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Fundamentos II

Orientador : João Vitor


TRICOTOMIA

PROF. ENF. JOÃO VITOR


• A tricotomia consiste na raspagem dos pêlos ou cabelos de uma zona
do corpo, geralmente deve ser realizada antes de uma cirurgia ou
intervenção semelhante.

• Este procedimento é realizado para diminuir o risco de infeção no


período pós operatório e deixar a área livre para o médico fazer o seu
trabalho.

▪ Esse procedimento é simples e deve ser feito até 2 horas antes da


cirurgia por um profissional capacitado.

Indicação:

•Preparar para o parto;


•Preparar a pele para curativos, tratamentos e exames;
•Preparar para cirurgia (duas horas antes da cirurgia).
Condições gerais

•Se a área for grande, molhar por partes;


•Usam-se cotonetes para limpeza da cicatriz umbilical e outras regiões como os lóbulos da
orelha;
•A tricotomia deve restringir-se aos casos em que os pêlos impeçam a visualização do campo
ou dificultem a colocação de curativos;

Tricotomia total, siga a sequência:

•Membros superiores;
•Tórax;
•Abdômen;
•Membros inferiores;
•Púbis e períneo;
Procedimentos

1.Explicar ao paciente o que vai ser feito;


2.Lavar as mãos;
3.Preparar o material e levá-lo até o paciente;
4.Fechar as cortinas ou colocar biombos;
5.Solicitar ou auxiliar o paciente a ficar na posição adequada;
6.Colocar um impermeável forrado com a toalha sob a área a ser tricotomizada;
7. Calçar as luvas de procedimentos;
8.Expor a região e observar as condições da pele;
9.Cortar o excesso de pêlos com a tesoura se for necessário;
Procedimentos

10.Montar a pinça Pean com gaze umedecendo-a com sabão líquido sobre a
cuba rim e ensaboar a região com movimentos circulares no sentido
descendente;
11.Esticar pele com um pedaço de papel higiênico e com a outra utilizar o
aparelho para iniciar a raspagem, pelo lado distal e em direção ao crescimento
do pêlo;
12.Manejar o aparelho com firmeza, e movimentos delicados;
13.Retirar o excesso de pêlos do aparelho com o auxílio do papel higiênico;
14.Lavar o aparelho com frequência e substituir as lâminas quando
necessário;
15.Remover o impermeável e enxugar a área tricotomizada com a toalha;
16.Deixar o paciente em posição confortável e retirar o material;
17.Registrar no prontuário o cuidado executado, a região e as condições da
pele.
CONDUTA DA ENFERMAGEM NO CONTROLE
DA FUNÇÃO RESPIRATÓRIA

▪ A intervenção do enfermeiro pressupõe um processo sistematizado a partir da avaliação do


paciente, culminando na prescrição de cuidados.
Oxigenoterapia

A oxigenoterapia consiste na administração de oxigênio em uma quantidade maior do que


se encontra no ambiente normal e tem como objetivo garantir a oxigenação dos tecidos do
corpo.

Sistemas de baixo fluxo

Sistemas de alto fluxo


Sistemas de baixo fluxo

Este tipo de oxigenoterapia é recomendado para pessoas que não necessitam de grande
quantidade de oxigênio e através destes sistemas é possível fornecer oxigênio para as
vias aéreas em um fluxo de até 8 litros por minuto ou com um FiO2, chamado de fração de
oxigênio inspirado, de 60%. Isso significa que do ar total que a pessoa vai inspirar, 60%
será de oxigênio.

