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Janaína Cintas
Hoje com a evolução científica, sabemos que as curvas fisiológicas da coluna vertebral
devem ser preservadas. Pois servem para melhor distribuir a força gravitacional dentro de
nosso polígono de sustentação.
São essas curvas que distribuem força da gravidade que nos empurra a todo momento
para o centro da Terra. Diminuindo assim consideravelmente a carga axial aplicada pela
força gravitacional sobre nosso sistema musculo esquelético.
Nesse texto vamos analisar toda a anatomia das curvaturas da coluna e saber como tratar
a as colunas retificadas com o Pilates. Confira.
Sobre as curvaturas
Colunas Retificadas (4)
Segundo a ontogênese, nascemos numa flexão global, ou seja, totalmente cifosado, sendo
as curvas cifóticas chamadas também de curvaturas primárias.
É feito para que o movimento nelas ocorra, portanto as lordoses são mais móveis, porém
mais susceptíveis a lesões.
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Uma cifose craniana (para proteger nosso crânio);
Uma lordose cervical, cifose torácica (para proteção de nossos órgãos vitais,
pulmões e coração);
A lordose lombar;
Seguida da cifose sacral (protegendo nossos órgãos reprodutores, útero e ovários
nas mulheres, e a próstata nos homens).T
Tipos de Coluna
Colunas Retificadas (2)
Como vimos as curvaturas fisiológicas da coluna vertebral tem diversas funções e não
estão colocadas no corpo humano por acaso.
E como lidamos mais frequentemente com colunas retificadas, o Pilates terapêutico pode
ser uma ótima ferramenta para preservarmos essas curvas. Ou ainda, para trata-las e
reconstruí-las, funcionalmente.
É uma coluna menos móvel, menos equilibrada e mais susceptível a lesões pela força de
cisalhamento ou por diminuições dos espaços articulares.
Pois sabemos, hoje em dia, que numa coluna do tipo funcional estática (retificada) a
compressão nos discos intervertebrais, pode estar aumentada em até 30 vezes.
Claro que esta divisão é puramente didática uma vez que na prática clínica. Poucas vezes
encontramos uma coluna puramente do tipo funcional estática ou dinâmica, mas sim uma
mistura.
Exemplo
Como por exemplo, numa hipercifolordose, temos uma coluna mista, com aumento da
cifose torácica e consequentemente com a perda da sua mobilidade local.
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E ainda assim um aumento também da lordose lombar, com aumento de sua mobilidade
lombar, e por esse motivo, mais chance de se lesionar.
Hoje vamos falar somente de colunas retificadas no tórax, com diminuição da mobilidade,
na pratica clínica como lidar com esse tipo de coluna hipomóvel:
Na coluna cervical esse apoio com o solo deve ser feito na calota craniana,
preservando assim a lordose cervical.
A cifose torácica estará apagada e devera estar em contato com o solo. Muita
atenção aqui: as vezes somos iludidos pelo posicionamento das escapulas e não da
coluna no solo.
A lordose lombar deverá estar moldada, de forma que impeça o contato da coluna
lombar com o solo. Chamamos de retificação lombar a total retroversão da coluna
lombar.
Lembremos aqui que a retificação lombar pode aumentar em ate trinta vezes a pressão nos
discos intervertebrais dessa região da coluna.
A lombar deverá ter um apoio no solo, de maneira que a sínfise púbica fique na mesma
linha das espinhas ilíacas anterô-superiores para evitar o aumento da pressão discal.
E durante todo nosso trabalho faremos o possível para que essas curvaturas sejam
preservadas utilizando a força abdominal para isso.
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Nossa principal ferramenta para começarmos a tratar, moldarmos e reequilibrarmos essa
coluna retificada é a respiração. Segundo Joseph Pilates devemos primeiro ensinar o
paciente a respirar.
Com nosso paciente já bem posicionado em decúbito dorsal, vamos então solicitar que o
paciente inspire.
De modo que leve o ar para a parte posterior do tronco, de forma sutil e controlada. Esse
tipo de respiração vai tentar mover a curvatura retificada da cifose torácica e expiração o
Power House de ser ativado corretamente.
Sem deixar os retos abdominais ativos durante a expiração para que não aja a retroversão
lombar, mantendo assim a curvatura lombar. Ainda em decúbito dorsal, solicitamos que o
paciente inspire nas costas, com a ação do Power House.
Uma vez bem compreendido esse tipo de respiração que será nosso comando verbal para
os retificados, somente para os retificados.
Continuando…
Passamos então para a construção do movimento de flexão cervical e dorsal, para que
possamos preparar o paciente para subir em uma flexão.
Seja num Teaser, The Hundread, e em todos exercícios em que iremos flexionar o tronco.
Com segurança, solicitamos então, a flexão cervical, sem levar o queixo para o tórax e
nem tão pouco a anteriorização da cabeça.
Se o nosso paciente não consegui subir na flexão sem anteriorizar a cabeça, podemos
coloca-lo sentado e posicionaremos nossa mão em sua calota craniana.
Assim solicitamos que ele empurre levemente a cabeça para trás empurrando nossa mão,
até ele compreender o posicionamento da cabeça, essa forca e muito sutil e serve
somente para o paciente não mais anteriolizá-la.
Colocamos nosso paciente novamente em decúbito dorsal com flexão de joelhos e pés
apoiados ao solo e reiniciando o comando de flexionar a cervical, com pescoço alongado e
sem rugas.
Sem que esqueçamos dos comandos anteriores, a partir daí a flexão dorsal até a base
inferior das escápulas, repetiremos quantas vezes forem necessárias esse enrolamento
até a dorsal, com mobilidade torácica.
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O paciente subirá na flexão da coluna, como Joseph Pilates preconizava, vértebra por
vértebra e voltará à posição inicial dando então ênfase nesse movimento terapêutico, a
possibilidade de formação da cifose torácica com a preservação da lordose cervical.
Concomitante a esse trabalho, iniciaremos com exercícios de mobilidade tanto para flexão,
tanto para extensão da coluna.
Dicas
Exercícios como Rolling Like a Ball, exercícios com grau de dificuldade baixa, porém com
ênfase na mobilidade e não na força, em um primeiro momento, devem ser escolhidos.
Só depois que essa construção da flexão cervical e dorsal com curvaturas preservadas
estiverem prontas, passaremos para exercícios mais elaborados e poderemos agregar
exercícios de nível intermediário.
Para reconstruirmos essa curvatura cifótica perdida, ainda usaremos como ferramenta o
comando verbal da organização escapular.
Vale salientar que para pacientes retificados nunca devemos solicitar comandos como:
encaixar as escápulas, colocar as escápulas no bolso da calça, mas sim o afundamento do
externo, com a construção nos braços e cintura escapular de uma esfera.
Ótimo para construção dessa esfera seria: o Single Leg Strech. Enquanto o aluno realiza
os movimentos com os membros inferiores deve imaginar uma esfera logo abaixo ao
esterno. Que deve ser mantida fixa somente com a flexão da coluna. Pode-se inclusive
utilizar uma bola real e não somente o estímulo verbal.
Concluindo…
Agora mãos à obra e não à Retificação! Colunas saudáveis são colunas móveis e
estabilizadas, a dor gerada por falta de movimento se cura com movimento!
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