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21-11-2011

ANESTESIA LOCAL E
REGIONAL

ANESTESIA LOCAL E REGIONAL

Definição:: Perda reversível da sensibilidade numa região corporal limitada,


Definição
com efeitos mínimos no resto do corpo através da aplicação local de
soluções anestésicas.
anestésicas. O efeito pode ser conseguido após administração local
do agente ou através da injecção perineural em troncos nervosos principais.
principais.

Precauções essenciais:
essenciais: Utilização de soluções, seringas e agulhas esterilizadas;
esterilizadas;
boa anti-
anti-sepsia no local da injecção;
injecção; evitar a injecção intravascular acidental.
acidental.

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ANESTESIA LOCAL E REGIONAL

Os anestésicos locais são fármacos que inibem os processos de excitação e


condução nos nervos periféricos;
periféricos; inibem e geração e condução de impulsos
através do bloqueio da permeabilidade dos canais de sódio da membrana
das células nervosas e interferência com os processos que geram o potencial
de acção
acção;;

ANESTESIA LOCAL E REGIONAL

A acção do anestésico local ocorre ao longo de toda a superfície da


membrana axonal nas fibras amiélinicas e unicamente nos nós de Ranvier nas
fibras mielínicas.
mielínicas. Por este motivo é necessário mais anestésico para conseguir
idêntico grau de bloqueio nas fibras mielínicas.
mielínicas.

Fibra amielínica:
amielínica:

Fibra mielínica:
mielínica:

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ANESTESIA LOCAL E REGIONAL

Um bloqueio total dos impulsos nervosos, em fibras nervosas de


constituição idêntica, requer uma dose de anestésico local que é
proporcional ao diâmetro do tronco nervoso.
nervoso.

ANESTESIA LOCAL E REGIONAL

Classificação das anestesias locais:


1.Anestesia
1.Anestesia tópica
2.Anestesia
2.Anestesia infiltrativa superficial
1.Intratérmica
1.Intratérmica
2.subcutânea
2.subcutânea
3.Anestesia
3.Anestesia infiltrativa profunda
1.de
1.de campo
2.em
2.em “L” invertido
4.Anestesia
4.Anestesia regional
1.Perineural
1.Perineural
1.Troncular
1.Troncular
2.Paravertebral
2.Paravertebral
1.Proximal
1.Proximal – técnica de
Farquharson
2.Distal
2.Distal – técnica de Magda
2.epidural
2.epidural
3.endovenosa
3.endovenosa
5.Anestesia
5.Anestesia intra
intra--articular

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ANESTESIA LOCAL E REGIONAL

Vantagens da anestesia regional relativamente à anestesia


infiltrativa profunda:
profunda:
• O anestésico exerce a sua acção longe da ferida
cirúrgica logo não interfere com os fenómenos de
cicatrização..
cicatrização
• Menor dose de anestésico local por unidade de
volume corporal anestesiada.
anestesiada.
• Possibilidade de prolongar a incisão cirúrgica sem
necessidade de um novo bloqueio anestésico
anestésico..

ANESTESIA LOCAL E REGIONAL

Cães e Gatos

•No cão e gato a simplicidade e segurança das técnicas modernas de anestesia


geral, fazem com que a anestesia/
anestesia/analgesia
analgesia loco
loco--regional se aplique só
ocasionalmente e para procedimentos de cirurgia menor.
menor.
•São contudo de grande utilidade quando não possuímos tecnologia para
realizar anestesias gerais, ou quando a condição do paciente ou o processo de
que padece, contrariam o seu uso
uso..

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ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – CÃES E GATOS

•Anestesia de superfície
É realizada através da colocação
do anestésico local na superfície
corporal ou em contacto directo
com as mucosas existentes no
organismo..
organismo
•Anestesia por infiltração
Consiste em injectar o anestésico local
intradérmico e/ou subcutâneo junto da
área em que vamos trabalhar
trabalhar.. Podemos
fazê-lo por pontos (A) ou por linhas
fazê-
(B) anestésica
anestésica.. Não devemos infiltrar
tecidos inflamados ou infectados.
infectados.

ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – CÃES E GATOS

• Anestesia de campo

É uma forma de anestesia que tem por objectivo delimitação de uma região
por “paredes” de anestésico, de forma a que possamos trabalhar nessa área.
área.

