Você está na página 1de 6

1

PROCEDIMENTO OPERACIONAL Data


PADRÃO- ANESTESIA 01/09/2021
LOCOREGIONAL
Numero Revisão Folha Data para revalidação
POP-01 0 01/08 01/07/2023
1. AREA: Cuidados à Pessoa com necessidade de anestesia

2. DEFINIÇÃO: Anestesia loco regional: a anestesia é permitida fora de ambiente hospitalar, sem

a necessidade de anestesista, sendo o responsável por sua aplicação.

3. PRESCRIÇÃO: Médica.

4. EXECUTANTE: Médico.

5. INTRODUÇÃO:

A lidocaína é o anestésico predominantemente disponível nos serviços de atenção básica no

Brasil. Apesar de existirem outros que possam também ser utilizados, vamos nos ater ao de uso

mais frequente. A lidocaína pode ser encontrada nas apresentações 0,5% (5 mg por ml), 1% (10

mg/ml) e 2% (20 mg/ml), associada ou não a vasoconstritor. O vasoconstritor utilizado

normalmente é a epinefrina.

5.1 Apresentações: A lidocaína pode ser encontrada nas apresentações 0,5% (5 mg por ml),

1% (10 mg/ml) e 2% (20 mg/ml), associada ou não a vasoconstritor utilizado normalmente que é a

epinefrina.

5.2 Dose máxima recomendada: As normas brasileiras permitem a utilização de lidocaína em

dose até 0,7 a 1mg/kg, sem ultrapassar o valor de 70mg no total, em qualquer ambiente

ambulatorial e sem necessidade de anestesista. Dose total de 70 mg é equivalente a dois tubetes

odontológicos (1,8ml) de lidocaína a 2%, ou em frascos com dose de 20mg/ml, o uso de 3,5ml de

anestésico em um adulto com mais de 70kg.


2

PROCEDIMENTO OPERACIONAL Data


PADRÃO- ANESTESIA 01/09/2021
LOCOREGIONAL
Numero Revisão Folha Data para revalidação
POP-01 0 02/08 01/07/2023
Desta forma, utilizando-se as concentrações de 0,25 a 0,5% em infiltrações, e 1-2% nos

bloqueios e considerando o uso máximo total de 70mg de lidocaína em pequenos procedimentos

ambulatoriais, recomenda-se utilizar 50% da dose inicial a cada hora de procedimento (SÃO

PAULO, 2004, Apud MENDONÇA, 2018).

RECOMENDAÇÃO DO USO DE LIDOCAÍNA EM SERVIÇO AMBULATORIAL

1. Anestesia local para pequenos procedimentos cirúrgicos: dose empregada

não excede 70mg de lidocaína (10% da dose total permitida). A absorção parcial ou total

da dose não implica efeitos sistêmicos indesejáveis ou de risco iminente.

Fonte: A Comissão de Normas Técnicas da Sociedade Brasileira de Anestesiologia (CNT/SBA). Apud


MENDONÇA et al, 2018.

5.3 Uso de vasoconstrictor: está totalmente contraindicado o uso de vasoconstritor

(epinefrina e felipressina) em regiões de vascularizações terminais, que são irrigadas por uma

única artéria, como os dedos, o pênis e a ponta de nariz, devido ao risco de isquemia e necrose

definitivas.
3

PROCEDIMENTO OPERACIONAL Data


PADRÃO- ANESTESIA LOCOREGIONAL 01/09/2021
Numero Revisão Folha Data para revalidação
POP-01 0 03/08 01/09/2023
5.4 A duração do efeito do anestésico: Dependerá de algumas variáveis, como local de

aplicação, quantidade aplicada e a associação com vasoconstritor, este último aumenta a sua

duração. Assim, é importante mencionar que a duração do efeito anestésico é difícil de determinar,

sendo necessário então a colaboração do paciente para avisar a necessidade de reforço. Antes da

aplicação do anestésico, descreve--se para o paciente qual será o efeito do anestésico, ressaltando

que é normal sentir o toque e manipulação da região, uma vez que o anestésico bloqueia somente a

dor. Deve-se perguntar ativamente sobre a presença de dor durante o procedimento para verificar a

manutenção do efeito anestésico, pois algumas pessoas sentem-se inibidas em demonstrar.

5.5 Toxicidade da lidocaína: Casos de toxicidade por lidocaína são raros. No entanto, se

absorvida em grandes quantidades por via sanguínea, pode haver sintomas do sistema circulatório e

de sistema nervoso central. A melhor profilaxia é a correta utilização de técnica anestésica e atenção

na quantidade utilizada.

5.6 Técnicas de anestesia local: Em ambulatórios as técnicas empregadas são: local,

infiltrativa, bloqueio de campo, bloqueio troncular, cujas especificidades estão descritas no quadro

seguinte.

