Você está na página 1de 80

ANESTESIOLOGIA EM

ODONTOPEDIATRIA
ANESTESIA EM
ODONTOPEDIATRIA
1. Preparo psicológico da criança

2. Considerações farmacológicas

3. Técnicas anestésicas

4. Toxicidade dos anestésicos locais

5. Complicações

6. Novas tecnologias
Borsatto, 2018
Anestesia em Odontopediatria

Preparo Psicológico

wAnamnese detalhada à características


particulares do paciente à plano de tratamento
wExperiências anteriores com a anestesia
wManejo do paciente

Borsatto, 2018
Preparo Psicológico

Manejo do
Paciente
v Conquistar a confiança

v Desviar a atenção

v Manuseio discreto da carpule

v Antecipação dos movimentos reflexos da

cabeça e do corpo
Anestesia Local Convencional
ü Seringa Carpule: não mudou
consistentemente desde sua
introdução em 1853

ü É uma das principais causas de


fobia odontológica

ü Controle da dor produz dor

ü Amplamente explorado pela mídia

Malamed, 2013
IMPORTANTE !!!
Informar sobre
a sensação pós anestesia
Conquistar a
confiança da criança

Manuseio discreto
da carpule
http://www.medicaldaily.com/dazed-sedated-and-confused-why-does-anesthesia-make-us-act-way-we-do-269881
Manejo Discreto Carpule

LUVA PARA CARPULE


(Angelus)

Diminuição da ansiedade
pelo medo da agulha
Manejo Discreto Carpule

COBERTURA
PARA
SERINGA
Clínica I
Graduação
FORP-USP
Distração
Tratamento Odontológico
Distração
Tratamento Odontológico
Distração
Tratamento Odontológico

Clínica I
Graduação
FORP-USP
Considerações
Anestesia em
Odontopediatria

Farmacológicas
2. Considerações farmacológicas

Condução de Impulsos Nervosos


Despolarizações
Estímulo Entrada de Na+
Transitórias

http://www.afh.bio.br/nervoso/nervoso1.asp
ANESTÉSICOS LOCAIS
Penetram no axônio

Se ligam aos receptores


dos canais de Na+

Bloqueiam temporariamente
a condução dos impulsos nervosos

perda ou diminuição da
sensibilidade dolorosa
http://www.teliga.net/2010/08/os-neuronios-e-o-impulso-nervoso.html
Anestésicos Locais - Considerações farmacológicas

COMPOSIÇÃO
QUÍMICA
PORÇÃO HIDROFÍLICA
Acondicionamento
Injeção nos tecidos

+
PORÇÃO INTERMEDIÁRIA
União das porções Hidro e Lipo
Classificação

+
PORÇÃO LIPOFÍLICA
Difusão na célula nervosa
Absorção sistêmica
Anestésicos Locais - Considerações farmacológicas

Grupo Éster

Cocaína, Procaína, Cloroprocaína, Tetracaína, Benzocaína


Anestésicos Locais - Considerações farmacológicas

COMPOSIÇÃO QUÍMICA
Benzocaína

Grupo
Éster
Soluções menos estáveis
Pouca penetração tecidual
Grandes reações alérgicas
Pouco utilizado em Odontologia
Anestésicos Locais - Considerações farmacológicas

COMPOSIÇÃO QUÍMICA

AMIDA
Maior estabilidade
Menor reação alérgica
Maior penetração tecidual
Anestésicos Locais - Considerações farmacológicas

LIDOCAÍNA 2%

AMIDA
MEPIVACAÍNA 2%

ARTICAÍNA A 4%

PRILOCAÍNA
BUPIVACAÍNA 2%

IMPORTANTE:
UTILIZAR
VASOCONSTRITOR
Lidocaína
ü Liberado pelo FDA em 1948 (primeiro
anestésico AMIDA)
ü Anestésico mais utilizado e mais
indicado para crianças e adultos no
mundo (droga padrão)
ü Como todo anestésico = vasodilatador
(associar com vasoconstritor)
Epinefrina (1:100.000)
ü Início de ação em 2 a 3 minutos
ü Com VC: 1 hora de anestesia pulpar e
3-5 horas em tecidos moles
ü Potência e toxicidade similar à Lidocaína
ü Menor potencial vasodilatador
ü Início de ação de 1 a 2 minutos
ü 20 a 40 minutos de anestesia pulpar quando
sem vasoconstritor

MEPIVACAÍNA
PRILOCAÍNA
ü Potência similar à Lidocaína
ü Menos tóxico e vasodilatador que Lido
ü Início de ação em 2 a 5 minutos
ü Risco de metemoglobinemia quando em sobredosagem:
atenção com anemias, doenças respiratórias e cardíacas
ü Com vasoconstritor: 1 hora
de anestesia pulpar e 3-5 horas
em tecidos moles
ARTICAÍNA A 4%