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ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – CÃES E GATOS

•Anestesias regionais
• Anestesia endovenosa regional
É feita pela colocação de anestésico numa
veia periférica de um membro, no qual foi
colocado previamente um garrote
garrote..

•O membro deve ser previamente ligado de forma a diminuir o volume


sanguíneo local
local.. Após a punção deve deixar
deixar--se sair volume de sangue igual ao
volume do anestésico a ser injectado (lidocaína 1%).
•Após a administração o anestésico vai se difundir para todo o membro distal
ao garrote aproveitando a rede vascular periférica.
periférica.
•O garrote pode ser mantido até 1 hora, altura em que se liberta gradualmente
de forma a permitir uma entrada gradual do anestésico e dos metabolitos
tóxicos em circulação
circulação..

ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – CÃES E GATOS

3.1 Anestesia troncular


•No cão, os bloqueios nervosos tronculares
são feitos principalmente nalguns nervos
existentes na cabeça, normalmente para
realização de intervenções oculares e
dentárias..
dentárias São realizados através da
colocação perineural de uma pequena
quantidade de anestésico local, que impede
a condução do impulso nervoso.
nervoso.
•Os principais nervos a ser dessensibilizados
são o nervo mandibular (E), o nervo
mentoniano (D), o nervo maxilar (B), o
nervo infraorbitário (A)

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ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – CÃES E GATOS

•O bloqueio do plexo braquial é


uma técnica frequentemente usada
em cães
cães.. Consiste na deposição do
agente anestésico medialmente à
articulação escápulo-
escápulo-umeral,
umeral, local de
passagem dos nervos radial, ulnar,
ulnar,
mediano, músculocutâneo e axilar.
axilar.
Permite uma anestesia de cerca de 2
horas com efeito máximo ao fim de
10 minutos.
minutos.

ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – CÃES E GATOS


3.2 Anestesia epidural
•É realizada através da colocação de anestésico local no espaço epidural
epidural,, de forma
a conseguirmos bloquear as raízes nervosas que emergem da coluna vertebral.
vertebral.
•No cão a medula espinal termina a nível de L6, por isso é seguro fazer a anestesia
epidural no espaço lombosagrado
lombosagrado..

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ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – CÃES E GATOS

• É inserida uma agulha espinal nesse local (A) com um ângulo de 90


90ºº com o
plano horizontal e movimentada caudal ou cranialmente pressionando até atingir
o chão do canal vertebral.
vertebral. A agulha é então retirada cerca de 5 mm e é injectado
o anestésico (1 ml lidocaína 2% / 4,5Kg).
Kg).
• Se for necessário atingir até
ao nervo T5 a dose deve ser
aumentada para 1ml /3,4 Kg
de peso.
peso. Não deve haver
resistência durante a injecção
e não deve surgir nunca
sangue ao fazer o refluxo
refluxo..
Permite a anestesia até 120
minutos e o efeito máximo só
se atinge aos 20 minutos.
minutos.

ANESTESIA LOCAL E REGIONAL

Equinos
Anestesia da cabeça:
cabeça:
•Ner
Nervo
vo auriculopalpebral
(A,B) – Quando anestesiado
impede a contracção voluntária
das pálpebras sem perda da
sensibilidade..
sensibilidade Usado
normalmente para permitir
tratamentos no olho e impedir
espasmos palpebrais.
palpebrais. Pode ser
dessensibilizado a nível do
ponto mais dorsal da arcada
zigomática (5 ml lidocaína 2%).

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ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – EQUINOS

Anestesia da cabeça:
cabeça:
•Nervo supraorbital / frontal (C) – Quando anestesiado permite dessensibilizar
parte da pálpebra superior e parte da região rostral da cabeça (sobre o osso
frontal).. A técnica é realizada cerca de 1 cm dentro do foramen supraorbital do
frontal)
osso frontal (2 ml lidocaína 2%).

ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – EQUINOS

Anestesia da cabeça:
cabeça:
•Nervo infraorbitário (D) – Quando anestesiado permite a analgesia do lábio superior
e região nasal (externa).
(externa). O seu bloqueio realiza
realiza--se quando este emerge do foramen
infraorbitário (5 ml lidocaína 2%). Se a agulha for inserida dento do foramen pelo
menos 3,5 cm a injecção permite dessensibilizar ramos rostrais do nervo maxilar (E)
permitindo a extracção de dentes até ao 1º molar
molar..