TIPOS

• Cateter nasal;
• Cânula nasal ou cateter tipo óculos;
• Máscara facial;
• Máscara com reservatório;
• Máscara de traqueostomia.
Cateter nasal

É um tubo de plástico com uma saída de ar que deve ser colocada em uma
das narinas e em média, servem para oferecer oxigênio a 2 litros por minuto;
Cânula nasal ou
cateter tipo óculos

• É um tubo de plástico
transparente usado como
equipamento médico para fornecer
baixas concentrações de oxigênio
por meio de dois pinos que ficam
nas narinas do
paciente, sendo capaz de ofertar
até 6 litros de oxigênio por minuto.
Máscara facial

• Consiste em uma máscara de plástico


que deve ser colocada sobre a boca e
nariz e funciona para disponibilizar
oxigênio em fluxos mais altos que os
cateteres e cânulas nasais, além de servir
para pessoas que respiram mais pela
boca, por exemplo;
Máscara com reservatório

• É uma máscara com uma bolsa inflável


acoplada e com capacidade de armazenar
até 1 litro de oxigênio. Existem modelos
de máscaras com reservatório, chamadas
máscara sem reinalação, que possuem
uma válvula que impede que a pessoa
inspire dióxido de carbono.
Máscara de traqueostomia

• Equivale a um tipo de máscara de


oxigênio especifica para pessoas que têm
traqueostomia, que é uma cânula
introduzida na traqueia para respiração.
Incubadora (ou
capacete de HOOD)

• A Tenda, Capacete ou Hood é


um equipamento de acrílico ou de
plástico, projetado com o objetivo de
aumentar a concentração de oxigênio
em torno da cabeça da criança e
consequentemente oferecer uma maior
concentração de oxigênio inspirado,
devendo sempre permitir a saída de CO2
expirado, através da difusão pelas
aberturas.
Para que o oxigênio seja absorvido pelos pulmões de maneira adequada é importante
que a pessoa não tenha obstruções e nem secreções no nariz e também, para evitar o
ressecamento da mucosa das vias respiratórias é necessário utilizar umidificação
quando o fluxo de oxigênio é acima de 4 litros por minuto.
Sistemas de alto fluxo

Os sistemas de alto fluxo são capazes de fornecer uma alta concentração


de oxigênio, acima do que uma pessoa é capaz de inspirar e é indicado
em casos mais graves, em situações de hipóxia provocada
por insuficiência respiratória, enfisema pulmonar, edema agudo de pulmão
ou pneumonia.
Sistemas de alto fluxo -
Máscara de Venturi

• A Máscara de Venturi é um dos


dispositivos indicados para fornecer
oxigênio em fluxos programados ao
paciente, evitando dosagens nocivas e
facilitando o desmame do oxigênio.
Seu principal objetivo é manter a
saturação de oxigênio acima de 90%.
Sistema de
válvulas -
Máscara de
Venturi
Materiais necessários
•Oxigênio canalizado ou em torpedo;
•Cateter nasal (n° 6, 8 ou 10), máscara fácil simples com ou sem reservatório ou
máscara facial (de Venturi), utiliza dispositivo prescrito pelo médico;
•Manômetros: para indicar a quantidade de oxigênio no torpedo e o fluxo de saída
(fluxômetro);
•Luvas de procedimento;
•Umidificador de oxigênio;
•Água destilada para umidificação;
•Fonte de oxigênio;
•Extensor (cânula de conexão);
•Gaze estéril.
PROCEDIMENTO

1. Higienizar as mãos;
2. Verificar a prescrição médica sobre a oxigenioterapia;
3. Reunir o material necessário para a execução da técnica;
4. Orientar o paciente sobre a assistência que será prestada e as formas como ele
pode colaborar;
5. Preparar o ambiente e dispor os materiais em local próximo e de fácil acesso;
6. Verificar as fontes de oxigênio que serão utilizadas;
7. Calçar as luvas;
8. Preencher o umidificador com água destilada até o nível indicado;
9. Conectar o umidificador na rede ou no torpedo de oxigênio;
10. Conectar o umidificador na extensão presa ao cateter nasal ou máscara fácil;
11. Liberar a saída de oxigênio de 3 a 5 litros/minuto ou conforme prescrição
médica (confirmar borbulhamento dentro do umidificador e a presença de ar na
extremidade da cânula);
PROCEDIMENTO

