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OXIGENOTERAPIA

O QUE É?
Consiste na administração de oxigênio (O2) em uma concentração maior que a
encontrada na atmosfera para corrigir ou atenuar deficiência de O2.

Objetivos:
-Fornecer oxigênio para transporte adequado no sangue;
-Corrigir e reduzir os sintomas relacionados a hipoxemia;
-Melhora a perfusão tecidual;
-Manter PaO2 entre 80-100mmHg e Sat O2 de 90% a 100%.
HIPOXIA/HIPOXEMIA
Hipoxemia: baixa concentração de oxigênio no sangue.
Hipóxia: baixa concentração de oxigênio nos tecidos.

PaO2: Pressão Parcial de


Oxigênio;

Sat O2: Saturação de O2;

FiO2:Frequência inspiratória de
O2.
INDICAÇÕES
Presença de sinais de hipoxemia e hipóxia tissular;
Mudança na frequência ou padrão respiratório (dispneia, taquipneia);
 Saturação de O2 reduzida (acima de 90%);
 Sinais de esforço respiratório (batimentos de asa do nariz);
Insuficiência Respiratória/Parada Cardiorrespiratória;
 Alterações na cor da pele (cianose, palidez);
 Agitação, ansiedade, desorientação;
 Quadros agudos de asma brônquica; Fadiga respiratória;
Envenenamento por cianeto;
Acidente Vascular Encefálico e Infarto Agudo do Miocárdio;
Paciente Politraumatizado.
MEIOS DE ADMINISTRAÇÃO
A oxigenoterapia é dividida em sistemas de baixo fluxo e sistemas de alto fluxo.
 Baixo fluxo:
-Cateter nasal simples e cânula nasal;
-Máscara simples;
-Máscara com reservatório (reinalante e não reinalante).
Alto fluxo:
-Máscara de Venturi.

Ventilação Mecânica Invasiva :


-Intubação Orotraqueal.
CARACTERÍSTICAS
FiO2 no Sistema de Baixo Fluxo: FiO2 nos diversos dispositivos:

FLUXO DE O2 FiO2

1l/min 24%

2l/min 28%

3l/min 32%

4l/min 36%

5l/min 40%

6l/min 44%
CATETER NASAL SIMPLES
 Utilizado para baixas concentrações de O2.
Vantagens:
-É de fácil aplicação;
-É simples.
Desvantagens:
- Deve ser trocado a cada 8horas (mudar a narina);
- Nem sempre é bem tolerado devido ao desconforto;
- Pode causar lesão nasofaríngea.
CATETER NASAL SIMPLES
Materiais:
-Bandeja;
-Umidificador;
-Água destilada para o umidificador (aproximadamente 50 ml);
-Fluxômetro;
-Luvas de procedimento;
-Soro fisiológico;
-Cateter nasal ou cateter nasofaríngeo;
- Esparadrapo ou adesivo hipoalergênico;
- -Álcool a 70%;
- Gaze (não estéril).
CATETER NASAL SIMPLES
Técnica:
-Higienizar as mãos;
-Reunir material;
-Explicar o procedimento;
-Posicioná-lo confortavelmente com cabeceira elevada;
-Instalar fluxômetro na rede de oxigênio;
-Monte o umidificador, colocando água destilada estéril até o nível indicado no recipiente, conecte ao
extensor de silicone;
-Calçar luvas de procedimento;
-Medir o tamanho do cateter: da ponta do nariz até o lobo inferior da orelha, marcar o limite com fita
adesiva;
- Limpe uma das narinas do paciente com gaze embebida em soro fisiológico;
- Lubrificar o cateter com solução fisiológica 0,9% e introduzi-lo em uma das narinas até
aproximadamente 2 cm da marca da fita adesiva;
CATETER NASAL SIMPLES
Técnica:
-Verificar se o cateter está no local correto;
-Fixar o cateter com adesivo hipoalergênico ou esparadrapo;
-Abrir válvula de O2 conforme prescrição médica;
-Deixar paciente confortável;
- Monitorizar a saturação de oxigênio de forma contínua ou intermitente para avaliar a adequação
da oxigenoterapia;
- Coloque etiqueta no umidificador e no cateter de oxigênio constando a data de instalação;
- Orientar ao paciente para respirar pelo nariz;
- Encaminhar material para o expurgo e descartar os materiais descartáveis;
- Retire as luvas de procedimento;
- Higienizar as mãos;
- Registrar no prontuário.
CÂNULA NASAL
Utilizado em pacientes que requer baixa a moderada concentração de oxigênio;
Fluxo de até 6l/min;
Pode ser trocada a cada 24hrs (de acordo com protocolo da instituição).
Vantagens:
-Mais conforto ao paciente;
-Permite que o paciente fale, coma e beba;
-Mais econômico;
-Melhor de manter posicionado.
Desvantagens:
-Não pode ser usada por pacientes com problemas nos condutos nasais;
- Concentração de O2 inspirada desconhecida.
CÂNULA NASAL
Materiais:
-Bandeja;
-Fluxômetro;
-Umidificador;
-Água para o umidificador (aproximadamente 50 ml);
-Tubo extensor;
-Luva de procedimento;
-Cânula nasal/cateter tipo óculos.
CÂNULA NASAL
Técnica:
-Limpar as narinas do paciente;
- Posicionar a cânula de forma confortável no paciente. Para manter as presas nasais no
lugar, encaixe a sonda afixada sobre as orelhas do paciente e fixe-a sob o queixo
utilizando o conector de deslizamento;
- Abrir válvula de O2 conforme prescrição médica;
- Deixar paciente em posição confortável;
- Retirar as luvas de procedimento;
- Higienizar as mãos;
- Registrar no prontuário do paciente.
CÂNULA NASAL
Técnica:
-Higienizar as mãos;
-Montar a bandeja com o material necessário;
- Explicar o procedimento ao paciente;
- Posiciona-lo confortavelmente com cabeceira elevada ou em Fowler;
- Instalar fluxômetro na rede de oxigênio;
- Montar o umidificador, colocando água destilada estéril até o nível indicado no
recipiente, conecte ao extensor de silicone;
- Calçar luvas de procedimento;
MÁSCARA FACIAL SIMPLES
Utilizado para pacientes que requer média e baixa concentração de O2;
Fluxo varia de 5l/min a 12l/min.

Vantagens:
-Veículo para administração de medicações inalatórias.

Desvantagens:
-Risco de LPP e causa desconforto;
-Dificulta ingesta de alimentação;
-Dificuldade de comunicação oral.
MÁSCARA REINALANTE/NÃO
REINALANTE
Máscara Reinalante: não contém válvulas. Durante a inspiração, o oxigênio flui para o
interior da máscara e passa diretamente ao paciente e durante a expiração parte do ar é
armazenado na bolsa;

Máscara Não Reinalante: impede a reinalação através de válvulas unidirecionais.