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ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – EQUINOS

Anestesia da cabeça:
cabeça:
•Nervo mentoniano (F) – Quando anestesiado permite a analgesia do lábio inferior
inferior..
O seu bloqueio realiza
realiza--se quando este emerge do foramen mentoniano (5 ml
lidocaína 2%). Se a agulha for inserida dento do foramen em direcção ventro-
ventro-
medial a injecção (10 ml lidocaína 2%) permite dessensibilizar ramos do nervo
alveolar mandibular (G) permitindo a extracção de dentes até ao 3º pré-
pré-molar
molar..

•Anestesia distal dos membros (diagnóstico de claudicações)


claudicações)

•Pode ser realizada através de anestesia intra


intra--articular em
cada uma das articulações suspeitas.
suspeitas. Se 10 minutos após a
administração o animal não claudicar, então na articulação
anestesiada existe alguma situação patológica responsável
pela dor.
dor. Deve ser realizada uma rigorosa anti-
anti-sepsia e
antes da injecção anestésica deve ser removido igual
volume de líquido sinovial.
sinovial. A punção realiza-
realiza-se após flexão
total da articulação
articulação..

Anestesia intra
intra--articular na
articulação carpo-
carpo-radial e
inter-
inter-carpal
carpal..

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ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – EQUINOS

•A anestesia dos nervos digitais permite o diagnóstico da claudicação por


bloqueio selectivo da sensibilidade de distal para proximal,
proximal, actuando em cada
um dos ramos mais distais dos nervos periféricos dos membros.
membros.
•Deve ser realizada em 1º lugar nas terminações distais e após cada
administração torna-
torna-se necessário realizar uma pausa de 10
10--15 minutos de
forma a poder observar se a claudicação persiste.
persiste.
•A técnica consiste na administração subcutânea de 2-3 ml de lidocaína 2% no
local exacto de passagem de cada um dos nervos a bloquear
bloquear..
•Quanto menor for a experiência e os conhecimentos anatómicos por parte do
veterinário maior volume de anestésico deve ser administrado de forma a
permitir a difusão do agente até ao nervo em questão
questão..

ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – EQUINOS

•No membro anterior os nervos a serem dessensibilizados são por esta ordem:
ordem:
Palmar digital superficial (A) – ramo anterior (lateral e medial
medial)); palmar digital
medial)); abaxial sesamoide (C) (lateral e
superficial – ramo posterior (lateral e medial
medial)); palmar (D) (lateral e medial
medial medial)) e palmar metacarpiano (E) (lateral e
medial)).
medial

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ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – EQUINOS

No membro posterior os nervos a serem dessensibilizados são por esta ordem:


ordem:
Plantar digital superficial (A) – ramo anterior (lateral e medial
medial)); plantar digital
medial)); abaxial sesamoide (C) (lateral e
superficial – ramo posterior (lateral e medial
medial)); plantar (D) (lateral e medial
medial medial)) e plantar metatarsiano (E) (lateral e
medial)).
medial

ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – EQUINOS

•Anestesia para laparotomia


Em equinos a laparotomia pode em certos casos dispensar a anestesia geral
podendo ser realizada uma anestesia local ou regional em conjunto com
sedação e contenção apropriada
apropriada..
• Anestesia local infiltrativa

É a técnica mais simples e consiste


na infiltração em linhas em redor
da zona onde se pretende realizar a
incisão.. Para um cavalo de 500 Kg
incisão
a dose máxima será de 6g de
lidocaína (300 ml lidocaína 2%).
Pode atrasar a cicatrização local e é
mais dispendiosa.
dispendiosa.

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ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – EQUINOS

3.1. Anestesia paravertebral toracolombar


•Consiste na dessensibilização dos ramos dorsais e ventrais do 18
18ºº nervo torácico
e 1º e 2º nervos lombares.
lombares. Permite eliminar as sensações dolorosas na pele,
músculo e peritoneu.
peritoneu.