6. MATERIAIS

 1 seringa de 3 ml

 1 agulha calibre 25X0,8 OU 40X1,2 (para aspiração anestésico)

 1 frasco de anestésico OU 1 tubete de lidocaína (com ou sem vasoconstritor conforme o

caso)

 1 agulha calibre 13X0,45 (hipodérmica)


4

PROCEDIMENTO OPERACIONAL Data


PADRÃO- ANESTESIA 01/09/2021
LOCOREGIONAL
Numero Data para revalidação
Revisão Folha
POP-16 01/09/2023
0 04/08
Quadro 1- Técnicas de Anestesia Local
TÉCNICA INDICAÇÃO PRODUTO OBSERVAÇÕES
. Anestesia tópica: Procedimentos superficiais Preparações de lidocaína Tem pouco efeito sobre pele
Com aplicação do produto especialmente sobre com prilocaína 1:1 integra
em grossa camada sobre mucosas
local e cobri-la por 60
minutos antes do
procedimento
. Infiltrativa Tem efeito limitado quando
Aplicação de anestésico houver processo inflamatório
solúvel em região inferior local
ao local onde será
realizado o procedimento,
na derme ou subderme.
a. Quando há processo . Anestésico com ou sem O bloqueio é realizado por
. Bloqueio de campo: inflamatório e infeccioso vasoconstritor
dois ou mais botões
É um tipo específico de importante na área;
anestésicos equidistantes
anestesia infiltrativa b. Quando é necessário
preservar a topografia da com a lesão no seu centro,
região a ser operada, seguido de infiltração de
pois a anestesia infiltrativa anestésico na subderme e
normalmente traz uma derme em forma de leque,
deformidade temporária unindo os botões iniciais.
local devido à presença do
anestésico na subderme.

. Bloqueio troncular Anestésico sem Apalpa-se a articulação


(Locorregional infiltrativa) :
Bloquear ação sensitiva em vasoconstritor metacarpofalangeana e
Se baseia na aplicação de
determinado nervo. injeta-se aproximadamente
anestésico diretamente nos
1ml de lidocaína nos locais
Nervos
por onde passam os nervos.
Nos artelhos dos pés, a
técnica é feita de forma
análoga. Ressalta-se que os
polegares e os halux
geralmente possuem
Inervação adicional,
necessitando reforço distal

Fonte: PAZ, 2018


5

PROCEDIMENTO OPERACIONAL Data


PADRÃO- ANESTESIA LOCOREGIONAL 01/09/2021
Numero Revisão Folha Data para revalidação
POP-01 0 05/08 01/09/2023
7. A TÉCNICA

7.1. Explique o procedimento ao paciente e obtenha autorização

7.2. O procedimento deve ser realizado de maneira asséptica

7.3. Calce as luvas estéreis, máscara e óculos de proteção

7.4. Prepare a área afetada com um agente tópico disponível (PVPI tópico ou clorexidina 2%) e

cubra-a com o campo estéril

7.5. Usando a agulha 40x12, aspira-se o anestésico do frasco (de 7-10 mg/kg).

7.6. Troca-se a agulha pela hipodérmica

7.7. Se possível, fazer um leve estiramento da pele na região no momento da aplicação com a

mão não dominante.

7.8. Em feridas não infectadas, sugere-se realizar reforço de anestesia nas bordas internas,

evitando a punção da pele. Estes detalhes podem diminuir o desconforto e a dor do paciente no

momento da anestesia.

7.9. Introduza o anestésico numa técnica de bloqueio de campo regional

7.10. A anestesia deve realizar-se aproximadamente a 1 cm do perímetro da lesão, na sua

circunferência, com o cuidado de não injetar no subcutâneo

7.11. Hemostasia

7.12. Sutura da pele com pontos simples ou intradermica

7.13. O fio a ser utilizado depende do local do corpo que foi realizado o procedimento (ver POP –

Sutura cirúrgica)

7.14. Fazer o curativo

7.15. Registrar o procedimento prontuário


6

REFERÊNCIAS

1. CARVALHO R.W.F et al. Anestésicos Locais: Como Escolher e Prevenir


Complicações Sistémicas. Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina
Dentária e Cirurgia Maxilofacial. Volume 51, N°2, 2010

2. CLORIDRATO DE LIDOCAÍNA 2%: cloridrato de lidocaína. Anápolis:


Novafarma, [1999]. Bula de remédio.

3. MENDONÇA, A. P. Procedimentos em atenção primária [Recurso eletrônico]


- Florianópolis: UFSC, 2018. 101 p. Disponível em:< https://unasus-
cp.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/150810/mod_resource/content/26/undefined/Pr
ocedim/modeloUn1/index.html> Acesso em 09/12/2020.

4. TRENTO, C. L. et al. Anestésicos locais: complicações locais. Interbio. Volume


4. Número 2. 2010.

Você também pode gostar