaram o Termo de Consentimento 90° indicam posições retrovertidas.
Livre e Esclarecido previamente aprovado pela COEP. Para a medida da inclinação da pelve na posição de
Vinte indivíduos saudáveis, recrutados por conve- flexão máxima do tronco (por meio da colocação do in-
niência, participaram deste estudo, sendo dez homens clinômetro sobre o sacro) e da inclinação da coluna tam-
e dez mulheres, com média de idade de 28,2 (± 9,87) bém na flexão máxima do tronco, o individuo mante-
anos, massa corporal média de 66,3 (±8,25) Kg e esta- ve os joelhos estendidos. A vértebra T1 foi palpada e a
tura média de 1,70 (±0,06) m. Para participar do estudo, borda superior da base do inclinômetro foi posicionada
os indivíduos deveriam ter idade entre 18 e 60 anos, não nesse local, de forma que o inclinômetro ficou repousa-
ter apresentado sintomas musculoesqueléticos nos últi- do sobre a coluna torácica alta (figura 2). Em seguida, o
mos seis meses ou história de cirurgias musculoesque- ponto médio entre as EIPS, determinado na medida da

dores ouPode-­‐se   usar   o   inclinômetro     na  


comoface   posterior   do   sacro   (logo   abaixo   das   EIPSs)   para  
léticas. Foram excluídos os indivíduos que apresentaram
inclinação pélvica na posição ortostática, foi novamente
incômodos durante a realização dos testes. utilizado referência para a medição da inclinação
pélvica em flexão máxima do tronco (figura 3).
medir  a  postura  sagital  da  pelve.  
Procedimentos Todas as Esperado:   70  graus  
medidas foram realizadas primeiramen-
Inicialmente, os examinadores praticaram, juntos, te pelo examinador sorteado e, logo após, pelo segundo
a palpação das EIPS e a colocação do inclinômetro no

 
sacro e na coluna torácica por um período de uma se-
mana, em voluntários que não seriam incluídos no es-
tudo principal. A prática garantiu a máxima padroniza-
ção intra- e inter-examinadores dos procedimentos, vi-
 
sando a redução de erros de medidas. Após o período
de treinamento, os examinadores realizaram as medidas
nos participantes, independentemente, em um mesmo

 
dia. Os mesmos participantes foram reavaliados por
ambos os examinadores após um período de uma se-
mana. Dessa forma, cada participante foi submetido aos
procedimentos em dois dias diferentes, por duas vezes
em cada dia.
 
O indivíduo selecionou, por meio de um sorteio,
qual examinador iria iniciar a coleta. O mesmo examina-
dor realizou três medidas diferentes em sequência: (1)
 
angulação pélvica (sacral) na posição ortostática relaxa-
da; (2) angulação pélvica (sacral) na amplitude máxima
de flexão de tronco (posição final do RLP); (3) angula-
Figura 1. Medida da inclinação pélvica na posição ortostática.
ção da região torácica alta na amplitude máxima de fle-
xão de tronco (posição final do RLP).
 
Os participantes estavam descalços e com uma
vestimenta que possibilitou a palpação das EIPS, a vi-
Torção  pélvica:  Com  o  paciente  em  pé,  palpam-­‐se  a  EIAS  e  a  EIPS  do  mesmo  inominado  
sualização dos dois terços superiores do sacro e a reali-
zação do RLP em sua completa amplitude de movimen-

e  observa  a  diferença  de  altura  entre  essas  proeminências  como  uma  forma  de  estimar  
to. O indivíduo foi solicitado a manter-se em posição or-
tostática relaxada sobre uma folha de papel. O primeiro

ção dos a  
pésp ostura   sagital   desse   segmento  (figura  abaixo).  Logo  após,  realiza-­‐se  a  mesma  medida  
examinador sorteado contornou com uma caneta a posi-
do indivíduo para certificar que os pés per-
maneceram na mesma posição durante todas as cole-
no  iasnominado  
tas, incluindo contra-­‐lateral.  
coletas que foram realizadas no segun- Se  houver  diferença  entre  as  medidas  feitas  nos  dois  lados,  
do dia de avaliação. As EIPS foram palpadas e marcadas
com lápisdesconfia-­‐se   da  pfoiresença  
de fácil remoção. Uma projeção feita de um de  uma  diferença  entre  as  inclinações  sagitais  dos  inominados,  
ponto marcado ao outro. A borda superior da base do in-

ou  seja,  de  torção  pélvica  sagital  nas  articulações  sacro-­‐ilíacas  e  sínfise  púbica.      
clinômetro foi posicionada sobre a região intermediária
entre esses pontos, de forma que o inclinômetro perma-
neceu repousado verticalmente sobre o sacro (figura 1).
Para essa medida, uma inclinação de 90° indica uma po-
Entretanto,   pode   existir   uma   ilusão   de   torção   pélvica   quando   existe   uma   diferença  
sição vertical do sacro, inclinações menores que 90° in-
Figura 2. Medida da inclinação da coluna torácica alta na flexão
máxima de tronco.