L2

ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – EQUINOS

Os ramos dorsais (A) são dessensibilizados


através da administração subcutânea de 15
ml de lidocaína a 2% entre T18
18--L1, L1-L2 e
L2-L3 a cerca de 10 cm da linha média.
média.
•Os ramos ventrais são dessensibilizados no
mesmo local, inserindo a agulha na vertical
até atingir o peritoneu
peritoneu.. Após sentir a perda
de resistência dos tecidos, recua
recua--se a agulha
para uma posição retroperitoneal e
L2
depositam--se novamente 15 ml de lidocaína
depositam
2% em cada local de injecção
injecção..
Esta técnica permite menor gasto de
anestésico e proporciona uma anestesia mais
uniforme quando bem executada
executada..

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•Anestesia epidural caudal ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – EQUINOS

•Técnica que permite a anestesia da cauda, recto, cólon distal,


distal, bexiga e órgão
genitais..
genitais
•É necessário proceder a uma boa anti-
anti-sepsia do local
local..
•Pode ser feita uma dessensibilização prévia da pele no local da punção com 1,5 ml
de lidocaína 2% de forma a facilitar a introdução da agulha espinal.
espinal.
•O local de injecção é o 1º espaço intercaudal (Co1
(Co1-Co2
Co2) palpado facilmente por ser
a 1ª depressão caudalmente ao sacro e por ser a 1ª articulação móvel da cauda
cauda..
30º

ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – EQUINOS

30º

•É inserida uma agulha espinal nesse local (A) com um ângulo de 30


30ºº com o plano
horizontal até atingir o chão do canal vertebral.
vertebral. A agulha é então retirada cerca de
0,5 cm e é injectado o anestésico (5-7ml de lidocaína 2% para um cavalo de 500 Kg)
Kg).
Não deve haver resistência durante a injecção e não deve surgir nunca sangue ao
fazer o refluxo
refluxo.. Permite a anestesia até 90 minutos e o efeito máximo só se atinge aos
10
10--30 minutos.
minutos. Esta anestesia não inibe a motilidade uterina
uterina..
•Este tipo de anestesia pode ser realizado por cateterização do espaço epidural (B,C)

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ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – RUMINANTES

Ruminantes

•Muitos procedimentos cirúrgicos são executados com segurança


usando uma combinação de contenção física, sedação média ou
tranquilização e anestesia local ou regional.
regional.
•Com a realização de cirurgias em pé, o que é bom para muitos
procedimentos cirúrgicos, reduzimos a incidência de timpanismo
timpanismo,,
salivação, regurgitação relacionada com o decúbito e as lesões
nervosas ou musculares.
musculares.

ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – RUMINANTES

Anestesia da cabeça:
cabeça:
•Analgesia da pálpebra (A) – É realizada colocando cerca de 10 ml de
lidocaína a 2% subcutaneamente e em múltiplos pontos a cerca de 0,5 cm da
margem dorsal e ventral das pálpebras.
pálpebras.

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ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – RUMINANTES

•Nervo auriculopalpebral (B) – Quando anestesiado impede a contracção


Nervo
voluntária das pálpebras sem perda da sensibilidade
sensibilidade.. Usado normalmente para
permitir tratamentos no olho e impedir espasmos palpebrais.
palpebrais. Pode ser
dessensibilizado a nível do ponto mais dorsal da arcada zigomática,
zigomática, junto à base
dos músculos auriculares (5 a 10 ml lidocaína 2%).

ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – RUMINANTES

•Nervo infraorbitário (C) – Quando anestesiado permite a analgesia do lábio


superior e região nasal (externa).
(externa). O seu bloqueio realiza
realiza--se quando este emerge
do foramen infraorbitário (5 a 10 ml lidocaína 2%).

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ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – RUMINANTES

Nervo cornual (D) – Quando anestesiado (ramo das porções


zigomaticotemporais da divisão oftálmica do nervo trigémino
trigémino)) permite a
analgesia do corno e da base deste nos grandes ruminantes.
ruminantes. O seu bloqueio
realiza--se cerca de 2,5 cm anterior à base do corno e lateralmente ao bordo
realiza
temporal do osso frontal, dirigindo a agulha ventromedialmente (5 a 10 ml
lidocaína 2%).

ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – RUMINANTES

•Nos pequenos ruminantes temos os ramos cornuais dos nervos


zigomaticotemporal (A) e troclear (B).
(B). O seu bloqueio realiza
realiza--se no ponto
médio da linha que une o canto lateral do olho e a base lateral do corno (A) e
no ponto médio da linha que une o canto medial do olho e a base medial do
corno (B) (2 a 3 ml lidocaína 2%).

