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ENTUBAÇÃO ENDOTRAQUEAL

(cão, gato, suíno, bovino, equino, coelho)

Material necessário:

• TUBOS ENDOTRAQUEAIS

• LARINGOSCÓPIOS

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TUBO ENDOTRAQUEAL

Tipos de tubos:

Maggil (borracha ou PVC):


• caracteriza-se por possuir um “cuff”, que quando insuflado, produz a
oclusão do espaço existente entre a mucosa traqueal e o tubo;
Murphy (PVC ou silicone):
• possui uma abertura numa das extremidades, chamada “olho de Murphy”, a
qual permite a passagem de gases no caso de obstrução da abertura do
tubo (ex: por secreções das vias aéreas ou sangue);
Cole:
• tubo rígido muito resistente que não possui “cuff”;
• devem ser seleccionados de acordo com o diâmetro da laringe do animal
para promover a oclusão adequada das vias aéreas.

TUBO ENDOTRAQUEAL
Ligação ao circuito de
anestesia

Balão reservatório

Válvula de insuflação

“Cuff”

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TUBO ENDOTRAQUEAL: com “cuff” e sem “cuff”

TUBO ENDOTRAQUEAL: com “cuff” e sem “cuff”

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TUBO ENDOTRAQUEAL: “Murphy Eye”

TUBO ENDOTRAQUEAL: cole

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TUBO ENDOTRAQUEAL

Diâmetro:
DIÂMETRO
ESPÉCIE PESO (Kg) EXTERNO DO
TUBO (mm)
estão disponíveis em diâmetros 2-5 3-6
variáveis; 5-10 6-8
CANINA
10-20 8-10
a unidade de medida é o mm; 20-40 10-12

escolha do tubo depende da 1-3 2-3,5


espécie animal e do peso; FELINA
3-5 3,5-4,5

tubo de maior diâmetro que 50-100 12-14


passe facilmente através da 100-200 16-18
porção mais estreita das vias EQUINA 200-300 18-22
300-500 22-26
aéreas;
500-700 26-30
50-100 12-14
100-200 16-18
200-300 18-22
BOVINA
300-500 22-26
500-700 26-30
700-1000 30-35

TUBO ENDOTRAQUEAL

Comprimento:

deve medir-se o tubo da ponta do focinho (incisivos) até à entrada do


tórax (altura da sexta vértebra cervical);

se necessário pode ser cortado;

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LARINGOSCÓPIO

espéculo metálico ou plástico com iluminação para facilitar a


visualização da laringe;
podem ter lâminas rectas ou curvas e comprimento variável;
• lâminas numeradas de 0 a 5
• Wisconsin (rectas)/Macintosh (curvas)
é possível visualizar as cartilagens aritnóides e observar as condições
de entubação (visualização de tumores, edema, hemorragia, e outras
alterações que possam dificultar a entubação);
utilização:
• obrigatória => felinos, suínos;
• não se utiliza => bovinos e equinos;

TÉCNICAS DE ENTUBAÇÃO
ENDOTRAQUEAL
1. CÃES
seleccionar o diâmetro e o comprimento do tubo;
avaliar a integridade do tubo;
decúbito: lateral ou esternal (raramente dorsal);
ajudante segura no maxilar superior e estende a cabeça e pescoço;
anestesista tracciona a língua, posiciona o laringoscópio na base da língua e
visualiza as cartilagens aritnóides e a integridade da laringe;
introduz o tubo endotraqueal através das cartilagens aritnóides e cordas vocais
até que o conector plástico na extremidade oposta alcance os incisivos do
animal;
insuflar o “cuff” (máximo 35 mmHg);
fixar o tubo ao maxilar superior ou inferior, ou entre as orelhas com uma
ligadura;
ligar o animal ao circuito anestésico.

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Entubação endotraqueal: visualização
clara das estruturas da laringe

CÃO

Pontos de orientação: utilizar as


cartilagem aritenóides, as cordas
vocais e a abertura da laringe.

CÃO

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NUNCA introduzir um tubo de
acabará por ser
forma cega:
introduzido no esófago e
não na traqueia.

CÃO

Entubação correcta: visualização do tubo à medida


que ele entra na laringe.