MÁSCARA REINALANTE/NÃO
REINALANTE
Materiais:
-Bandeja;
-Fluxômetro;
-Umidificador;
-Água para o umidificador (aproximadamente 50 ml);
-Tubo extensor;
-Água estéril;
-Luva de procedimento;
-Recipiente para material utilizado;
-Máscara de não reinalação ou máscara de reinalação parcial.
MÁSCARA REINALANTE/NÃO
REINALANTE
Técnica:
-Higienizar as mãos;
-Montar a bandeja;
-Explicar o procedimento ao paciente;
-Posiciona-lo confortavelmente com cabeceira elevada ou em Fowler;
-Instalar fluxômetro na rede de oxigênio;
-Montar o umidificador, colocando água destilada estéril até o nível indicado no
recipiente, conecte ao extensor de silicone;
-Calçar luvas de procedimento;
MÁSCARA REINALANTE/NÃO
REINALANTE
Técnica:
-Limpar as narinas do paciente;
-Abrir válvula de O2 conforme prescrição médica;
-Posicionar a máscara de não reinalação ou reinalação parcial de forma confortável no paciente.
OBS: *Máscara de não reinalação: aplique a máscara sobre o nariz e a boca do paciente para
formar uma vedação eficaz. Válvulas de máscara se fecham para que o ar exalado não entre na
bolsa do reservatório.
*Máscara de reinalação parcial: aplique a máscara sobre o nariz e a boca do paciente para
formar uma vedação eficaz. Certifique-se de que a bolsa permaneça parcialmente inflada.
-Deixar paciente em posição confortável;
-Retirar as luvas de procedimento; Higienizar as mãos e Registrar no prontuário do paciente.
MÁSCARA DE VENTURI
Possui um sistema de válvulas que possibilita um controle exato da FiO2 a ser
fornecida ao paciente.
MÁSCARA DE VENTURI
Materiais:
-Bandeja;
-Fluxômetro;
-Umidificador;
-Água para o umidificador (aproximadamente 50 ml);
-Tubo extensor - formato de traqueia;
-Água estéril;
-Luva de procedimento;
-Recipiente para material utilizado;
-Máscara de Venturi.
MÁSCARA DE VENTURI
Técnica:
-Higienizar as mãos;
-Montar a bandeja;
-Explicar o procedimento ao paciente;
-Posiciona-lo confortavelmente com cabeceira elevada ou em Fowler;
-Instalar fluxômetro na rede de oxigênio;
-Montar o umidificador, colocando água destilada estéril até o nível indicado no
recipiente, conecte ao extensor (formato de traquéia);
-Calçar luvas de procedimento;
MÁSCARA DE VENTURI
Técnica:
-Limpar as narinas do paciente;
-Posicionar a máscara de maneira confortável no paciente. Aplique a máscara sobre a
boca e o nariz do paciente para formar uma vedação eficaz;
-Abrir válvula de O2 conforme prescrição médica;
-Retirar as luvas de procedimento;
-Higienizar as mãos;
-Registrar no prontuário do paciente.
INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL
É um procedimento que visa preservar a respiração do paciente durante cirurgias que
envolvem anestesia geral, ou em quadros de complicação respiratória grave.
INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL

Preparar o material e o ambiente;


Testar a bolsa-válvula-máscara e a fonte de oxigênio ligando o oxigênio e observando se a
bolsa reservatório se insuflará, pressionar o balão auto-inflável e observar se sairá oxigênio
pela válvula do paciente;
Montar sistema de aspiração à vácuo;
 Testar o laringoscópio conectando a lâmina e observando se a luz acende;
Testar o balonete do tubo insuflando com a seringa e observando a expansão do balonete
que em seguida deve ser desinsuflado;
Lubrificar a ponta do balonete com lidocaína geleia;
INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL
Providenciar acesso venoso;
Realizar a pré-oxigenação utilizando o dispositivo de bolsa-válvula-máscara com
reservatório acoplado sobre o nariz e a boca do paciente, ligado numa fonte de oxigênio a
100% por 3 a 5 minutos antes da intubação;
Administrar medicações solicitadas pelo médico;
 Colocar o fio guia no lúmen do tubo;
Oferecer o tubo ao médico;
Aplicar pressão na cartilagem cricóide, quando solicitado.
Aguardar o médico retirar o fio guia e confirmar a posição do tubo;
Insuflar o balonete conectando a seringa e injetando ar;
Fixar o tubo com o cadarço disponível no serviço;
 Recolher o material utilizado e organizar o ambiente e Registrar.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA
OXIGENOTERAPIA

Observar o nível de consciência, frequência e padrão respiratório, perfusão periférica,


saturação de oxigênio, frequência cardíaca, pressão arterial;
Identificar sinais e sintomas de toxicidade por oxigênio;
Realizar a troca do dispositivo de acordo com o protocolo da instituição;
Inspecionar a pele e as mucosas a procura de sinais de lesões.
OUTROS DISPOSITIVOS
ASPIRAÇÃO
Procedimento utilizado em pacientes que não conseguem expelir de forma
voluntária suas secreções pulmonares;

Objetivo:
-Remover por aspiração as secreções do trato respiratório sem que haja traumatismo;
-Promover permeabilidade de vias aéreas superiores e inferiores;
-Fornecer adequada oxigenação ao paciente.