ü Introduzido nos EUA, no Canadá e no Brasil no ano 2000

ü Meia-vida plasmática é curta em relação aos demais

ü Elevada difusão tecidual

ü Baixa toxicidade (semelhante a lidocaína)

ü Condições ideais para adultos, idosos e portadores de disfunções hepáticas


Vasoconstritores
✪ Mais eficaz e mais seguro
EPINEFRINA
✪ Agente de escolha em Odontologia Crianças,
(ADRENALINA) gestantes e
✪ Melhor opção --> 1:100.000 idosos

✪ Deve ser evitada – não apresenta vantagens sobre a epinefrina


NOREPINEFRINA ✪ 25% da ação vasoconstritora da adrenalina
(NORADRENALINA)
✪ 9x mais efeitos colaterais: cefaléia, necrose e descamação
tecidual

A
IN✪
R Sem vantagens R INA
D EF ILE F ✪ 5% da potência da epinefrina
NO
R FEN
O ✪ Somente 15% da ação
LEV ✪ Efeitos colaterais duradouros
da epinefrina

FELIPRESSINA ✪ Atua somente na rede venosa e não arterial (sem


(OCTAPRESSINA) efeito na hemostasia – maior sangramento
Anestésicos Locais - Considerações farmacológicas

FATORES DE
Anestésicos Locais
ESCOLHA
Possibilidade de
dor pós-operatória Tempo necessário de
controle da dor
(duração do procedimento)

Possibilidade de
automutilação
Necessidade de
pós-operatória
hemostasia

Contra-indicação absoluta
(condição sistêmica do paciente)
Anestésicos Locais - Considerações farmacológicas

MEPIVACAÍNA 2% EPINEFRINA
(ADRENALINA) LIDOCAÍNA 2%

ANESTÉSICOS DE ESCOLHA
Departamento de Clínica Infantil
FORP-USP

TÉCNICAS
ANESTÉSICAS
Odontopediatria
TÉCNICAS ANESTÉSICAS
wTópica Odontopediatria
wInfiltração
wRegional ptérigo-mandibular
wBloqueio do nervo bucal
wBloqueio do nervo mentoniano
wBloqueio do nervo nasopalatino
wBloqueio do nervo palatino maior
wInterseptal ou interpapilar
wIntraligamentar
Antissepsia – CHX 0,12%

Aplicar por no mínimo 3 minutos

Sucção concomitante

Secar mucosa
A diminuição da dor com o uso de anestésico
tópico é estatisticamente significante.
Anestesia Tópica
EMLA
EUTECTIC MIXTURE OF LOCAL ANESTHETICS

PRILOCAÍNA 2,5%

+
LIDOCAÍNA 2,5%
Anestesia Tópica
ORAQUIX
Prilocaína 2,5%
+ Lidocaína 2,5%

http://www.oraqix.com
Raspagem e Alisamento Radicular

aplicação
LÍQUIDO GEL
ORAQUIX (GEL) EMLA (CREME)
Prilocaína 2,5% VS Prilocaína 2,5%
+ Lidocaína 2,5% + Lidocaína 2,5%

Escala Verbal
Anestesia Escala Visual
DOR ????
no Palato
Questionário
VS

Ambos os métodos eliminaram ou diminuiram a dor

EMLA promoveu redução significantemente maior da dor

EMLA foi melhor classificada pelos pacientes em relação a:


-Conforto
-Paladar
-Efeito anestésico
-Preferência pessoal
Anestesia Tópica

Pacientes com dificuldade para anestesia

Dose 25 a 45 J/cm2 sobre o ápice do dente

Aumento da microcirculação na região,


anestésico seja mais rapidamente absorvido e com menor
sensibilidade dolorosa
Anestesia Tópica

LASER
PRÉ-ANESTÉSICO
Dispositivos para vibração
Accupal, Vibraject e Dental Vibe

Vibrar o tecido dental e


a área em sua volta que
irá receber a anestesia
Dispositivos
para vibração Accupal TM

✗ Anestésico tópico: pré-condiciona a


área a ser anestesiada --> redução
da dor provocada pela introdução da
agulha.

✗ Anestesia: vibração da agulha -->


diminuição da dor e o desconforto

www.accupal.com
Anestésico Tópico
SPRAY

Sensação de
sufocamento
TIPOS DE AGULHA
✗ 27G longa (38mm) – bloqueio
mandibular
✗ 27G curta (25mm) – infiltrativa
✗ 30G curta (30mm) – inflitrativa,
especialmente região anterior
✗ 30G extra curta (16mm) – intra
ODONTOPEDIATRIA ósseo
✗ 30G extra curta (10mm) – intra

AGULHAS ligamentar

EXTRA-CURTA E CURTA
wDentes decíduos e
INDICAÇÕES
permanentes
wDentes superiores
wDentes anteriores
inferiores
wMolares decíduos
inferiores

http://resumosdosegunda.wordpress.com
Bastante efetiva
na criança

IMPORTANTE:
ALTURA
DO ÁPICE
DENTAL
T IV O ANESTESIA REGIONAL
OB JE
PTERIGOMANDIBULAR
wTodos os dentes inferiores
wTecido mucoso da mandíbula
wTecido ósseo
wLábio inferior

