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Danielle Paes – Odontologia – 7º Período

28/08/19
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Terapêutica Medicamentosa em Odontologia

Dor e Inflamação

 Qual o papel da medicação?


 Procedimentos eletivos ou urgências odontológicas.
 A medicação serve como complemento, não como tratamento.
 Deve-se remover o fator etiológico.
 Os medicamentos não devem ser empregados de fora
indiscriminada, em detrimento da intervenção clínica.
 Arsenal farmacológico:
 Analgésico.
 Antiinflamatório.
 Anestésico.
 Antibiótico.
 Óxido nitroso.
 Normas de prescrição:
 Uso interno – drogas absorvidas no trato gastrointestinal. Ex: via
oral.
 Uso externo – ex: intramuscular; endovenosa.
 A importância da anamnese:
 Antes de anestesiar ou prescrever qualquer tipo de medicamento,
o CD deve obedecer ao principal mandamento da prática
odontológica  “Nunca tratar um estranho”.
 Aumento da incidência de pacientes que requerem cuidados
adicionais (anamnese dirigida – de maior complexidade):
 Diabéticos.
 Hipertensos.
 Cardiopatas.
 Portadores de outras condições ou doenças.
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 Anamnese dirigida – 3 questões mais importantes:


 Como está sendo feito o controle da sua doença?
 Houve alguma complicação recente?
 De qual medicação você faz uso?
 Troca de informações com o médico.
 Nem sempre isso é possível, especialmente nas urgências.
 Anestesia local:
 O CD deve conhecer a farmacologia e toxidade dos anestésicos
locais que emprega na prática diária.
 Anestésicos locais:
o Éster – maior toxicidade.
o Amida.
 Vantagens da anestesia local:
o Paciente permanece alerta e cooperador.
o Baixa incidência de morbidade.
o Técnicas de fácil execução.
o % de insucessos reduzida.
o Custo baixo.
o Não necessita jejuar antes.
o Retorno imediato para residência.

Obs: o paciente deve ser cooperador!

 Anestésico com vasoconstritor – diminui o sangramento; prolonga


a ação/efeito da droga; diminui a toxicidade; precisa de um menor
volume para fazer efeito.
o Retarda a absorção.
o Prolonga a ação da droga.
o Menor volume.
o Aumenta a eficácia.
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 Qual solução empregar?


o Lidocaína – menor efeito (dura menos).
o Mepivacaína – tem maior duração.
o Articaína.
o Prilocaína.
o Bupivacaína – maior toxicidade.

Obs: todo anestésico local é vasodilatador, por isso é


necessário o uso de um vasoconstritor associado.

Obs: um anestésico sem vasoconstritor é mais tóxico, em


virtude da diminuição da absorção.

 A solução anestésica deve ser escolhida em função do:


o Tempo de duração do procedimento.
o Grau de hemostasia desejado.
o Perfil do paciente.
 Solução anestésica com ou sem vasoconstritor?
o Sempre que possível, com vasoconstritor.
o O paciente não pode sentir dor.
o O vasoconstritor aumenta a profundidade do anestésico.
 Anestésicos locais – ação vasodilatadora:
o Menor tempo de duração da anestesia.
o + vasoconstrição – duração maior da anestesia  diminui
o risco de toxicidade do sal anestésico.
 Quais são os vasoconstritores incorporados às soluções
anestésicas de uso odontológico?
o Epinefrina (adrenalina):
 1:50.000.
 1.100.000.
 1:200.000.
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o Felipressina (octapressin):
 0,03 UI/ml.
 Dose máxima de epinefrina para pacientes com doença
cardiovascular controlada  0,04mg (por sessão de
atendimento):
Concentração Quantidade de tubetes
1:50.000 (0,02mg/ml) 1
1:100.000 (0,01 mg/ml) 2
1:200.000 (0,005mg/ml) 4