CÃO

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Insuflação do “cuff”

CÃO

Fixação do tubo

CÃO

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Recuperação da anestesia

Preparação para extubar


• 1º passo: desapertar o fio.

CÃO

Recuperação da anestesia

Preparação para extubar


• 2º passo: desinsuflar o “cuff”

CÃO

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Recuperação da anestesia

Preparação para extubar


• 3º passo: esperar que o
animal tenha reflexos

• EXTUBAR antes que o


animal morda o tubo.

CÃO
Vídeos-aula prática\dog
480.mov
Entubação endotraqueal no
cão.mov

2. GATOS

Nota: são mais difíceis de entubar do que os cães devido ao tamanho


reduzido das estruturas. Além disso, apresentam o reflexo laríngeo mais
intenso do que os caninos, sendo recomendada instilação de lidocaína
na glote após a indução da anestesia e antes da entubação.

lidocaína para a prevenção do laringoespasmo (esperar 30-60


segundos);
técnica semelhante à descrita para os caninos.

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GATO

Vídeos-aula
prática\Cat480.mov

Entubação endotraqueal
_gato.mov

3. SUÍNOS

entre as espécies mais difíceis de entubar;


devem ser colocados em decúbito dorsal;
necessário um laringoscópio com lâmina recta e longa (número 5);
como possuem um divertículo laríngeo, após a entrada com o tubo
endotraqueal na glote, este deve ser rodado 180° e, depois avançado na
traqueia;
laringe deve ser instilada com lidocaína;
a utilização de um estilete dentro do tubo endotraqueal facilita a
entubação.

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4. EQUINOS

realizada com facilidade após a indução da anestesia e o


posicionamento do animal em decúbito lateral;
lavar a cavidade oral antes da passagem do tubo para evitar que
restos de alimento sejam introduzidos na traqueia;
o tubo deve ser lubrificado com gel ou água (evitar géis de anestésicos
locais, podem produzir relaxamento exagerado do palato e das
cartilagens aritnóides durante a recuperação e causar obstrução das vias
aéreas superiores);
o tubo endotraqueal é introduzido até à região das aritnóides e rodado
180 ° para permitir a introdução mais fácil na traqueia.

Introdução do tubo endotraqueal em equinos.

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5. BOVINOS

auxiliada com uma das mãos que, após ser introduzida na cavidade
oral, deve localizar a epiglote e direccionar o tubo endotraqueal para a
traqueia.

6. COELHO

entubação :
• cega;
• visualização directa da laringe (laringoscópio ou otoscópio)
tubos endotraqueais:
• sem “cuff” (2.5 a 5 mm; < 2.5 mm para animais com menos de 600
g);
• com “cuff” (coelhos > 5 Kg);

Entubação endotraqueal _ coelho.mov

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VANTAGENS DA ENTUBAÇÃO ENDOTRAQUEAL

previne a aspiração de material estranho (saliva, conteúdo gástrico,


sangue, saliva, etc)
permite a realização de ventilação pulmonar assistida;
permite economizar gases anestésicos e uma menor poluição
atmosférica;

DESVANTAGENS DA ENTUBAÇÃO ENDOTRAQUEAL


1. Se o diâmetro do tudo endotraqueal é pequeno demais em relação ao
animal:
aumento da resistência à respiração => hipoventilação;

2. Se o “cuff” está demasiado insuflado ou durante muito tempo:

necrose da traqueia
mais tarde o animal o animal vai apresentar sinais de traqueíte.

3. Se o tubo é muito longo:


pode ser entubado um brônquio principal;
um pulmão irá colapsar;
pode-se desenvolver cianose;
o animal pode acordar.

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DESVANTAGENS DA ENTUBAÇÃO ENDOTRAQUEAL
4. o tubo endotraqueal pode provocar obstrução das vias aéreas:
tubo pode dobrar-se;
o “cuff” está demasiado insuflado e esmaga o lume do tubo;
tubo mal limpo depois de uma anestesia (muco e secreções secas
acumulam-se no interior do tubo).

5. trauma da laringe e traqueia:


pode produzir laringite/traqueíte;
o trauma da laringe pode predispor o animal ao laringospasmo ou
formação de granulomas.

6. transferência de infecções

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