12. Remover secreções da narina do paciente com o uso de uma gaze embebida
com SF 0,9%;
13. Ajustar a cânula confortavelmente nas narinas do paciente;
14. Fixar o cateter se necessário;
15. Posicionar o paciente confortavelmente, com a cabeceira da cama elevada
(caso não tenha contraindicações);
16. Observar o estado geral do paciente;
17. Deixar o ambiente limpo e em ordem;
18. Tirar as luvas e higienizar as mãos;
19. Anotar a assistência prestada nos registros de enfermagem.
OBSERVAÇÕES

•Avaliar as condições do quarto para garantir que esteja seguro para a administração de oxigênio
(deve ser proibido fumar no local ou usar velas durante rituais religiosos);
•Manter os torpedos de oxigênio na vertical, longe de aparelhos elétricos e/ou fontes de calor;
•Monitorar o funcionamento do sistema de oxigênio constantemente, observando o volume de água
do umidificador e a quantidade de litros administrada por minuto;
•Monitorar sinais vitais, nível de consciência e sinais de hipóxia no paciente. Na presença de
alterações, comunicar a enfermeira responsável pelo setor e realizar anotação nos registros de
enfermagem;
•Se administração de oxigênio for contínua, trocar o cateter no mínimo a cada 24 horas, alternando
as narinas, evitando assim ferimentos da mucosa nasais e obstrução do cateter por secreção;
•A máscara fácil é desconfortável para o paciente. Desse modo, deve ser retirada de duas em duas
horas, deixando o paciente repousar alguns minutos antes de recoloca-la. Nesse intervalo, limpar a
pele do paciente, a fim de evitar irritações e reduzir desconforto.
NEBULIZAÇÃO

• A nebulização é um tratamento feito para


desentupir as vias aéreas, através da inalação de
vapor, que pode conter soro fisiológico e/ou
medicamentos, e que ajuda a umidificar as vias
respiratórias e fluidificar o catarro, tornando-o mais
fácil de eliminar, facilitando a respiração.
Para que serve

A nebulização é indicada para ajudar a desobstruir as vias


aéreas e facilitar a respiração, no caso de problemas que
afetam o sistema respiratório, como:

• Gripes;
• Resfriados;
• Sinusite;
• Faringite;
• Amigdalite;
• Asma;
• Bronquite;
• Bronquiolite;
• Bronquiectasia;
• Fibrose pulmonar;
• Doença pulmonar obstrutiva crônica;
• Pneumonia;
• Fibrose cística.
Como fazer a nebulização
A nebulização deve ser feita utilizando-se um nebulizador elétrico, podendo
incluir apenas o uso de soro fisiológico, para hidratar as vias respiratórias, ou
medicamentos inalatórios, como corticóides ou broncodilatadores, que
devem ser indicados pelo médico.

Antes de fazer a nebulização, deve-se certificar de que o nebulizador


está limpo e possui todas as peças, ou seja, se inclui máscara, frasco ou
copo nebulizador, tubo plástico e dispositivo compressor.
Procedimentos

1. Lavar as mãos com água e sabonete neutro, e secar com uma toalha limpa e
seca;
2. Colocar 5 a 10 mL de soro fisiológico e/ou o remédio nas doses
recomendadas pelo médico, no copo do nebulizador;
3. Encaixar a parte superior do copo nebulizador na máscara;
4. Conectar o tubo plástico ao copo nebulizador e ao dispositivo compressor;
5. Sentar ou recostar em uma cama, numa posição confortável;
6. Ligar o nebulizador e observar se é produzida uma névoa no interior da
máscara;
7. Colocar a máscara, que deve cobrir a boca e o nariz;
8. Respirar pela boca, de forma profunda e lenta, por cerca de 2 a 3 segundos,
antes de expirar o ar, para permitir que o vapor chegue até os pulmões;
9. Continuar a nebulização até que não saia mais névoa pelo nebulizador.
Aspiração
De
Secreções
Aspiração De Secreções

A aspiração de secreções das vias aéreas é um procedimento


realizado para auxiliar o paciente que não consegue eliminar a
secreção do pulmão.

É definida como o movimento de fluidos e gases de um local para


outro por meio de gradiente de pressão.

