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Anestesia local

Eduardo Alves Lima


Mecanismo (geral) da ação dos anestésicos locais

Bloqueio dos canais de sódio

Bloqueio no desenvolvimento do potencial de ação

Bloqueio na condução

Resulta na dessensibilização local ou regional


Lembrar!!!

Anestésicos locais podem vir associados a vasoconstritores

Vasoconstrição local e absorção lenta do anestésico

Aumenta o período hábil anestésico


Iniciando a anestesia local

- Procedimentos prévios:
• Avaliação pré anestésica
• MPA

- Indicações da anestesia local:


• Tratar afecções oftálmicas/nasais/dentárias
• Excisão de formações cutâneas
• Coadjuvante de intervenções torácicas/abdominais e
genitourinárias...
Vantagens da anestesia local
• Baixa toxicidade
• Baixo custo
• Redução das doses dos demais anestésicos
• Recuperação mais rápida
• Analgesia residual

Desvantagens da anestesia local


• Acidentes de aplicação
PH ácido
• Risco de toxicidade (baixo)
Ioniza o anestésico local • Isolado pode ser insuficiente
• Imprecisão para bloqueio perineural
• Pouco eficaz em tecidos conjuntivos
Que perde a capacidade de
• Áreas inflamadas
bloquear os canais de sódio
Classificação da anestesia local (de acordo com o local)

Anestesia tópica
 Bloqueios perineurais
Anestesia infiltrativa
 Intravenosa (Bier)
 Intra-articular
 Bloqueio epidural
Anestesia tópica

Fins diagnósticos (olhos e mucosas)

Lidocaína 0,5-5% ou spray a 10%


Solução = período de latência: 5 min (duração 30 min)
Spray = período de latência:1-2 min (duração 20 min)
Bloqueio Perineural (n. cranianos)

A- Infra-orbitário (Lábio superior/focinho/teto da


cavidade nasal e pele)
B- Maxilar (Maxila/dentes superiores/focinho/lábio
superior)
C- Zigomático/lacrimal/Oftálmico (Olho e órbita,
paralisia do bulbo ocular)
D- Mentoniano (Lábio inferior)
E- Mandibular (Dentes molares/ pré-molares/ caninos
e incisivos/ lábio inferior)
Nervo infraorbitário
Nervo maxilar

Anestesia: Maxila/dentes
superiores/focinho/lábio superior.
Anestesia: Lábio superior /focinho/teto
da cavidade nasal e pele.
Bloqueio Perineural Paracostal (n. intercostais)

Indicação: cirurgias torácicas


Protocolo único Paracostal (n. intercostais)

Adjuvante p/ anestesia geral

- Lidocaína: 2-5mg/kg (sem vasoconstritor)


- Lidocaína: 9mg/kg (com vasoconstritor)
- Bupivacaína : 2-4mg/kg
Bloqueio Perineural (plexo braquial)

Indicação: amputação Plexo braquial


Protocolo único
Adjuvante p/ anestesia geral

- Lidocaína: 2-5mg/kg (sem vasoconstritor)


- Lidocaína: 9mg/kg (com vasoconstritor)
- Bupivacaína : 2-4mg/kg
- Anestésico local + opióide (reduzir em 50% as doses)
TÉCNICAS ANALGÉSICAS

Analgesia epidural

Indicações
Dor aguda (pré e pós operatório)
Dor crônica (analgesia através de colocação de cateter epidural)

Contra-indicações
Choque
Trauma
Dermatopatias
TÉCNICAS ANALGÉSICAS

Analgesia epidural

Agulha espinhal/seringas
 Luvas e pano de campo estéreis

Lidocaína + associações - Latência : 10 – 15 min / duração: 45-90 min


Bupivacaína + associações- Latência: 20 – 30 min/ duração: 2 – 4h
Técnicas anestésicas locais em equinos

 Bloqueios na região da cabeça:


 Nervo aurículopalpebral
 Nervo supraorbitário
 Nervo infraorbitário
 Nervo mentoniano
 Outros Bloqueios:
 Nervo infratroclear
 Nervo zigomático
 Nervo lacrimal
N. aurículopalpebral
Analgesia para:
- Exames diagnósticos do olho
- Cultura/remoção corpo estranho
- Cirurgias oftálmicas e suturas
N. supraorbitário
Analgesia: pálpebra superior e porção nasal do
lábio superior
N. mentoniano
Analgesia: ramo anterior da mandíbula/lábios
inferiores/dentes incisivos e pré molares inferiores
Técnicas anestésicas locais em equinos

Bloqueios cranianos
Anestesia local para enucleação do globo ocular
“anestesia retrobulbar”
•Tranquilização

•Local: injeção de anestésico caudal ao ramo da


mandíbula (10cm profundidade)
•Lidocaína a 2%
Técnicas anestésicas locais em grandes animais