funcional  ou  estrutural  de  comprimento  de  membros,  com  a  pelve  desalinhada  no  plano  
Ter Man. 2012; 10(50):

frontal   (veja   o   artigo   do   link:   http://ptjournal.apta.org/content/68/1/77.long   ).   Uma  


pelve  sem  torção  pode  parecer  que  apresenta  torção  uma  vez  que  do  lado  mais  baixo  o  
inominado  parece  estar  em  posição  mais  inclinada  anteriormente  e  do  lado  mais  alto  o  
inominado   parece   estar   em   posição   mais   inclinada   posteriormente.   Por   isso,   quando  
encontra-­‐se  um  torção  pélvica  acompanhada  de  desalinhamento  pélvico  frontal,  com  o  
inominado   do   lado   mais   baixo   mais   antevertido   que   o   inominado   do   lado   mais   alto,  
deve-­‐se  testar  se  essa  torção  pélvica  é  verdadeira.  Nesse  caso,  para  saber  a  torção  é  
verdadeira,   pode-­‐se   corrigir   momentaneamente   a   diferença   de   comprimento   de  
membros   e   alinhar   a   pelve   no   plano   frontal,   e   então   observar   se   a   aparente   torção  
desaparece.  

 
•   No  Plano  transverso:  rotações  

•   Influência  do  alinhamento  do  pé  e  da  função  muscular  no  alinhamento  da  pelve  

Influência  do  pé:  a  presença  de  uma  pronação  excessiva  assimétrica  pode  causar  um  
abaixamento  do  ilíaco  do  lado  mais  pronado.  Colocar  a  subtalar  em  neutro  e  observar  
se  houve  mudança  no  alinhamento  das  EIAS:  

 
Influência  da  rigidez  do  tensor  da  fáscia  lata:  Uma  rigidez  assimétrica  do  músculo  tensor  
da  fáscia  lata  pode  favorecer  uma  rotação  anterior  do  ilíaco  do  lado  mais  rígido,  gerando  
um   desalinhamento   das   EIAS.  Para   testar   a   influência   deste   músculo   no   alinhamento  
pélvico,  o  fisioterapeuta  deve  solicitar  ao  paciente  abduzir  levemente  as  pernas  para  
que   haja   uma   diminuição   da   tensão   passiva   nos   abdutores   e   verificar   se   houve   uma  
mudança  do  alinhamento  pélvico.  

 
 
Influência  da  rigidez  de  glúteo  máximo:  A  presença  de  um  glúteo  máximo  com  menor  
rigidez  comparado  ao  lado  contralateral  pode  provocar  um  abaixamento  da  EIAS  do  lado  
menos   rígido.   Para   testar   se   uma   diminuição   da   rigidez   do   glúteo   máximo   está  
interferindo  na  posição  da  pelve,  posicionar  o  paciente  de  pé,  solicitar  uma  contração  
desse   músculo   e   observar   se   essa   contração   vai   reduzir   ou   corrigir   a   alteração   no  
alinhamento.    
 

Ritmo  Lombopélvico  

Avaliar   o   ritmo   durante   o   movimento   de   flexão   e   extensão   do   tronco,   conforme  


descrição  cinesiológica.  

Marcha  

Vide  aula  tornozelo  -­‐  pé  

Alinhamento  ósseo  

•    Anteversão  do  colo  do  fêmur  

Paciente:  Deitado  em  decúbito  ventral,  com  as  pernas  alinhadas,  quadril  em  neutro  e  
joelho  da  perna  a  ser  avaliada  fletido  a  90°.  
Fisioterapeuta:   deve   se   posicionar   ao   lado   oposto   ao   que   vai   ser   testado.   Palpar   o  
trocânter   maior   do   fêmur   do   lado   a   ser   testado,   realizar   passivamente   os   movimentos  
de   rotação   medial   e   lateral   de   quadril   como   objetivo   de   alinhar   o   trocânter  
paralelamente  a  maca.  Posicionar  o  fulcro  do  goniômetro  no  centro  da  articulação  do  
joelho,  o  braço  fixo  paralelo  à  maca  e  o  móvel  alinhado  com  a  diáfise  da  tíbia.  
Resultado:   Valores   inferiores   a   8°   indicam   retroversão   do   colo   do   fêmur   e   valores  
superiores  a  15°  indicam  aumento  da  anteversão  do  colo  do  fêmur.  

