Você está na página 1de 4

Informações importantes:

Aula 03: Técnica anestésica em odontologia.


Data: 05/09/2023.
Referências: Prado & Salim – Cap.04.
Artigo – Anestésicos locais utilizados em odontologia.

1. Classificação dos anestésicos locais:


Os anestésicos locais são substâncias químicas Os anestésicos locais injetáveis pertencem ao
capazes de bloquear de modo reversível a grupo das amidas.
transmissão dos impulsos nervosos inibindo a
Sua molécula é formada por uma extremidade
percepção das sensações sem perda da
hidrofílica que permite a capacidade de penetrar
consciência.
na bainha de mielina (rica em lipídios), e outra
Antes de debater sobre as técnicas iremos extremidade hidrofílica capaz de se difundir nos
rapidamente relembrar o assunto: tecidos.

Os anestésicos locais podem ser classificados como amida ou ésteres:


Ésteres Amidas
Ésteres com ácido benzoico Articaína
Butacaína Bupivacaína
Cocaína Dibucaína
Benzocaína Etidocaína
Hexilcaína Lidocaína
Piperocaína Mepivacaína
Tetracaína
Ésteres com ácido paraminobenzoico:
Cloroprocaína Prilocaína
Procaína
Propoxicaína

1. Características dos anestésicos locais: 2. Mecanismo de ação: Interação entre anestésico


e a membrana do axônio bloqueia os canais
Bases fracas, pouco solúveis em água e instáveis iônicos na membrana neuronal, assim impedindo
em exposição ao ar. a transmissão. A forma ionizada do anestésico
Disponíveis em forma de sais para elevar o nível local se liga aos canais de sódio, inativando-os e
de estabilidade e solubilidade. impedindo a propagação da despolarização
celular.
pH varia entre 7,5 e 10,0.
3. Estrutura química dos anestésicos locais:
 Aplicação de anestésico em áreas de inflamação ou
infecção: O meio extracelular apresenta uma A estrutura molecular do anestésico local irá
constante variação de pH, assim devido a essa definir os efeitos clínicos. A forma da estrutura
variação a ação do anestésico pode ser geral possui três partes fundamentais:
comprometida. Por isso, em locais de inflamação ou
infecção onde o pH é entre 5,0 e 6,0 a ação do a) Radical aromático – Parte lipofílico que penetra
anestésico não é totalmente efetiva. no nervo.
 Ex: o ácido benzoico, ácido para-aminobenzóico e Importante: Quanto mais lipossolúvel melhor será
xilidina absorvido, todavia sua excreção será mais difícil.

b) Cadeia intermediária – Fornece o espaço  Amida – Biotransformado no fígado e


necessário entre a cadeia lipofílica e hidrofílica, as excretado na urina.
variações nessas cadeias influenciam no  Éster - Biotransformado pela colinesterase
metabolismo, toxicidade e alergenicidade – Amida plasmática e são amplamente distribuídos no
ou éster. corpo.

c) Hidrofílico.

Na odontologia é necessário que o profissional possua um amplo conhecimento sobre a anatomia, pois ela
será o guia. Além disso, é necessário conhecimento sobre a densidade óssea, músculos, ligamentos,
disposição anatômica dos sistemas vascular arterial e venoso.
Superficial ou tópica.

Anestesia intraoral Terminal


Profunda ou infiltrativa

Anestesia Troncular.
Bloqueio
Anestesia extraoral Regional

Antes de iniciar qualquer técnica anestésica é necessário seguir os princípios básicos para anestesia local:
∙ Antissepsia da mucosa (Opcional). ∙ Se for necessário a injeção em mais de uma
∙ Observar por meio da palpação os pontos de direção, devemos retornar a agulha em sua
reparo anatômicos. posição inicial e então introduzi-la
∙ Uso de anestésico tópico com cotonete ou gaze novamente em sua nova direção
estéril. ∙ Bisel da agulha voltado para tecido ósseo.
∙ Distensão da mucosa na região de puntura. ∙ Inclinação da agulha para a distal.
∙ Penetração e retirada da agulha devem ser ∙ Injeção lenta.
feitas em direção única.

Temos dois tipos de anestesias intrabucais: Anestesias por bloqueio: Ação em ramos ou
Terminais e Bloqueio. troncos.
Anestesias terminais: Ação em terminações a) Bloqueio regional (Campo) – Solução anestésica
nervosas. infiltrada próximo a ramos terminais maiores de
modo que a área anestesiada seja circunscrita.
a) Superficiais ou tópicas – Pele e mucosa.
 A incisão é feita em um local distante da aplicação
 Em casos de uso de Benzocaína (tópico), é do anestésico, normalmente acima do ápice do
necessário secar bem o local de aplicação para que dente.
ela tenha eficiência.

b) Bloqueio troncular – Anestésico depositado


b) Profundas ou infiltrativa - Infiltração próxima próximo a um tronco nervoso principal, ou seja,
as terminações nervosas. abrange uma área maior.