 Além de conhecer a farmacologia e toxicidade dos anestésicos


locais, o CD deve ainda respeitar os 3 principais mandamentos da
anestesia local:
o Aspiração prévia à injeção.
o Doses máximas.
o Velocidade da injeção (1ml/minuto).
 Doses máximas para pacientes ASA I:
Sal anestésico Dose máxima Máximo absoluto
Lidocaína 4,4mg/kg peso. 300mg.
Mepivacaína 4,4mg/kg peso. 300mg.
Prilocaina 6mg/kg peso. 400mg.
Artiaína* 7mg/kg peso. 500mg.
Bupivacaína** 1,3mg/kg peso. 90mg.
*crianças = 5mg/kg peso. **contra-indicada em crianças.
 Se não puder usar vasoconstritor  usar MEPIVACAÍNA,
pois é a droga menos vasodilatadora.
 Criança com 4 anos de idade, pesando 17kg:
o 13:00h – foram administrados 5 tubetes de mepivacaína
3% (9ml), em 5 minutos, no bloqueio bilateral do nervo
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alveolar inferior e infiltrações na maxila, para realização de


diversos procedimentos osontológicos.
o 13:45h – tratamento foi iniciado, sem problemas.
o 13:55h – a criança apresentou rigidez muscular e, em
seguida, uma convulsão moderada que durou 15
segundos.
o Houve erro na escolha da droga (sem vasoconstritor).
o Técnica anestésica inadequada – não se deve anestesiar
bilateralmente ao mesmo tempo.
o Dose de adulto em criança.
o 5 tubetes – mínimo 15 minutos e não 5.
o Causa mortis – overdose de mepivacaína.
 Solução de Mepivacaína a 3%:
 3g do sal em 100ml de solução = 30mg/ml.
 30mg x 1,8ml = 54mg.
 Dose máxima = 4,4mg/kg.
 Criança com 17kg x 4,4mg = 75mg.
 75 ÷ 54mg = 1,4 tubetes.
 Adulto com 60kg x 4,4mg = 264mg.
 264 ÷ 54mg = 5 tubetes.
 Solução de Mepivacaína ou Lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000
 2g do sal em 100ml de solução = 20mg/ml.
 20mg x 1,8 = 36mg.
 Dose máxima = 4,4mg/kg.
 Criança com 17kg x 4,4mg = 75mg.
 75 ÷ 36mg = 2 tubetes.
 Adulto com 60kg x 4,4mg = 264mg.
 264mg ÷ 36mg = 7 tubetes.
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Duração de ação dos anestésicos locais


 Curta duração (anestesia pulpar de aproximadamente 30min)
 Lidocaína a 2%.
 Mepivacaína a 3%.
 Duração intermediária (anestesia pulpar de aproximadamente
60min).
 Lidoccaína a 2% com adrenalina 1:100.000
 Mepivacaína a 2% com adrenalina 1:100.000
 Articaína a 4% com adrenalina 1:100.000
 Prilocaína a 3% com felipressina 0,03UI/ml.
 Longa duração (anestesia pulpar mais de 90min)
 Bupivacaína a 0,5% com adrenalina 1:200.000

Quais os principais anestésicos

 Mepivcaína:
 2% com vasoconstritor.
 3% sem vasoconstrictor.
 Boa potência.
 Classificação para gravidez: C.
 Baixa toxicidade.
 Menor vasodilatação.
 Sem vaso = 20 a 40 minutos de anestesia pulpar.
 Dose máxima – 4,4mg/kg, até 300mg.
 Prilocaína:
 Citanest 3%.
 Associada à felipressina (octapressim).
 Boa potência.
 Metabolizada no fígado e nos pulmões.
 Risco de metemoglobinemia em doses extremas.
 Dose máxima – 6,0mg/kg, até 400mg.
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 Articaína:
 SEPTANEST 4%.
 Anestésico tipo híbrido (amida e éster).
 Alto poder de difusão.
 Cuidado com procedimentos em maxila.
 Classificação para gravidez: C.
 Alto custo.
 Ainda deve ser testada.
 Dose máxima – 7mg/kg, até 500mg. Crianças  5mg/kg.