A prescrição da aspiração deve ser sempre realizada pelo médico ou


enfermeiro responsável e o procedimento pode ser executado pelo
médico, enfermeiro, bem como técnico de enfermagem, fisioterapeuta
respiratório ou por acadêmicos de enfermagem, nesse caso, sempre
com supervisão.
Sistemas de aspiração
Sistema aberto
O sistema aberto é o mais tradicional e mais frequentemente utilizado e consiste na
introdução de uma sonda de aspiração, conectada a um aspirador com pressão de
sucção ou pressão negativa.

É o procedimento de aspiração de secreções da cavidade bucal, naso e orofaringe


pelo meio do sistema aberto.
Indicações
• Pacientes com aumento de secreções na região, com impossibilidade de expulsá-
las espontaneamente;
• Após aspiração de vias aéreas inferiores.

Contraindicação
Em casos de traumatismos na base do crânio, a aspiração pela via nasal não deve
ser realizada.
Procedimento
•De forma semelhante ao já descrito, é importante paramentar-se corretamente e sempre
observar os sinais vitais do paciente e ligar o equipamento, permitindo vácuo;
•Desobstrua a válvula de controle de pressão do cateter, meça o cateter da ponta do nariz até o
lóbulo da orelha. Introduza o cateter por uma narina até a marcação;
•Tracione o cateter lentamente fazendo movimentos rotatórios;
•Repetir o procedimento caso haja ainda presença de secreções;
•Faça o mesmo em relação à cavidade bucal, tomando cuidado pra não ferir a bochecha. Não
ultrapasse o limite da úvula nem 15 segundos;
•Caso o paciente esteja consciente e colaborativo, peça pra o paciente tossir.
Sistema fechado
O sistema fechado, por sua vez, é composto pela adaptação ao tubo
orotraqueal ou à cânula de traqueostomia.
No caso, a sonda de aspiração é inserida em uma manga plástica e
conectada diretamente ao paciente, sem a necessidade de interrupção da
ventilação mecânica.

Esse sistema resulta em menor risco de arritmias e contaminação,


devendo, quando possível, ser preferível, sobretudo em casos de lesão
pulmonar aguda.
Indicações De Aspiração De Vias Aéreas Inferiores

•Paciente com cânula de traqueostomia ou tubo endotraqueal;


•Paciente intubado apresentando desconforto respiratório, com queda nos níveis de
saturação (abaixo de 92%);
•Antes de procedimento de banho no próprio leito;
•A ser realizado antes de administrar medicamentos por via respiratória.
Os objetivos da aspiração de vias aéreas inferiores são, além de remover as
secreções, tirando as obstruções respiratórias e assim, promovendo conforto e
melhor ventilação, evitar broncoaspiração de tais secreções.
Procedimento De Aspiração De Vias Aéreas Inferiores

•Lembre-se sempre de se paramentar corretamente e ter todo o material separado e


à disposição para realizar o procedimento;
•Além disso, a observação dos parâmetros clínicos do paciente é sempre
primordial;
•Desconecte o ventilador, caso esteja presente. Não esqueça de ligar o aspirador,
porém tome cuidado para não contaminar o EPI antes do procedimento;
•Introduza o cateter pela cânula até sentir resistência e recue 1 cm;
•Aplique sucção fazendo movimentos rotatórios por no máximo 10 segundos e retire
o cateter da cânula;
•Execute o procedimento de aspiração algumas vezes, mas lembre-se que o
sistema fechado (não qual não se desconecta o ventilador) deve ser utilizado em
adultos sob ventilação mecânica com altos valores de FiO2 ou de Pressão Positiva
ao Final da Expiração (PEEP).

Nesses casos, realize hiperoxigenação, mantenha o PEEP durante a aspiração,


permitindo maior tempo entre as aspirações.
Contraindicações

• As contraindicações para esse tipo de


procedimento dependem da avaliação clínica
imediata do paciente.

• Ou seja, caso o paciente apresente


sangramento nas vias aéreas inferiores ou
instabilidade hemodinâmica, o procedimento
não deve ser realizado.

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