 
 

•   Diferença  de  comprimento  de  membros  

Paciente:  decúbito  dorsal  com  as  EIASs  niveladas.  


Fisioterapeuta:   após   se   certificar   que   as   EIASs   estão   alinhadas,   medir   com   uma   fita  
métrica  a  distância  entre  a  EIASs  e  o  maléolo  lateral  ou  medial  ou  entre  o  trocânter  e  o  
maléolo  lateral  (usar  a  mesma  referência  nas  duas  pernas  ou  a  média  das  3  medidas).  

 
 
 

Movimentos  ativos  

Devem   ser   avaliados   os   movimentos   de   flexão,   extensão,   abdução,   adução,   rotação  


lateral  e  medial  de  quadril.    

Atenção:   Além   da   ADM   e   dor,   observar   a   qualidade   dos   movimentos,   ficando   atento   a  
compensações  na  pelve  e  coluna.  

Valores  de  Referência  (Magee,  2002)  

•   Flexão   110   a   120°   /   Extensão:   10   a   15°     /   Abdução:   30   a   50°   /   Adução:   30°   /  


Rotação  lateral:  40  a  60°  /  Rotação  medial:  30  a  40°  

Movimentos  Passivos  

•   Avaliar  os  mesmos  movimentos  (ADM,  endfeel,  dor)  

Função  Muscular  

•   Estabilidade  
 
o   Ponte  com  extensão  unilateral  de  joelho  

O   paciente   é   solicitado   a   elevar   a   pelve   da   maca   (Posição   de   Ponte).   Nesta  


posição,  ele  deve  elevar  um  membro  inferior  da  maca.  Neste  momento  o  fisioterapeuta  
deve  observar  se  houve  queda  pélvica  paro  o  lado  em  que  foi  retirada  a  perna  da  maca,  
o  que  indicativo  de  uma  baixa  capacidade  da  musculatura  para  estabilizar  o  segmento  
da  pelve  (principalmente  oblíquos).  Caso  necessário,  o  fisioterapeuta  pode  aplicar  uma  
resistência  sobre  a  EIAS  para  aumentar  a  demanda  de  estabilização  do  segmento.  
  Durante  a  realização  do  teste,  os  extensores  do  quadril,  da  perna  que  permanece  
apoiada,  também  se  encontram  ativos  para  sustentar  a  postura  de  teste.  Por  isto,  nos  
pacientes  com  alteração  na  capacidade  de  produção  de  força  dos  extensores  do  quadril,  
é  comum  observar  o  relato  de  incomodo  nos  isquiossurais  no  membro  inferior  que  se  
manteve  apoiado.  

 
 

o   Superman  (prono  e  4  apoios)  

Em   prono   ou   em   quatro   apoios,   o   paciente   é   solicitado   a   realizar   flexão   de   ombro   e  


extensão   de   quadril   do   lado   contralateral.   O   fisioterapeuta   deve   observar  
movimentação   pélvica   –   movimentação   da   mesma   indica   uma   incapacidade   da  
musculatura  para  estabilizar  a  pelve  durante  o  teste.    

 
•   Força  Isolada  
o   Glúteo  máximo  
o   Rotadores  externos  
o   Glúteo  médio  
o   Abdominais  (ver  testes  específicos  no  roteiro  da  aula  de  coluna)  
 
 
 
•   Equilíbrio  
 
o   Extensores  de  Quadril  x  Paravertebrais  

Com   o   paciente   em   decúbito   ventral   o   fisioterapeuta   deve   palpar   a   EIPS   e  


solicitar   ao   paciente   que   realize   a   extensão   de   quadril.   Neste   momento   observar   se   há  
movimento  da  EIPS  sob  o  seu  dedo,  o  que  indicaria  um  desequilíbrio  na  ativação  dos  
extensores  de  quadril  e  paravertebrais.  Um  movimento  no  sentido  superior  (cranial)  da  
EIPS  seria  sugestivo  de  um  predomínio  de  paravertebrais,  um  movimento  no  sentido  
inferior  (caudal)  seria  sugestivo  de  uma  ativação  preferencial  de  extensores  de  quadril.    
Caso  seja  necessário,  o  fisioterapeuta  pode  aplicar  resistência  na  altura  da  fossa  
poplítea   para   aumentar   a   demanda   do   teste.   Se   o   teste   for   realizado   com   flexão   de  
joelho,  pode-­‐se  observar  o  equilíbrio  entre  glúteo  máximo  e  paravertebrais.  