Soluções anestésicas Doses máximas Máximo absoluto


Articaína 7 mg/kg peso. 500mg
Prilocaína 6mg/kg peso. 400mg
Lidocaína 4,4mg/kg peso. 300mg
Mepivacaína 4,4mg/kg peso. 300mg
Bupivacaína 1,3mg/kg peso. 90mg

Exemplo de cálculo de quantidade máxima – paciente com 60kg:

Anestésico Quantidade de tubetes


Lidocaína 2% 7,3
Lidocaína 3% 4,8
Mepivacaína 2% 7,3
Mepivacaína 3% 4,8
Prilocaína 3% 6,6
Articaína 4% 5,8
Bupivacaína 0,5% 8,6
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MEPIVACAÍNA LIDOCAÍNA ARTICAÍNA


Mesmo sem vaso tem Droga padrão ouro. Alto poder de difusão.
boa duração.
Boa indicação para Baixa toxicidade. Não deve ser usada em
crianças. gestantes.
Não deve ser usada em Boa duração de ação.
gestantes.
Pode ser usada em
gestantes.

1. Como anestesiar idosos, gestantes, crianças e hipertensos


 Anestesia local na criança:
 Lidocaína 2% com adrenalina 1:100.000
 Mepivacaína 2% com adrenalina 1:100.000
 Mepivacaína 3% sem vaso.
 Cálculo do número de tubetes de acordo com o peso.
 Preferência por anestesia infiltrativa (mesmo na
mandíbula).
 Não se indica bupivacaína em crianças, tendo em vista a
alta toxicidade e o tempo longo de anestesia.
 Indica-se a mepivacaína, pois:
o Possui baixa toxicidade.
o Menor vasodilatação.
o Tempo de duração bom mesmo sem vaso (40 min
no bloqueio).

Exemplo de cálculo de quantidade máxima – paciente com 12kg:

 Lidocaína a 2%  20mg/ml.
1 tubete conte 1,8ml
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1ml ---- 20mg


1,8ml --- x
X = 20 x 1,8 = 36mg.
Dose máxima de lidocaína  4,4mg/kg.
12kg x 4,4 = 52,8mg
52,8mg / 36 = 1,4 tubetes.

 Anestesia local no idoso:


Metabolismo – diminuição da atividade enzimática do sistema
hepático; diminui o fluxo sanguíneo hepático.
↓ Fígado ↓ Rim = toxicidade ↑
Regular o cálculo da dose para baixo nos idosos.
 Procedimentos rápidos (menos de 20 minutos) – 1 tubete
mepivacaína 3% sem vasoconstrictor.
 Procedimentos acima de 20 minutos – 2 a 3 tubetes de
lidocaína a 2% com adrenalina 1:100.000
 Anestesia local na gestante:
1º trimestre – organogênese; maior índice de aborto; falhas de
formação.
O 2º trimestre de gestação é a melhor época para atendimento,
tendo em vista o fim da organogênese, bem como o maior
conforto para a mãe.
3º trimestre – desconforto; hipotensão postural.
Situações de urgência – as consequências da DOR (estresse) e
das INFECÇÕES (disseminação do processo) podem SER
MUITO DANOSAS À MÃE E AO FETO do que aquelas
decorrentes do tratamento odontológico.
 Todos os sais anestésicos atravessam facilmente a
“barreira placentária”.
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 As soluções anestésicas com vasoconstrictor retardam a


absorção do sal anestésico.
 Os anestésicos locais são metabolizados no fígado.
 O fígado ainda não está completamente formado –
CUIDADO COM UMA INTOXICAÇÃO.
 Droga de escolha – LIDOCAÍNA a 2% com adrenalina
1:100.000 – limite máximo = 2 tubetes anestésicos (3,6ml).
Aspiração prévia e injeção lenta da solução.
 Bupivacaína – longa duração de ação – alta toxicidade.
 Articaína – sem dados.
 Mepivacaína – pode não ser metabolizado pelo feto.
 Prilocaína – metemoglobinemia.

 Anestesia em pacientes hipertensos:


Hipertensão arterial:
 20% da população adulta com mais de 20 anos.
 43% da população adulta com mais de 40 anos.
 Faixa estaria de 30 a 69 anos  causa de 65% dos óbitos.
 Relacionada a 25% dos casos de diálise por insuficiência
renal crônica.
 Relacionada a 80% dos AVC’s.
 Relacionada a 60% dos infartos do miocárdio.

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