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ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – RUMINANTES

•Anestesia para enucleação


Pode ser realizada pela técnica de injecção retrobulbar ou pela técnica de
Peterson,, conseguindo
Peterson conseguindo--se em ambas analgesia do olho e órbita, bem como
imobilização do globo ocular
ocular..

•Para realizar a anestesia


retrobulbar poderemos utilizar as
pálpebras superior e inferior ou o
canto lateral ou medial do olho
olho..
Para grandes ruminantes
deveremos usar agulhas de 7 a 12
cm e 10 a 15 ml de lidocaína a
2%, para pequenos ruminantes
agulhas de 4 cm e 5 ml de
lidocaína a 2%.

ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – RUMINANTES

Técnica de Peterson - processo supra-


supra-orbital arcada zigomática processo
coronóide.. Deveremos usar uma agulha de 14 G a servir de cânula onde inserimos
coronóide
uma agulha de 18 G de 10 ou 12 cm e colocamos cerca de 15 ml de lidocaína a
2%. Com esta técnica dessensibilizamos as áreas cutâneas inervadas pelos nervos
oftálmico (A),
(A), maxilar (B) e mandibular (C).
(C).

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ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – RUMINANTES


•Anestesia para laparotomia:
laparotomia:

• Anestesia por infiltração


A técnica consiste na administração de
lidocaína 2% no local onde vamos executar
a incisão e abarcando todas as camadas de
tecidos, entre 10 a 100 ml consoante a
espécie e área a ser dessensibilizada, até um
máximo de 250 ml em grandes ruminantes e
10 ml em pequenos ruminantes
ruminantes..

ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – RUMINANTES

2.2. Anestesia em “L” invertido


•Esta técnica consiste na execução de duas “linhas” que abarcam todas as
camadas de tecidos uma dorsocaudal à última costela e outra
ventrolateral às apófises transversas, utilizando até cerca de 100
100ml
ml de
lidocaína a 2%.

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ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – RUMINANTES

• Anestesia paravertebral
Técnica proximal (Farquharson,
Farquharson, Hall ou Cambridge) – Com esta técnica
dessensibilizamos os nervos espinhais T13
13,, L1 e L2. Para isso colocamos a agulha de 4-
15 cm e 18 G, perpendicularmente à pele e a 5 cm da linha média em grandes
ruminantes e 3 cm em pequenos ruminantes, junto ao bordo cranial de L1, L2 e L3
respectivamente e injectamos cerca de 5 a 10 ml de lidocaína a 2% em grandes
ruminantes e cerca de 3ml em pequenos ruminantes
ruminantes..

ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – RUMINANTES

• Técnica distal (Magda) – Com esta técnica dessensibilizamos os ramos dorsais e


ventrais dos nervos espinhais T13
13,, L1 e L2. Para isso colocamos a agulha de 8 cm e
18 G dorsalmente à apófise transversa de L1, L2 e L4 respectivamente e injectamos
cerca de 5 ml de lidocaína a 2% para dessensibilização dos ramos dorsais e depois
colocamos a agulha de 8 cm e 18 G ventralmente à apófise transversa de L1, L2 e
L4 respectivamente e injectamos cerca de 10 a 20 ml de lidocaína a 2% para
dessensibilização dos ramos ventrais.
ventrais.

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ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – RUMINANTES


•Anestesia epidural:
epidural:
•Técnica que permite a anestesia da cauda, recto, períneo
períneo,, ânus, e órgão
genitais, quando realizada uma epidural baixa.
baixa. A epidural alta realiza-
realiza-se quando
queremos executar procedimentos caudais ao diafragma.
diafragma.
•É necessário proceder a uma boa anti-
anti-sepsia do local
local..
• Grandes ruminantes
O local de injecção é o espaço sacrocaudal (S5
(S5-Co1
Co1) ou o 1º espaço intercaudal
(Co1
(Co1-Co2
Co2) palpados facilmente por serem a 1ª depressão caudalmente ao sacro e
a 1ª articulação móvel da cauda respectivamente.
respectivamente.

ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – RUMINANTES

É inserida uma agulha espinal no plano médio e num desses locais


perpendicularmente ao plano horizontal, ou ventromedialmente com um ângulo de
10
10ºº com o plano horizontal até atingir o chão do canal vertebral.
vertebral. A agulha é então
retirada cerca de 0,5 cm e é injectado o anestésico (1 ml de lidocaína 2% por cada
100 Kg numa epidural baixa e 5 ml de lidocaína 2% por cada 100 Kg numa
epidural alta)
alta).. Não deve haver resistência durante a injecção e não deve surgir
nunca sangue ao fazer o refluxo
refluxo.. Iniciando
Iniciando--se o efeito da anestesia 5-20 minutos
depois e durando 30
30--150 minutos.
minutos.

Este tipo de anestesia pode ser


realizado por cateterização do
espaço epidural
epidural..

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ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – RUMINANTES

• Pequenos ruminantes
A técnica é muito semelhante aos grandes ruminantes, sendo a epidural
baixa realizada no 1º espaço intercaudal (Co1 Co2) (A) ou no o espaço
(Co1-Co2
sacrocaudal (S5 Co1) (B), injectando 0,5-1 ml de lidocaína 2% por cada
(S5-Co1
50 Kg para uma anestesia de 2 horas
horas.. A anestesia epidural alta é relizada
no espaço lombosagrado (L
(L77-S1) (C), onde vamos inserir uma agulha
espinal na linha média e perpendicularmente à pele do animal injectando
1 ml de lidocaína 2% por cada 4,5 Kg tendo efeito em cerca de 3 a 5
minutos e uma anestesia de 2 horas
horas..

ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – RUMINANTES


•Anestesia paravertebral sagrada:
Técnica que permite a anestesia da cauda, recto, períneo
períneo,, ânus, e órgão genitais.
• Nas fêmeas devem
devem--se anestesiar bilateralmente o 3º, 4º e 5º nervos espinhais
sagrados, enquanto que no macho só se deve anestesiar o 4º e o 5º.

• Para dessensibilizar os nervos


injectamos cerca de 5-10 ml de
lidocaína a 2% junto da saída do
foramen por onde saem os respectivos
nervos, a cerca de 1-1,5 cm da linha
média e ao nível da articulação
sacrocaudal para o S5 (C), estando o S4
3 cm cranealmente (B) e o S3 6 cm (A).
O efeito surge 10 minutos depois e a
anestesia dura cerca de 2 horas.
horas.

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ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – RUMINANTES


•Anestesia do nervo pudendo interno
interno::
Técnica que permite alívio da dor devido a prolapso uterino ou vaginal nas
fêmeas ou anestesia e relaxamento do pénis nos machos, bem como anestesia
da cauda, recto, períneo
períneo,, ânus, e órgão genitais
genitais..

•Para realizar esta técnica devemos


identificar o nervo pudendo interno
(A), bem como os ramos musculares
do nervo caudal do recto (B) por
palpação rectal.
rectal. Com a outra mão
colocamos na pele uma agulha de 14
G a servir de cânula onde inserimos
uma agulha espinal de 8 cm e 18 G na
direcção do nosso dedo até estarmos
•Inserimos 20
20--25 ml de lidocaína a
medialmente ao ligamento
2% e teremos efeito em 10
10--20
sacroisquiático (D).
minutos e durante 2-4 horas.
horas.

ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – RUMINANTES

•Anestesia do úbere e tetos:


tetos:
Quando queremos realizar cirurgia do úbere temos que ter atenção à enervação
deste, uma vez que os quartos anteriores são enervados pelos nervos L1, L2, L3
enquanto que os posteriores pelos S2, S3 e S4, o nervo L4 enerva a zona de
transição..
transição

• Anestesia do nervo perineal


•A dessensibilização deste nervo vai
provocar analgesia da porção mais caudal
do úbere e períneo
períneo,, permitindo a reparação
de lacerações nesta área, bem como a
remoção de tetos supranumerários
supranumerários..
•A técnica é facilmente executada
injectando 5 ml de lidocaína a 2% nos
tecidos subcutâneos e subfasciais no arco
isquiático,, a cerca de 2 cm da linha média.
isquiático média.