 Ex: Anestésico na papila interproximal antes do  Ex: Anestesia do nervo alveolar superoposterior,
alisamento radicular. alveolar inferior e nasopalatino.
A técnica do bloqueio de campo e bloqueio do Agulha de calibre n°27 nas áreas de papila
nervo são distinguidas mediante a extensão que incisiva e incisivos centrais em torno de 5mm.
alcançam. O bloqueio de campo engloba tecidos
ao redor de um ou dois dentes, enquanto o  Porção anterior do palato duro desde a face
bloqueio de nervo é maior. medial do primeiro pré-molar superior esquerdo
ao primeiro pré-molar superior direito.
Nervo palatino maior: Agulha curta de calibre
As técnicas anestésicas de bloqueio irão variar n°27.
mediante o local. Assim temos as técnicas
anestésicas em maxila e mandíbula:  Anestesia porção posterior do palato duro e
tecidos moles sobrejacentes, limitando-se
anteriormente à área do primeiro pré-molar e
medialmente pela linha média.
1. Técnica anestésica em maxila: Lembrando que
temos dois tipos de técnicas – Anestesias terminais Nervo maxilar.
e Anestesia por bloqueio.
a) Anestesias terminais – Supraperiostais e 2. Técnicas anestésicas em mandíbula:
subperiostais.
Diferente da maxila, é um pouco mais complicado
Terminais supraperiostais – Indicada para uma anestesiar por meio apenas da técnica infiltrativa
área que envolva poucos dentes e tecidos moles na mandíbula. Em função disso, as técnicas de
adjacentes. bloqueio são amplamente usadas.
 Técnica mais utilizada para anestesia pulpar a) Bloqueio: Podemos realizar punção única ou
em maxilares. várias punções.
 O sucesso da técnica depende da difusão
anestésica através do periósteo e estruturas Gow Gates: Bloqueio do nervo mandibular.
ósseas adjacentes. Anestesia nervos alveolar inferior, mentoniano,
incisivos, lingual, milo-hióideo, auriculotemporal
 Fundo de saco adjacente ao elemento, dente e
e bucal.
mucosa vestibular anestesiado.
Uso de agulha longa n°25.
Terminais subperiostais – Sob o periósteo.
O paciente deve estar em decúbito dorsal (deitado
de barriga pra cima) com a boca amplamente
b) Bloqueios: aberta.
Nervo alveolar superior. Uso de agulha curta de
calibre 25 ou 27.
 Anterior: Mucosa vestibular do incisivo
central ao canino, tecidos periodontais, osso,
periósteo e lábio superior. Punção – Longo
eixo do canino.
 Médio: 1° e 2° pré molar, polpa dos pré-
molares e raiz mesiovestibular do primeiro
molar, mucosa vestibular adjacente e tecidos
periodontais.
 Posterior: Molares com exceção da raiz mésio
vestibular do primeiro molar, mucosa
vestibular, osso, periósteo, conjuntivo e
membrana mucosa vestibular.

Nervo nasopalatino: Indicada para manipulação


de tecidos palatinos na região anterior.
Traça uma linha imaginária da comissura da boca
até a incisura intertrago. Coloca o dedo indicador
na incisura coronóide para retrair os tecidos.
Vazirani-Akinosi: Bloqueio do nervo mandibular
com a boca fechada. Dentes mandibulares até a
linha média, corpo da mandíbula e porção inferior
do ramo, mucoperiósteo vestibular anterior ao
forame mentoniano, dois terços anteriores da
língua, tecidos mole e mucoperiósteo lingual.
Uso de agulha longa n°25.

Essas duas técnicas são usadas em casos no qual


não conseguimos bloquear o nervo alveolar
inferior.

Nervo Alveolar inferior: Engloba o nervo alveolar


inferior, bucal e lingual.
 Vestibular, polpa de dente, lábio
Uso de agulha longa – Entre a borda anterior da
mandíbula e rafe pterigoide a 1 cm da oclusal.

Nervo mentoniano: Toda área do 2°PM inferior


até a linha média do mento.
Questão de prova – Uma anestesia, um nervo e
qual área anestesiada.

Você também pode gostar