 
 
o   Glúteo  máximo  x  Isquiossurais  

Com   o   paciente   em   decúbito   ventral,   o   fisioterapeuta   palpa   o   ventre   dos   músculos  


isquiossurais  e  glúteo  máximo  e  solicita  o  movimento  de  extensão  de  quadril.  Neste  momento,  
deve-­‐se  avaliar  a  qualidade  da  contração  dos  dois  grupos  musculares  para  saber  se  há  algum  
desequilíbrio.  O  mesmo  teste  deve  ser  feito  com  flexão  de  joelho  para  se  observar  se  houve  
alguma  mudança  no  recrutamento  do  glúteo  máximo.    

o   Grande  dorsal  x  Glúteo  máximo  (transmissão  de  força)  

Em   um   primeiro   momento,   o   paciente,   em   decúbito   ventral,   será   instruído   a  


realizar   o   movimento   de   extensão   de   quadril   e   a   relatar   a   dificuldade   para   realizar   o  
movimento.  O  fisioterapeuta  deve  observar  a  qualidade  e  quantidade  de  movimento.    
Em  seguida,  o  fisioterapeuta  solicita  ao  paciente  que  realize  uma  extensão  com  rotação  
interna  de  ombro  contralateral  ao  lado  a  ser  testado  contra  uma  resistência,  em  seguida  
ele  deve  realizar  novamente  a  extensão  de  quadril.    Sua  performance  para  fazer  este  
movimento  será  auto  relatada  e  observada  pelo  fisioterapeuta.    

 
o   TFL  X  outros  abdutores  (que  fazem  RE)  

O   paciente   deve   ser   posicionado   em   decúbito   lateral   como   membro   inferior   de  


baixo  flexionado  e  o  de  cima  alinhado  ao  corpo.  Inicialmente,  o  fisioterapeuta  solicita  
ao  paciente  que  realize  abdução  de  quadril  (10  repetições)  e  deve  avaliar  o  padrão  de  
movimento.  Espera-­‐se  que  o  paciente  seja  capaz  de  executar  o  movimento  de  abdução  
do  quadril  mantendo  o  membro  inferior  alinhado  com  o  tronco  durante  todo  o  arco  de  
movimento,  o  que  indicaria  um  equilíbrios  entre  esses  grupos  musculares.  A  presença  
de   uma   flexão   e/ou   rotação   interna   de   quadril   durante   o   movimento   de   abdução   seria  
sugestivo  de  uma  ativação  preferencial  do  músculo  tensor  da  fáscia  lata.    

Posteriormente,   o   fisioterapeuta   deve   palpar   o   músculo   TFL   e   glúteo  médio   e  


solicitar  novamente  que  o  paciente  realize  a  abdução  de  quadril.  Neste  momento,  deve-­‐
se  observar  a  qualidade  da  contração  dos  músculos  testados.  

 
o   Abdutores  x  Quadrado  lombar  

Com   o   paciente   em   decúbito   lateral   solicitar   que   realize   o   movimento   de  


abdução   de   quadril   e   observar   se   há   um   movimento   de   superiorização   (Inclinação  
superior)  da  pelve,  o  que  seria  indicativo  de  uma  fraqueza  dos  abdutores  de  quadril  em  
relação  ao  quadrado  lombar.    