Anestesia epidural

Tranquilização

Local da infusão: entre as vértebras Co1 e Co2

Analgesia: cauda/períneo/vagina e vulva

Lidocaína 1% a 2%: 0,2-0,3mg/kg (equino)

Lidocaína a 1% a 2%: 0,1-0,2mg/kg (bovino)

Latência: 5-10min

Duração: 60 a 90min
Técnicas anestésicas locais em grandes animais

Anestesia epidural

Bupivacaína a 0,25% e 0,75%: 0,05-0,08mg/kg (equino)


Latência: 10-30min
Duração: 180 a 480min

Ropivacaína a 0,2% e 0,5%: 0,05-0,08mg/kg (equino)


Latência: 10-30min
Duração: 180 a 480min
Técnicas anestésicas locais em grandes animais

Analgesia/Anestesia epidural

Tranquilização

Local da infusão: entre as vértebras Co1 e Co2


Analgesia: cauda/períneo/vagina e vulva

Utilizando opioides... equino Utilizando alfa2 - agonista... equino e bovino

Morfina: 0,05-0,1mg/Kg
Xilazina : 0,15-0,2mg/Kg
Metadona: 0,1mg/Kg
Utilizando outro fármaco... equino Detomidina: 20-40µg/Kg
Romifidina: 30µg/Kg

Cetamina: 0,5mg/Kg
Local de aplicação do anestésico local

Equino
Local de aplicação do anestésico local

Bovino Caprino
Técnicas anestésicas locais em grandes animais

Anestesia infiltrativa

Anestesia em “L invertido”

• Tranquilização

•Local da infusão: linha caudal a última costela, e outra linha ventral que vai da última
costela até a 4ª vértebra lombar

• Analgesia: regiões caudal e ventral ao local da infiltração

• Lidocaína 1% a 2%: 0,1-0,2mg/kg


Anestesia em “L invertido”

Local de aplicação do anestésico local

Técnica: infiltrar linha caudal a última costela, e outra linha ventral que vai da
última costela até a 4ª vértebra lombar
Técnicas anestésicas locais em grandes animais

Anestesia infiltrativa

Anestesia paravertebral”

• Tranquilização

• Local da infusão: T13, L1, L2 e L3

• Analgesia: regiões caudal e ventral ao


local da infiltração

• Lidocaína 1% a 2%: 0,1-0,2mg/kg


Técnicas anestésicas locais em grandes animais

Anestesia infiltrativa

Anestesia de “Bier” (regional intravenosa)

•Tranquilização

•Local da infusão: veia (distal) do membro escolhido


•Analgesia: região do acesso venoso ao garrote
•Lidocaína 1% a 2%: 0,1-0,2mg/kg
•Uso frequente: bovinos (amputação de dígitos)
Técnicas anestésicas locais em grandes animais

Bloqueios intra-articulares (Bloqueios ascendentes)

Fins diagnósticos e terapêuticos


Específicos

Invasivos

Risco de infecção
Maior dificuldade (anatomia detalhada)
Técnicas anestésicas locais em grandes animais

Principais bloqueios intra-articulares

Bursa navicular (A)

• Tranquilização
• Contenção do animal
• Membro contralateral flexionado
• Acessos palmar ou plantar (bulbo dos talões)
•Lidocaína a 2%
Técnicas anestésicas locais em grandes animais

Principais bloqueios intra-articulares

Articulações interfalangeanas distal (B) e proximal (C)

• Tranquilização
• Contenção do animal
• Membro contralateral flexionado
• Acessos dorsal (2cm acima da coroa do casco)
•Lidocaína a 2%
Técnicas anestésicas locais em grandes animais

Principais bloqueios intra-articulares

Articulações metacarpofalangeana e metatarsofalangeana (D)

• Tranquilização
• Contenção do animal
• Membro contralateral flexionado
• Acessos palmar ou plantar (bulbo dos talões)
• Lidocaína a 2%
Técnicas anestésicas locais em grandes animais

Bloqueios perineurais (bloqueios ascendentes)

Inespecíficos

Fins diagnósticos
Menos invasivos
Menor risco de infecção
Menor dificuldade (fácil localização)
Técnicas anestésicas locais em grandes animais

Bloqueios perineurais (bloqueios ascendentes)


Técnicas anestésicas locais em grandes animais

Anestesia para descorna (bloqueio perineural)

Tranquilização

Dessensibilização do nervo cornual


Local: borda do osso temporal a 2cm da base do corno
Lidocaína a 2%
Técnicas anestésicas locais em grandes animais

Anestesia para descorna (infiltrativa)

Tranquilização

Dessensibilização cutânea
Local: ao redor do corno ( 2cm abaixo da camada
queratocórnea)
Lidocaína a 1%
Técnicas anestésicas locais em grandes animais

Anestesia para castração (infiltrativa)

MPA

Local: intratesticular (bilateral), cordões espermáticos e pele


na região da incisão
Agulha hipodérmica
Lidocaína 1%

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