1º MOLAR
PERMANENTE
http://resumosdosegunda.wordpress.com
ANESTESIA REGIONAL
PTERIGOMANDIBULAR

INDICAÇÕES
Cirurgia
Endodontia
Dentística
ANESTESIA
REGIONAL PTERIGO-
MANDIBULAR
Técnica

Altura do forame mandibular


•6 anos: abaixo do plano oclusal – inclinar a
agulha 45º
•10 anos: altura do plano oclusal – agulha na
altura do plano oclusal
•+ de 12 anos: semelhante ao adulto: localizar o
trígono e subir 1cm.
ANESTESIA REGIONAL
PTERIGO- MANDIBULAR
IO D O
O Q U E
BL NI ANO
N TO
RVO M E
NE
wEntre os 2 molares decíduos
wEntre os 2 pré-molares
Tecido palatino dos
INDICAÇÃO dentes anteriores
BLOQUEIO DO NERVO
PALATINO MAIOR
Anestesia
Intraligamentar
•Não é muito usada
•Dolorida
•Muita possibilidade de contaminação
•Duração limitada: cerca de 30 min.
ODONTOPEDIATRIA

Borsato et al., 2018


TOXICIDADE
1. História médica e desenvolvimento
mental do paciente;

2. Duração do procedimento;

3. Necessidade de controle de hemorragia;

4. Administração de outros métodos de sedação,


como óxido nitroso, agentes sedativos;

5. Conhecimento do agente anestésico;


DOSE MÁXIMA E NÚMEROS DE TUBETES
PESO CORPÓREO E MÁXIMA ABSOLUTA
Anestésico Local Dose Máxima/Kg Quantidade de sal

anestésico em um tubete

Lidocaína a 2% 4,4 mg 36 mg

Mepivacaína a 2% 4,4 mg 36 mg

Mepivacaína a 3% 4,4 mg 54 mg

Prilocaína a 3% 6 mg 54 mg

Articaína a 4% 5 mg 72 mg

20Kg × 4,4mg = 88 mg de sal anestésico


1 tubete _______________________________ 36mg
X _______________________________ 88mg
X= 88 ÷ 36
X= 2,44 tubetes de anestésico

Criança de 20 Kg = máximo de dois tubetes de Lidocaína a 2%


4.TOXICIDADE
Prevenção
Avaliar condições do paciente
Criança debilitada ou pré-medicada,
reduzir a dose total máxima para 1/3

Ter conhecimento dos anestésicos locais

Manter a dose total do anestésico


abaixo da dose máxima
Evitar injeção intravascular

Injetar a solução lentamente


Malamed, 2005
COMPLICAÇÕES LOCAIS
wMordedura wHematomas
acidental do
lábio, língua wDor
ou bochecha

wInfecções wEscaras

wTrismo wQueimaduras com


alimentos quentes
wFratura da agulha COMPLI
wReações alérgicas CAÇÕ
ES

wInjeção intravascular
wÚlceras traumáticas
COM
PLIC
AÇÕ
ES
NOVAS TECNOLOGIAS
Sedação Consciente Óxido Nitroso e Oxigênio
Custo Elevado

Habilitação Profissional

Técnica Segura
Injetor Computadorizado de Anestésico
Morpheus®
Estação computadorizada de
aplicação de anestesia
odontológica

CONTROLE

• Força de injeção
• Volume do anestésico
• Tempo de aplicação
• Controle da velocidade de injeção
http://www.meibachtech.com/pt
Injetor Computadorizado de Anestésico

Morpheus®

9 Técnicas
Anestésicas
pré-
programadas
The Wand® STA®
Computer Guided
Anesthesia System

wVolume e pressão constantes


wRedução do desconforto: paciente
wCusto alto

wCaneta de injeção --> rotação bidimensional -->


não é necessária a curvatura da agulha -->
maior eficiência na anestesia
wDispositivo descartável: infecção cruzada

http://www.milestonescientific.com
The Wand® Computer
Anesthesia System
✗ Tratamento da Diabetes
aplicação de insulina

✗ Estética

✗ Odontologia
Anestesia Local
Dispositivos
Vibratórios
ELETR
OACU
PUN TURA

“A anestesia dos tecidos


bucais pode ser realizada
efetivamente pela técnica
da eletroacupuntura”

Xu et al., 1995; Kitade e Ohyabu, 2000; Lu, 2002; Thayer, 2001;


Souza et al., 2003; Borsatto et al., 2003
Profa. Dra. Maria Cristina Borsatto
ELETROACUPUNTURA

Profa. Dra. Maria Cristina Borsatto


Controle efetivo da dor...
“TUDO POSSO
NAQUELE
QUE ME
FORTALECE”
Profa. Dra. Raquel Assed
raquel@forp.usp.br

Você também pode gostar