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ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – RUMINANTES

• Bloqueio em anel do teto


•Depois de bem limpo o teto e a sua base, infiltramos a pele e o tecido muscular
da base do teto ao longo de toda a sua circunferência com 4-6 ml de lidocaína a
2% (A).
•Esta técnica proporciona anestesia do teto em 10 minutos e por 2 horas e
facilita a execução de pequena cirurgia (lacerações, remoção do teto,
fistulações)).
fistulações

ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – RUMINANTES

• Bloqueio em “V” invertido do teto


• Como uma alternativa ao bloqueio em anel, usamos 4-6 ml de lidocaína a 2%
para infiltrar a pele e o tecido muscular do local cirúrgico num padrão de “V”
fistulações) (B).
invertido (lacerações, fistulações)

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ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – RUMINANTES

• Infusão da cisterna do teto


• Esta técnica é utilizada quando pretendemos a anestesia da mucosa (remoção
de pólipos, abertura de esfíncteres contraídos).
contraídos).
• Antes de inserirmos o anestésico devemos remover o leite da cisterna do teto,
de seguida colocamos um garrote na base do teto para prevenir a entrada de
leite e a subida de anestésico
anestésico..
• Após a colocação do garrote inserimos
uma cânula de tetos para então
inserirmos 10 ml de lidocaína a 2%
para enchermos o teto (C).

ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – RUMINANTES

•Anestesia das extremidades:


extremidades:
• Bloqueio em anel
• Esta técnica é realizada infiltrando anestésico desde a pele até ao osso, ao redor de
toda a pata ao nível da junção dos terços proximais e médios dos metatarsos e
metacarpos, utilizando para isso cerca de 15 ml de lidocaína a 2%.

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21-11-2011

ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – RUMINANTES

•Anestesia endovenosa regional


• É feita pela colocação de anestésico numa veia periférica de um membro, no qual
foi colocado previamente um garrote (acima ou abaixo do tarso, cima do cotovelo
ou acima ou abaixo do carpo)
carpo)..
• O membro deve ser previamente
ligado de forma a diminuir o volume
sanguíneo local e de preferência o
animal mantido em decúbito lateral
lateral..
Após a punção deve deixar
deixar--se sair
volume de sangue igual ao volume
do anestésico a ser injectado (10
10--30
ml de lidocaína 2% em grandes
ruminantes e 3-10 ml de lidocaína a
2% em pequenos ruminantes)
ruminantes)..

ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – RUMINANTES

• Após a administração o anestésico vai se difundir para todo o membro distal


ao garrote aproveitando a rede vascular periférica.
periférica.
• O garrote pode ser mantido até 1 hora, altura em que se liberta gradualmente
de forma a permitir uma entrada gradual do anestésico e dos metabolitos tóxicos
em circulação
circulação..

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ANESTESIA LOCAL E REGIONAL

Suínos
• Estes procedimentos são pouco utilizados em suínos, com a excepção da
anestesia endovenosa regional (3-10 ml de lidocaína a 2%) e a anestesia
epidural..
epidural
• Anestesia epidural lombosagrada:
lombosagrada:
•É sem dúvida a anestesia loco
loco--regional mais útil e mais utilizada em suínos, para
cesarianas, resolução de prolapsos rectais, uterinos ou vaginais, reparação de
hérnias umbilicais, escrotais ou inguinais e cirurgia do pénis, prepúcio e membros
posteriores..
posteriores
• É realizada através da colocação de anestésico local no espaço epidural
epidural,, de
forma a conseguirmos bloquear as raízes nervosas que emergem da coluna
vertebral..
vertebral
•No porco é seguro fazer a anestesia epidural no espaço lombosagrado e este é
bastante alargado
alargado..

ANESTESIA LOCAL E REGIONAL – SUÍNOS

•O local de inserção da agulha é na linha média e caudalmente a uma linha


transversa traçada entre as asas do íleo,
íleo, quando estas não são palpáveis
poderemos usar como referência uma linha vertical que passa pelas rótulas.
rótulas.
•É inserida uma agulha espinhal com uma ângulo de 10
10ºº da linha vertical através
dos tecidos até se sentir um ligeiro “pop” quando se entra no espaço epidural e
após isso poderemos injectar 1 ml de lidocaina a 2% por cada 4,5 kg a uma taxa
de 1 ml / 2-3 segundos
segundos..

10º

•A analgesia deve
aparecer em 10
minutos e durar
cerca de 2 horas.
horas.

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