 
o   Flexores  de  quadril  x  Abdominais  

Com   o   paciente   em   decúbito   dorsal,   o   fisioterapeuta   deve   se   posicionar  


contralateral  ao  lado  que  será  testado.  Deve-­‐se  palpar  a  EIAS  com  a  mão  cefálica  e  a  
mão  caudal  deve  se  posicionar  na  altura  da  região  distal  do  fêmur  para  promover  uma  
resistência  ao  movimento  de  flexão  de  quadril.  O  membro  inferior  não  testado  deve  ser  
suportado   pelo   braço   do   fisioterapeuta   para   reduzir   a   possibilidade   de   que   os   IQS  
contralaterais   ao   lado   a   ser   testado   possam   substituir   os   abdominais   na   função   de  
estabilizar   a   pelve.   O   fisioterapeuta   solicita   ao   paciente   que   realize   o   movimento   de  
flexão  de  quadril  e  deve  observar  possíveis  movimentos  da  EIAS  sob  o  seu  dedo.  Um  
movimento  da  EIAS  no  sentido  inferior  (caudal)  seria  indicativo  de  uma  incapacidade  
dos   abdominais   de   estabilizarem   a   pelve   durante   o   movimento   de   quadril.   Um  
deslocamento  superior  (cranial)  da  EIPS  é  indicativo  de  uma  ativação  preferencial  dos  
abdominais  em  relação  aos  flexores  de  quadril.  
 
 
 
 
•   Rigidez  Isolada  
 
o   Quadrado  lombar  

Com   o   paciente   em   decúbito   dorsal,   o   fisioterapeuta   segura   na   região   do  


tornozelo   e   aplica   uma   tração   no   sentido   inferior   de   forma   a   tensionar   o   quadrado  
lombar   durante   a   realização   dessa   manobra.   Deve-­‐se   comparar   a   resistência   ao  
movimento  entre  os  lados  testados.  Vale  ressaltar  que  durante  a  tração  realizada  no  
membro   inferior   do   paciente,   todas   as   estruturas   desse   segmento   estarão   sujeitas   a  
tensão  aplicada  pelo  avaliador.  Dessa  forma,  deverão  ser  tomadas  precauções  quanto  à  
averiguação   da   integridade   das   mesmas   previamente   ao   teste   e   isto   deverá   ser  
considerado  nas  interpretações  dos  resultados  do  teste.  

 
 
o   Rotadores  externos  

O  paciente  é  posicionado  em  decúbito  ventral  com  o  quadril  em  neutro  e  joelho  
do  membro  inferior  a  ser  testado  em  90°  de  flexão.  O  fisioterapeuta  deve  realizar  uma  
rotação   medial   do   quadril   e   observar   a   resistência   dos   rotadores   externos   ao  
movimento.    
 

Pode-­‐se  medir  a  posição  tíbia  com  o  inclinômetro.    Esperado:  40  graus  

 
 

Em  um  segundo  momento,  o  paciente  será  posicionado  de  joelhos  com  as  pernas  
paralelas   e   levemente   separadas   e   então   será   solicitado   que   se   sente   sobre   os  
calcanhares  e  incline  o  tronco  a  frente.  O  fisioterapeuta  deve  observar  se  ocorreu  uma  
inclinação  de  uma  das  EIPS,  indicando  uma  assimetria  na  rigidez  dos  rotadores  externos.    

 
Para  confirmar  se  o  desnivelamento  é  devido  a  uma  assimetria  de  rigidez  dos  RE,  
deve-­‐se   posicionar   a   perna   do   paciente   do   lado   em   que   houve   a   queda   da   EIPS   em  
rotação  externa  e  realizar  novamente  o  teste.  Uma  correção  do  desnivelamento  das  EIPS  
seria  indicativo  de  um  desequilíbrio  entre  lados  na  rigidez  dos  RE.    
 
 
 
•   Equilíbrio  de  Rigidez  Passiva  
 
o   Reto  Femoral  x  abdominais  

Com  o  paciente  em  decúbito  ventral  o  fisioterapeuta  palpa  a  EIPS  e  realiza  flexão  
passiva  do  joelho  ipsilateral.  Um  movimento  da  EIPS  no  sentido  superior  indica  que  a  
tensão   passiva   gerada   no   reto   femoral   pela   flexão   passiva   de   joelho   promoveu   uma  
rotação  anterior  do  ilíaco,  o  que  não  foi  impedido  pela  rigidez  passiva  dos  abdominais.  
Este   resultado   indica   um   desequilíbrio   de   rigidez   entre   essas   musculaturas.   Se   a   EIPS  
permanecer  estável  é  indicativo  de  equilíbrio  de  rigidez  desses  músculos.  