Indicações:
-Pacientes com acúmulo de secreções em vias aéreas superiores e inferiores.
ASCULTA PULMONAR
MATERIAIS
Bandeja;
 Álcool à 70%;
 Luva de procedimento e luva estéril;
Sonda de aspiração compatível com o paciente;
 Gaze estéril;
Água destilada ou soro fisiológico;
 Equipamentos de proteção individual (EPI): gorro, máscara cirúrgica, óculos de
proteção, avental ou capote não-estéril;
Toalha de rosto ou papel toalha;
MATERIAIS
Aparelho de aspiração portátil ou fonte de vácuo em rede;
 Frasco de vidro de aspiração;
 Válvula redutora de pressão para rede de vácuo;
Frasco coletor de secreções descartável, preferencialmente e na sua ausência a extensão
descartável para aspiração.
TÉCNICA
Realizar higienização das mãos;
 Separar o material a ser utilizado;
 Vestir o EPI;
 Realizar ausculta pulmonar, para verificar a presença de ruídos adventícios;
 Verificar o funcionamento da rede de vácuo (ajuste da pressão entre 80mmHg e
120mmHg) ou aspirador elétrico;
Explicar o procedimento ao paciente;
 Promover privacidade, utilizando biombos, se necessário;
 Posicionar adequadamente o paciente para o procedimento, colocando-o em semi-
fowler quando consciente ou lateralizando a cabeça quando inconsciente;
Proteger o tórax do paciente com papel toalha;
 Higienizar as mãos com álcool a 70% gel;
TÉCNICA
Calçar as luvas estéreis;
 Abrir a embalagem da sonda de aspiração, de modo a expor apenas a parte que será conectada
ao circuito de aspiração;
 Mensurar o tamanho da sonda para realização da aspiração;
Conectar a sonda ao sistema de aspiração;
Abrir a fonte de vácuo ou ligar o aparelho portátil de aspiração;
Introduzir a sonda na cavidade nasal, com a extensão (borracha) de aspiração pinçada na
conexão com a sonda a fim de evitar trauma;
Despinçar a extensão e realizar a aspiração na cavidade nasal em movimentos suaves, regulares
e circulares;
Irrigar a sonda e o circuito com 20 ml de água destilada para limpeza da mesma;
Realizar a aspiração da cavidade oral, introduzindo a sonda com o sistema de aspiração
pinçado;
Realizar a aspiração da cavidade oral, em movimentos suaves, regulares e não superiores a 30
segundos;
TÉCNICA
Lavar o sistema com 20ml de água destilada para manter a permeabilidade e limpeza do
circuito de aspiração;
Desprezar a sonda utilizada;
Fechar a fonte de vácuo ou desligar o aparelho portátil de aspiração;
Retirar os EPIs utilizados;
 Higienizar as mãos com álcool à 70% gel;
 Deixar o paciente confortável;
Manter a organização da unidade do paciente;
 Desprezar o material utilizado nos locais apropriados;
 Realizar higienização das mãos;
Realizar as anotações necessárias, assinando e carimbando o relato no prontuário do
paciente.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM APÓS
ASPIRAÇÃO
Monitorização dos Sinais Vitais;
Colocar o paciente em posição confortável novamente;
Conectar o paciente novamente ao dispositivo de oxigenoterapia (se necessário);
Atentar-se para queda da saturação, taquicardia e Taquipneia;
Realizar ausculta pulmonar;
Anotar a quantidade de vezes que o paciente foi aspirado, quantidade e aspecto
da secreção.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
EBSERH. OXIGENOTERAPIA. 2021. Disponível em: https://www.gov.br/ebserh/pt-
br/hospitais-universitarios/regiao-nordeste/hupaa-ufal/acesso-a-
informacao/procedimento-operacional-padrao/unidade-de-reabilitacao/2020/pop-
28-oxigenoterapia.pdf/view. Acesso em: 10 abr. 2022.

POP: Manual de Procedimento Operacional Padrão do Serviço de Enfermagem –


HUMAP/EBSERH. Comissão de Revisão dos POPs versão 1.1 - 2016-2017. Coordenado
por José Wellington Cunha Nunes – Campo Grande / MS. 2016: p:480.

EBSERH. ASPIRAÇÃO. 2019. Disponível em:


file:///C:/Users/Casa/Downloads/POP%2020-
%20Aspira%C3%A7%C3%A3o%20Adulto.pdf. Acesso em: 10 abr. 2022.

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