 
 
o   Paravertebrais  x  Isquiossurais  

O   paciente   deve   estar   sentado,   próximo   à   beirada   da   maca,   com   as   pernas  


pendentes.   O   Fisioterapeuta   deve   palpar   a   EIPS   e   solicitar   ao   paciente   que   realize   uma  
extensão  de  joelho.  Ao  estender  o  joelho,  a  tensão  passiva  imposta  aos  isquiossurais  irá  
favorecer   o   movimento   de   retroversão   pélvica   (evidenciado   pelo   movimento   de  
inferiorização   da   EIPS).   Este   movimento   deve   ser   resistido   pela   rigidez   passiva   de  
paravertebrais.    Se  a  EIPS  permanecer  estável  é  indicativo  de  equilíbrio  de  rigidez  desses  
músculos.  

 
 
•   Flexibilidade  
o   Flexores  de  quadril  (disciplina  cinesioterapia)  
o   Ober  (disciplina  cinesioterapia)  

Testes  especiais  

Teste  de  Impacto  Fêmuro-­‐Acetabular  anterior  

Paciente  em  supino.  O  fisioterapeuta  leva  o  quadril  do  paciente  à  flexão  de  90  graus,  com  joelhos  fletidos,  
e,  a  partir,  dessa  posição,  realiza  rotação  interna  e  adução  do  quadril.  (Fazer  o  raciocínio  lembrando  que  
é  o  colo  do  fêmur,  e  não  a  cabeça,  que  impacta  o  labrum  e/ou  a  cartilagem  articular,  na  região  ântero-­‐
medial-­‐superior  do  acetábulo).  

                                                                           
Testes  de  Estresse  da  SI    

I.  Teste  de  distração  

Paciente   em   supino.   Examinador   aplica   força   sobre   as   espinhas   ilíacas   ântero-­‐superiores   direcionadas  
posteriormente.  O  efeito  presumido  é  uma  distração  do  aspecto  anterior  da  SI.  

II.  “Thigh  Thrust”  –  Cisalhamento  aspecto  posterior  da  SI  

Paciente   em   supino,   com   o   quadril   fletido   a   90°   (coxa   perpendicular   a   maca)   e   levemente   aduzido.   Uma  
das  mãos  do  examinador  suporta  o  sacro  e  o  outro  braço  abraça  femur  e  tibia  em  torno  do  joelho.  Uma  
pressão   é   então   aplicada   posteriormente   na   direção   do   femur.   O   procedimento   é   realizado  
bilateralmente.  O  efeito  presumido  é  um  cisalhamento  posterior  da  SI  do  lado  testado.  

   
III.  Teste  de  compressão  

Paciente  em  decubido  lateral  com  joelhos  fletido  a  aproximadamente  90°.  O  examinador  ajoelha  na  maca  
e  aplica  uma  força  vertical  na  direção  inferior  sobre  a  crista.  

   
IV.  Sacral  “thrust”  –  Cisalhamento  do  aspecto  anterior  da  SI  

Paciente   em   decúbito   ventral.   O   examinador   aplica   uma   força   vertical   na   direção   postero-­‐anterior   no  
centro  do  sacro.  O  efeito  presumido  é  o  cisalhamente  anterior  do  sacro  em  ambos  os  íleos.    

Padronização  de  aplicação  dos  testes,  de  acordo  com  Laslett  et  al.,  2005:  

Iniciar   com   testes   I   e   II   devido   a   maior   especificidade   e   sensibilidade   apresentada   por   estes   testes.   Se  
ambos  forem  positivos  (i.e.  reproduzirem  os  sintomas  do  paciente),  pode-­‐se  inferir  que  a  articulação  SI  é  
um  fator  que  contribui  no  processo  de  dor.  Se  apenas  um  for  positivo,  realizar  o  teste  III.  Se  positivo,  
infere-­‐se  disfunção  da  SI.  Se  negativo,  aplicar  teste  IV.  Se  positivo,  mais  uma  vez  infere-­‐se  disfunção  de  SI.  
Se  negativo,  pouca  probabilidade  de  acometimento  da  sacro-­‐ilíaca.  Se  os  testes  I  e  II  forem  negativos,  
infere-­‐se  acometimento  da  SI  apenas  de  testes  III  e  IV  forem  positivos.  

Colaboradores    

Christiano  D’Assunção  Costa,  George  Schayer  Sabino,  Letícia  Ladeira  Wanner,  Natalia  F.  N.  
Bittencourt,  Pollyanna  Figueiredo  Gomes,  Juscélio  Pereira  da  Silva  
 
Apostila  editada  por  Profs.  Juliana  Ocarino,  Paula  Lanna  Silva,  Thales  R.  Souza  e  Sérgio  Fonseca  

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